quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

INTERVALO

O blog ficará sem postagens provavelmente até o dia 19 de fevereiro, portanto não estranhem a falta de atualizações. Falta de coisa pra ler não tem. :)
Preciso duns dias de descanso.

ALBINO SUPERINTERESSANTE

Em novembro, dei entrevista pra repórter Carol Castro, da revista Superinteressante.
O resultado pode ser lido na edição 315, de fevereiro, já nas bancas. A manchete principal da capa é sobre o "mundo secreto do inconsciente".
Muito obrigado à equipe da Abril e em especial à Carol, uma simpatia, que, descobri, é amiga de um ex-aluno!
Abaixo, a matéria escaneada, mas sugiro a compra da revista.    

ESTÁGIO PROBATÓRIO

Reprovada em exame admissional, deficiente visual consegue liminar para assumir cargo
Emerson Campos
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais concedeu liminar para que Adriana Cristina do Amaral Araújo comprove em estágio probatório que está apta para assumir o cargo de analista educacional, conquistado depois da aprovação em concurso público. Ela entrou com o pedido após ter sido impedida no exame médico admissional de assumir a vaga por ser deficiente visual.
De acordo com Adriana, exame não obedeceu ao que estava determinado no edital do concurso e a decisão que a considerou inapta não estava bem fundamentada.
Em sua decisão, o juiz da 7ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias, Carlos Donizetti Ferreira da Silva, constatou que o laudo não deixa claro o motivo que impossibilitaria a candidata de ocupar a função. Donizetti observou que ela possui deficiência visual, "contudo esta não se confunde com incapacidade laborativa".
Ainda segundo o magistrado, inicialmente não há nada que impeça exercício da atividade pretendida pela candidata e a análise da incompatibilidade entre o cargo e a deficiência deve ser realizada no decorrer do estágio probatório. "Cabe à Administração oportunizar aos candidatos com deficiência adequações funcionais necessárias ao desempenho de atividade, do contrário não faria qualquer sentido a reserva de vagas às pessoas portadoras de deficiência", finalizou.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

ALBINISMO NO REPÓRTER JUSTIÇA

O sol é responsável por cerca de 90% da aquisição da D vitamina pelo corpo e alimentos como gema de ovo, salmão e atum respondem pelos outros 10%. Em média, bastam de 15 a 20 minutos antes das 10h da manhã e no mínimo três vezes por semana sob os raios solares. É fundamental para a saúde, mas qual a dose certa? O Repórter Justiça desta semana mostra que, embora a exposição solar traga benefícios para o corpo, tem que ser feita com cuidado. É importante "ficar de olho" nas características de cada pessoa. Tem gente que é mais sensível aos efeitos do sol. É o caso dos albinos que, pela falta de melanina, um filtro solar natural, têm maior chance de queimaduras, envelhecimento precoce e surgimento de tumores malignos.

PRESENTE DE NATAL AUSTRALIANO

Traduzi o artigo abaixo do jornal Samoa Observer.

Natal Tardio para Crianças com Albinismo

Definitivamente, trata-se de um caso de “antes tarde do que nunca.”
Quinta-feira passada, uma caixa com presentes vinda da Austrália chegou para as crianças albinas de Samoa.
Embora as camisetas e Bermudas objetivem proteger contra o sol, elas seguem a moda e as crianças as acharão muito estilosas.
O Pacific Albanism Project, órgão doador, também incluiu no pacote material de leitura sobre o albinismo.
Lentes de aumento foram incluídas na remessa para auxiliar crianças cuja leitura seja prejudicada por baixa visão.
A Fundação Clarence Sebastian trabalha com organizações do gênero para assegurar que as crianças com albinismo de Samoa recebam alguma notícia animadora neste início de ano letivo.
Os presentes serão distribuídos ainda esta semana.  

