quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

OS (MEUS) MELHORES DE 2009

Roberto Rillo Bíscaro

Final de ano é época inevitável das retrospectivas. Em tudo quanto é lugar, elegem-se os melhores do ano em várias categorias. O Blog do Albino Incoerente não poderia ser diferente e também apresenta sua retrospectiva.

Por outro lado, como tem que ser diferente, o Blog do Albino Incoerente apresenta sua retrospectiva seguindo os seguintes critérios:

1 – Apresentarei as coisas das quais mais gostei no decorrer do ano. Não importa se sejam as “melhores”, o critério foi eu gostar. O melhor do ano que digo é o “melhor pra mim”. E eu nunca escondi que gosto de bobagens, além de não ter pudor em admitir pra quem for. Enquanto pagar minhas próprias contas, me reservo esse direito!

2 – Na retrospectiva deste blog, vale o que vi, ouvi ou li neste ano. A data de produção me importa tanto quanto saber a circunferência do anel maior de Saturno!

3 – A ordem na qual apresentarei meus melhores não significa ordem de preferência. Na verdade, fui rastreando os arquivos do blog de trás pra frente, então essa é a ordem.

4 – Só estão listadas coisas sobre as quais comentei aqui.

Agora, vamos às listas, que podem conter números variados de elementos

CINEMA

The House of The Devil, apesar do final que contradiz o resto da narrativa (grrrr!).
http://www.albinoincoerente.com/2009/12/demonio-retro.html
Divã, com a diva Lilia Cabral, apesar de um par de momentos constrangedores do roteiro.
http://www.albinoincoerente.com/2009/11/no-diva-com-lilia-cabral.html
La Ventana, pérola do cine argentino. Carlos Sorim, te amo!
http://www.albinoincoerente.com/2009/10/la-ventana.html
[REC], terror espanhol que me deu vontade de estar em frente a uma tela grande. Chapante!
http://www.albinoincoerente.com/2009/06/rec.html
Rang-e khoda, sutileza e profunda beleza visual e sônica vindas do Irã. Uma das coisas mais lindas que vi na vida.
http://www.albinoincoerente.com/2009/03/rang-e-khoda.html
Bacheha-Ye aseman, outro deslumbre iraniano, com uma história falsamente “simples”.
http://www.albinoincoerente.com/2009/03/ira.html

TV
Jane Eyre, minissérie da BBC, que consta nesta lista apenas por causa do trabalho da atriz Ruth Wilson, a melhor Jane Eyre que já vi
http://www.albinoincoerente.com/2009/09/jane-mas-nao-austen.html
A segunda temporada de In Treatment. Psicanálise pop; deu até vontade de fazer o curso de formação em psicanálise. Quem sabe?...
http://www.albinoincoerente.com/2009/08/no-diva-com-paul-weston.html
Harper´s Island. Não falei que curto bobagem? Vocês acham que eu não adoraria uma série de TV slasher???
http://www.albinoincoerente.com/2009/08/harpers-island.html
A segunda temporada da série argentina Epitáfios. Curti mais a primeira, mas a segunda também é boa. E o Júlio Chávez ruuuuuuuuuuuulzzzzz!
http://www.albinoincoerente.com/2009/07/epitafios-2.html
Dekalog. Com 20 anos de atraso, assisti à fantástica produção polonesa. (só no Blog do Albino Incoerente você encontra Harper’s Island e Dekalog na mesma lista de MELHORES do ano!)
http://www.albinoincoerente.com/2009/07/decalogo.html
Bleak House, adaptação da BBC da obra de Charles Dickens. Gillian Anderson dando carão até em cena de morte, Charles Dance fazendo um vilão impecável e Denis Lawson, um John Jarndyce adorável. Já vi 2 vezes e quero ver de novo.
http://www.albinoincoerente.com/2009/04/biscoito-fino.html
The Sopranos, as 6 temporadas. Assisti tudo de uma enfiada praticamente só. Roteiro, caracterizações, atuações, tudo impecável. TV inteligente.
http://www.albinoincoerente.com/2009/03/ewings-versus-sopranos.html

LITERATURA
Num ano de pouca literatura e muita teoria literária, o destaque vai pro romance A Chave de Casa, de Tatiana Salem Levy. Ela gosta de dois pontos tanto quanto eu!
http://www.albinoincoerente.com/2009/03/ewings-versus-sopranos.html

ÁLBUNS
Esta será a parte mais “falsa” da retrospectiva porque a maioria do que escuto eu não resenho ou comento no blog...
Look of Love: Burt Bacharach Songbook, álbum onde a holandesa Traincha interpreta ninguém menos do que meu Mestre Burt Bacharach. Encantador.
http://www.albinoincoerente.com/2009/12/traincha-canta-o-mestre.html
The Resistence, dos ingleses do Muse. Puro exagero.
http://www.albinoincoerente.com/2009/12/o-som-da-musa.html
Exploding Head, dos nova iorquinos do A Place to Bury Strangers. Microfonia e guitarras tocadas com esmeril. Maravilha ruidosa.

SITE DA APALBA

É com prazer que divulgo o site da Associação das Pessoas com Albinismo da Bahia (APALBA), que passa a fazer parte de nossos Territórios Amigos, juntamente com o blog deles.

http://www.apalba.org.br/

Torçamos pra que o espaço seja atualizado constantemente e divulgado como merece.

(João Gilberto... Ele veio da Bahia... Que lindo que é João!)

