domingo, 30 de novembro de 2014

A SUPERAÇÃO DE VÂNIA

Vânia perdeu a visão aos 15 anos, mas não se entregou. Casou, teve filhos, cuida da família, estuda e tem planos pro futuro. 

BIG IN JAPAN

Japão decide que golfinho albino raro não será sacrificado



Foto: The Asahi Shimbun / Getty Images

Um golfinho albino raro, que foi capturado por pescadores japoneses, não será abatido, como foi cogitado. Ele será vendido por cerca de R$ 1,2 milhões e viverá o resto de sua vida em um cativeiro, onde será exibido ao público. As informações são do Daily Mail.

Segundo a publicação, outros onze golfinhos, que foram encontrados junto a esse, foram abatidos, na enseada de Taiji, em Wakayam, no centro do Japão. O único albino foi conservado em cativeiro para que a decisão de abatê-lo ou não fosse tomada.

Devido a sua raridade, o animal será vendido e seguirá vivo, mas em cativeiro. O comprador é um aquário, que não teve o nome revelado.

Após divulgada a decisão, ativistas começaram a protestar o fato de o golfinho albino ser confinado. "Esse animal raro, belo e único vai passar o resto de seus dias confinado em pequenos tanques, onde terá a vida encurtada e fará truques para receber alimentos", disse Karen Hagen, líder de um grupo de ativistas.

No Japão, a caça de golfinhos é frequente e os pescadores costumam abater o animal para aproveitar a sua carne.


http://noticias.terra.com.br/ciencia/animais/japao-decide-que-golfinho-albino-raro-nao-sera-sacrificado,8c937eb6ba7f9410VgnVCM5000009ccceb0aRCRD.html

sábado, 29 de novembro de 2014

RIM

Saiba como é a vida de quem tem apenas um rim

Os rins exercem funções muito importantes para o bom funcionamento do organismo, como regular a pressão arterial, produzir células vermelhas, ativar a vitamina D e, principalmente, filtrar fluidos para expelir toxinas.
No entanto, muitas pessoas vivem com apenas um rim, como o ex-jogador Pelé, que foi internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, para tratar uma infecção urinária 11 dias após a retirada de cálculos renais.
Isso não significa, porém, que essas pessoas sejam obrigadas a seguir determinadas restrições ou que elas corram risco de ter problemas de saúde.
É possível levar uma vida normal e saudável com apenas um desses órgãos.
Entenda a seguir os motivos pelos quais alguém vive com apenas um rim e os efeitos desta condição:

1) Por que uma pessoa tem só um rim?

Existem quatro razões mais comuns para isso.
A pessoa pode ter nascido com apenas um rim, uma condição conhecida como agenesia renal.
Isso é mais comum entre homens, segundo o instituto de pesquisa Kidney Research, do Reino Unido.
Também é possível nascer com ambos os rins, mas apenas um deles funciona.
A pessoa ainda pode ter um de seus rins retirados por causa de uma anormalidade na sua formação anatômica, para tratar um sério trauma causado por um acidente ou por causa de uma doença, como câncer, ou pode ter doado um dos rins a quem precisava de um transplante.
Segundo relatos da imprensa, Pelé teve um rim extraído nos anos 70 nos Estados Unidos, no final de sua carreira como atleta, por ter tido um tumor no órgão.

2) Ter só um rim gera problemas de saúde?

A maioria das pessoas que tem apenas um rim leva uma vida saudável.
Em geral, quem nasce com apenas um rim saudável ou tem um deles retirado ainda na infância não enfrenta problemas no curto prazo.
Isso porque o rim restante cresce mais rápido e se torna maior do que um rim comum, um fênomeno conhecido como "crescimento compensatório" ou "crescimento regenerativo".
Este único rim pode chegar a ter quase o mesmo tamanho de dois rins juntos. Isso permite ao órgão realizar o trabalho que caberia aos dois rins.
O mesmo ocorre com quem vive com apenas um rim após um transplante. O órgão cresce e torna-se até 40% mais potente do que um rim comum.
Mas foram observados efeitos ao longo de um período maior de tempo entre aqueles que nasceram com um rim apenas ou tiveram um deles retirado na infância.
É possível sofrer uma pequena perda de função renal, o que não afeta muito a expectativa de vida. Esta condição leva, em média, 25 anos para ser desenvolvida, segundo o instituto americano de pesquisa National Kidney Foundation.
Estas pessoas ainda podem ter pressão alta quando ficarem mais velhas ou apresentar um excesso de proteína na urina, o que leva o corpo a reter fluídos e sódio, causando um inchaço nos tornozelos e no abdômen.

3) É preciso ir com mais frequência ao médico?

A pessoa deve testar sua função renal por meio de exames ao menos uma vez por ano, de acordo com a National Kidney Foundation.
Isso pode ser feito por meio de exames de urina e sangue.
Ainda é preciso monitorar a pressão arterial.

4) A pessoa pode praticar esportes?

O exercício físico é uma prática saudável e recomendada, mas alguns médicos recomendam ter cuidado e evitar lesões ao órgão, que, por ser maior e mais pesado, também é mais suscetível a traumas.
Uma forma de fazer isso é usar uma proteção sobre a roupa durante a atividade.
Alguns médicos ainda recomendam evitar esportes de contato, como futebol, basquete, lutas e artes marciais, para prevenir danos aos órgão.

