quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

TELONA QUENTE 340

 

Em O Céu da Meia-Noite, um cientista solitário no Ártico corre contra o tempo para impedir que um grupo de astronautas volte à Terra depois de uma catástrofe global.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

CONTANDO A VIDA 323

ADEUS 2020, À DEUS, ÀS DEUSAS, AOS ORIXÁS E ENCANTADOS... 



José Carlos Sebe Bom Meihy




Sabe, é difícil a vida de cronista. Primeiro existem as regras da crônica: textos pequenos, bem humorados, capazes de motivar e comover leitores em lances rápidos. Há segredos inscritos na aparente soltura das crônicas. Muitos. O título, por exemplo, deve ser provocante e a primeira frase tem que sugerir continuidade. A articulação dos argumentos deve se fazer lógica, mas sem arrogância e, além de tudo, caber em síntese clara e sequente. Tem mais, o texto sempre há de promover um resultado leve e de absorção simples, algo que permita o leitor, ao final, dizer “valeu a pena”. E tudo se complica quando o ser metido a cronista (eu) é um prolixo compulsório, apreciador de orações enunciadas na ordem indireta, meio barroco mesmo. Mas, obstinado que sou, sigo a trilha da pretensão e me meto a escrevinhador semanal. Aliás, um dos méritos da crônica é fazer o cronista conhecido pelo estilo. Audácia bem sei, pois em terra de grandes cronistas (Drummond, Rubem Braga, Veríssimo, Sabino...) me aventuro como aprendiz de feitiçaria.

Sei bem que a insistência me obriga exigir alguma resignação dos leitores que teimam em me acompanhar – muito obrigado, não sei o que seria de minha vida de escritor sem essa colaboração. De toda forma, não resisto perpetrar minhas mal traçadas linhas como quem pede a Deus seguidores. Imaginem como sou teimoso: caminho para mil crônicas publicadas e com a mesma timidez de antes patino na faixa de largada. Devo dizer que há algo mais na busca de resultados positivos: a vontade de me comunicar, de dizer para o mundo que ainda estou tentando e que espero um porvir melhor. Aprendi ao longo do tempo que tem que haver um alento contido nas minhas mensagens, algo de esperança e de testemunha participativa nas transformações do mundo. Isso, pois, implica aproveitar as oportunidades do fim deste ano tão fatal, e para tanto parti para o “Tio Google” e lá achei algumas pérolas que fio no colar do devaneio conveniente ao fechamento deste 2020. E vejam o que tomo emprestado:          

Preste atenção em 2021, o que engorda não é o que você come entre o Natal e o Ano Novo... é o que você come entre o Ano Novo e o Natal!...

Que em 2021 minha condição financeira entre em sintonia com minha alma de banqueiro.

Já tenho planos para 2021 e para realizar tudo, só preciso ganhar na Mega-Sena da virada!

Se eu ganhar na Mega-Sena da virada, com certeza, eu divido com vocês… a alegria!

Querido amigo, se você fica feliz, eu fico feliz. Se você fica triste, eu fico triste. Se chora, choro junto. Então, em 2021, por favor, fique rico!

Este ano cansei de ser chato, em 2021 vou ser insuportável! É uma questão de superação!!

Está chegando o Ano Novo e eu ainda não sei que cor de roupa serve para disfarçar a gordura e ganhar massa em 2021!

Sei que não é fácil começar 2021 desejando boa vacinação a todos, mas recomendo porque ela imuniza contra o vírus e contra o governo.

Em 2022 eu dou um jeito na minha vida, 2021 já está muito em cima e eu ainda estou confinado...

O melhor de 2021 é pensar que 2022 tem eleição.

Que em 2021 ano você encontre felicidade, saúde, amor, dinheiro, paz e tudo mais que precisar. E o que não encontrar... procure no Google!

Meta para 2021: matricular meu cupido em uma escola de arco e flechas!

Minha meta para 2021 é cumprir as metas de 2020 que deveriam ter sido cumpridas em 2019!

Todos falando que vão passar o Ano Novo com tal cor de roupa... E se eu quiser passar pelado, o que significa?

"A vida é feita de escolhas". Engraçado que em 2020 eu escolhi ser rico e até agora nada.

As festas de fim de ano passam... o peso e as dívidas ficam.

Se chorei ou se sorri... o importante é que em 2020 eu bebi!

Vou comprar um caminhão! Estão todos dizendo que vai ser um ano de mudanças, vou ficar rico fazendo frete.

Se chovesse felicidade, eu te desejaria uma tempestade. Feliz Ano Novo!

Se o papai-noel não vier por conta do confinamento e do risco, que o Queiroz faça suas vezes com a mesma generosidade que atende à família do presidente.

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

TELINHA QUENTE 429

 


Em Bridgerton, oito irmãos inseparáveis buscam amor e felicidade na alta sociedade de Londres, no começo do século XIX. Inspirada nos best-sellers de Julia Quinn.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

CAIXA DE MÚSICA 435

 



Roberto Rillo Bíscaro

Em seu quarto álbum, os italianos do Homunculus Res trazem seu suave e altamente elaborado rock progressivo, influenciado pelo jazz, pela psicodelia e pela cena de Canterbury.


quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

TELONA QUENTE 339

 

Na última e eletrizante atuação de Chadwick Boseman, o clima fica tenso quando a pioneira Mãe do Blues se reúne com sua banda em um estúdio de gravação.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

CONTANDO A VIDA 322

 DIAGNÓSTOCO DO PAPAI NOEL... A CULPA É DA COCA-COLA? 