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

A PEQUENA ORFÃ “RUSSA”

Chove sem parar desde manhãzinha em Penápolis. O dia está super-preguiçoso e eu de férias, sem vontade de fazer nada, após ter concluído uma tradução que apareceu ontem e ontem mesmo foi feita. Nada melhor do que ver filme em dia assim. Por isso, decidi ver Orphan (2009), thriller co-produzido por EUA, Alemanha e Canadá.

O filme é sobre uma garota malvada, muito perversa mesmo. Filmes de horror e suspense com crianças não são novidade. Basta lembrar de The Good Son (1993), com Macualey Culkin; The Bad Seed (1956); Village of the Damned (1963), com meu amado George Sanders; Bloody Birthday (1981); The Innocents (1961), estupenda adaptação da novela The Turn of the Screw, de Henry James e o infelizmente pouco conhecido Quien Puede Matar a um Niño?, produção espanhola de 1976. Digo infelizmente porque depois veio o norte-americano Stephen King, que lançou o seu The Children of the Corn e ficou com a fama de “original”. Aliás, isso acontece com muita freqüência porque tem gente que só vê filme norte-americano...

Como crianças são imaginadas como inocentes, indefesas e amorosas, não deixa de ser assustador quando algo dá “errado” e se tornam malvadas, talvez daí a recorrência desse tema.

Orphan é a história dum casal de classe média alta que decide adotar uma órfã russa extremamente educada, inteligente e pálida (palidez sempre “funciona” pra caracterizar vilões; nós albinos que o digamos!). No começo, a garota é um anjo de candura, mas, aos poucos, ocorrências suspeitas começam a acontecer e são percebidas apenas pela mãe adotiva e seus outros dois filhos. O pai não percebe nada e nem acredita na esposa, a qual tem uma história pregressa de alcoolismo e perdera um filho no parto. Isso funciona narrativamente pra que a personagem demore a levar crédito por suas suspeitas. Além disso, todos sabemos que mulheres e crianças são mais “sensíveis” que nós, brutos homens, não???

O roteiro é redondíssimo; as mudanças na trama, que marcam a passagem dos atos (pra quem não sabe, filmes são divididos em atos, geralmente 3), quase gritam na tela, mostrando o arcabouço da escrita dramática como se fora raio X! Na passagem do segundo pro terceiro ato, há uma reviravolta na trama (plot twist, em inglês) que me fez gargalhar porque nem eu esperava a explicação dada pro comportamento da garotinha estrangeira. Se eu falar qual é, perde a graça, mas dá certo ar de originalidade a um filme, que de resto, nada tem de.

Em tempos de imigração como tema candente em países europeus e nos EUA (decerto também no Canadá...) e levando-se em conta o forte subtexto moralista e moralizante das narrativas de terror (quem duvidar disso, que (re)veja Scream (1996), do Wes Craven, que coloca a nu porque tal e tal personagem nesses filmes merece morrer), difícil deixar passar a nacionalidade da diabinha.

No fundo, Orphan funciona como advertência velada (?): cuidado com quem você coloca no seio de sua família, especialmente se for uma imigrante, ainda por cima, russa!! Eles podem ser inteligentes, educados e até brancos (demais, nesse caso), mas são irremediavelmente o Outro, por isso não é bom confiar muito neles...

(Deu vontade de ver e ouvir Shelleyan Orphan, subestimada dupla britânica dos anos 80.)

MANDIOCA ALBINA?

A leitora Madá me chamou a atenção ontem para o fato de que a lenda brasileira que explica o nascimento da mandioca, apresenta uma criança de cabelos e pele muito alvos.

Pesquisei rapidamente na net e encontrei diversas versões da lenda e em todas a criança é descrita como bem branca msmo.

Não entendo nada de lendas indígenas e NÂO estou afirmando que a criança do mito seja albina. De qualquer modo, decidi compartilhar uma das versões encontradas online com os leitores.

De repente, algum estudioso do assunto pode nos tirar essa dúvida.