5) Há uma dieta especial?

A maioria das pessoas com só um rim não precisa seguir uma dieta especial. Mas a Kidney Research recomenda consumir menos sal e beber bastante água, entre seis a oito copos por dia.
Mas, quando a pessoa precisou de um transplante motivados por uma doença ou falha renal, pode haver algumas restrições na alimentação, o que varia a cada caso e depende da avaliação médica.
Assim como quando a pessoa apresenta uma concentração de proteína acima do normal na urina, sendo recomendada uma dieta com menos proteína.

ALBINO GOURMET 159

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

ALBINISMO EN PARAGUAY

Albinos, ocultos a la luz del sol

De las noticias que recibe una persona todos los días, ya sea por televisión, radio, periódicos o internet, ¿cuántas se refieren al albinismo, condición que afecta a miles de personas en todo el mundo?
Silvia Miranda, de 29 años y aproximadamente 1,65 m, estudiante de Psicología en la especialidad de trabajo comunitario, vestía una camisa a cuadros verdeagua de mangas tres cuartos, pantalón vaquero azul y su celular en la mano. La primera vez la observé con curiosidad por su pelo casi blanco, sus ojos -verdes, según mi apreciación- con movimientos involuntarios que no se perciben a menos que se la mire fijamente y su piel blanca, blanquísima.
La escuché durante un buen tiempo y después de esa charla las preguntas rebotaron en mi cabeza: ¿El albinismo es una enfermedad? ¿Una discapacidad? ¿Una condición genética? ¿Qué necesitan las personas albinas? ¿Qué limitaciones tienen? ¿Y por qué no se difunden noticias sobre ellos?.
La respuesta es que son una minoría que, y como la mayoría de ellas, son invisibles. No existen en las estadísticas, no hay servicios especializados dedicados al albinismo en el sistema de salud pública, no hay avances médicos o investigaciones científicas frecuentes que apunten a mejorar la calidad de vida de los albinos.
¿Están enfermos o son discapacitados? La Organización Mundial de la Salud dice que el albinismo es una enfermedad hereditaria de transmisión “autosómica recesiva”, que significa que ambos padres deben aportar un gen que por defecto u anomalía no produce la melanina que da pigmentación a la piel, el pelo y los ojos. Existen organizaciones y países donde el albinismo se trata como una discapacidad. Silvia no está de acuerdo con ninguna de esas posturas.
Ella define el albinismo como una condición genética que deriva en características particulares como la falta de color de los ojos, el cabello -que varía en distintos tonos de rubio hasta blanco- y la piel, que necesita cuidados más intensivos que la piel de una persona que sí la tiene pigmentada. Los albinos no pueden exponerse mucho al sol y cuando lo hacen deben usar protector solar –factor 80 ó 100- y usar ropas que les cubran la mayor parte de la piel; eso explica la camisa mangas tres cuartos en una época calurosísima en Asunción, su ciudad natal.
Es cierto sin embargo, que existen limitaciones como por ejemplo los problemas de vista que pueden desarrollar, pero que se solucionan con anteojos, lupas y otras herramientas, pero sobre todo se puede arreglar adecuando algunas cuestiones sociales a sus necesidades.
“Sinceramente, a nadie le importa cuántos albinos hay en Paraguay”, dijo Silvia en aquella ocasión. Tenía razón, y esa situación se replica en todos los países de la región. Además de los problemas de la piel y de la vista, las personas albinas pueden sentirse desplazadas, discriminadas, sin importancia, lo que puede derivar en problemas de la conducta social, pues cuando se los trata diferente, con rechazo -y eso no es solamente para albinos- la persona tiende a encerrarse, a alejarse, a ensimismarse.
Silvia, cuya madre se encargó de abrirle camino dondequiera que intentaron discriminarla y cuyo padre le enseñó desde joven que ella no debía dejar pasar por alto su condición, y debía usar eso para ayudar a otras personas, tiene el sueño de crear una Fundación llamada Albinos Paraguay, que se encargue principalmente de identificar los casos, brindar información, soporte médico y asesoramiento psicológico.
Para ella, que ha superado o al menos sobrellevado casos de discriminación laboral o ha conocido casos de discriminación educativa, la información es vital, porque el ser humano suele temer y rechazar lo que desconoce, generando una cadena de daños sociales en que las más perjudicadas son personas inocentes.
La desinformación es causa, por ejemplo, de que en Senegal los albinos sufran muchísima discriminación, o incluso, en Tanzania sean víctimas de violencia física o incluso la muerte, porque son considerados brujos, seres que traen mala suerte y se les llama “fantasmas negros de piel blanca”.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

ESCAMA ALBINA

Raríssimo atum albino (maguro branco) foi leiloado em Tóquio

Existem golfinhos, cobras e até sapos albinos, além do tigre e leão brancos. Mas, apenas um atum branco em um cardume é raríssimo!
Este peixe raro foi leiloado na maior central de pesqueiros e leilões de peixes do Japão, o Tsukiji Ichiba (Tóquio) em novembro, foi fisgado em Bali, na Indonésia. Pela sua aparência, não teve um valor muito alto comparado ao atum normal, sendo arrematado por uma peixaria do distrito de Shibuya, Tóquio por 177 mil ienes, o equivalente a 1,500 ienes/kg.atum albino
Esta peixaria faria um show de corte deste atum mas, por causa da sua raridade, um centro de pesquisas solicitou a doação deste, para verificar o que ocasionou esta falta de pigmentação. Os apreciadores de sashimi, estavam curiosos para degustar esta raridade mas, não foi desta vez.
Uma parte da cauda foi cortada como de praxe na central de pesqueiros e, foi constatado que a carne era vermelha e de aparência comum, instigando a curiosidade em relação ao sabor.