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

POLÍCIA INCLUSIVA

Policiais surdos trabalham onde ver conta mais que ouvir
Quando o policial observou um homem agindo suspeitosamente, caminhando de modo errático e com um olhar estranho, ele imediatamente chamou reforços. Isto é, ele girou sua cadeira aqui no centro de comando da polícia e rapidamente sinalizou para o colega em linguagem de sinais.
O policial Gerardo, de 32 anos, faz parte de um quadro de 20 policiais surdos que se formaram há alguns meses para ajudar a vigiar este centro turístico. O homem suspeito que ele avistou na câmera de segurança acabou sendo o suspeito principal de um caso de assassinato.
"Embora não possamos escutar, podemos nos encarregar de qualquer trabalho", Gerardo disse, falando através de um intérprete.
Mais de 200 câmeras observam a cidade, uma das muitas no México que instalaram tais sistemas de segurança nos últimos anos a fim de combater a criminalidade nas ruas. Mesmo tendo levantado algumas preocupações com a privacidade, os policiais comemoraram a instalação dos sistemas, que darão a eles uma ferramenta a mais para diminuir o tempo de resposta e documentar crimes.
Os oficiais daqui reconhecem que chegar rapidamente com as unidades ao local do crime é apenas uma parte do problema. As vítimas dos crimes frequentemente decidem não prestar queixa, por falta de fé no sistema judiciário.
Os turistas desta cidade colonial, famosa pela arte e pela comida, parecem tranquilos com as câmeras de segurança e com o fato de passearem ao lado de avisos de que a área está sendo vigiada. Embora Oaxaca não seja conhecida por uma alta taxa de criminalidade, os turistas podem ser alvos fáceis para trombadinhas, e os bairros mais de classe operária têm sua cota de tráfico de drogas, ladrões de carros, brigas e crimes violentos.
O Estado reformulou o centro de comando em 2012, mas achou que ele precisava de uma ajuda extra para monitorar as 230 câmeras, uma tarefa demorada e monótona. Havia outro problema: já que as imagens não tinham som, os oficiais tinham problemas em determinar o que as pessoas estavam falando.
"Nós não sabíamos fazer leitura labial, então nos ocorreu usar pessoas surdas, já que muitos deles sabem", disse Ignacio Villalobos, o subsecretário de segurança pública daqui.
Ele disse que a atenção visual intensificada permitiu que os oficiais surdos vissem os problemas acontecendo na tela mais rapidamente do que outros policiais que podem ouvir e falar, mas que estão frequentemente distraídos pelos toques dos telefones, scanners policiais e conversas no centro de operações.
Villalobos disse que os oficiais surdos — "nossos anjos silenciosos", como ele os chama — já ajudaram a resolver ou deram assistência em vários casos, embora ele tenha se recusado a prover dados específicos, até uma futura avaliação do programa. Ele chamou o caso de assassinato de "o maior sucesso".
Os oficiais receberam treinamento dos procedimentos policiais, mas não são policiais de patrulha juramentados e não carregam armas. Seu trabalho está limitado ao centro de comando, mas os supervisores não quiseram seus sobrenomes publicados, devido ao envolvimento deles nos relatos de crimes.
Poucos deles tinham trabalhos lucrativos antes de virarem combatentes do crime. Os deficientes no México têm altas taxas de desemprego e, frequentemente, são ajudados pela família e pelos amigos.
Mas o setor privado e algumas fundações estão trabalhando para reverter isso. Entre os programas de maior visibilidade está um no aeroporto internacional na Cidade do México, onde cadeirantes trabalham checando os documentos de identificação nas filas de segurança e respondendo dúvidas de turistas.
Uma manhã recente mostrou a monotonia que geralmente caracteriza o trabalho da polícia, conforme vários oficiais surdos fixavam seus olhos nas telas que mostravam a natureza rotineira da vida na cidade.
"Parece uma guerra lá", disse um oficial entusiasmado, conforme os expedidores apanhavam seus rádios e mandavam unidades. Mas os oficiais rapidamente determinaram que era apenas um bando de crianças fazendo baderna.
Outro policial viu um casal abrindo o que pareciam ser cervejas em seu carro, estacionado no acostamento de uma estrada. Uma unidade de patrulha foi enviada, mas o casal foi liberado para ir embora com uma advertência, depois de esvaziarem as garrafas. No início, os oficiais veteranos riam das reações embasbacadas dos novatos diante de acidentes de carro e roubos de bolsa rotineiros mas, com o tempo, os novatos estão desenvolvendo uma carcaça mais dura.
"Nós os desumanizamos um pouco, e eles nos humanizaram", disse Villalobos com uma gargalhada.
Os oficiais, a maioria recrutada de organizações de serviços sociais, disseram que depois da batalha para conseguir um emprego, o trabalho na polícia era recompensador.
Uma policial novata, Eunice, de 26 anos, disse que havia sido rejeitada em outros empregos de escritório e lojas, com poucos gerentes dispostos a lhe dar uma chance ou ajustar os cargos de acordo com sua surdez.
Mas ela achou seu nicho como policial. Recentemente em uma noite, disse ela, a imagem de alguém sendo atropelado por um carro piscou em sua tela, a princípio deixando-a chocada. Mas ela rapidamente se compôs e alertou o expedidor.
Com um sorriso cheio de orgulho, ela simplesmente disse: "nós somos os olhos deles".

TELINHA QUENTE 69


Falta-me familiaridade com Anthony Trollope; li um único romance (resenhado aqui). Porque amo minisséries “de época” (sic, qualquer coisa é de época) e quero conhecer mais de seus enredos, vi os 2 capítulos de He Knew He Was Right (2004), estudo da desintegração paranóica duma personalidade.
Em visita às ficcionais Ilhas Mandarim, Louis Trevelyan casa-se com Emily, filha do governador inglês e mudam-se pra Londres em companhia de Nora, irmã de Emily. No começo, mil maravilhas. Até o ciúme doentio de Louis começar a dissolver-lhe a sanidade. Ele desconfia que o Coronel Osbourne, padrinho madurão da esposa, está dando em cima dela, e, pior, sendo correspondido.
Desconhecedora dos costumes da capital, Emily não se importa com as visitas – viu o que pode acontecer quando se admite uma “estrangeira”? Emily é inglesa, mas estava na colônia desde infante, tinha a marca da alteridade. O mal-afamado Coronel Osbourne nada faz pra dissuadir o mundo de pensar porcaria da amizade e Emily cai em desgraça com o marido, que literalmente a exila cada vez mais pra longe e perde cada vez mais a sanidade.
Longe de ser processo puramente individual, a crescente obsessão de Louis é alimentada por fofocas, informações deliberadamente falsificadas e repercutida em pelo menos uma subtrama. A obstinação de Emily em não admitir ao marido algo que não faz, deixa Louis mais desconfiado. Nossas sensibilidades impacientes do século XXI contrariam-se com a passividade de Emily. Mas, o livro é de 1869; não dá pra pedir muito mais.