Texto interpretativo que reúne pontos
Comuns de diversas versões da lenda.
Parte I
Conta-se que há muito e muito tempo, numa aldeia lá pelas bandas do rio Iriri, tributário do Xingu, o cacique Arumarã, de uma tribo de longa tradição agrícola, viu-se num tremendo embaraço quando percebeu que sua filha, ainda na idade da primeira volta-da-lua*, recebera em si o sopro do vento que agita a água para perpetuar a vida.
Mas como aceitar um desvio dos costumes: permitir a renovação do ciclo da existência temporal, antes do menda-hab? Interrogou veementemente a jovenzinha que jurava inocência persistentemente: he-maran-é-im!
Atordoado pelo turbilhão dos pensamentos que, neste tipo de situação, se contradizem e se multiplicam a cada instante, capazes até de fazê-lo aceitar o que é errado e negar o que é certo, refletiu profundamente sobre o acontecido e decidiu, usando sua grande sabedoria de tupichab, manter a menina confinada em uma oca até que Tupã lhe desse um sinal.
Passado o tempo certo, nasceu uma criança muito diferente dos outros curumins: era branca como leite, tinha cabelos alvos como as sábias cãs dos antigos awa-tu-a'u, os olhos eram de um verde profundo, pareciam a cor da floresta vista do alto da montanha em dia chuvoso.
A criança recebeu o nome de Maní e a notícia do seu nascimento, assim como das circunstancias peculiares desse acontecimento, espalhou-se rapidamente. Todos que ouviram falar sobre ela vinham de todos os lugares para vê-la e confirmar aquela estória singular.
Parte II
Várias luas se passaram e a criança, que estava sempre risonha e crescia em perfeita saúde, de súbito, sucumbiu à única e inexorável certeza que a vida reserva. A tristeza espalhou-se tornando sombria aquela linda manhã de sol.
Arumarã, pretendendo garantir proteção à infante alma, ofereceu-lhe lutuoso abrigo: levantou uma oca sobre o derradeiro e definitivo leito.
Algum tempo depois brotou naquele lugar uma plantinha desconhecida, nem os habitantes mais antigos daquelas redondezas souberam identificar.A planta crescia a cada dia e quando estava mais alta que o próprio cacique, fendeu-se o solo ao redor do caule, expondo as grossas raízes.
Curioso, Arumarã arrancou a planta da terra, limpou cuidadosamente as raízes e chamou toda a tribo para vê-las, pois eram da cor dos curumins.
Ao retirar-se a fina pele marrom, descobriram que existia outra, branquinha como a cor de Maní. As mulheres acharam que as folhas da planta tinham a mesma cor dos olhos da criança e ninguém teve dúvidas de que se tratava de um presente de Tupã.
As raízes foram utilizadas como alimento e pedaços do caule foram distribuídos aos mais velhos, que os enterraram, cada um em sua oca, onde nasceram outras plantas iguais a primeira.
Com o passar do tempo o cultivo da planta foi passado de geração para geração e hoje nós também a conhecemos, é a mandioca.
Léxico:
Awa-tu-a'u – homem velho ou pessoa idosa.
Curumim – criança
He-maran-é-im – sou inocente ou sou virgem.
Menda-hab – casamento.
Tupã – Deus
Tupichab – chefe.
*Volta da lua – menstruação.
Obs.: Apesar de não ser a principal família lingüística predominante na extensão do rio Xingu, optou-se por termos do Tupi para a composição deste texto.
Manoel Brandão Nobilli

(Encontrado em http://www.webartigos.com/articles/24838/1/a-lenda-da-mandioca/pagina1.html)
(Abaixo, uma versão narrada da lenda da mandioca.)

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

MEDICINA AVANÇADA

Hoje, tenho uma dica de site pros leitores do blog. Trata-se do Medicina Avançada, da Dra. Shirlei de Campos. O espaço contém inúmeros tópicos interessantes sobre medicina e saúde. Como o nosso blog, porém, também possui uma seção de arte, cultura e até uma receita culinária já vi lá!

O link abaixo cai direto no artigo Albinismo Parcial com Imunodeficiência.
http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/10749
(Shirley Bassey... Goldfingeeeeerrrrrrrrrrrr)

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

O OPALA LÚCIO FLÁVIO

Mais uma saborosa reminiscência de nosso colaborador albino mais assíduo, Miguel Naufel.

O Opala Lúcio Flávio
Na década de setenta, o cinema nacional lançou um filme que tinha o titulo: Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia. Era a história de um famoso ladrão de bancos. Em algumas cenas, o ator principal aparecia de chapéu e óculos escuros no banco de passageiro de um carro, tendo a seu lado um companheiro enorme de gordo, também de chapéu e óculos escuros, que dirigia o carro. Era o ladrão Lúcio Flávio e seu companheiro fugindo de mais um roubo a banco, dentro de um Opala ano setenta de cor branca, quatro portas com pneus radiais de faixas brancas. Sempre que os policiais avistavam o Chevrolet Opala gritavam: olhem o Lúcio Flávio! E todos os policiais corriam para deter o Opala.
Minha baixa visão não me permitia ler as legendas; então eu não era muito ligado a cinema e meu companheiro inseparável, Chicão, dizia: Eu não vou no cinema porque aquele trem passa muito depressa. Aquele trem a que Chicão se referia, era com relação á legenda.
Ah, mas quando se tratava de filmes nacionais era diferente... Principalmente, quando era filme policial; não perdíamos nenhum! O filme Lúcio Flávio marcou nossa adolescência. Sempre que víamos um Opala de cor branca, quatro portas, brincávamos: olha o Lúcio Flávio aí! Alguns anos depois de assistirmos ao filme, em um domingo pela manhã fui despertado, como em todos os domingos, pelos gritos do Chicão: Migué, Migué, Migué! Pus meus óculos de lentes verde-escuras para me proteger da claridade e abri a janela do meu quarto, a qual se abria para a rua. Deparei-me com uma cena que nunca mais esqueci: o Chicão estava parado no meio da rua, bem abaixo de minha janela, de chapéu e óculos escuros, com a mão direita apoiada na capota de um Opala de cor branca, quatro portas. Gritou: olha o nosso Lúcio Flávio aqui! Sai até a rua, me aproximei do carro e não acreditei: era igualzinho ao do filme!
Ate hoje não sei onde Chicão comprou aquele carro. Vivemos anos felizes rodando pela cidade e redondezas, dentro do Lúcio Flávio. Éramos muito conhecidos, eu de chapéu e óculos escuros para me proteger do sol e da claridade; Chicão, com todo o seu tamanho, de chapéu e óculos escuros dirigindo o Opala Lúcio Flávio. Um Opala branco, quatro portas, era fácil de enxergar... Também, era o carro do Chicão, né?!


