segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

CAIXA DE MÚSICA 18

A Menina Madura de 21

Roberto Rillo Bíscaro
Há uns 3, 4 anos a inglesa Adele era proclamada “a próxima Amy Winehouse” devido a certa similaridade vocal e nas influências e resultados em algumas faixas. Em 2008, Adele lançou 19 e provou que tem personalidade própria, apesar das semelhanças. Desde então, ela estourou: papou Grammys e comeu uma fatia do cobiçado mercado norte-americano. Difícil prum artista estrangeiro fazer isso. Kylie Minogue que o diga...

Diferentemente de Winehouse – que nada lança desde 2007 - a trabalhadeira Adele não ficou dando barraco, por isso, teve tempo de preparar seu segundo álbum, lançado semana passada. Muita expectativa em torno de 21, cuja missão é repetir a boa vendagem de 19 e consolidar a moça no mercado. Aos 21 anos (seus álbuns têm por título sua idade à época do lançamento), Adele já provara sua maturidade como compositora e volta com um álbum que, se não investe em territórios inventivos, oferece arranjos suntuosos, produção esmerada, vocais soberbos e algumas das melhores baladas deste século. A tentativa de não perder público e abocanhar mais através duma produção quadradinha deu certo. O álbum encabeça a lista do iTunes no Reino Unido, Alemanha, França, Nova Zelândia e mais um bocado de países ricos. Resta ver se os EUA morderão a isca. Deveriam, porque o prato é delicioso.

Rolling in the Deep foi o primeiro single de 21 e é espantoso. A melodia com percussão bem marcada tem influência de rock e soul, mas também traz discreta marca d’água disco, nos backing vocals e no refrão. Rumour Has It é rock, meio Robert Palmer. A letra é sobre desencanto amoroso. Adele deve ter quebrado a cara entre 19 e 21. Sinto por ela, mas, se minha teoria for verdadeira, quem saiu ganhando fomos nós. Ou, antes, os fãs de baladas. São dramáticas, grandiloqüentes, sentidas. A voz da inglesa sobe, desce, engrossa, afina. Ela é impressionante. Algumas dessas canções trazem certo acento country, que a cantora conheceu melhor durante a turnê pelos EUA.
Turning Tables é uma mistura de piano e orquestração com emoção tão pungente digna dos melhores momentos de Tori Amos, mas com a marca Adele e seus malabarismos vocais. Se beleza em excesso dói, é o caso dessa canção. Don’t Your Remember tem violão e orquestração, e, se não é tão criativa, chega ao zênite devido à interpretação vinda das entranhas. Set Fire to the Rain é drama desde o título. He Won’t Go tem uma inflexão meio fim dos anos 70 no refrão, ao mesmo tempo que é predominantemente informada por urban soul; cairia bem num álbum duma Chrisette Michelle, por exemplo. O ponto alto dentre as faixas lentas é Someone Like You, com a letra e a interpretação mais doídas do álbum. A letra é sobre uma moça que ainda ama o cara, que já está com outra, mas ela o adora tanto que aparece na casa dele pra desejar-lhe o melhor e dizer-lhe que encontrará alguém como ele. A letra simples esconde o complexo da situação, imaginem a situação do sujeito e da moça com o coração partido. Apenas piano acompanha a modulada voz de Adele; só essa faixa já valeria o álbum. Aposta-se que essa canção vire standard. Merece.

Em um disco pautado pela produção conservadora, o sabor de novidade vai pra Lovesong, do The Cure, em clima de bossa nova. Os franceses do Nouvelle Vague já haviam gravado A Forest, do grupo de Robert Smith, na batida brasileira da bossa. Houve crítico inglês deslumbrado pela “inovação” de Adele, mas ela não descobriu esse caminho pras Índias. Não importa. Lovesong funciona bem como sambinha.
Há uma velha canção dos Cranberries, chamada 21, onde Dolores O’Riordan reclama que alguém tirou seus pensamentos e agora ela não deseja nada mais. O clima de dor de amor de 21 de Adele tem parentesco com a letra do grupo irlandês, mas difere em algo crucial. A menina inglesa voltou cheia de pensamentos e desejos, traduzidos em um álbum com um punhado de boas canções e uma obra-prima.

domingo, 30 de janeiro de 2011

CHEIRINHO DOCE

Laboratório francês cria aparelho que permite inalar sobremesas
Um laboratório francês de pesquisas na área gastronômica desenvolveu um aparelho que permite inalar sobremesas.
A máquina transforma os doces, inicialmente líquidos, em vapores que podem ser aspirados com um canudo de vidro, evitando a ingestão de calorias.
O aparelho, chamado Le Whaf, é um recipiente redondo de vidro com uma torneira, como um filtro de água.
O líquido é colocado no Whaf e uma “nuvem” se forma no recipiente. A tecnologia integra o uso de ondas de ultrassom por cristais que se polarizam eletricamente ou se deformam em um campo elétrico.
Minúsculas partículas são formadas e ficam suspensas no Whaf, formando os vapores que podem ser inalada.
A máquina havia sido criada no final de 2009, para inalar três tipos de coquetéis, mas o projeto evoluiu e passou a incluir as sobremesas.
O Whaf foi criado pelo professor de Harvard David Edwards, fundador do Le Laboratoire, em Paris, que realiza projetos que misturam ciência, gastronomia e arte.
“Nuvem de sabores”
Edwards, que realizou trabalhos científicos sobre novos modos de aplicação de remédios e vacinas por meio de aerossóis, define o Whaf como “uma nuvem de sabores”.
A máquina foi desenhada pelo designer culinário Marc Bretillot.
“Há centenas de anos, talvez milhares, nós passamos a comer cada vez menos durante as refeições, mas de maneira mais frequente”, diz o professor de Harvard.
“O Whaf nos orienta em direção a um futuro no qual comer é tanto um ato efêmero quanto um ato essencial como o de respirar.”
“Após as guerras, nós passamos de uma necessidade maior de comida ao oposto, hoje, de saber como comer menos. Nós queremos menos calorias, mas cada vez mais prazer e sensações. Nesse sentido, o Whaf parece ser uma das respostas possíveis”, diz o designer culinário.
Cozinha molecular
As receitas foram criadas pelo chef Thierry Marx, renomado especialista na França da chamada cozinha molecular (em que há uma aplicação de procedimentos científicos na arte gastronômica).
Até o momento, as sobremesas que podem ser inaladas no Whaf são tortas de limão e a tarte tatin, uma torta de maçã invertida, com a massa para cima, típico doce francês.
Outras receitas estão sendo elaboradas, disse à BBC Brasil a assessoria de imprensa do Le Laboratoire, criado há cerca de três anos.
O uso do aparelho fez até surgir o verbo francês whafer para ilustrar a inalação do alimento que se transformou em vapor.
A previsão é de que o Whaf seja comercializado na França e possivelmente em outros países até o final deste ano. “A ideia é reduzir o tamanho do aparelho para facilitar o uso doméstico”, diz o laboratório.
O Le Laboratoire também já havia desenvolvido o Le Whif, um pequeno inalador, que cabe no bolso, que permite respirar os aromas do chocolate sem ingerir calorias.
(Encontrado em http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/01/110128_inalador_sobremesa_df.shtml?print=1)

LUZES, CÂMERA, (SUPER)AÇÃO!