O casal Louis e Emily me foi ingostável, mas a gênese duma personalidade mórbida toma dianteira. As tramas paralelas e subalternas são interessantes, por vezes divertidas, e, com a central, mostram a selvageria velada do mercado matrimonial vitoriano. 
O roteiro de Andrew Davies inclui quebra da quarta parede: personagens falam diretamente pro telespectador. Sabemos que é estratagema pra dar profundidade psicológica às personagens, mas não cai bem numa produção de tom realista. Em momentos cômicos até vá lá, mas Emily falando na carruagem, com sua irmã ao lado sem ouvi-la, é estranho. No século XIX ou parte do XX essa convenção funcionava, agora preferiria que ele tivesse usado o velho truque de fingir que a personagem estava pensando. De qualquer modo, lançar mão desses recursos formais, chama a atenção pras limitações da (tele)dramaturgia em expressar fluxos de consciência e como escamotear tais limites.
Sua voz não ajuda, mas Oliver Dimsdale está bem como o neurastênico Louis. Se eu fosse ele, ficaria mesmo meio enciumado do Coronel Osbourne, se esse fosse tão classudo e sotacudo como o sempre ótimo Bill Nighy. Laura Fraser não pôde fazer muito com o material que tinha em mãos. Emily é tão interessante quanto uma lista telefônica albanesa.
Isso abre espaço pros coadjuvantes roubarem a cena.  Atente pra deliciosa – ainda que estereotípica – tia solteirona e rica, interpretada por Joanna David, uma delícia. E David Tennant, como o Reverendo Gibson? Risada pra disfarçar a dureza do mercado matrimonial e da transferência de capital.
He Knew He Was Right capta o interesse a despeito de o par central ser tão difícil de se empatizar com. Trama central muito boa e subtramas saborosas, com atores e produção de primeira tornam essa mini pra lá de recomendável.
Não faço idéia se tem completo no You Tube, mas compensa pelo menos ouvir a maravilhosa canção de abertura.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

CAIXA DE MÚSICA 91


Porto Alegre - faixa de Tulipa Ruiz no disco-tributo Mulheres de Péricles – agradou tanto, que compõe a playlist permanente no notebook e seleção especial pra viagens e passeios no mp3. Descobri que a cantora disponibilizou o segundo álbum de graça em seu site. Não podia perder a chance de me entrosar com a nova geração da música popular brasileira. A gente envelhece e perde a sintonia com a novidade. Não é bom.
Gostei do segundo trabalho da paulistana, que traz um novo conceito de MPB pra 40tões acostumados ainda com o indianismo e as facas amoladas dos anos 70 de Minas. Novo porque agora vem influenciada e misturada com psicodelia, britpop e letras nas quais o inglês está em perturbadora simbiose com o português. 3 títulos são no idioma de Paris Hilton: Like This, OK e Script. Sem contar os “fake” e “superplugada” que povoam as canções. Nós, classe média “isclaricida”, estamos colonizados em excesso?
Urbanas, universitárias e pluri-identitárias, as letras pertencem ao mundo literário pós Caê, irmãos Campos e Arnaldo Antunes, cantadas com aquele erre de certa fração da classe média paulistana. Certo crítico destacou isso como peculiaridade da cantora. Será que ele vive sob uma pedra e nunca escutou gente da paulicéia? Basta ouvir o coral masculino cantando as aliterações de Quando Eu Achar.
Tulipa canta bem e não tem pudor em experimentar com a voz. No blues esganiçado de Víbora, a gente torce pra ela amadurecer logo e perceber o valor da parcimônia e seus limites. O clima britpop de Like This lucraria sem a revoada de maritacas.  
Dois Cafés, dueto com Lulu Santos tinha tudo pra ser grande, com seu clima carnavalesco e sua guitarrinha referindo-se ao estilo californiano-havaiano do veterano oitentista e letra sobre jovens lutando por um lugar ao sol. Mas, parece que as vozes jamais duetam; a impressão é de que cantam juntos, mas separados (superplugado na geração das salas de chat!). E Lulu soa contrito, nunca decola. Gostosa canção, mas poderia ser bem mais.   
Esses senões não comprometem a qualidade de Tudo Tanto. Destaque pra abertura titânica de É e pra opulência orquestral de Desinibida, sublime pra ouvir em fone de ouvido e viajar na tapeçaria instrumental e nos vocais apropriados. 

domingo, 27 de janeiro de 2013

HIP HOP ALBINO

Além do rapper inglês exilado na China, da postagem anterior, o blog já trouxe informações e vídeos sobre 2 outros: o norte-americano Brother Ali e o brasileiro Gaspar, lá de Sampa. Clique nos nomes pra acessar os posts

SUPERAÇÃO HIP HOP ALBINA

Um jornal da cidade inglesa de Oxford publicou sobre um albino que emigrou para a China, superou suas limitações e hoje atua como artista de hip hop em bares da cidade de Xangai.