(Pra continuar no clima “memórias”, vamos relembrar as Lembranças da Kátia... Adoro!)

domingo, 27 de dezembro de 2009

SALIF KEITA II



Esta semana, coloquei uma postagem em espanhol arespeito do cantor Salif Keita, um dosmúsicos africanos mais conhecidos, respeitados e admirados do mundo. Como Salif é albino, que tal aprendermos um pouco mais sobre ele?

Salif Keita nascido a 25 de Agosto de 1949 é um músico e cantor de Mali. Ele é único, não só devido a sua reputação de A voz dourada de África como também pelo facto de ser albino e um descendente directo do fundador do Império Mali, Sundiata Keita. Esta herança significa que Salif Keita nunca deveria ser um cantor, que é uma função desempenhada por Griots. A sua música é uma mistura de estilos de música tradicional da África Ocidental, Europa e América e no entanto mantendo estilo de música Islâmica. Entre os instrumentos musicais mais utilizados por Salif Keita incluem-se balafons, Djembês, guitarras, koras, órgãos, saxofones, e sintetizadores.
Keita nasceu em
Djoliba. Ele fora ostracizado devido ao seu albinismo que é uma sinal de azar na cultura Mandinka[1]. Ele adandonou Djoliba e foi viver em Bamako em 1967 para se juntar a banda Super Rail Band de Bamako. Em 1973, Salif Keita juntou-se a banda Les Ambassadeurs. Keita e os Les Ambassadeurs fugiram da instabilidade politica em meados de 1970 para Abidjan, Costa do Marfim mudando o nome da banda para Les Ambassadeurs Internationales. Esta banda ganhou reputaçao internacional na década de 70 e em 1977 Keita recebeu o prêmio National Order do presidente da Guiné, Sékou Touré. Keita mudou-se para Paris em 1984 com o objectivo de obter mais fama.
(Encontrado em http://pt.wikipedia.org/wiki/Salif_Keita )

sábado, 26 de dezembro de 2009

EVENTO SOBRE ALBINISMO - FOTOS

Ivany Santos Mendonça, estudante da Universidade Estadual da Bahia, campus de Vitória da Conquista, enviou-me algumas fotos do evento sobre albinismo que aconteceu lá este mês e que foi notícia neste blog.

O evento foi um sucesso e no próximo ano haverá outro. Parabéns e tudo de bom pros envolvidos nessa importante iniciativa.




































































sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

FELIZ NATAL


(O albino Miguel Naufel vestido de Papai Noel)

A todos os leitores e amigos, desejo FELIZ NATAL, do fundo do coração!

Que Papai Noel traga tudo o que quiserem. Vocês realmente merecem!

(Noite Feliz... afinal é Natal, né?)


CRANFORD, O LIVRO

Roberto Rillo Bíscaro

(Talvez interessem ao leitor meus comentários sobre a minissérie da BBC, baseada no livro.
http://www.albinoincoerente.com/2009/06/cranford.html)

Aproveitei as férias pra fazer algo que nem sempre posso: ler romance! Leio mais teoria literária e teatral do que romances, então resolvi dar um tempo e peguei a edição de Cranford, da inglesa Elizabeth Gaskell, que jazia na minha estante há anos, jamais sequer folheado. Publicado em 1853, a autora inicialmente não idealizara Cranford como romance. Oito quadros do que viria a ser o primeiro capítulo do livro, foram publicados em dezembro de 1851, no periódico Household Words, editado por Charles Dickens. Tamanho o sucesso que Gaskell cedeu e terminou por escrever um de seus romances mais queridos pelo público leitor.

Essa falta de intenção de compor obra mais avolumada e coesa pode ser a explicação pra forma episódica que a obra assume em seus primeiros capítulos, até adquirir forma mais unificada de romance mesmo, com sequência linear de ações dando origem a ações seguintes.

Cranford é o nome da aldeia fictícia, situada ao lado da também inventada Drumble, grande cidade comercial e algodoeira (a equivalente à Manchester, de Gaskell). O foco central do romance incide nas chamadas “Amazonas”que dominam a sociedade cranfordiana. Na fração social “que importa” do bucólico e idealizado lugarejo, os homens inexistem: ou morreram ou trabalham a semana toda na vizinha Drumble. As protagonistas do livro são senhoras de idade avançada, pobres, mas que habitam um mundo cuidadosamente construído e codificado pra mostrar aparência de aristocracia.

Com renda limitada, as senhoras de Cranford têm que se esmerar na economia. Assim luxo e riqueza são considerados coisas vulgares pelas simpáticas madames de meia pataca. Quando uma Lady escocesa de terceira categoria vem viver em Cranford, é aceita pelo grupo facilmente porque não comete a “vulgaridade de ter dinheiro”.

Dentre essas velhinhas, o centro das atenções recai sobre a adorável Miss Matty. Quando o livro engata como romance, é ela ao redor de quem giram as historias e a simpatia maior da narradora. Quando Matilda Jenkyns perde todo o dinheiro, aplicado num banco, a alternativa é abrir uma loja pra vender chá e doces. Há um dilema porém: como uma dama dedicar-se-ia a algo tão plebeu quanto lucrar, trabalhar em ou manter um estabelecimento comercial? No fundo, a questão é uma que dividia, grosso modo, s setores da sociedade inglesa: a aristocracia não trabalha a não ser gerindo suas terras; trabalhar no comércio ou indústria era coisa pra grosseira burguesia... A solução achada no romance é uma de meio termo: Mis Matty abriria a loja, sem admitir realmente que era uma loja ou que ela lucraria com o estabelecimento. Um acordo tácito entre os habitantes da cidade garantia que a farsa fosse mantida. Aparências

O romance lança olhar entre irônico e enternecido a essas aparências mantidas a todo custo por essas senhoras de Cranford. Claro que a narrativa funciona como parte da missão histórica da burguesia de solapar a derrotada nobreza; isso fica evidente na nuvem de anacronismo na qual Cranford e seus costumes pseudo-gentílicos flutuam.