Nossa seção de superação vem misturada com cinema. Você conhecerá um pouco da história de João Júlio Antunes, cineasta brasileiro que também é cego.

Morador de Braslândia é o primeiro cineasta cego do país
"O tempo é tão grande dentro de mim"... Essa é a primeira explanação do único cineasta cego do país João Júlio Antunes, ao relatar sua história para o Jornal O Grito. Aos 44 anos, Antunes que nasceu em Brasília, realiza um de seus maiores sonhos 'fazer um filme', "quando eu era pequeno me lembro da primeira cena de televisão que vi, foi uma parte da novela Irmãos Coragem (1970), a partir daí eu já sabia o que queria fazer da vida", relatou Antunes ao nos receber em sua casa na quadra 35 da Vila São José. Ele está morando em Brazlândia há um ano por conta de um tratamento de saúde.
Tudo começou em 1980, quando João conheceu o teatro, "aquilo me trazia muita alegria fiz peças como o Coelhinho Pitomba que ficou em cartaz no Teatro Nacional por um ano, o Dragão Encantado e A Bruxa Colorida, espetáculos que foram apresentados em várias cidades satélites", relatou - daí até os anos 90 foram vários trabalhos realizados em prol da cultura. Em 1996, João Júlio que na época tinha 30 anos, perdeu a visão por conta de uma doença denominada retinose pigmentar, onde em uma das partes do olho, a retina, as células que recebem a luz morrem e aos poucos o portador perde a visão.
No entanto, a história de superação não termina aí, em 2004 João lançou-se candidato ao cargo de deputado distrital e após passar mal foi detectada outra doença que o levou à hemodiálise, procedimento médico que realiza até hoje, "tive muitas lutas e não deixei as coisas ruins me abaterem, a ideia do filme se concretizou após eu descobrir que precisaria fazer hemodiálise e uma grande amiga Dolores Tomé me apresentou ao Secretário de Cultura do DF Silvestre Gorgulho, assim começou a história de Uma vela para Deus e outra para Beto", começou aí a saga para encontrar um roteirista e um diretor para realizar o curta-metragem.
João se empenhou em tirar seu Diploma de Proponente (documento emitido pela Secretaria de Cultura para pessoas que comprovem que trabalham com arte há mais de 3 anos), para que pudesse fazer um filme. Logo após, conheceu José Luis Mazzaro roteirista de seu curta - Uma vela para Deus e outra para Beto - onde a história conta sobre a vida de Beto, um banqueiro que, aconselhado por um padre sobre as verdades da vida, abre mão de toda sua fortuna para ser monge, o roteiro do filme conta ainda com a vertente da inclusão social, pois uma das atrizes é cadeirante. O filme ainda conta com o trabalho do produtor e diretor de fotografia Cláudio Luis de Oliveira.
Muitos perguntam como uma pessoa cega consegue dirigir um filme? João diz que com muita sensibilidade e com os quadros da sua memória visual em sua mente ainda vivos, dirige as cenas, "quero mostrar para as pessoas que não existe dificuldade que não possam ser superadas de alguma forma", disse - fica ai uma grande lição.
A obra tem patrocínio da Petrobrás e apoio da Secretaria de Cultura pelo Fundo de Arte e Cultura (FAC), foi produzido pela Konim Cinema e Vídeo Comunicação e a idéia é que ele seja exibido, após o lançamento que está previsto para 2011 nas escolas públicas, universidades e simpósios. Os DVD's terão audiodescrição, técnica que relata as cenas para os deficientes visuais e a capa será impressa em braile, libras. Um fato interessante é que no filme, nenhum personagem se comunica de costas para que os surdos possam fazer a leitura labial, ou seja, o enquadramento labial.
Serviço: João Júlio Antunes quer montar um espetáculo de teatro e pede para pessoas que tenham noção ou sejam atores, entrem em contato com ele pelo telefone (61) 9287 2369 ou pelo e-mail joaojulio.diretor@gmail.com .
(Encontrado em http://blogdaaudiodescricao.blogspot.com/2011/01/morador-de-braslandia-e-o-primeiro.html#more)

sábado, 29 de janeiro de 2011

HOJE EM DIA NO MEU CANAL DO YOU TUBE

Postei no You Tube minha reportagem para o programa Hoje em Dia, da Record, exibido em dezembro. Meu sobrinho Lucas Casella editou apenas a parte relacionada ao albinismo para facilitar para os interessados no assunto. Conto com a divulgação de vocês. Obrigado.

ALBINO GOURMET 22

Encerrando janeiro e a fase de receitas encontradas no You Tube. Ou não? Tenho recebido diversos emails adorando a praticidade do formato culinário em vídeo. Um leitor solicitou que eu faça Albino Gourmets temáticos em vídeo. Um sábado só com receitas de peixe, outro dedicado aos pavês, por exemplo. Gostaria da opinião dos leitores.




sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O CREPÚSCULO DO PAPEL?

Amazon vende mais eBooks do que livros em papel

A Amazon revelou que nos últimos três meses de 2010 vendeu mais eBooks do que livros em paperback, capa mole
Os dados, que dizem respeito apenas ao mercado norte-americano, foram divulgados durante a apresentação de resultados do site de comércio on-line relativos ao último trimestre do ano passado, onde a Amazon registou vendas líquidas superiores a 10 mil milhões de dólares, algo que aconteceu pela primeira vez na história da empresa.
De acordo com a Amaozon, nos EUA, por cada 115 livros electrónicos descarregados pelos seus clientes foram adquiridos 100 livros em papel.
A empresa realça que este valor não inclui os eBooks disponíveis para download gratuito.
Em comunicado o CEO da Amazon, Jeff Bezos adianta que esta marca foi alcançada muito antes do previsto pela empresa, que viu no passado mês de Julho as vendas de livros electrónicos ultrapassarem pela primeira vez as vendas de livros de capa dura.
(Encontrado em http://sol.sapo.pt/inicio/Tecnologia/Interior.aspx?content_id=10304)

PAPIRO VIRTUAL 15

Dia 21, postei 4 partes do importante documentário História do Movimento Político das Pessoas com Deficiência no Brasil.
Existe um livro homônimo, que pode ser lido online e até mesmo salvo em forma de documento pdf. Clique aqui.