TELONA QUENTE 105

Roberto Rillo Bíscaro

Fazia tempo que não via filmes nacionais, daí, na mesma semana vi 2 que me agradaram intelectualmente (mais ou menos), mas não me pegaram no afetivo.
O Que Se Move (2012), estreia do diretor Caetano Gotardo em longa-metragem, apresenta 3 histórias aparentemente independentes, mas entrelaçadas por tratar de perdas e tragédias cotidianas, de modo bastante sensível, realçando o fato de que por trás de ações aparentemente esdrúxulas existe um ser humano complexo, que não deveria ser reduzido à identidade única geralmente salientada quando algo de desabonador ocorre.
O que mais salta aos ouvidos é que ao final de cada historieta as mães envolvidas cantam, quebrando o Realismo e surpreendendo positivamente. É como se o dialogismo não conseguisse dar conta das emoções abordadas. Mas, talvez desse, se cada episódio fosse formatado em filme individual.
Esse relaxamento do Realismo me agradou, mas O Que Se Move padece de certos diálogos plastificados, algumas tomadas são demoradas em demasia e a terceira história careceu de background pra eu entender como se chegou à situação abordada, mas, há que se louvar a boa qualidade do roteiro na condução da cena do almoço na churrascaria, falsamente banal, porém destruidora pra emoção duma das mães. Talvez o diretor quisesse mesmo que eu sentisse e não compreendesse.

Co-produzido com a Alemanha, Praia do Futuro (2014) me cativou menos ainda pela duração excessiva pruma história tão distanciada e repleta de elipses não-explicadas.
Donato é bombeiro no Ceará e falha em salvar um turista alemão do afogamento. Ao dar a notícia ao companheiro de viagem da vítima inicia um relacionamento amoroso com o estrangeiro, que o leva a mudar-se pra Berlim, abandonando sua família no Brasil. Anos mais tarde, o irmão mais novo – que tinha em Donato um super-herói – vai à Alemanha pra acertar contas.
O filme é dividido em 3 capítulos, mas o último não está bem conexo com os demais. O roteiro insiste em não explicar ou esmiuçar as coisas ao espectador. Isso não é defeito per se, mas fiquei curioso por saber como o meninão achou Donato se este sequer sabia da morte da mãe, dado indicativo da total desconexão com a família.
Homoerotismo – que causou furor ultrajado em salas de cine brasucas – e relação fraternal não são os leitmotifs de Praia do Futuro, que insiste mais na covardia, coragem, no aventurar-se. Tudo, porém, difuso demais pra que eu me interessasse por aquelas pessoas.
Excelente e corajosa atuação de Wagner Moura (como ele é ótimo!), destreza no uso da paleta de cores, algumas belas metáforas visuais garantiram minha apreciação cerebral, mas não foram o bastante pra que não visse a película em 2 prestações. 

DORMIR

Cinco problemas que atrapalham o sono

Ficar se revirando na cama e lutando para dormir é um sentimento familiar para muitos.
A dificuldade pode estar em adormecer ou em manter o sono. De qualquer maneira, todos sabemos o esforço que fazer as atividades do dia demanda quando não temos uma boa noite de sono. Aqui estão cinco coisas comuns que impedem muitos de nós de descansar o quanto precisamos.

1) Barulho e desconforto

Podemos nos sentir sonolentos quando começamos a adormecer, mas nosso cérebro ainda está ativo. Por isso, ruídos ou desconforto podem nos perturbar.
À medida que entramos em um sono leve, uma área do cérebro chamada hipotálamo começa a bloquear o fluxo de informações de nossos sentidos para o resto do cérebro. Mas ainda deixa passar ruídos, que precisam ser capazes de nos acordar.
Após cerca de meia hora de sono leve, a maioria de nós entra em um tipo de sono profundo chamado de sono de ondas lentas. Nosso cérebro fica menos sensível e torna-se muito mais difícil ser acordado. Mas algumas coisas sempre irão passar - como os nossos nomes sendo chamados em voz alta.
Perder partes do nosso ciclo de sono habitual reduz a qualidade e a quantidade de sono.

2) Rotinas irregulares

Todos nós temos um relógio biológico interno que nos diz quando estamos cansados. Ela ajuda a sincronizar milhares de células em nosso corpo a um ciclo de 24 horas chamado de ritmo circadiano.


Credito: Thinkstock
Olhos reagem à luz mesmo quando pálpebras estão fechadas

O principal sincronizador para o nosso relógio biológico é a luz. Nossos olhos reagem à luz e ao escuro mesmo quando nossas pálpebras estão fechadas.
A luz do dia faz com que o cérebro reduza a produção do hormônio do sono melatonina. Isso faz com que as pessoas se sintam mais alertas.
Se dormimos menos durante a noite - por ir para a cama tarde ou acordar cedo -, é improvável que tenhamos o tempo de sono profundo que precisamos.
Fechar as cortinas para bloquear totalmente a entrada de luz do sol ajuda a melhorar a qualidade do sono.