A narradora é filha de um cranfordiano que abandonou o local e dirigiu-se a Drumble pra se tornar um “vulgar” homem de negócios, o qual é permitido na narrativa apenas quando vem em socorro de Miss Matty, quando de sua bancarrota. A narradora, portanto, é filha da tal classe vulgar que ganha a vida trabalhando, mas mesmo assim, compartilha boa parte do esnobismo falido das amigas mais velhas. Outra pista que Gaskell nos dá pra perceber o anacronismo quase comovente em que vivem as personagens. Pra completar a ironia, Gaskell batizou sua narradora de Mary Smith: impossível pensar em nome feminino mais “vulgar” em inglês!!

A crítica semi-velada ao esnobismo e à pseudo-pompa gentílica, entretanto, trai laivos de fascínio pelo sistema de classes que a burguesia fingia desprezar tanto. Lady Glenmire, a escocesa da baixa nobreza, casa-se com o vulgar Mr. Hoggins, médico local, tolerado pela necessidade que sua profissão lhe outorgava, mas nunca convidado pras festas das senhoras da imaginada elite local porque era assaz grosseiro: imaginem que cruzava as pernas ao sentar!!! Lady Glenmire não apenasse casa com o doutor, mas abdica de seu título e passa a ser chamada por Mrs. Hoggins. Escândalo!! Mas, que significado passa a ter na narrativa uma personagem assumidamente da classe burguesa cujo sobrenome é Hoggins? Pra quem não sabe, ‘hog’ é um sinônimo pra ‘porco”...

Aliás, é em função desse sobrenome que uma das frases mais deliciosas do livro foi gerada:

Mr. Hoggins was the Crarnford doctor now; we disliked the name and considered it coarse; but, as Miss Jenkyns said, if he changed it to Piggins it would not be much better.

Outra delícia foi quando Mrs Jamieson (The Honourable Mrs. Jamieson!) deixou de conversar com a cunhada, Lady Glenmire, porque ela se rebaixou casando-se com um plebeu. A sociedade local não achou a rixa prudente, afinal, Mr. Hoggins era médico e todos necessitariam de seus serviços algum dia. E então, a pérola:

Miss Pole grew quite impatient for some indisposition or accident to befall Mrs. Jamieson or her dependents, in order that Cranford might see how she would act under the perplexing circumstances.

Mais do que construtora de sentenças irônicas, Gaskel construiu uma história inteira que em muitos momentos é encharcada de ironia, embora o final em forma de festança onde todas as arestas estão perfeitamente aparadas, traia – nos recônditos da autora – a vontade utópica de uma sociedade intocada pelo comércio e pelos novos tempos. Uma utopia distorcida, portanto...

(As aparências das senhorinhas de Cranford me lembraram das Aparências, do Márcio Greyck.)

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

O HOMEM QUE ENGARRAFAVA NUVENS

Quando se pensa em música brasileira, geralmente samba e/ou bossa nova vêm à cabeça. Entre esses dois ritmos, há uma década esquecida, um período em que um ritmo nordestino foi levado ao sul, tomou o país como um furacão, e logo se espalhou pelo mundo, o Baião.

Dia 15 de janeiro, estréia o documentário O Homem Que Engarrafava Nuvens, sobre um dos expoentes desse gênero musical, Humberto Teixeira.

Mais do que um documentário musical sobre a obra do compositor Humberto Teixeira, O Homem que Engarrafava Nuvens é uma homenagem ao Baião, dirigida Lírio Ferreira, o premiado diretor de Árido Movie, Cartola e Baile Perfumado .

Teixeira, autor do clássico “Asa Branca”, possui uma bela história e agora um filme para apresentá-la ao grande público.

O documentário conta com participações de gente do calibre de nosso querido albino Sivuca, Bebel Gilberto, Caetano Veloso, Chico Buarque, Cordel do Fogo Encantado, David Byrne, Fagner, Gal Costa, Gilberto Gil, Lenine, Maria Bethânia, Rita Ribeiro, Wagner Tiso e Zeca Pagodinho.

Eis o trailer, que dá água nos ouvidos!

SALIF KEITA

Salif Keita, la lucha de un negro albino
Salif Keita y su fundación luchan por los derechos de los albinos en todo el mundo
El primer albino en conseguir el asilo en España explica que Keita es "su referente"
Miles de albinos sufren la discriminación por ser diferentes