GAGUEIRA LEVADA A SÉRIO

Meu texto de ontem sobre o filme O Discurso do Rei ganhou um comentário elogioso e, mais importante, rendeu indicação de um site muito interessante, onde aprendi deveras sobre o universo das pessoas com gagueira.
Na página do Instituto Brasileiro de Fluência você encontrará informações sobre tratamentos para a gagueira, orientações para a família e professores, além de uma resenha sobre a importância d’O Discurso do Rei na representação positiva da pessoa gaga.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

BAHIA PRECAVIDA

ATENDIMENTO DERMATOLÓGICO PARA PESSOAS COM ALBINISMO ACONTECE NESTA SEXTA (28)
Dando continuidade a Campanha Emergencial de Prevenção do Câncer de Pele nas Pessoas com Albinismo, profissionais de saúde da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) estarão nesta sexta-feira (28) nas ilhas de Maré e Bom Jesus dos Passos realizando atendimento dermatológico para as pessoas com albinismo.
Equipes estarão espalhadas nos postos de saúde das Ilhas de Maré e Bom Jesus dos Passos para realizar o atendimento. Uma outra equipe esteve na Ilha de Paramana para divulgar a ação e realizar uma triagem para que os moradores dessa ilha também possam ser atendidos.
A Campanha é promovida pela Associação das Pessoas com Albinismo na Bahia (Apalba), com o apoio das secretarias da Saúde do Município e Estado. A ação tem o objetivo de identificar e cadastrar portadores da doença junto à Apalba. Os casos suspeitos serão encaminhados para consulta especializada.
A população receberá também orientações sobre doenças de pele e cuidados com os olhos. Os albinos serão beneficiados ainda com a distribuição de protetor solar. "O nosso objetivo é apoiar cada vez mais a Apalba, identificando esses pacientes e cadastrando eles, para que possam ter acesso ao tratamento necessário.
Nós queremos aproximar cada vez mais as pessoas com albinismo às unidades de saúde", disse a coordenadora do Distrito Sanitário Subúrbio Ferroviário, Silvia Pimentel.
A estimativa da Apalba aponta a existência de cerca de 20 pessoas com albinismo nestas localidades, algumas com lesões pré-cancerígenas, sem acesso regular à assistência especializada.
Embora a prioridade dessa ação nas ilhas seja o atendimento das pessoas com albinismo, o atendimento especializado será também assegurado a pessoas residentes naquelas localidades e previamente identificadas com outras doenças da pele consideradas graves, como a hanseníase.
(Encontrado em http://sardinhainnaldo.blogspot.com/2011/01/atendimento-dermatologico-para-pessoas.html)

TELONA QUENTE 16

Resultado de imagem para o discurso do rei

A Gagueira do Rei George

Roberto Rillo Bíscaro

Não sou do tipo que corre pra ver os filmes concorrentes ao ou ganhadores do Oscar. Se me interessam assisto, independente da indicação ou premiação. O Discurso do Rei (The King’s Speech, 2010) é um desses casos. Produção britânica com tema histórico, polvilhada com bons atores. Colin Firth merecidamente tem atraído a maioria dos comentários, mas o elenco de apoio é excelente. Deker Jacobi, Michael Gambon, Claire Blom e diversos rostos familiares para os fãs das produções da BBC. Sem contar com Geoffrey Rush e Helena Bonham Carter. Eu tinha que ver e o fiz noite passada.
A fatia da história de vida do Rei George IV (pai da atual rainha inglesa) escolhida pra ser levada ás telonas envolve a superação de sua gagueira através da ajuda de um fonoaudiólogo avant la lettre remixado com psicanalista. Professor Higgins encontra Paul Weston: Pygmalion In Treatment.
Como era de esperar o filme é redondinho. Cinema tradicional com roteiro bem amarrado, personagens tridimensionais, diálogos rápidos, pontuados por tiradas engraçadas e sarcásticas. Figurino e produção esmerados, bela música, com algumas peças do repertório clássico. Prato cheio tanto pra anglófilos e fãs de cinema mais “conservador”, como para detratores da monarquia e a turma vanguardista, que terão um Judas perfeito pra malhar.

O Discurso do Rei é uma história de superação de uma deficiência e, nos 2 quesitos é exemplar. George IV é uma personagem construída de modo a validar a moderna denominação “pessoa com”. Não é gago, é uma pessoa gaga, no sentido de que seu impedimento não é sua essência, mas sim parte duma personalidade multifacetada, atormentada por um grande complexo de inferioridade, assombrada pelo brutal condicionamento enfrentado pelos membros da Família Real. Canhoto, o Duque de York passou por doloroso treinamento pra se forçar a ser destro. Sua dificuldade para se comunicar é emoldurada no contexto de um meio social que esperava dele o perfeito cumprimento de suas responsabilidades constitucionais. Não se trata de um filme que provoca pena do gago, mas antes, mostra que Bertie é um ser humano, capaz de momentos tanto divertidos e simpáticos, quanto temperamentais e absolutamente antipáticos.
Essa pessoa com gagueira é mostrada em suas diferentes identidades e papeis sociais, através de seu relacionamento com as filhas, esposa, mãe, irmãos e membros do establishment. As cenas mais reveladoras, porém, acontecem durante suas sessões com o terapeuta Lionel Logue, que, para construir um George IV mais seguro necessita desconstruir algumas verdades acreditadas por seu “paciente”. As aspas foram usadas porque Bertie também é agente e igualmente modifica e influencia Lionel, que não é simplesmente quem “curará” um pobre e indefeso deficiente. Lionel é um profissional que trabalhará em parceria com a pessoa gaga para que esta supere seu problema. Sem paternalismo.
The King’s Speech deve trazer muitas lições e servir de lembrete pros que insistem em usar termos como “portador”, “sofrer de” e afins.

SEDE QUE PROVOCA FOME

Em 1967, uma província da Nigéria, chamada Biafra, declarou independência. Seguiu-se devastadora guerra civil, que assolou a região e trouxe a fome em escala massiva para a região. Em 1970, Biafra foi reanexada pela Nigéria.
Dentre as aterradoras imagens da fome, encontra-se a de um esquelético garoto com albinismo, clicado por um fotojornalista inglês.
O que rixas étnicas e a sede por petróleo provocam, não?

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

CONTANDO A VIDA 19

ENVELHECENTE...
José Carlos Sebe Bom Meihy

Ouvi dia desses uma palavra que me soou como provocação: envelhecente. Fiquei intrigado, ou melhor, intrigadíssimo. Afinal, seria um elogio ou pecha? Achava já esquisito outro termo, correlato, aborrescente e não resisti relacionar um com o outro. São palavras da mesma família, pensei, seriam, contudo, termos do bem ou do mal? Dupliquei a hesitação.
Primeiro, deixei-me perder em alguma positividade ou simpatia para quantos compulsoriamente sentem os anos se manifestando em flacidez, rugas, dores nas juntas. Mas fui compelido a cair na dura realidade: ambos são perversos e tanto maltratam os candidatos à mocidade como os “eleitos”, compulsoriamente, para a velhice. Se aborrescente remete às impertinências dos que superam a infância e galgam o direito de ser chatos e atormentadores do mundo dos maduros, o que realmente significaria envelhecente? Seria o direito de perturbar os que “ainda não chegaram lá?” Juro que fiquei cismado. E foi assim que procedi a uma prospecção no mar profundo dos significados de alguns neologismos. E que águas turbulentas encontramos nesses mergulhos! De toda forma, desfilaram-se em minha cabeça certos aforismos politicamente corretos - mas aborrecidamente incorretos quanto aos resultados. Então, comecei a ver a denotação de “terceira idade”; “melhor idade”, “feliz idade” e outras besteiras que tentam disfarçar a realidade de quantos caminham para a lógica da vida.