Rapper com Albinismo é Estrela no Oriente
Debbie Waite
(Tradução: Roberto Rillo Bíscaro)
Crescer em Oxford como o filho albino de um casal paquistanês foi difícil para Imran Zeb. Mas, agora ele crê que tudo foi um plano de Deus para torná-lo um rapper chinês.
Imran Zeb nasceu em 16 de junho de 1979, chocando seus pais, que, repentinamente, tinham um “filho branco”.  
“Mamãe e papai nunca falaram muito disso, mas deve ter sido bem estressante para eles”, comenta. “Eles obviamente ficaram chocados com aquele ‘bebê branco’, que teria de conviver com 2 irmãos de pele escura. Eu era membro de uma família e de uma comunidade muçulmana, onde todos tinham pele escura, exceto eu.”
“Na escolinha não foi tão difícil, porque crianças pequenas tendem a não classificar muito as pessoas, mas, perto do final, comecei a sentir o começo do isolamento”.
Além da pele branca, o albinismo significava que seus olhos não paravam de se mexer e o menino tinha que usar grossos óculos. “Nada bom para um garoto em idade escolar”, ele brinca. “No ensino médio, eu não tinha nenhum amigo de verdade e muito menos namoradas”.
Imran adorava rap e hip hop. “Apesar de me sair muito bem nos estudos, nada de namoradas!”
“Descobri Brother Ali, um rapper albino dos EUA e comecei a fazer minhas próprias rimas, nas páginas traseiras de meus livros”.
Ele graduou-se em História e em 2005 visitou a China, onde teve uma revelação.
“Adorei o anonimato e tantas possibilidades.” Tempos depois, comunicou aos pais que se mudaria para Xangai para ensinar inglês.
Ele lembra: “eles estavam preocupados sobre como eu me arranjaria. Mas eu fui pra lá, abandonei minha bengala e lentes de aumento e me senti estranhamente em casa, mesmo sem saber chinês e com ninguém falando inglês!”
Ele conheceu Hui Fen, com quem se casou em 2007. “Sempre me preocupara ter filhos albinos”, revela. “Quando meu primogênito nasceu sem a condição foi um alívio!” Seu segundo filho também não tem albinismo.
Desde que se mudou para Xangai, Imran tem perseguido seu sonho de se tornar um artista do hip hop e, agora fluente, compõe e canta em chinês.
Com o nome artístico de Hanafi, ele se apresenta em bares alternativos da cidade.
Ele conta: “a música chinesa é muito censurada e canto sobre política e religião, o que é um risco, mas, vale a pena.”
“Dentro de alguns anos, quero me mudar de volta a Oxford com minha família e fazer meu nome no mundo da música. Adoro a China, mas, sinto falta do ar puro, do espaço e do leite de Oxford!”
“Outro dia, meu filho mais velho apontou para meu cabelo e perguntou por que era mais claro que o dele. Ele terá que lidar com diversas coisas durante seu crescimento, porque o pai dele é albino. Espero, que como eu, ele perceba que tudo acontece por alguma razão”. 

sábado, 26 de janeiro de 2013

ALBINO GOURMET 84

Seleção de lasanhas neste sábado. Tem até de abobrinha.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

PAPIRO VIRTUAL 46

Interrompi as leituras trágicas pra devorar tese sobre American Blues, coletânea de peças do norte-americano Tennessee Williams. Finda e apreciada a fruição acadêmica, voltei ao Sófocles pra mim desconhecido.
Li As Traquínias sábado e pensei no infortúnio de haverem restado apenas 7 das 10 dúzias de tragédias escritas pelo grego. Comparada a Ájax ou Filoctetes, essa não segura a onda.
O mito hercúleo forneceas personagens. O herói voltava deprolongada campanha militar. Sua dedicada esposa aguardava-o ansiosa, mas descobre que o maridão trazia concubina em seu espólio de guerra (como Agamenon fizera com Cassandra). Pra piorar, aprende que a investida contra a cidade fora ocasionada por tesão pela bela Iole. Como Helena, a moçoila paga caro pela beleza extrema. Esses gregos e sua insistência na moderação.
Temerosa de perder Hércules, Dejanira lembra duma poção com que o centauro Nesso a presenteara momentos antes de expirar.  Garantida pra segurar macho.  Só que a causa mortis de Nesso fora o próprio Hércules. Claro que o homem-cavalo estava sacaneando Dejanira, que cai como patinha. Ela besunta uma túnica heracliana com o unguento e o resultado é dor insuportável, porque o corpo do grandalhão literalmente começa a derreter sob o tecido. Pra pagar por sua ingenuidade (burra demais!), Dejanira suicida-se. Héracles também não tem escolha senão se autoimolar, posto sua capa estar grudada em sua carne derretida.
Difícil empatizar com os protagonistas: o infiel Hércules e a estúpida esposa. Mas, a tragédia grega não implicava em empatia. Tínhamos que sentir terror e piedade pela queda de gente socialmente muito elevada. Se esses desastres aconteciam com semideuses, quem dirá os pobres mortais espectadores!
Mesmo assim, não dá pra deixar de perceber que o sofrimento de Hércules – e o fato de ser homem e herói – deve ter lhe granjeado a pena da plateia.  Longas e dramáticas suas falas reclamando da dor e tentando entender o porquê de tamanha provação. Na Grécia Antiga a explicação era fácil: porque os deuses quiseram. Ainda bem que em nosso avançadíssimo estágio civilizatório deixamos esse exagero pra trás, não? 

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

VÔMITO E APLAUSOS

Garçom vira herói ao se recusar a servir cliente que destratou criança com síndrome de Down
Uma criança de apenas 5 anos de idade foi vítima de preconceito em uma steakhouse na cidade de Houston, no Texas. Enquanto almoçava ao lado da família, Milo, que é portador de síndrome de Down, foi alvo de comentários agressivos por parte de um homem que estava sentado na mesa ao lado. O crime, porém, não passou batido: Michael Garcia, garçom do restaurante, questionou a ofensa e se recusou a servir aquele cliente, segundo noticiou o jornal britânico Daily Mail.
O homem, que também estava acompanhado da família, primeiramente pediu para mudar de mesa e sentar longe do menino. Em seguida, disse: “Crianças especiais deveriam ser especiais em outro lugar”.
Ao ouvir o comentário, Michael, abismado, foi até o cliente tirar satisfação. “Como é que você pode falar uma coisa dessas? Como pode falar isso de um lindo anjo de apenas 5 anos?”, disse. Sabendo que poderia perder seu emprego, o garçom pediu desculpas, mas falou que não iria servir aquela mesa.
Milo e seus parentes, até o momento, não haviam notado nada. Eles só ficaram sabendo do acontecido quando um colega de trabalho de Michael os contou. Os pais do menino agradeceram e disseram que já se consideram clientes fiéis da casa.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