"Soy negro, mi piel es blanca (...). Es la diferencia. Me hace único". Quizás estas palabras del músico Salif Keita animaron a Abdoulaye Coulibaly en su lucha. Nacer albino es África es un castigo que muchos de ellos pagan con la discriminación, el aislamiento o incluso la muerte. Coulibaly decidió cruzar El Estrecho para encontrar una vida mejor en Europa. Ahora, meses después ha conseguido ser el primer negro albino en obtener el asilo en España por su condición. Salif Keita, fundador de una organización que lucha por la igualdad de los albinos, ha sido "un referente desde siempre" para Coulibaly. Su historia ha marcado la vida de miles de 'Coulibaly' discriminados por ser negros con piel blanca.
Salif Keita nació con albinismo. Desde niño fue víctima de la discriminación social. Hoy, es un referente para miles de albinos como Abdoulaye Coulibaly por ser el fundador de una organización en defensa de sus derechos. Además, está considerado unos de los artistas más populares del mundo con varias nominaciones a los premios Grammy.
La fundación que lleva su nombre dedica todos sus esfuerzos a concienciar para conseguir la igualdad de los albinos y dar cobertura médica ante los problemas que sufren. En diciembre de 2004, Keita fue nombrado embajador de las Naciones Unidas para la Música y el Deportes y se ha dedicado a la lucha contra la malaria, el sida y la situación de los albinos en todo el mundo.
Alrededor de 13.000 bebes en el mundo nacen con albinismo. En África, la proporción es de uno por cada 1.000 nacimientos. Muchos de ellos, son asesinados debido a las supersticiones y a la ignorancia. El infanticidio albino es una práctica común en el continente negro. Sin embargo, aquellos que escapan a la muerte en su nacimiento, se convierten en objetivo de la discriminación y los ataques violentos.

(Encotrado em http://www.telecinco.es/informativos/sociedad/noticia/100013585/Salif+Keita+la+lucha+de+un+negro+albino
(Uma postagem sobre Salif Keita sem vídeo do próprio, seria golpe baixo, né?)

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

ALBINISMO E AFRO-DESCENDÊNCIA

Coloquei mais um vídeo no You Tube. Desta vez, falando a respeito da relação entre albinismo e afro-descendência, além da necessidade de políticas públicas de saúde para os albinos.
Agradeço àqueles que ajudarem na divulgação.


terça-feira, 22 de dezembro de 2009

MADÁ NO EVENTO SOBRE ALBINISMO

Madá, responsável pelo blog Procusto Nunca Mais (ver nossos Territórios Amigos), participou do I Encontro temático sobre Pessoas com Albinismo e diversidade humana 2009, realizado nos dias 11 e 12 de dezembro, na Universidade Estadual da Bahia, campus de Vitória da Conquista. (Ver postagens EVENTO SOBRE ALBINISMO e EVENTO SOBRE ALBINISMO II)

A blogueira relatou a experiência detalhadamente em sua página; vejam só
http://procustonuncamais.blogspot.com/2009/12/impressoes-de-viagem-i.html

(Outro presente pra Madá. Desta vez, o Gil cantando sobre uma Madalena.)


segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

VEM CHEGANDO O VERÃO

Nem só de leitores albinos vive este blog. Muitos não-albinos devem estar animados com o começo do verão e as férias escolares porque poderão aproveitar o solão brasuca.

Aproveitem, mas tomem cuidado, heim! Aqui vão algumas dicas pra vocês nao ficarem com insolação ou desidratarem:

publicado em 21/12/2009 às 06h00:
Evite a insolação e a desidratação nos dias quentes
Cuidados com o que comer e o que vestir são essenciais para curtir bem o verão

Camila Neumam, do R7

Praia, muito sol, pouca roupa e uma cervejinha gelada à beira mar... Com o recesso das festas de fim de ano, muitos já sonham em ser protagonista dessa "cena". Esse momento descontraído, entretanto, pode ser o caminho mais curto para uma insolação ou desidratação.
Para ajudar você a evitar esse tipo de problema e aproveitar seus dias de folga da melhor maneira possível, o R7 consultou um especialista que deu dicas essenciais sobre como se alimentar bem e se proteger dos males do verão. Segundo o dermatologista Leonardo Abrucio Neto, do hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, sintomas como tontura, cansaço e enjoos são os primeiros sinais da insolação, problema para quem se expõe demais ao sol. O calor em excesso pode ainda provocar a desidratação, que é o que acontece quando o organismo perde muita água, tanto pelo calor do sol, como pelo abuso do álcool, que desidrata o corpo. Dicas para evitar a insolação e a desidratação
- Em primeiro lugar, exponha-se ao sol apenas quando os raios solares são menos intensos: das 7h às 10h e após às 16h;
- Hidrate-se constantemente com muita água para aguentar o calorão; - Além de beber muita água, o médico também recomenda que se tome outros líquidos, como sucos de frutas e água de coco, para repor também os sais minerais que são eliminados pelo suor. Comer frutas ricas em água, como melancia e melão, também são ótimas opções para se manter hidratado;

- Esquecer de passar o filtro solar nestes dias é imperdoável. Abrucio recomenda que o produto seja aplicado em todo o corpo pelo menos meia hora antes da exposição ao sol. E ele deve ser reaplicado a cada 90 minutos ou toda a vez que voltar da água; - A cervejinha e outras bebidas alcoólicas, como caipirinhas e drinques, não são recomendadas por Abrucio nem mesmo se forem alternadas com água; - Mesmo bebendo muita água, a ingestão de álcool desidrata o corpo, porque o estimula a eliminar mais a urina; - Outra dica para evitar a insolação e a desidratação é escolher bem o que vestir e os locais por onde anda nas áreas litorâneas. De acordo com Abrucio, vale evitar locais abafados e roupas apertadas, que ajudam a suar mais e a perder mais líquido. - É melhor usar roupas leves, mas evitar ficar sem camisa. Usar chapéu, óculos escuros e tomar banhos mornos também ajudam a manter a temperatura do corpo mais fria, explica o médico.O que fazer em casos de insolação e desidratação?
Se não foi possível evitar a insolação ou desidratação, fique atento às recomendações do dermatologista para acabar com o problema:
- Não fique exposto ao sol - Permaneça em local fresco e o mais ventilado possível - Beba bastante água - Não tome banho quente, pois isso o fará suar mais - Se as tonturas ou enjoos não passarem, vá ao pronto-socorro tomar soro - Ingerir muitos alimentos líquidos (frutas, verduras e muita água) - Não ingerir bebidas alcoólicas - Evitar comidas gordurosas

(Encontrado em http://noticias.r7.com/saude/noticias/evite-a-insolacao-e-a-desidratacao-nos-dias-quentes-20091221.html)

(Pra celebrar a chegada do verão, Marina Lima, claro...)