Envelhecer, para grande parte das culturas africanas, é privilégio digno do mais alto respeito. O significado de um soba, o mais velho de uma tribo, é sagrado na África toda. Os árabes e chineses respeitam os idosos como ícones da experiência acumulada e a eles são dadas prerrogativas patriarcais. Os japoneses veneram as pessoas que completam 88 anos assinalando aquele aniversário como uma espécie de direito a reverência. Da Bíblia ao Alcorão; do Talmude ao Livro dos Vedas; das “Mil e uma noites” à mitologia greco-romana; dos índios americanos aos esquimós, a velhice é saudada no que ela realmente é: um misto de desgaste corporal com visões de mundo depuradas de trajetórias vividas. De certa maneira seria como dizer que as marcas do corpo equivalem ao aprendizado vivencial. E, naquelas culturas as senilidades são respeitadas como frutos dessa conjunção quase sagrada. Ficar velho, assim não soa como uma fatalidade obtusa, mas como conseqüência normal do andamento da existência.
Nas sociedades capitalistas, nos grupos que sintetizam no consumo o sentido da vida, o que vale é a força e beleza juvenis. E essa jovialidade deve ser preservada a qualquer preço, cirurgia, sacrifício. Sim, o mercado depende das forças que combinam produtividade derivada do trabalho com a circulação da moeda e, nessa relação, vale prioritariamente a mocidade consumidora e endinheirada. As coisas, contudo, começaram a mudar quando o contingente de velhos amplia a resistência aos males naturais. O aumento da média de expectativa de vida se acumula dando expressão aos chamados avanços da medicina moderna. Então se torna necessário “rejuvenescer” quantos inevitavelmente padecem o peso das células gastas, dos músculos decaídos, dos ossos ameaçados. Invenções são gestadas em favor da expansão do circulo de compradores. É incrível a indústria do rejuvenescimento e a negação do direito de envelhecer em paz! É angustiante também.
Creio que a mais dramática alternativa criada para desqualificar o direito à velhice é a invenção consubstanciada no jargão irritante que diz que “a idade está na cabeça das pessoas”. É mentira. Nós que nos candidatamos à “idade avançada” devemos nos prevenir contra propostas que, por fim, acabam nos ridicularizando. Ser velho – ou envelhecer – não quer dizer que devemos ficar em casa, adoecer, não mais dançar, exilar-se do sexo e lazer. Não. Mas, temos que assumir a dignidade de ser o que o nosso corpo é e aproveitar. Respeito enormemente, entre tantos outros, Niemeyer e Dercy Gonçalves na plenitude dos centenários que ostentam e jamais os chamariam de “envelhecentes”. Aliás, devo dizer, com o respeito possível, que “envelhecente” é a vovozinha...

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

NAZISMO E DEFICIÊNCIA

Não é incrível pensar que mesmo no Brasil ainda exista gente idiota o bastante pra ser nazista?

Áustria encontra vala com 220 vítimas de eutanásia nazista
Foco do programa era eliminar portadores de deficiência durante a década de 1940

Uma vala comum com os restos mortais de cerca de 220 supostas vítimas do Programa de Eutanásia nazista, cujo foco era eliminar portadores de deficiências, foi encontrada na localidade de Hall, no Tirol austríaco, informou nesta segunda-feira a emissora pública da Áustria ORF.
Segundo fontes, a fossa foi encontrada nos arredores do centro de psiquiatria do hospital regional de Hall, durante as obras que estavam sendo realizadas no estabelecimento médico.
As vítimas teriam sido enterradas entre os anos de 1942 e 1945, e há suspeitas de que muitas delas tenham morrido no chamado Programa de Eutanásia. O programa foi iniciado pelos nazistas para potencializar a "raça ariana", eliminando portadores de deficiências físicas e mentais, entre eles muitos menores de idade.
As autoridades austríacas paralisaram as obras e começaram a investigar a identidade dos corpos, assim como a possível existência de outras valas.
Até que não sejam realizadas as autópsias dos corpos, a causa das mortes das pessoas enterradas não poderá ser determinada, embora o historiador Horst Schreiber tenha revelado à ORF que há suspeitas de que as vítimas tenham morrido de fome.
Estima-se que quase 200 mil pessoas com algum tipo de doença ou deficiência tenham sido assassinadas durante o regime nazista, após terem sido separadas de suas famílias com o pretexto de serem encaminhadas a instituições sanitárias.
Na Áustria, o lugar mais relacionado a este programa é o antigo palácio de Hartheim, perto da capital da Alta Áustria, Linz. Ali, foram eliminadas aproximadamente 30 mil pessoas entre 1940 e 1944, catalogadas na nomenclatura nazista como "vidas indignas de ser vividas".
(Encontrado em http://noticias.r7.com/internacional/noticias/austria-encontra-vala-com-220vitimas-de-eutanasia-nazista-20110103.html)