VÍDEO GAME INCLUSIVO

Deficiente visual mostra, ao vivo, que é possível jogar videogame; Por meio de orientações via áudio, usuário consegue executar os comandos e se divertir

http://entretenimento.r7.com/hoje-em-dia/noticias/deficiente-visual-mostra-ao-vivo-que-e-possivel-jogar-videogame-20130121.html

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

TELINHA QUENTE 68

Roberto Rillo Bíscaro

Sorte não haver televisor que transmita cheiro, caso contrário seria mais difícil assistir à trinca de documentários da BBC, que achei completos no You Tube, sem legendas.
Produzidos ano passado, Filthy Cities (Cidades Imundas) desglamuriza metrópoles ao mesmo tempo em que alerta sobre o que fazer com nosso lixo e detritos. Se sustentabilidade for mesmo possível, esse é um desafio do qual não podemos nos esquivar.
Primeiro, vi o programa sobre a Nova York tornada Nova Roma a partir da Revolução Industrial do século XIX. Em tom bombástico, o repórter Dan Snow mergulha a mão em detritos, deixa-se picar por percevejo e piolho e visita um apartamentos que não via limpeza há décadas.
No século retrasado, a Grande Maçã era bichada. O maciço fluxo migratório aumentava a população em progressão geométrica. A cidade fedia com toneladas de estrume, animais apodrecendo e excrementos humanos nas ruas. Muitas fortunas – hoje tidas como impolutas, né? – foram construídas pela exploração dessa gente e a corrupção era espantosa. Senhorios cobrando aluguéis extorsivos por apartamentos onde diversas famílias se amontoavam e eram foco de epidemias de cólera e tifo. Açougueiros fabricando lingüiça com carne podre e mascarando cor e fetidez com tintura e produtos de limpeza.
O documentário mostra como a tecnologia resolve problemas, criando outros. A invenção do automóvel limpou o estrume das ruas (que fim será que tiveram as centenas de milhares de cavalos, desaparecidos em 5 anos?), mas iniciou a brutal emissão de gases que destroem a camada de ozônio.
Também serve de alerta pra quem ainda crê que cientistas são abnegados seres sem interesse político, visando ao bem comum. A cena em que a empresa de Thomas Edison eletrecuta um elefante pra provar a eficiência de seu sistema é revoltante.
Isso não significa que o programa seja tecnofóbico e niilista. Aprendemos sobre um fotógrafo que usou o então novo invento pra registrar as miseráveis condições nos pardieiros e conseguiu mobilizar a nação em prol da melhoria das condições de higiene e de vida em geral.

Seguindo a nojeira, vi o documentário sobre Londres no século XIV. Evite vê-lo durante as refeições. Ugh!
O espaço reduzido e as ruas apertadas da cidade, eram lar pra cerca de 100 mil pessoas, a maioria imigrada atrás de liberdade e iludidas com a promessa de ruas pavimentadas de ouro, de acordo com a fama de opulência da cada vez mais importante capital inglesa.
Ao invés de ouro, as ruas fediam com pilhas de lama, excremento humano e animal, restos de carne. O problema da disposição das fezes é abordado com detalhes e imagens repugnantes. Profissões novas, como limpadores de fossas, foram criadas; multas pra sujões existiam, mas quase ninguém cumpria. Longe de não fazerem nada a respeito ou apreciarem a sujeira, a infraestrutura medieval não possibilitava a erradicação da imundície.
Quem pensa em tornar-se vegetariano deveria ver esse episódio; a indecisão certamente se desvaneceria. Dan Snow limpa um porco, com riqueza de sons, inclusive (ele não mata o animal, mas os ruídos de quando se chega aos intestinos, por exemplo, são nojentos).
Tanta falta de higiene foi prato cheio pra Peste Negra, que, mudou o panorama sócio-político europeu. No caso de Londres, metade da população pereceu, mas, ao mesmo tempo, a epidemia encetou ações pra sanitarizá-la. Claro que os leitores de Dickens, lá do século XIX, sabem que muitas partes da metrópole eram muito insalubres, centúrias após a medievalidade. 

Finalmente, vi como Paris se livrou da fedentina e pestilência perenes que a sufocaram por séculos.
À época da Revolução Francesa (1789), a Cidade Luz não fazia jus ao atual cognome. Inchada com mais de 500 mil habitantes, as ruas e o Sena eram esgotos a céu aberto e a expectativa de vida dum parisiense pobre – a maioria – era de meros 23 anos.
A suntuosidade de Versalhes não ficava muito atrás no quesito imundície. Densamente povoado por moradores, visitantes e animais, o palácio também não era exemplo de higiene. Chanel ficaria nauseabunda.
O apresentador-historiador Dan Snow novamente enfia as mãos na meleca, desta vez reproduzindo o modo como o couro era tratado, num processo que envolvia fezes caninas e urina humana.
Citada como um elemento deflagrador da Revolução, a sujeira não foi eliminada por ela, porque a guilhotina comeu decepou pescoços demais à época do terror, empesteando a cidade com milhares de cadáveres.
O tão versejado brilho parisiense só luziu a partir da segunda metade do século XIX, quando o prefeito Haussmann demoliu três quartos da cidade, mandou os pobres pros subúrbios e idealizou um desenho urbano que tornou a capital mais arejada e espaçosa, e, que, no processo, coibia levantes populares. 