VÍDEO SOBRE OS QUILOMBOLAS DE ALAGOAS

Desde março, venho postando a respeito do trabalho que a equipe da Universidade Federal do Alagoas está realizando junto aos quilombolas albinos em Santana do Mundaú, na Zona da Mata alagoana.
Finalmente, consegui uma matéria de TV sobre o assunto. Agradeço à leitora Luciana Ferreira, que me enviou o link.
http://gazetaweb.globo.com/v2/videos/video.php?c=5524#

Nao basta apenas abrir a página. Tem que clicar no botãozinho de play que fica no canto inferior esquerdo do vídeo.

UM DIA SEM LATINOS

Resultado de imagem para a day without a mexican

Roberto Rillo Bíscaro


O “problema” da imigração dos latinos pros EUA tem sido assunto candente há anos. A entrada de mexicanos e de demais nacionalidades hispânicas no país atingiu níveis tão elevados que uma muralha foi construída pra barrar imigrantes. Há algumas semanas a mídia mundial celebrou entusiasticamente a queda do muro de Berlim. Engraçado como não há o mesmo repúdio perante esse Muro , né???

Alguns estados norte-americanos, entre eles a Califórnia e o Texas, eram originalmente parte do território mexicano, “cedidas” ao vizinho do norte.

Desde meados do século XIX, toda vez que os EUA necessitam de mão de obra barata, ocorrem tratados bilaterais ou programas de incentivo à imigração. Foi o caso do Bracero Program (pelo nome percebe-se o tipo de trabalho oferecido...) de 1917, instaurado pra suprir a demanda causada pela Primeira Guerra Mundial.

Quando a mão de obra latina por algum motivo não é necessitada, os chicanos são imediatamente percebidos como invasores, ilegais e armam-se ferozes esquemas de captura e deportação de imigrantes ilegais. Entre 1954 e 1959, cerca de 3 milhões e meio deles foram expulsos na chamada Operation Wetback (wetback significa “costas molhadas” e é expressão ofensiva usada pra descrever imigrantes que cruzam o Rio Grande, que separa México e EUA).

Atualmente, cerca de um terço da população californiana é composto por “mexicanos”. As aspas justificam-se porque mexicano passou a designar qualquer pessoa que fale espanhol. Assim, uma moça loira argentina pode ser chamada chicana, apesar dos prováveis protestos...

A maciça presença latina no estado levou o roteirista Yareli Arizmendi a pensar no que seria da Califórnia se todos os latinos sumissem bem no meio de suas atividades, deixando o estado sem esse contingente populacional duma hora pra outra. O resultado dessa idéia pode ser vista no filme A Day Without A Mexican (2004), dirigido pelo mexicano Sérgio Arau.

No contexto do teatro negro, o dramaturgo Douglas Turner Ward escrevera peça com enredo semelhante chamada A Day of Absence, em 1965.

Em A Day Without a Mexican, uma névoa cor de rosa envolve a Califórnia deixando-a incomunicável com o resto do mundo. Enquanto isso, todos os hispânicos vão gradualmente desaparecendo do estado. Conforme os latinos diminuem, o caso impera.

Como os latinos são os maiores responsáveis por atividades como agricultura, limpezas de toda espécie e uma gama variada de atividades manuais (mas não apenas), as reservas de comida começam a escassear levando ao pânico e ao caos generalizado, com saques de mercados e a necessidade de comprar comida como se fosse droga. As cidades viram montanhas de lixo e as branquelas ianques têm que botar a mão na sujeira e no pesado.

A narrativa é composta em grande parte por programas de TV como jornais, propagandas, talk shows, entrevistas, o que dá um ritmo dinâmico ao filme porque tais mensagens estão inseridas em meio à ação dramática. Esse recurso também permite que as cenas televisivas interajam de várias maneiras com a ação dramática, comentado-se reciprocamente de modo geralmente irônico.

Em diversos momentos, legendas são inseridas quando alguma personagem fala absurdo a respeito de latinos. Uma norte-americana surpreende-se que uma tal Monica tenha desaparecido. “Eu achei que ela fosse normal, como eu”, diz. O marido a corrige dizendo que Monica é argentina. Nessa hora, aparece uma legenda explicando que existem 40 países ao sul da fronteira norte-americana.

O filme tem claramente a proposta didática de mostrar a importância dos latinos na economia norte-americana e o prejuízo que trariam caso sumissem. No mundo capitalista, mesmo que se esteja recheado de boas intenções, é vital ressaltar o valor econômico dos grupos...

Como obra didática, A Day Without a Mexican funciona bem, malgrado o final liberal e otimista demais. Se os mexicanos realmente desaparecessem como no filme, há um exército de reserva gigantesco pra suprir a falta deles!