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

MÃO BOBA

Síndrome rara fez americana ser atacada pela própria mão

Imagine ser atacado por uma de suas próprias mãos, que tenta repetidamente estapear e socar você. Ou então entrar em uma loja e tentar virar à direita e perceber que uma de suas pernas decide que quer ir para a esquerda, fazendo-o andar em círculos.
Essa realidade é bem conhecida da americana Karen Byrne, de 55 anos, que sofre de uma condição rara chamada Síndrome da Mão Alheia.
A síndrome de Byrne é fascinante, não somente por ser tão estranha, mas também por ajudar a explicar algo surpreendente sobre como nossos cérebros funcionam.
O problema começou após ela passar por uma cirurgia, aos 27 anos, para controlar sua epilepsia, que havia dominado sua vida desde seus 10 anos de idade.
A cirurgia para curar a epilepsia normalmente envolve identificar e depois cortar um pequeno pedaço do cérebro no qual os sinais elétricos anormais se originam.
Quando isso não funciona, ou quando a área danificada não pode ser identificada, os pacientes precisam passar por uma solução mais radical.
No caso de Byrne, seu cirurgião cortou seu corpo caloso, um feixe de fibras nervosas que mantém os dois hemisférios do cérebro em permanente contato.
Novo problema
O corte do corpo caloso curou a epilepsia de Byrne, mas a deixou com um problema totalmente diferente.
Ela conta que inicialmente tudo parecia bem, mas que então os médicos começaram a notar um comportamento extremamente estranho.
‘O médico me disse: ‘Karen, o que você está fazendo? Sua mão está te despindo’. Até ele dizer isso eu não tinha percebido que minha mão esquerda estava abrindo os botões da minha camisa”, diz.
“Então eu comecei a abotoar a camisa novamente com a mão direita, mas assim que eu terminei, a mão esquerda começou a desabotoar de novo. Então o médico fez uma chamada de emergência para um outro médico e disse: ‘Mike, você precisa vir aqui imediatamente, temos um problema’.”
Karen Byrne havia saído da operação com uma mão esquerda que estava fora de controle.
“Eu acendia um cigarro, colocava-o no cinzeiro e então minha mão esquerda jogava-o fora. Ela tirava coisas da minha bolsa sem que eu percebesse. Perdi muitas coisas até que eu percebesse o que estava acontecendo”, diz.
Em alguns casos, a mão esquerda dela chegava a estapeá-la, sem controle. Ela conta que seu rosto chegava a ficar inchado com tantos golpes.
Luta de poder
O problema de Byrne foi provocado por uma luta por poder dentro de sua cabeça.
Um cérebro normal é formado por dois hemisférios que se comunicam entre si por meio do corpo caloso.
O hemisfério esquerdo, que controla o braço e a perna direitos, tende a ser onde residem as habilidades linguísticas.
O hemisfério direito, que controla o braço e a perna esquerdos, é mais responsável pela localização espacial e pelo reconhecimento de padrões.
Normalmente o hemisfério esquerdo, mais analítico, domina e tem a palavra final nas ações que desempenhamos.
A descoberta do domínio hemisférico tem sua raiz nos anos 1940, quando os cirurgiões decidiram começar a tratar a epilepsia com o corte do corpo caloso.
Após a recuperação, os pacientes pareciam normais. Mas nos círculos psicológicos eles se tornaram lendas.
Isso porque esses pacientes revelariam, com o tempo, algo que parece incrível – que as duas metades do nosso cérebro têm cada um uma espécie de consciência separada. Cada hemisfério é capaz de ter sua própria vontade independente.
Experiências
O homem que fez muitas das experiências que primeiro provaram essa tese foi o neurobiólogo Roger Sperry.
Em um estudo particularmente notável, que ele filmou, é possível ver um dos pacientes com o cérebro dividido tentando resolver um quebra-cabeças.
O quebra-cabeças exigia o rearranjo de blocos para que eles correspondessem a padrões em uma imagem.
Primeiro o homem tentou resolver o quebra-cabeças com sua mão esquerda (controlada pelo hemisfério direito), com bastante sucesso.
Então Sperry pediu ao paciente que usasse sua mão direita (controlada pelo hemisfério esquerdo). Essa mão claramente não tinha nenhuma ideia de como fazê-lo.
A mão esquerda então tentou ajudar, mas a mão direita parecia não querer ajuda, então elas terminaram brigando como se fossem duas crianças.
Experiências como essa levaram Sperry a concluir que “cada hemisfério é um sistema de consciência isolado, percebendo, pensando, lembrando, raciocinando, querendo e se emocionando”.
Em 1981 Sperry recebeu um prêmio Nobel por seu trabalho. Mas em uma ironia cruel do destino, ele então já sofria com uma doença degenerativa do cérebro, chamada kuru, provavelmente contraída em seus primeiros anos de pesquisas com cérebros.
Medicação
A maioria das pessoas que tiveram seus corpos calosos cortados parecem normais posteriormente. Você poderia cruzar com eles na rua e não saberia que algo havia acontecido.
Karen Byrne teve azar. Após a operação, o lado direito de seu cérebro se recusava a ser dominado pelo lado esquerdo.
Ela sofreu com a Síndrome da Mão Alheia por 18 anos, mas felizmente para ela seus médicos encontraram uma medicação que parece ter trazido o lado direito de seu cérebro de volta ao controle.
A história de Byrne foi contada no último programa da série da BBC The Brain (O Cérebro), que foi ao ar na Grã-Bretanha na quinta-feira
(Encontrado em http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/2011/01/110121_sindrome_mao_alheia_cerebro_rw.shtml?print=1)

ACESSIBILIDADE VISUAL NO RIO DE JANEIRO IV

Segue o debate sobre as cores dos ônibus cariocas, que, segundo alguns leitores com baixa visão, dificultam a vida dos usuários. A leitora Cristiana deixou comentário com sugestões:

A questão não é a padronização em si. Os ônibus podem até ser cinzas e ter faixas de diferenciação por zona de atuação do consórcio. Acontece que dois fatores nesta padronização desconsideram os portadores de problemas visuais:
1 - São apenas 4 cores de diferenciação para uma cidade imensa. O ideal seria haver mais cores de diferenciação de rotas, para facilitar a identificação.
2 - As faixas de cores são finas e pequenas, principalmente na frente do ônibus, onde deveriam ser mais evidentes.
Cabe notar ainda que na frota nova os letreiros LED continuam do mesmo tamanho.
Como dificilmente serão realizadas alterações em um sistema recém-implantado (ainda que o estatuto da pessoa com deficiência devesse ser mais respeitado), o mínimo que a Prefeitura do Rio deveria fazer, a partir de agora, é instalar letreiros eletrônicos em pontos de ônibus, que mostram a distância em minutos dos carros de ônibus (controle realizado por GPS, que os ônibus já possuem). Estes painéis já existem em diversas grandes cidades do mundo. Mas sempre lembrando: a fonte utilizada não deve ser pequena.

Creio que as pessoas que se sintam prejudicadas deveriam escrever ou telefonar para os órgãos competentes e fazer sugestões, pedir esclarecimentos. No site da Prefeitura do Rio de Janeiro, há uma lista de telefones úteis e o espaço da Ouvidoria, onde tais questões podem ser colocadas. O que eu puder veicular no blog, faço com prazer, mas é necessário que as reivindicações cheguem diretamente aos ouvidos de quem pode tomar alguma medida cabível.

CAIXA DE MÚSICA 17

Enchente
A Austrália tem enfrentado as piores inundações de sua história, somando prejuízos e subtraindo vidas. A fim de contribuir com a reconstrução e ajuda aos desabrigados, a Sony Music escavou seu vasto catálogo e lança hoje coletânea de 3 CDs chamada Flood Relief. Eia a relação das canções:
CD1
1. Midnight Oil - My Country
2. Powderfinger - Burn Your Name
3. Billy Joel - All About Soul
4. Bruce Springsteen - Human Touch
5. The Script - For The First Time
6. Foo Fighters - My Hero
7. Train - Hey, Soul Sister
8. P!nk - Sober
9. Sting - Fields Of Gold
10. Lee Kernaghan - People Like Us
11. Keith Urban - Better Life
12. Savage Garden - Affirmation
13. Birds Of Tokyo - Plans
14. Grinspoon - Minute By Minu
15. Ben Lee ' We're All In This Together
16. Kate Miller-Heidke - Our Song
17. Jeff Buckley - So Real
18. Troy Cassar-Daley - Sing About This Country
19. Tommy Emmanuel ' Countrywide

CD2
1. Kings Of Leon - Use Somebody
2. Crowded House - Something So Strong
3. Beyonce - Irreplaceable
4. John Mayer - Waiting On The World To Change
5. John Williamson & Shannon Noll - Island of Oceans
6. The Go-Betweens - Streets Of Your Town
7. Bob Dylan - Shelter From The Storm
8. John Farnham - A Touch Of Paradise
9. Adam Brand - It's Gonna Be OK
10. Adam Harvey - That's What You Call A Friend
11. The Verve - Bitter Sweet Symphony
12. Delta Goodrem - In This Life
13. Pete Murray - You Pick Me Up
14. The Hollies - He Ain't Heavy, He's My Brother
15. Tom Petty - I Won't Back Down
16. Jessica Mauboy - Because
17. M People - Search For The Hero
18. The Screaming Jets - Helping hands
19. Melinda Schneider Featuring The Australian Girls Choir - Courageous
20. Mark Vincent - You Raise Me Up

CD3
1. Bon Jovi - Who Says You Can't Go Home
2. Guy Sebastian - Taller, Stronger, Better
3. Washington - Clementine
4. Alan Jackson - Small Town Southern Man
5. Tim McGraw - Last Dollar (Fly Away)
6. Hoodoo Gurus - Bittersweet
7. Daryl Braithwaite - Higher Than Hope
8. Tears For Fears - Mad World
9. Johnny Cash - Five Feet High And Rising
10. Human Nature - People Get Ready
11. Solange - 6 O'Clock Blues
12. Stan Walker - Choose You
13. Katie Noonan And The Captains - Page One
14. Amy Meredith - Young At Heart
15. Altiyan Childs - Beautiful Day
16. Lifehouse - You And Me
17. David Campbell - You'll Never Walk Alone
18. Damien Leith - To Get To You
19. Straalen McCallum - Sometimes A Prayer Will Do
20. Bachelor Girl - Permission To Shine

Deus Salve a Rainha
O rapper P. Diddy está se convidando pra almoçar com a rainha da Inglaterra. Em entrevista à Radio 1, ele revelou que enviaria convites à Elizabeth II. Modesto, afirmou que Sua Majestade teria um dos almoços mais excitantes de sua vida, especialmente porque ele tocaria seu novo álbum, Last Train to Paris, para os ouvidos Reais. Perguntado se participaria das festividades do casamento do príncipe William, com Kate Middleton, no fim de abril, P. diddy não se fez de rogado. “É só me ligar!”