3) Temperatura errada

Nossa temperatura corporal normalmente cai meio grau quando estamos dormindo. Assim, quando o sono se aproxima, nosso relógio biológico faz os vasos sanguíneos em nossas mãos, rosto e pés se dilatarem para perder calor.
Mas, quando está muito frio, ficamos inquietos e temos dificuldade para dormir. Ou, se os nossos quartos ou edredons são muito quentes, nossos corpos não conseguem perder calor, o que também pode causar inquietação.

4) Comida e bebida

Podemos ter problemas para dormir depois de consumir alimentos e bebidas que agem como estimulantes.
  • Cafeína
Bebidas ricas em cafeína podem tornar mais difícil adormecer e interferir em nosso sono profundo. A cafeína pode ficar em nosso sistema por muitas horas. Por isso, a nossa qualidade de sono pode ser afetada pelas bebidas com cafeína que consumimos ao longo do dia.


Credito: Getty
Bebidas ricas em cafeína provocam efeitos por horas

  • Álcool
Durante uma noite, geralmente temos de seis a sete ciclos de REM (movimento rápido dos olhos) do sono, durante o qual nossos cérebros processam a informação que absorvemos durante o dia. Isto faz com que nos sintamos revigorados. Mas uma noite de bebedeira significa, normalmente, que teremos apenas um ou dois ciclos e acordaremos cansados.
  • Comida
Alimentos que contêm uma substância química chamada tiramina - como bacon, queijo, nozes e vinho tinto - podem nos manter acordados durante a noite. Isto acontece porque a tiramina provoca a liberação de noradrenalina, um estimulante cerebral.
Refeições ricas em carboidratos iniciam uma cadeia de reações que faz com que sintamos sono. Quando são digeridos, os carboidratos liberam insulina, que ajudam o triptofano a entrar no cérebro. Ali, ele se transforma em seratonina, que provoca sono.
Comer proteínas tem o efeito oposto. Elas se transformam em aminoácidos, que reduzem a quantidade de triptofano no cérebro. Dessa forma, menos seratonina é produzida, o que nos faz ficar mais alertas.

5) Mente ocupada

O estresse é um inimigo do sono. Na cama, nossa mente fica livre para passear - e ansiedade a respeito do sono só piora a situação.
É difícil manter a noção do tempo quando você está deitado no escuro tentando dormir. As pessoas muitas vezes adormecem e acordam novamente, mas acham que ficaram o tempo todo acordadas. Isto leva ao sono fragmentado, com muito menos tempo gasto nos importantes estágios de sono profundo.


Credito: BBC
Cruzadinhas e quebra-cabeças podem ajudar a distrair a mente antes de dormir

Especialistas em sono recomendam que as pessoas com este problema se levantem e façam uma atividade que distraia a mente de preocupações - como um quebra-cabeça - antes de tentar dormir novamente.

Por que a falta de sono é ruim para você?

Um em cada três pessoas sofrem com noites mal dormidas. Veja quatro coisas que podem acontecer se você não descansar o suficiente.

1) Resfriados ou gripes

Pouco sono pode atrapalhar seu sistema imunológico, tornando-se mais difícil combater doenças como a gripe. Ela também pode aumentar o tempo de recuperação de uma doença.

2) Ganho de peso

Acredita-se que a falta de sono estimula o ganho de peso. Cientistas afirmam que dormir mal aumenta o apetite ao elevar os níveis de hormônios relacionados à fome.

3) Depressão

Muitas vezes, ficamos irritados após uma noite de sono ruim. A privação de sono por um tempo prolongado pode levar a desordens de longo prazo, como depressão e ansiedade.

4) Redução da fertilidade

Acredita-se que a falta de sono pode tornar mais díficil conceber um bebê, ao reduzir a liberação de hormônios de reprodução.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

CONTANDO A VIDA 89

A descriminalização da maconha tem sido defendida/combatida há algum tempo e não faltam exemplos e argumentos elencados a favor ou contra. Nosso historiador-cronista não faz rodeios em dar seu parecer. E o seu, qual é?


PORQUE SOU CONTRA A LEGALIZAÇÃO DA MACONHA.