Ao arrolar a (luta contra a) sujeira como mais um fator de reivindicações, lutas e mudanças, Filthy Cities ensina bastante. E embrulha o estômago. 

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

A SUPERAÇÃO DE AURISTELA

Menina que nasceu sem língua aprende a falar após tratamento inédito no Brasil

O assunto é superação. Você vai conhecer o incrível exemplo da jovem brasileira que nasceu sem a língua e mesmo assim aprendeu a falar. A recuperação de Auristela é um caso raro, que só aconteceu outras duas vezes no mundo. Hoje ela se comunica, estuda e sente qualquer tipo de sabor nos alimentos. Aos 23 anos, Auristela tem mesmo muito para contar e o mais incrível é que só agora, depois de um tratamento inédito no Brasil, desenvolvido por profissionais da Universidade de Brasília, ela consegue falar. Confira! 

http://rederecord.r7.com/video/menina-que-nasceu-sem-lingua-aprende-a-falar-apos-tratamento-inedito-no-brasil-50fc689992bb9cd0a0105ec8/

domingo, 20 de janeiro de 2013

ROMANCE DA SUPERAÇÃO

História real de superação é o mote do novo romance de Javier Moro

Em 1982, um terrível acidente prendeu para sempre o jovem francês Christophe Roux a uma cadeira de rodas levando-o a uma clínica de reabilitação no Sul da França, onde conhece o cambojano Song Tak, cuja infância fora roubada pelo Khmer Vermelho. A amizade entre os dois, marcada por superações, é o mote de O Pé de Jaipur (Editora Planeta, 256 pág., R$ 34,90), do espanhol Javier Moro. Marca registrada do autor, Moro, mais uma vez, estrutura o romance a partir de uma história real recheada de fortes emoções.Ao longo de dez anos, Roux e Tak rodaram o mundo em busca de ultrapassar suas limitações. Song tinha 13 anos quando as tropas do Khmer Vermelho invadiram Phnom Penh, sua cidade natal, de onde ele e sua família foram expulsos para viver em uma fazenda, com outras mil crianças, trabalhando por mais de doze horas diárias. O Khmer Vermelho, regime político adotado no Camboja nos anos 1970, pregava a revolução camponesa e obrigava a todos os cambojanos a migrarem para o campo. Em quatro anos de revolução, um terço da população (de nove milhões na época) foi dizimado e mais de quatro milhões de pessoas ficaram com graves sequelas.
Depois de uma temporada em Nova York, Song retornou ao seu país onde se dedicou à difusão do pé de Jaipur, uma prótese de baixo custo para pessoas que tiveram a parte inferior do joelho amputada, condição de boa parte da população cambojana. Desenvolvida na cidade de Jaipur, na Índia – daí o nome-, a prótese de borracha é flexível, sólida e muito barata. Mas, em 1991, durante a sua missão no Camboja, Song descobriu um cisto intramedular que o prendeu, de vez, em uma cadeira de rodas.
A dez mil quilômetros de distância, Christophe canalizava suas energias para o esporte: tantos anos de reabilitação fizeram da busca pela forma física uma verdadeira obsessão. Jogava tênis de mesa, mas correr na cadeira de rodas era o grande desafio. Por cinco anos, os amigos se corresponderam à distância e o reencontro foi uma casualidade, três dias antes do encerramento dos jogos Paralímpicos de Barcelona de 1992. Eles disputaram a maratona e Song levou medalha de bronze.
Craque em romancear histórias, Moro dedica muito do seu tempo em pesquisas e com O Pé de Jaipur não foi diferente. O autor se debruçou em livros sobre o Khmer Vermelho, consultou especialistas em tetraplegias, visitou clínicas de reabilitação para poder reconstruir, com maior fidelidade, a história de Song e Christophe.

sábado, 19 de janeiro de 2013

CONSCIENTIZAÇÃO ARGENTINA

ONG cria ônibus restaurante com cozinheiros cegos na Argentina
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/01/130117_cozinheiros_cegos_buenos_aires_marcia_rw.shtml?print=1

ALBINO GOURMET 83

Voltinha pelas cozinhas brasileira, holandesa e mais...





sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

OVERDOSE DE FOFURA

Gente, dá pra resistir a esse bebê esquilo albino?

http://imgur.com/HCVpW

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

ALBINISMO TOP


Alguns sites brasileiros hoje trazem a história da modelo albina sul-africana Refilwe Modiselle. Resolvi traduzir a matéria que o jornal inglês Daily Mail fez a respeito da moça.

 “Finalmente, sinto-me bonita”: a linda albina Refilwe Modiselle afirma que “vive na pele de uma pessoa branca” e avança na carreira de modelo.
(Tradução: Roberto Rillo Bíscaro)

A modelo albina sul-africana Refilwe Modiselle contrariou expectativas e tornou-se um dos rostos novos mais procurados do circuito da moda atual. Uma beleza natural, seu cabelo loiro-branco, pele pálida e olhos azuis de gelo significam que ela é foco instantâneo das atenções – fato que designers têm usado a seu favor.  

Aos 27 anos de idade, ela conta que só recentemente começou a sentir-se confortável com sua aparência. “Jamais imaginei que seria modelo. Finalmente sinto-me bonita”, revelou em entrevista à revista Grazia .