Soul Brasuca
Os fãs de Tim Maia terão a oportunidade de passar o início de 2011 relembrando os melhores momentos da carreira do músico. No fim de janeiro, chega às bancas o primeiro volume da Coleção Tim Maia que, além de ter reunido alguns dos álbuns mais importantes do artista carioca, também lança com exclusividade versões remasterizadas das canções do disco inédito Racional 3. Engavetado até hoje, o trabalho é composto de músicas gravadas na polêmica fase de Tim, mas que foram guardadas quando ele rompeu com a Cultura Racional.
Para adquirir o CD, é preciso comprar todos os primeiros 14 volumes da coleção e se cadastrar no site www.colecaotim.com.br. Uma vez inscrito no portal, o interessado terá que registrar o código alfanumérico que vem junto a cada disco para receber Racional 3 em casa.
Na próxima sexta, 28, Tim Maia 1970 dá início à coleção, chegando às bancas e livrarias dos estados de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná por R$ 7,90. A partir de então, os exemplares seguintes serão lançados toda sexta-feira, custando R$ 14,90. Quem preferir, poderá adquirir, ainda, a caixa exclusiva para guardar todos os itens, vendida separadamente. Moradores de outras regiões também terão a chance de fazer a coleção por meio de assinatura pela internet e receber tudo em casa.
Os 15 volumes somam mais de 200 músicas, remasterizadas, sendo que várias delas andavam fora de catálogo. Todos os álbuns contam com a capa original e vêm acompanhados de um livro com detalhes sobre sua confecção e algumas das famosas histórias de Tim, além de fotos inéditas tiradas do acervo da família.
Na mesma data da chegada de Tim Maia 1970 ao mercado, 28 de janeiro, tem início o concurso cultural Tim Maia Vale Tudo, no qual os fãs devem produzir um vídeo criativo e enviar ao site da coleção. Os dois melhores ganham todos os discos.
Veja a lista com todos os volumes:
1 - Tim Maia 1970
2 - Tim Maia 1971
3 - Tim Maia 1973
4 - Racional 1
5 - Racional 2
6 - Tim Maia Disco Club
7 - Tim Maia 1978
8 - Nuvens
9 - Dance Bem
10 - Tim Maia Interpreta Clássicos da Bossa Nova
11 - Tim Maia ao vivo
12 - Só Você
13 - What a Wonderful World
14 - Tim Maia in Concert
15 - Racional 3
(Encontrado em http://www.rollingstone.com.br/secoes/novas/noticias/disco-inedito-racional-3-de-tim-maia-finalmente-chega-ao-mercado/ )

domingo, 23 de janeiro de 2011

ACESSIBILIDADE VISUAL NO RIO DE JANEIRO III

As postagens sobre a recente padronização visual dos ônibus urbanos cariocas continuam suscitando reclamações de leitores com baixa visão. A leitora Mirian também se sente prejudicada com as novas cores dos veículos. Eis o que ela comentou:

Trabalho na cidade do Rio de Janeiro e essa padronização de cores tem me prejudicado, e muito! Antes, como cada empresa tinha uma cor diferente em seus veículos, quando eu não conseguia enxergar o letreiro, "percebia", pela cor do mesmo, quando ele vinha. Agora sabe o que faço? "Largo a mão" para todos. Isso mesmo, estendo minha mão, quando "suspeito" que aquele é o que tenho que pegar. Quando chega mais perto, se não for o que quero, faço sinal pra ele prosseguir. Não quero depender de transeuntes, para verem por mim, não abro mão da minha independência, de jeito nenhum!

Leia mais sobre o assunto em
http://www.albinoincoerente.com/2011/01/acessibilidade-visual-no-rio-de-janeiro.html
http://www.albinoincoerente.com/2011/01/acessibilidade-visual-no-rio-de-janeiro_18.html

FALTANDO UM PEDAÇO

Sarah Reinertsen foi a primeira mulher amputada a completar o Ironman, no Havaí. Ironman é uma competição em que o atleta precisa completar um percurso de 4km de natação, 180 km de bicicleta e 42 km de corrida em, no máximo, 17 horas.
Sarah nasceu com um problema ósseo na perna esquerda, o que causou sua amputação aos 7 anos. Depois disso, ela começou a correr, e aos 13 anos quebrou o recorde dos 100 metros rasos feminino, para amputados acima do joelho.
Em 2009, a triatleta saiu nua na capa da ESPN Magazine.
Como Sarah, existem milhões de amputados espalhados por aí, levando vida vida produtiva, sendo até presidentes da república! Afinal, somos mais do que uma perna ou dedo; temos inúmeras outras potencialidades.
Assista ao programa Diversidades sobre os amputados. Histórias de gente famosa e outros nem tanto assim, que têm algo em comum: descobrir um novo sentido para a vida após terem parte do corpo amputada.
E se você acha que os acidentes são os grandes responsáveis pela maioria das amputações, engana-se. Descubra vendo os vídeos.


sábado, 22 de janeiro de 2011

ALBINO INCOERENTE NA STAR NEWS

Dia 11 de agosto, fui entrevistado por Nazzih Said, apresentador do Star Entrevista, que vai ao ar pela Star News - Canal 23, cuja sede é aqui em Penápolis. Agradeço à equipe do canal de TV por mais essa oportunidade de divulgar a causa albina e de gerar outro documento que atesta nossa luta por visibilidade e políticas públicas de saúde.

ALBINO GOURMET 21

Mais 5 vídeo-receitas extraídas do You Tube, uma verdadeira escola de culinária online.



sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

CADÊ A LEI DO PROTETOR SOLAR GRÁTIS?

Albinos reclamam de falta de assistência para proteção da pele.
Henrique tem nove anos e já apresenta na pele lesões pré-malígnas comuns numa pessoa de 50 anos. O menino albino vive na comunidade quilombola em Santana do Mundaú, a anomalia é transmitida geneticamente e ocorre com mais frequência devido ao casamento entre primos.
A cada três meses a pele dos quilombolas albinos é avaliada no Hospital Universitário (HU) já que todos têm grande possibilidade de desenvolver câncer de pele em idade precoce.
Como todos dependem da terra para sobreviver é impossível não se expor ao sol, os albinos não produzem melanina suficiente para proteger a pele, por isso o uso do protetor solar é essencial. Há mais de um ano o governo do Estado prometeu doar protetor solar e óculos de sol para os nove albinos que vivem na comunidade, mas segundo os quilombolas os óculos nunca foram entregues e os protetores só durante três meses.
(Encontrado em http://gazetaweb.globo.com/v2/noticias/texto_completo.php?c=222213)

Clique aqui e veja a reportagem em vídeo.