José Carlos Sebe Bom Meihy
Diria de início que, de maneira intermitente frequento há mais de seis anos as reuniões abertas do Narcóticos Anônimos no Rio (NA/Grupo Gata/Rio). Tenho ao longo do tempo recolhido testemunhos sobre os efeitos da cannabis na vida das pessoas. Além dos usuários, busco medir as sempre dramáticas consequências na coletividade familiar dos adictos. Trabalho com a regra, e não com exceções e os números não mentem. Estou a par da diferença entre usar a droga “socialmente”, como “recreação”, tê-la como “eletiva” e mesmo “de uso variado” isso, contudo não autoriza pensar sua generalização, como se fosse controlada (isso seria possível em um país como o nosso?) levasse à diminuição dos usuários. Sabe-se que em estados como a Austrália, Estados Unidos e Espanha – onde a droga foi descriminalizada – ao contrário do que se supunha, houve aumento notável no consumo, além de gerar burocracia e caro segmento de controle. Em continuidade, pois este tipo de abordagem coloca um problema: então como enfrentar o caso? Pela via dos indivíduos ou do mercado? É lógico que na relação público/privado uma parte não existe sem a outra, mas quais os limites e impactos? Quem paga por isso, os consumidores ou a coletividade? Também vale lembrar que o Brasil não é a Holanda e que o Uruguai – que acaba de legalizar o uso controlado da erva – tem menos de 4 milhões de habitantes e nós 200 milhões em um território desigualmente desenvolvido.
Mas, vamos a outros fatos. Não se tem como desprezar alguns argumentos científicos que visam dar suporte a posições que precisam ser divulgadas além do julgamento tolo ou desprovido de bases. Aliás, quando faltam argumentos sobram pechas do tipo “fulano é antiquado, fora de moda”, “não sabe das coisas”. Não vale ainda se alienar em exercícios filosóficos que traduzidos para o vulgo se esgotam em abstrações do tipo “eu decido sobre minha vida”, ou até “dentro de casa quem manda sou eu”. Em continuidade, apoio meus pontos de vista na conclusão firmada pela psiquiatra Ana Cecília Marques que dirige a ABEAD (Associação Brasileira de Estudo do Álcool e de outras Drogas). Ela, em texto oficial, dirigido ao Ministério da Justiça e à Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, parte da classificação indiscutível de que a maconha é droga psicotrópica, substância que afeta o funcionamento do sistema nervoso central e que causa dependência, alem de comprometer o sistema respiratório e motivar complicações cardiovasculares. Logicamente, há outros efeitos como diminuição da memória, depressão, ansiedade, esquizofrenia, episódios de pânico, redução da potência sexual. Como professor, sofri muito notando o rebaixamento do rendimento de alunos adictos e a escalada dos que se iniciam na maconha e não conseguem renunciar a outras drogas.
Um dos pontos mais intensificados pelos que defendem o uso da cannabis legalmente apela para questões afeitas ao seu uso medicinal. Sem dúvida a aplicação em casos como diminuição da dor, do controle da esclerose múltipla, da atenuação dos efeitos de quimioterapia, do combate ao glaucoma, é legítima. Lembremo-nos, porém, como propõe o psiquiatra Antonio Geraldo da Silva, Presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, que o veneno da jararaca também é largamente usado na fabricação de medicamentos, mas nem por isso é liberado para ser ingerido como refrigerante. Um dos grandes problemas deste debate é que a confusão entre os limites do uso específico é tomado como argumento para motivação viciante. E por falar em adicção, convém lembrar que em estados dos Estados Unidos – como Utah onde o tabaco e o álcool são vetados – o índice de acidentes automobilísticos e a criminalidade têm os menores índices do planeta.
Mais que nada precisamos debater o tema. Temos que exercitar opiniões, instruir falas e levar a discussão aos jovens e aos usuários. Faz-se necessária uma política madura sobre o assunto e ela só há de vir com criação de mecanismos de troca de opiniões claras e públicas. O que você pensa sobre o tema?

terça-feira, 25 de novembro de 2014

TELINHA QUENTE 142




Roberto Rillo Bíscaro

Não tenho restrições quanto a narrativas lentas, às vezes até prefiro, porque saboreio mais personagens e trama. Um dos fortes da dinamarquesa Forbrydelsen foi a falta de pressa e a interconexão do pessoal com o político e o policial. Mas, tudo tem que ser dosado; quando o equilíbrio desanda, o bolo embatuma, como na sueca Graven (2004).
A descoberta duma cova com 5 esqueletos – 2 infantis – ameaça sacudir a pacífica (jura?) Suécia. Na surdina, um grupo é montado pra descobrir de quem são os corpos, os autores do crime e os porquês. A investigação leva a uma rede de terrorismo e suposto contraterrorismo no cenário de ódio aos árabes acirrado pelo 11 de Setembro. Quase tudo no bucólico, belo e silencioso cenário rural sueco.
O time de expertos não poderia ser mais antagônico, com contas do passado a acertar ou problemas potencialmente conflitantes. Até aí tudo bem, mas gastar o primeiro dos 8 capítulos apenas pra nos mostrar como o grupo é arregimentado e sem nos revelar o mote da minissérie não contribui pra que nos interessemos pelo caso.
A equipe é colocada num barco – forçado hein, fião? – pra que as tensões fermentem, mas nunca consegui me importar com a maioria deles. Tão diferente da bem menos pretensiosa Arne Dahl, onde dá vontade de abraçar o Viggo Norlander. Segmentos extremamente longos de Graven são dedicados ao relacionamento e aos problemas de convivência da equipe, dando a impressão dum reality show.
E pra que levantar tantos conflitos e problemas pessoais se no final nada é resolvido? A parte detetivesca, sim, mas a pessoal, não.
Resultado: tudo comprometido numa série que não sabia pronde caminhar. A trama policial é emperrada a todo momento pelas picuinhas individuais, desperdiçadas e incapazes de criar empatia.
A Cova merece ir pra cova.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

SHAKESPEARE APAIXONADO (DEMAIS DA CONTA)

Ciúme doentio: Você sofre da síndrome de Otelo?