Ela já afirmou que vive “na pele de uma pessoa branca” e reclamou sobre o estigma e as dificuldades que enfrentou crescendo como albina na África do Sul.

“Quando saía às ruas, as crianças sempre diziam coisas horríveis. Não ligo”, afirmou. “Pensavam que minha mãe tinha se envolvido com um branco. Também me lembro de empresários não muito ansiosos por me contratarem.”

Embora a África do Sul possua porcentagem bastante elevada de pessoas com albinismo, ainda existe preconceito generalizado.

Muitos albinos têm sido mortos por seus órgãos nos chamados ‘muti’ ou assassinatos medicinais, uma vez que se crê que possuam poderes curativos.

Em junho de 2011, um albino de 14 anos foi sequestrado e acredita-se que tenha sido morto como parte de um ritual tribal.
Não obstante esses obstáculos, Refilwe tem tido sucesso fenomenal em sua carreira. É a única modelo com albinismo a desfilar no país. Sua estreia foi em 2005, em um desfile de David Tlale. A modelo é contratada da importante agência Ayana Africa Model Management.

Ela é o rosto da grife sul-africana LEGiT e continua a embelezar passarelas pelo globo.

Seu próximo passo será no mundo do cinema, com um papel na comédia romântica Tell Me Sweet Something.

Refilwe, que usa protetor solar religiosamente, espera usar sua fama e recém-achada autoconfiança para lutar contra o preconceito que atinge albinos. “Espero inspirar muitas pessoas, independente de raça ou cor”.   
Seu sucesso já inspirou a colega albino sul-africana Thando Hopa, 23, a tornar-se modelo e juntas esperam ajudar a romper os tabus cercando os albinos do país.

http://www.dailymail.co.uk/femail/article-2262807/Refilwe-Modiselle-said-lives-skin-white-person-carves-career-model.html


terça-feira, 15 de janeiro de 2013

TENDÊNCIAS HIGH TECH

Especialista aponta sete tendências de redes sociais e smartphones em 2013

Smartphone - AP
Potencial de redes sociais e smartphones ainda é ignorado por empresas e governos, diz analista
A combinação do uso de redes sociais e smartphones é a principal força motriz da próxima onda de mudanças digitais, mas os benefícios não são isentos de ônus, avalia o especialista Nic Newman, da Universidade de Oxford, que apontou sete grandes tendências do setor para 2013.
Por um lado veremos avanços como o "celular carteira" e novas maneiras de acessar conteúdo online, com acessórios como o Google Glass e o Vuzix (ambos são equipamentos semelhantes a óculos, com acesso à internet e outros serviços).
Mas, na opinião do estrategista digital, também precisamos nos preparar para mais anúncios nos telefones, muita dor de cabeça e batalhas judiciais motivadas por invasão de privacidade e divulgação de dados pessoais e o surgimento de clínicas para viciados nessas tecnologias.
O especialista diz que a maioria das empresas continua ignorando o potencial das redes sociais aliadas aos smartphones, correndo o risco de tornar seus produtos irrelevantes.
Instituições e governos também estão atrasados, na opinião do britânico, e um dos motivos seria a maior flexibilidade trazida pelas novas tecnologias, o que impacta os processos tradicionais de tomadas de decisões e de hierarquia.
Veja as sete grandes tendências apontadas por Newman:

1 – O 'celular carteira'

Cada vez mais aspectos da nossa vida poderão ser controlados a partir dos nossos celulares em 2013.
Um a um, cartões de banco, de fidelidade, de transporte público e cartões de embarque de companhias aéreas estão sendo sugados de nossa carteira física e sendo integrados aos softwares de smartphones.
Por um lado trata-se de um aumento de conveniência, por outro, aumentam os riscos de perder ou ter seu telefone roubado. Devem crescer as maneiras de proteger suas senhas e dados pessoas, além das tecnologias para rastrear e até mesmo destruir seu smartphone à distância.

2 – Anúncios no celular

Mais de 10% do tempo dos consumidores é gasto em seus smartphones, mas apenas 1% da propaganda é feita nesta plataforma atualmente. Esta diferença deve ser diminuída em 2013, mas o resultado deve ser incômodo para os usuários.
Anúncios invasivos em redes sociais e versões de sites para celulares, notificações de propagandas e ofertas baseadas na localização do usuário (sobretudo ligadas a compras) devem aumentar.
Podemos aguardar retaliação contra as invasões comerciais neste espaço pessoal, incluindo disputas sobre questões de privacidade e venda de dados pessoais, e ao menos uma rede social deve passar a oferecer um serviço premium sem anúncios ainda neste ano.

3 – Spam de celebridades

As celebridades deverão se esforçar para criar canais de comunicação com os usuários de redes sociais.
Cada vez mais famosos deverão fazer uso de perfis nessas mídias, envio de mensagens de texto e aplicativos em smartphones. Tudo para manter contato direto com seus fãs.
O ano de 2013 pode dar início a um novo fenômeno: os fãs serão assediados pelas celebridades, e não o contrário.
Emissoras de TV, por exemplo, já estão treinando seus astros para mandarem mensagens de texto vestidas como os personagens de telenovelas e seriados antes, durante e depois dos programas.

4 – 'Megafone global de fofocas'

A combinação das redes sociais e smartphones aumentou dramaticamente a velocidade com que tanto notícias como boatos podem ser difundidos ao redor do mundo.
Deveremos ver mais tentativas mal sucedidas de políticos e advogados para tentar domar a internet. Por outro lado, deve haver um senso comum de que as coisas ditas nas redes sociais não estão acima da lei.
Deve haver processos judiciais de figuras de destaque contra o Twitter e o Facebook e novos programas de educação de condutas em redes sociais nas escolas e empresas.