ENCONTRO EM VITÓRIA DA CONQUISTA – FOTOS

Entre os dias 8 e 10 de dezembro, o Laboratório de Estudos, Pesquisas e Extensão sobre Condições de Vida e Direitos Humanos da Uesb promoveu o II Encontro Temático de Pessoas Albinas e Inserção Social. Leia mais aqui e aqui.
Ivany Santos Mendonça me escreveu dizendo que o evento foi um sucesso. O Jorge, da APALBA, participou de mesa redonda, onde falou sobre a única associação de albinos do Brasil. A terapeuta ocupacional Sabrina falou sobre a importância da terapia ocupacional na intervenção precoce em crianças albinas com baixa visão.
De quebra, Ivany enviou algumas fotos, as quais compartilho com os leitores.

“EU ERA MERECEDOR DE CARIDADE, MAS NÃO DE CIDADANIA”

Assista abaixo ao documentário História do Movimento Político das Pessoas com Deficiência no Brasil. Através de uma série de entrevistas, você conhecerá as primeiras inciativas, ainda no século XIX, de caráter bastante assistencialista, até a fase contemporânea da luta dos deficientes por reconhecimento e direitos. Assinala-se a transformação das associações PARA deficientes em entidades DE PESSOAS com deifiência.
A abertura política pós-ditadura militar marcou o nascedouro do movimento político das pessoas com deficiência, ainda hoje largamente ignorado pelos estudos acadêmicos, como ressaltado por mais de um entrevistado. O documentário registra o início e mesmo algumas dissensões entre os grupos.
Também sao abordados os grandes temas e desafios do século XXI, como inclusão, acessibilidade e a equiparação de oportunidades, termo que deveria ser usado para substituir o assistencialista em essência “benefícios”.
São depoimentos iluminadores, informados, vindos de diversos grupos.
Indispensável para os que se interessam pelo asunto!



PILULA ANTI-CÂNCER DE PELE?

Novo medicamento barra avanço do câncer de pele
Câncer de pele é o que mais cresce no Reino Unido, local do estudo

Uma nova pílula em fase de testes em hospitais britânicos e em outros países foi capaz de impedir o avanço do melanoma (um tipo de câncer de pele) e aumentar os índices de sobrevivência da doença em comparação com os tratamentos frequentes.
Realizados no The Royal Marsden Hospital, de Londres e de Surrey (Reino Unido), os testes apresentaram resultados “encorajadores”, de acordo com o jornal britânico "The Daily Telegraph".
Conhecido até o momento como RG7204, o novo fármaco ataca um gene defeituoso presente na metade dos casos de melanoma. O estudo, do qual participam 680 pessoas de todo o mundo, indica que houve redução do tumor em 70% dos casos.
Os pesquisadores não revelaram quanto mais esperança de vida têm os doentes que estão recebendo o novo fármaco porque o estudo ainda não foi publicado.
Segundo o diário britânico, o laboratório fabricante, o suíço Roche, está negociando uma licença para administrar a pílula para pacientes em fase avançada da doença.
A incidência do câncer de pele multiplicou-se por quatro nos últimos 30 anos no Reino Unido, muito mais do que qualquer outro tipo de câncer.
(Encontrado em http://noticias.r7.com/saude/noticias/novo-medicamento-barra-melanoma-e-aumenta-indices-de-sobrevivencia-20110120.html)

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

AOS ALBINOS DE SAMPA E REDONDEZAS

No mesmo domingo em que a matéria sobre o Albino United foi ao ar pelo Esporte Espetacular, recebi email do fotógrafo Allex Ferreira, radicado em São Paulo, capital. Ao ver a reportagem, ele teve a idéia de fazer ensaios fotográficos com pessoas albinas.
Coloquei-o em contato com o pessoal do Orkut, via Andreza Cavalli, e ele já está recebendo emails de albinos interessados em participar do projeto.
Mais visibilidade, gente!
Quem quiser colaborar, escreva pro Allex no endereço allex73@gmail.com
O site dele é http://www.allex2501.com/

CÉLULAS TRUQUEIRAS

Estudo explica como células do câncer de pele enganam o sistema imunológico

Cientistas localizaram um mecanismo molecular em camundongos que ajuda as células do câncer de pele a confundir o sistema imunológico do animal, de acordo com um estudo publicado esta quarta-feira na revista científica britânica Nature.
A descoberta, se reproduzida em humanos, pode um dia resultar em tratamentos capazes de bloquear este mecanismo e, consequentemente, o crescimento do câncer, destacou a pesquisa.
Nos experimentos com ratos, os cientistas demonstraram pela primeira vez que uma proteína chamada interferon-gama (IFN-gama) desempenha um papel chave na disseminação do melanoma, uma forma sabidamente agressiva de câncer resistente à quimioterapia padrão.
O mesmo tipo de radiação ultravioleta que causa queimaduras de pele fez com que os glóbulos brancos do sangue infiltrassem a pele dos roedores, explicou Glenn Merlino, cientista do Instituto Nacional do Câncer dos EUA e principal desenvolvedor do estudo.
As células brancas do sangue, ao contrário, "podem produzir o IFN-gama. Acreditamos que o IFN-gama pode provocar o melanoma em nosso sistema modelar e, talvez, nas pessoas", destacou em mensagem enviada por e-mail.
Os cientistas descobriram que injetar anticorpos nos ratos que bloqueiam o IFN-gama interrompeu este processo sinalizador, reduzindo efetivamente o risco de aparecimento de câncer de pele induzido por UV.
"Nós estamos tentando desenvolver inibidores que sejam mais práticos que os anticorpos, uma molécula pequena, por exemplo", disse Merlino.
De forma ideal, este tratamento significaria que alguém exposto a grandes doses de radiação UV - como longos verões na praia sem protetor, por exemplo - poderia escapar da ameaça potencialmente letal do câncer de pele.
"Mas nós nunca encorajaríamos tal exposição ao sol, mesmo se tal tratamento estivesse disponível", alertou Merlino.
Casos de melanoma cutâneo estão crescendo mais rápido do que qualquer outro tipo de câncer.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), no ano 2000, cerca de 200 mil casos de melanoma foram diagnosticados e houve 65.000 mortes associadas a este tipo de tumor.
A descoberta pode derrubar suposições sobre os vínculos entre as proteínas de interferon e o câncer.
Até agora, acreditava-se que os interferons impedissem a formação de tumores cancerígenos. Um em particular, o interferon-alfa, tem sido amplamente usado para tratar o melanoma, tanto como uma droga de primeira linha quanto como auxiliar.
Uma pesquisa anterior levantou dúvidas sobre a eficácia do tratamento, que também tem sérios efeitos colaterais.
A maior incidência registrada foi na Austrália, onde as taxas anuais são de 10 a 20 vezes as da Europa, respectivamente, para homens e mulheres.
Os maiores fatores de risco são a alta exposição ao sol e outras fontes de UV como câmaras de bronzeamento, além de fatores genéticos.
A doença é muito comum em pessoas de pele clara, olhos azuis e cabelos ruivos ou claros.
(Encontrado em http://br.noticias.yahoo.com/s/afp/110119/saude/sa__de_c__ncer_pele&printer=1)