"A mulher mais ciumenta do mundo" virou notícia nos jornais britânicos na última semana por submeter seu marido a testes em um detector de mentiras toda vez que ele chega em casa.
O ciúme de Debbi Wood, de 31 anos, é patológico e ela foi diagnosticada com "síndrome de Otelo".
O nome é inspirado na famosa obra de Shakespeare, Otelo - na qual o personagem principal, possuído por um ciúme doentio, mata sua esposa, Desdêmona.
As pessoas que têm síndrome de Otelo sofrem com o delírio de que seus parceiros ou parceiras são infiéis.
"A pessoa fica obcecada com a ideia de traição e infidelidade e tenta fazer de tudo para buscar provas que mostrem que ela está certa", explicou à BBC o psiquiatra Walter Ghedin.
"Por exemplo, ela tenta fuçar no computador ou no celular do parceiro ou se mostra violenta, humilhando o outro."

Casos extremos

Em casos extremos, a pessoa que sofre com o transtorno pode chegar a matar o objeto de seu ciúme.
"Quando se chega ao homicídio é porque existe outro tipo de personalidade patológica, que se desenvolve a partir de uma paranóia ou em um ciúme delirante", diz o especialista.
Segundo Ghedin, há casos em que o ciúme é reforçado pela influência de terceiras pessoas.
Ele lembra que na obra de Shakespeare, Yago ajudou a convencer Otelo que Desdêmona seria infiel.
"As pessoas ciumentas podem ser influenciadas pelas opiniões de outras pessoas - ou pelos meios de comunicação", diz o psiquiatra.
Segundo o especialista, a melhor forma de tratar a síndrome de Otelo é buscar ajuda o quanto antes e entender as causas do problema.
A psicoterapia seria uma grande ajuda e, nos casos extremos, se recomenda medicação.
"Em alguns pacientes a ideia de infidelidade é tão forte, tão recorrente no pensamento, que altera as relações com outras pessoas. Nesses casos, uma medicação pode atenuar a intensidade dessa ideia fixa", diz Ghedin.

Tipos de ciúme

O ciúme só é considerado um distúrbio psiquiátrico quando domina as pessoas e altera drasticamente suas vidas.
Segundo Ghedin, há quatro tipos de ciúmes:
- Reação emocional normal: trata-se de um sentimento transitório, que não condiciona a vida de quem o sente.
- Reação emocional desmedida: afeta sobretudo as relações amorosas. Pode ou não ter sido precedida de situações de infidelidade
- Ciúme como traço distinto da personalidade: típico dos que têm personalidade desconfiada. O ciúme afeta todas as áreas da vida de uma pessoa: família, amor e relações de trabalho. Em geral é característico de pessoas calculistas, que veem ameaças onde elas não existem e estão convencidas de que seu ponto de vista é uma verdade indiscutível. Está ligado ao chamado Transtorno Paranoico de Personalidade.
- Síndrome de Otelo: como dito anteriormente, um distúrbio caracterizado por pensamentos delirantes de ciúme. O delírio que alimenta o ciúme pode ser parte de um transtorno crônico ou paranóia, mas também pode indicar um quadro de demência por deterioração do córtex cerebral ou de alcoolismo crônico.

Homens

A síndrome de Otelo é mais comum em homens do que em mulheres. Segundo Ghedin, isso acontece por razões psicológicas e culturais.
No homem, "o apego real e simbólico à figura da mãe" atuaria inconscientemente gerando sentimentos "ambivalentes" de amor e ódio com relação a outras mulheres.
No que diz respeito a influência da cultura, segundo o psiquiatra, o problema é que em muitas sociedades ainda é forte a ideia de poder e dominação dos homens sobre as mulheres.
Como resultado, alguns homens esperam que suas companheiras se submetam a suas regras e qualquer conduta de autonomia é vista como suspeita.

CAIXA DE MÚSICA 148





Roberto Rillo Bíscaro

Hoje é fácil desatentar pra importância do Roxy Music. Junto com David Bowie, o grupo inglês definiu o glam rock setentista, combinando progressivo, psicodelia, experimentalismo, rock e mais. O visual andrógino e a importância das roupas, cabelos e visual em geral constituiriam parte da inspiração da geração New Romantic e da parafernália vídeo-promocional dos anos 80.
Formado por feras como Phil Manzanera e Brian Eno, o Roxy Music tinha no vocalista Bryan Ferry uma figura que se tornaria sinônimo de elegância e glamour masculino. Destoando do visual cabeludo desleixado dos roqueiros, Ferry progressivamente abandonou a androginia pelo estilo cavalheiro distinto com smokings, blazers, paletó e gravata. Seu fiapo de voz ajudou a quebrar a noção de que pra cantar era necessário ter vozeirão ou se esgoelar.
O experimentalismo art-rock do Roxy começou a ser abandonado em 79, com o álbum Manifesto. Em 82, Avalon encerrou as atividades da banda por anos e mostrou a metamorfose completa em um grupo capaz de produzir pop infecciosamente elegante.
Os anos 80 trouxeram sucesso comercial à carreira-solo de Bryan Ferry. 3 ou 4 álbuns de pop oscilando entre o dançante e o melancólico, com produção obsessivamente esmerada. No Brasil, o sucesso mundial Slave to Love tomou as rádios de assalto e deve ser executada até hoje em programas de flashback romântico. Ferry não parou de lançar álbuns, aventurando-se em sonoridades distintas àquela dos 80’s, sempre mantendo qualidade e finesse.