Como diversão, a película apresenta diversos momentos divertidamente sarcásticos como quando um maluco levanta a teoria de que os latinos foram abduzidos por aliens, cujos discos voadores nada mais são do que os sombreros dos chicanos! Ajuda saber que os imigrantes ilegais são chamados illegal aliens, ou seja, a mesma palavra usada pra designar ETs...

O filme também dá uma piscadela para o gênero telenovela sacarinada, tão querido pelos latinos. Há uma revelação bombástica e lacrimosa a respeito duma maternidade secreta...

domingo, 20 de dezembro de 2009

NOVA LENTE

Esperança renovada pros que têm problemas visuais.

Criada lente capaz de captar luz em abertura angular de quase 180 graus

PARÍS, França (AFP) - Um novo tipo de lente capaz de captar a luz de um hemisfério com uma abertura angular de quase 180 graus permitirá desenvolver novos sistemas ópticos ou de detecção, segundo estudo difundido neste domingo pela revista Nature Materials.
As lentes ópticas tradicionais só funcionam como cristais de aumento com a luz proveniente de uma única direção. Mas esta limitação pode ser superada graças aos materiais artificiais ou "metamateriais" que permitem novas possibilidades de propagação das ondas luminosas, explica o estudo.
Esta lente criada por Nathan Kundtz e David Smith (Universidade Duke, Durham, Estados Unidos) pode captar luz em um ângulo de quase 180 graus e projetá-la sobre uma superfície plana. Montada em um aparelho fotográfico, permitirá a transmissão da imagem de um hemisfério completo em uma única tomada, resume a Nature Materials.
A novidade desta leste é que ela não é feita com um material transparente polido, como o vidro ou o plástico, e se parece mais com uma "persiana veneziana em miniatura", explica a universidade em seu informe.
O protótipo da lente, de uma superfície de 10 cm por 12,5 e uma espessura de 2 cm, está constituído por mais de mil peças de um material em fibra de vidro, cuja precisa disposição em linhas paralelas permite guiar os raios de luz.
"Durante centenas de anos, os fabricantes de lentes poliram as superfície de um material uniforme para dirigir os raios luminosos que as atravessam", explica Kundtz. "Ao invés de utilizar as superfícies das lentes para controlar os raios, estudamos a forma de modificar o material entre as superfícies ", acrescenta.
"Se pudermos controlar o volume da lente, ganharemos muito mais liberdade e será possível fabricá-la de maneira que responda a necessidades específicas", assegura o estudo.
Testada até agora com micro-ondas, a nova lente também pode ser adaptada para a luz infravermelha ou visível.

(Encontrado em http://br.noticias.yahoo.com/s/afp/091220/saude/ciencia___ptica&printer=1)
(Essas novas lentes farão com que o Phil Collins tenha seu pedido atendido mais facilmente...)

MANUAL SOBRE ALBINISMO

Dia 18 de novembro, recebi email da estudante de pedagogia Anny Caroline Marquito. Graduanda da Universidade Federal do Paraná, Anny e seu grupo necessitavam elaborar um manual sobre albinismo para ser usado por professores. Parte do curso de Pedagogia é elaborar material didático de apoio.
Escrevendo em nome de seu grupo, Anny me pedia indicações de links a respeito do tema. Enviei-lhe a informação pedida e, dentro de alguns dias, recebi de presente uma cópia do manual.
Além de Anny, as demais autoras do projeto são Danielle Ferreira Czmyr, Gisele Nayara Silveira e Letícia de Oliveira.
Vejamos a introdução do manual pedagógico, onde as autoras anunciam a natureza do material:

INTRODUÇÃO
Este manual objetiva oferecer informações para docentes, sobre o albinismo: como devem ser tratadas as pessoas que possuem esta condição de natureza genética, conceituando-a e descrevendo-a em seus aspectos biológicos, sociais e emocionais afim de proporcionar instruções aos professores, e também a interessados da comunidade escolar, para a compreensão dos limites biológicos que possuem a pessoa com albinismo difundindo e aplicando tal conhecimento nas relações escolares.
Abordamos também a questão do preconceito existente às pessoas albinas. A escola infelizmente acaba sendo o principal agente de discriminação. Portanto antes de se fazer qualquer observação sobre a pessoa com albinismo, é importante saber do que se trata.

De forma objetiva – como deve ser todo bom manual – as pedagogas abordam o albinismo em seus aspectos sócio-biológicos, descrevem os tipos mais comuns, corrigem algumas idéias errôneas e apresentam um pequeno quis a respeito. Muito informativo.
Desconheço qualquer manual do gênero no Brasil, por isso animei-me muito com o projeto e conversei com o Castro sobre disponibilizar o material na internet, após ter pedido autorização à Anny, obviamente.
Tornar esse manual acessível na rede pode ser extremamente útil para professores, estudantes e todos aqueles interessados em questões como diversidade e inclusão.
O material pode ser baixado gratuitamente através do link
http://castroweb.com.br/castrodigital/manual_albinismo.doc
Dedicarei parte de meu tempo esta semana para divulgar o material em secretarias estaduais e municipais de educação. Quem sabe não conseguimos fazer com que circule entre um número significativo de educadores? A net é poderosa!
Agradeço às alunas da UFPR pelo lindo e importante trabalho e ao Castro por ter novamente cedido parte de seu precioso tempo para ajudar este blog.