TELONA QUENTE 15

THE END

Roberto Rillo Bíscaro

Continuo na maratona de filmes de suspense, policiais ou de espionagem dos anos 40 e 50. As (re)descobertas seguem a passos largos.
Vi Ginger Rogers e Doris Day em thrillers; até então as conhecia somente de comédias e musicais. Que excelente atriz dramática era a parceira de Fred Astaire! Dana Andrews era sempre ele mesmo e tinha fisionomia de madeira; às vezes quase comprometia um roteiro, que, em mãos hábeis geraria uma personagem suculenta. Bom ver diversos filmes com um mesmo ator.
Meu Deus, como eram misóginos aqueles filmes! A mulherada noir não apenas era a femme fatale que conduzia os homens à perdição, ou quase, mas era o saco de pancada, mesmo quando a película não era noir. Levavam bofetadas, recebiam potes de café fervente na cara e eram empurradas pela mobília. Richard Widmark acho que foi o campeão de socos em mulher.
Um dos filmes abria com uma moça sendo assassinada à queima-roupa e depois jogada num poço. Mesmo acostumado a filmes de horror bastante pesados, fiquei de boca aberta. Havia cadeira elétrica nos EUA, mas faltava uma boa Lei Maria da Penha, cruzes!

Garimpar é um de meus hobbies. Acha-se cada preciosidade! Encantei-me com o semi-obscuro He Walked By Night (1948), produção B em estilo meio de docudrama, que narra a perseguição a um serial killer. A cena final é um tiroteio no labiríntico e gigantesco sistema subterrâneo de drenagem de água em Los Angeles – 1200 milhas de túneis, cuja largura por vezes permite a passagem de 2 carros, segundo o narrador em off. O contraste claro-escuro da fotografia em branco e preto e a nítida influência do Expressionismo alemão garantem cenas dum preciosismo estético que grudam na memória por muito tempo. No ano seguinte, surgiria o cultuado The Third Man, produção com mais verba, que termina com cena semelhante. E eu só conhecia o primo rico...
He Walked By Night termina como quase todo filme da época: abruptamente para os padrões de hoje. O bandido morreu e imediatamente apareceu o The End.
Por ser duma época em que a TV aberta ainda exibia filmes dos anos 40 e 50 em quantidade, pra mim era a coisa mais natural do mundo. Na minha fase de filmes de invasões alienígenas e monstros dos anos 50, um amigo quase 2 décadas mais jovem me despertou pra essa característica.
Creio que ele viu The Black Scorpion (1957), uma pérola, na qual um escorpião gigante – que baba! – aterroriza a Cidade do México. Quando o monstro é morto, o The End fulminou a tela e o jovem surpreendeu-se “nossa, mas termina assim, de repente!?” Nunca havia me tocado pra isso, mas, desde então, de vez em quando me recordo dessa anedota.

Em algum ponto dos anos 60 ou 70 (?) essa convenção começou a mudar. Domingo vi um dos primeiros filmes pra cine dirigidos pelo grande Robert Altman. Ele ainda não tinha se encontrado e o filme é insípido pra burro. Countdown é um misto de drama e ficção-científica tipicamente Guerra Fria, que mostra a primeira expedição lunar norte-americana, feita meio às pressas pra superar os russos. O ano é 1968, mas o filme ainda termina como seus predecessores. Na lua, o astronauta estadunidense perambula procurando a estação lunar onde ficaria nos próximos meses. Se não a achasse em 7 minutos seu suprimento de oxigênio se esgotaria. O único momento interessante do filme, diga-se. Assim que ele vê o reflexo da luz vermelha sinalizando a base, refletida em seu traje espacial, olha pra ela e o letreiro marcando o fim surge.
Se fosse hoje, pensei, mostrariam a alegria dos controladores em Houston, o alívio da esposa e sei lá mais o quê. Na pior das hipóteses, o filme terminaria com o cadáver do cosmonauta russo abrindo os olhos (pra garantir um possível Countdown 2 – Raging Battle!).
Quando será que a convenção do The End mudou? Algum leitor mais já percebeu isso ou foi encanação do jovem amigo, a qual acabei introjetando?

MOTOR SILENCIOSO

Pesquisadores eliminam ruído de broca para reduzir 'medo' na ida ao dentista

Pesquisadores britânicos desenvolveram um dispositivo que cancela o ruído das brocas de dentistas.
Segundo eles, a invenção pode ajudar as pessoas a superar o medo de ir ao dentista.
Para muitos, o som da broca é uma das principais causas de ansiedade durante as visitas ao consultório.
O novo dispositivo permite que os pacientes escutem músicas em um tocador de MP3, enquanto o som da broca é eliminado.
O dispositivo é semelhante aos fones de ouvido capazes de cancelar ruídos. Mas os pacientes ainda poderão ouvir a voz do dentista, porque nem todos os sons ambientes serão filtrados.
Segundo os cientistas, o dispositivo transforma os sons do consultório do dentista em um sinal digital. Um chip especial chamado de processador digital de sinais analisa os sons captados por um microfone instalado perto da broca dental.
Ele produz uma onda sonora invertida para neutralizar o ruído no sinal transmitido pelo fone de ouvido.
Os filtros eletrônicos são capazes de neutralizar o som da broca mesmo que a amplitude e a frequência do ruído se alterem com o uso da própria broca.
Sons da rua
O dispositivo foi desenvolvido por especialistas do King’s Colllege London, da Brunel University e da London SouthBank University, a partir de uma ideia do professor Brian Millar, do Instituto Dentário do King’s College.
Ele se inspirou inicialmente nos esforços do fabricante de automóveis Lotus, que tentava desenvolver um sistema para remover sons desagradáveis da rua e, ao mesmo tempo, permitir que os motoristas ouvissem sirenes de emergência.
Após mais de dez anos de pesquisas em colaboração com engenheiros, a equipe de Millar chegou a um protótipo do sistema.
“Muitas pessoas não gostam de ir ao dentista por causa da ansiedade associada ao barulho da broca, mas esse dispositivo tem o potencial de tornar o medo da broca uma coisa do passado”, diz Millar.
O pesquisador Mark Atherton, da Escola de Engenharia e Design da Brunel University, diz que a questão principal do projeto era conseguir que o paciente pudesse escutar o dentista.
“Você não pode isolar totalmente o paciente. Eles querem ter um diálogo com o dentista, então não podem simplesmente colocar um par de tampões nos ouvidos”, diz ele.
Segundo Atherton, os pesquisadores notaram que não seria suficiente apenas reduzir o ruído da broca, mas teriam de eliminá-lo completamente.
“O barulho da broca é tão distinto que o cérebro ainda o reconhece e as pessoas conseguem ouvi-lo (mesmo mais baixo), tal é a ansiedade”, afirma.
A equipe de pesquisadores agora está procurando investidores para tentar tornar o dispositivo disponível comercialmente.
(Encontrado em http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/01/110110_brocadentistasom_rw_pai.shtml?print=1)