Semana passada lançou Avonmore, e, quase 70tão parece que teve saudade da década que lhe rendeu tanta grana. O álbum tem faixas que tranquilamente podem ser percebidas por ouvintes menos atentos como constituintes de Boys and Girls (1985) ou Bette Noire (1987). E isso não é pouca coisa.
Recheado de convidados estelares como Nile Rodgers, do Chic e o guitarrista Johnny Marr dos Smiths, Avonmore é sofisticado e uma de suas únicas aventuras é uma releitura da clássica Send in the Clowns em clima meio psicoeletrônico, que deu bastante certo, afinal, cantá-la tradicionalmente seria chover no ensopado. Até Renato Russo gravou isso e olha quanto faz que morreu!
O filé mignon, entretanto, são as canções mais dançantes que remetem aos anos 80. A aliterativa Loop de Li (delícia sussurrar isso!) abre os trabalhos e é insultantemente chique e em momentos me lembra Same Old Scene, do Flesh + Blood (1980), do Roxy, onde tio Ferry mostrou pros garotões New Romantic que inventara aquele jogo.
A faixa-título, Driving Me Wild, Midnight Train, One Night Stand e A Special Kind of Guy (percussão chupada de Sexual Healing, do Marvin Gaye?) seguem o padrão oitentista de instrumentação complexa com cara de camadas esparsas, piscadas pra musica negra/disco e, claro, muita pose pra tocar em desfiles, vernissages e afins.
Avonmore não altera a carreira de Ferry, mas, avizinhando os 70, o inglês tem mais é o direito de fazer o que sabe melhor: ser Sir sem sê-lo.

domingo, 23 de novembro de 2014

A SUPERAÇÃO DE SEU PAULO

Infarto, AVC e cegueira. Conheça a história de superação de "Seu" Paulo


Após conseguir sobreviver a infarto, que inutilizou parte do coração, homem sofreu diversos outros problemas de saúde e sobreviveu. Leia a incrível história de esporte e vida de Seu Paulo



Um sobrevivente. Um bem humorado sobrevivente. Talvez essa seja a melhor definição para Paulo Roberto Lima. Aos 60 anos, tem em seu histórico, um infarto, um AVC – Ataque Vascular Cerebral, uma arritmia grave e dois deslocamentos de retina. Um problema em dos olhos, lhe tirou a visão do lado esquerdo. A história do “Seu Paulo” é de impressionar. Aos 34 anos, sofreu um infarto do miocárdio, que paralisou um lado do seu coração para sempre. Ficou em coma por oito dias. Conseguiu sobreviver e ganhou um diagnóstico fatalista: com muita sorte conseguiria sobreviver por mais 10 anos, foi o que os médicos lhe disseram. Além disso, não podia mais trabalhar, teve que se aposentar por invalidez com pouco mais de três décadas de vida. 
Ao questionar aos médicos o “por quê” daquele problema tão precoce, os especialistas foram taxativos: “Além da genética, o cigarro e o sedentarismo te levaram a este quadro irreversível”. Seu Paulo fumava, no mínimo, uma carteira de cigarro por dia e era atleta de fim de semana. “No sábado ou domingo, levava a família para a praia e aproveitava para praticar algo, como corrida e frescobol, mas era somente isso”, explicou. “Por recomendação médica comecei a caminhar. Sou carioca e decidi voltar para o Rio de Janeiro. Mas com o tempo a caminhada já não era o suficiente, o corpo pedia mais e comecei a trotar, ensaiar uma corridinhas”, contou.
Seu Paulo destaca que sempre teve acompanhamento médico, principalmente por saber da gravidade do seu infarto. Ao buscar autorização para correr, os médicos permitiram com a condição de que deveria utilizar um tipo de controlador cardíaco para aferir os seus batimentos. “Com o tempo fiquei tão íntimo do meu coração, que já sentia detalhadamente todos os meus batimentos e aos poucos aposentei o controlador”. 
O atleta amador teve autorização médica para pedalar
Mas parecia que a felicidade não tinha vindo para ficar - Em 1994, cinco anos após o infarto, quando se preparava para mais uma meia-maratona, ocorreu uma outra fatalidade. Ele teve um deslocamento de retina, o que o levou a cegueira do olho esquerdo. Mais um desafio na vida do então rapaz que se tornou um apaixonado atleta amador. Agora, somente com uma visão precisava reaprender a contar somente com um olho. “Nesse caso, foi uma readaptação complicada. Você perde a visão periférica e por conta disso caí no buraco, na rua, torcia o pé. Foi uma readaptação difícil”, disse. 
Mas conseguiu. Superada essa dificuldade, voltou à Salvador e continuou correndo. Corria do Costa Azul à Piatã e voltava. No total são cerca de 16 quilômetros. Seu Paulo praticamente participava de todas maratonas da cidade, acompanhava todo o calendário, quando em 2013, voltou ao Rio para comemorar o seu aniversário e no meio do Estádio do Maracanã, onde foi assistir ao jogo do Botafogo, seu time de coração, sofre outro deslocamento de retina, agora no olho direito. Sob orientação do filho, voltou à Salvador, onde teve que ser submetido a uma intervenção via gás para corrigir o problema. Com o tratamento, ele foi alertado pelo médico de que teria que ficar em repouso absoluto por cerca de 4 meses. “Fiquei de cama, pois a cirurgia à gás da qual fui submetido, fazia com que eu ficasse sem a visão durante esse tempo, logo não poderia me movimentar. Fiquei cego, mesmo que temporariamente, agora dos dois olhos e com isso tive que parar de treinar”, conta. 
Ele retornou - Após os quatro meses de repouso absoluto, ele pediu permissão para voltar ao treino. “A recomendação médica era que eu caminhasse ou corresse levemente somente na areia para reduzir a possibilidade de lesões e foi o que fiz”.  Após fazer os exercícios sob orientação, de fevereiro a abril deste ano, Seu Paulo já estava a todo vapor, se preparando para uma meia-maratona que seria realizada no Rio de Janeiro. Mas em abril, outro obstáculo, quase inacreditável. No auge da sua preparação, um AVC o pegou de surpresa. “Foi bem estranho, não sentia o lado esquerdo do corpo, não era somente dormência, eu estava com o lado totalmente ausente. Foi uma sensação horrível”, revela. 