5 – Notícias

Cerca de um terço de todo o tráfego online levando aos sites de notícias já se origina nos smartphones, e esta tendência está começando a mudar o tipo de notícias que consumimos e a velocidade com a qual elas são produzidas.
Live blogs estão ficando cada vez mais frequentes para notícias e eventos esportivos, mas os jovens, em particular, estão cada vez mais ignorando os sites tradicionais e obtendo suas notícias diretamente dos links em seus feeds do Twitter e do Facebook.
Uma tendência a ser observada em 2013 é o crescimento de serviços sociais de vídeo como o ThisNewsNow, um serviço que tem um estilo informal, novo, e focado em vídeos virais curtos.

6 – Clínicas para viciados digitais

Há cada vez mais viciados nos feeds de informações, fotos, vídeos, e links ao vivo proporcionados pelas redes sociais.
Com isso, muitos estão perdendo as habilidades de manter uma conversa com outra pessoa ou de exercitar a capacidade de reflexão silenciosa.
Neste ano, os fabricantes de smartphones deverão encontrar mais e mais e maneiras – alarmes, alertas, vibrações e outros- para interromper a capacidade de concentração e raciocínio dos usuários.
Abre-se assim novas oportunidades para clínicas e espaços de retiros rurais para reavivar nas pessoas a arte de manter uma conversa sem interrupções, hesitações ou desvios de atenção.

7 – Acessórios controlados por smartphones

Neste ano seu telefone vai passar a controlar também o que vestimos e enxergamos. O Google Glass e o Vuzix (que deve chegar às lojas em 2013) são essencialmente computadores portáteis que ampliam a realidade para um outro estágio.
Resultados de partidas de futebol serão enviados diretamente aos seus olhos, e o reconhecimento da fisionomia de usuários do Facebook e do LinkedIn podem providenciar uma biografia instantânea em uma festa, evitando constrangimentos ou abrindo oportunidades de negócios.
Vestidos especiais poderão até projetar os últimos updates dos perfis de redes sociais em tempo real.
Nic Newman é um estrategista digital e ex-executivo da divisão de Future Media da BBC, em Londres. Ele também atua como pesquisador do Instituto Reuters para o Estudo de Jorna lismo na Universidade de Oxford.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/01/130107_tendencias_digitais_2013_jp.shtml?print=1

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

CAIXA DE MÚSICA 90/TELINHA QUENTE 67


O verão de 1967 no hemisfério norte ficou conhecido como Verão do Amor. Hippies, protestantes contra a guerra do Vietnã e racismo saiam às ruas e pediam paz e amor, ao som de Beatles, Bob Dylan e Motown. Muito LSD e maconha, roupas floridas, cabelões.
Tudo isso foi substituído pela crise econômica dos 70’s e a guinada direitista de Reagan-Thatcher. A Inglaterra neoliberalizada tornou-se paraíso yuppie oitentista. Parte da população comprava mundos e fundos enquanto boa parte dela padecia pelos cortes nos programas sociais do governo, que dizia se intrometer o menos possível na economia (mas gastava horrores com armamentos).
No verão de 1989, o governo Thatcher começava a falecer; a invasão capitalista no Leste Europeu era iminente; na China, estudantes pediam liberdade.
Na Inglaterra, especialmente em Manchester, uma subcultura musico-comportamental transformaria o verão do último ano oitentista no segundo verão do amor. Acelerando a house music de Chicago com muitos BPMs mais, DJs britânicos inventaram a acid house, que mudaria o panorama musical na virada dos 80 pros 90.
O documentário The Summer of Rave (2006) é essencial pra quem quer que tenha dançado ao som de Coldcut, S’Express, Yazz, Black Box e outros (cadê Bomb the Bass?)

Embora o programa não enfoque a história desses projetos, a trilha sonora usada pela BBC vai matar muita gente de nostalgia. Contrapondo o underground acid com o mainstream, dominado por Stock, Aitkin and Waterman (SAW), The Summer of Rave traz eventos memoráveis pra compor o panorama do desenvolvimento da cultura acid. Tudo ao som de Roxette, PhilCollins, Cure e, claro, Technotronic e Happy Mondays.
Chapados de ecstasy, dezenas de milhares de jovens dançavam até a desidratação nas raves, cada vez mais clandestinas porque proibidas devido a reclamações de vizinhos e sensacionalismo dos tabloides. Protestando contra a caretice neoliberal, os jovens se vestiam coloridamente e se beneficiavam da infraestrutura criada pelo sistema que diziam não gostar. O programa mostra, por exemplo, como a estrutura empresarial das raves ajudou a segurar as pontas do vandalismo hoolligan.
Policiais, promotores de festas, empresários e artistas são entrevistados, a maioria elogiando o “movimento” acid house, enquanto o narrador situa o espectador historicamente e estabelece interessantes relações entre o esperado pela juventude e o resultado dessa rebeldia consumista.
Os artistas acid, antes “alternativos”, acabaram no mesmo lugar que os criticados cantores de SAW, a saber, no Top of The Tops. O documentário termina com o Black Box no programa, mas esquece de dizer que a moça que aparece cantando não era quem fazia os vocais. A música produzida no período é realmente deliciosa, mas a trambicagem do Black Box também é metáfora pra “revolução” acid house.
The Summer of Rave pode ser visto no You Tube, sem legendas. Recomendo “de com força”!