Ficou internado por uma semana. Explica que teve sorte, pois o seu acidente vascular, atingiu o lado esquerdo cérebro de forma leve e ouviu do médico que ele conseguiria voltar à ativa em breve. Após sair da emergência, foi a um novo cardiologista e se submeteu a uma bateria de exames e em junho, já estava de volta, treinando para a meia-maratona que ocorreria em outubro, aqui em Salvador, já que a do Rio não daria mais tempo. E em um desses dias, antes de iniciar o treino, ainda aquecendo, sentiu o coração disparar. 
Paulo participou de praticamente todas as maratonas da cidade
Um novo problema - “Senti meu coração batendo em todos os lugares do meu corpo. Mesmo assim, consegui com a ajuda de um amigo, me controlar e cheguei em casa, mas o coração continuava acelerado”. Mais uma vez, ele foi parar em uma emergência e diagnosticado com uma arritmia grave. O coração de Seu Paulo batia à 220, quando o normal é entre 50 e 60 batimentos. Mesmo assim, ele conseguiu chegar bem humorado ao hospital, levado pelo filho, o que impressionou o cardiologista Djalma Duarte. A tentativa do médico foi inicialmente controlar a velocidade desses batimentos com medicamentos, do contrário teriam que tomar uma decisão cujo resultado era incerto: parar o coração do Seu Paulo completamente para depois reanimá-lo. O problema é que corria o risco de não conseguir fazer com que Seu Paulo voltasse. Em seu facebook, o médico que o tratou relatou a experiência, bem como o bom humor do seu paciente. 
Engraçado que o bom humor de "seu" Paulo acabou me contagiando e eu, confesso, me envolvi emocionalmente. Pensava: "não posso perder esse paciente". Sabia que, se acontecesse um desfecho fatal para ele eu iria ficar muito triste. Além do quê, o seu filho, sempre demonstrando muito amor pelo pai, também me transmitiu aquele sentimento de "estamos nas suas mãos", que acaba nos colocando em uma situação delicada sentimentalmente.
Foram cerca de 60 minutos de manobras medicamentosas para tentar reverter o quadro, já que o paciente encontrava-se com dados vitais dentro dos limites considerados normais, apesar da velocidade de "formula um" que o seu coração imprimia. Resolvi então por dar um choque para reverter ao ritmo normal, expliquei ao filho e ele retrucou dizendo que eu iria fazer um "restart". Respondi "isso mesmo".
Voltou mais uma vez - Como se por obra divina e competência médica, Seu Paulo voltou são e salvo. “Foi como se eu tivesse adormecido e acordado. Não senti nada. O doutor Djalma Duarte me disse que levei um choque no coração, mas não lembro de nada”, explicou entre risos. Após sair do estado de emergência, o paciente foi orientado a buscar um médico especialista em arritma, um arritmologista, e assim foi identificado que ele precisava fazer uma cirurgia e implantar um aparelho que controlaria as batidas do coração, chamado Cardiodesfribilador implantável (CDI), que trata e monitora os ritmos anormais do coração. A cirurgia foi feita em 3 de outubro deste ano e 20 dias depois, Seu Paulo já estava caminhando e agora, aos poucos, já tem autorização para dar umas pedalas. Seu Paulo faz questão de ressaltar que todos os procedimentos médicos foram feitos no serviço de saúde pública. "Depois que aposentei, não tive mais condições de pagar um plano de saúde, então fui presenteado com profissionais competentes, receptivos a dispostos a me ajudar, a maioria, do serviço público de saúde".
 
Hoje, aos 60 anos, 26 anos após a primeira fatalidade, o atleta amador Paulo Roberto Lima, ainda tem esperanças de voltar a correr, mas guarda na memória a consideração de um dos médicos, na sua última experiência emergencial. “O médico me disse, - Seu Paulo, o senhor só está aqui hoje porque é um atleta”, revelou. Alegria de viver e exercícios regulares. Será que essa seria a fórmula de Seu Paulo? Fica com certeza a reflexão, o estímulo e a lição de vida.

Então, rumo à atividade física!
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