José Carlos Sebe Bom Meihy 

Que notícia mais estranha, era só o que faltava: o Papai Noel está sob suspeita! Seria mesmo a covid19? Febre, dor de cabeça, desânimo, perdeu o olfato... Credo! Os sintomas sugerem que o vírus chegou ao Polo Norte, e atingiu seu morador mais reputado. Ironia, né? Parece que o bichinho se apropriou daquela musiquinha dele que diz “não se esquece de ninguém, seja rico ou seja pobre”. Vírus malvado, cruel, inoportuno... Logo agora, depois deste ano tão açoitado por fatalidades. E me preocupo, pois ele é obeso – pelas fotos, acho que pesa mais de 100 quilos, está no grupo de risco. Certamente, por lá também não existem enfermarias suficientes e não se tem certeza das orientações do governo. 

Difícil explicar como vírus chegou até ele que sai de casa apenas uma vez por ano. Pelo visto nem o confinamento o ajudou. Como pode, né? Bichinho insinuante, esse vírus é o próprio “estraga prazer”, até parece certos políticos que ao abrir a boca ou aparecer provocam urticárias. Mas fiz uma pesquisa histórica e resolvi entender melhor a figura do Bom Velhinho. Acho até que descobri algumas coisas. Cá entre nós, acredito que boa parcela da culpa cabe à Coca-Cola. Sim à Coca-Cola. Não riam não; vou explicar o porquê, aliás, isto exige que eu aborde rapidamente a genealogia do Papai Noel. 

Tudo está ligado à prática de dar presentes que, claro, se redefiniu sob as regras do capitalismo. Não foi sem razão, aliás, que a primeira agência promotora destes festejos tivesse sede em Nova York, na redação da revista Harpers Weekly, em 1881. Criaram então a imagem de um senhorzinho simpático, barbudo, com pança enorme, e o vestiram de vermelho, transformando-o em distribuidor de presentes. E ano a ano repetia-se a tradição. Em 1931, a imagem do senhorzinho vestido de vermelho apareceu pela primeira vez em um comercial da Coca-Cola – sim da Coca-Cola, o refrigerante mais consumindo no Planeta – e a partir daí fixou-se a figura do Papai Noel como emblema do Natal. E a Coca-Cola deitou e rolou no sucesso que se aperfeiçoa a cada ano. Aproveito esta “apresentação” para sustentar uma hipótese capaz de explicar a contaminação do natalino senhor: reparem na propaganda desse ano: uma criança escreve sua tradicional carta, o pai emocionado, atravessa todos os obstáculos possíveis para chegar à casa do Papai Noel no Polo Norte, e, depois de tudo, faz a entrega pessoalmente. Pronto, disse: foi ele que levou o contágio, só não sei se pela carta ou pessoalmente – isto não está claro. De toda forma, pobre Papai Noel. 

Mas será que o Papai Noel não poderia ter se precavido? Difícil responder. É verdade que não faltaram avisos alardeados desde o mês de março. É possível que entretido na fabricação de tantos regalos, ele não tenha prestado atenção às notícias. Não o condeno, pois as fake news promovidas por exércitos de negacionistas, alguns financiados pelos governos, confundiram a opinião. E tudo foi crescendo e não bastasse uma onda, temos duas, com ameaça de sequelas graves por alguns anos. Resultado: não houve com aliviar as tensões que agora se nos apresentam como fatalidade irreversível. São quase 75 milhões de casos no mundo, cerca de 1,7 milhões de mortes. O Brasil ostenta 10% dos números de contaminados e chegamos logo a 200 mil perdas fatais. E, assim, não tem como pensar que os festejos de fim de ano pudessem seguir o mesmo ramerrão de sempre. Pois é, como diz a canção “nada será como antes”. 

Todos fomos afetados em nossa intimidade, mas ninguém mais que o Bom Velhinho. Imaginemos como a rotina do Papai Noel foi abalada em plena pré-produção dos presentes. Vou revelar um segredo natalino: sabedor dos pedidos, desde o dia 26 de dezembro do ano passado, ele vinha articulando um esquema facilitador da produção e da entrega dos pedidos. No mítico mundo imaginário, Papai Noel tinha um acordo com a China, sua parceira, fiel fornecedora de insumos variados. Como sempre, eram pedidos: bonecas, carrinhos, roupas variadas, sapatos e demais apetrechos de utilidade doméstica; esperto, o velhinho começava preparar tudinho com muita antecedência. Pois é o ataque de nervos se deu quando o Papai Noel viu seu acordo com a China atingido por uma feroz propaganda da direita internacional. Nossa, ele entrou em desespero pois quase todos os presentes vinham de lá. Inda mais agora que o Paraguai resolveu mudar seu perfil e se mostrar como o país da América do Sul com maior crescimento. E tem o chanceler brasileiro que trocou os brinquedos de verdade pela política do Itamaraty e, assim, joga como inconsequente. 

Gente, o Papai Noel está desanimado demais, pois para piorar tudo disseram que a rota de viagem que ele sempre fez foi alterada e até garantiram-lhe que a Terra não é mais redonda e que suas renas foram colocadas na mira de caçadores segundo normas do Ibama. E ele quase se desesperou quando foi informado que os livros seriam sobretaxados e que a cultura e a ciência estavam em baixa sob olhares de seguidores muito pouco respeitáveis. 

Sei que o Papai Noel ainda está sob suspeita, o resultado do teste da covid está para sair. Mesmo que seja negativo, previno a todos que ele pode não vir este ano. Sério, ele vai respeitar a quarentena e, em casa, solitário acho que não vai celebrar com Coca-Cola. Gostaria que ele soubesse que todos nós desejamos que o ano novo chegue logo e não apenas em 2022.

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

INVESTIMENTO

 Saúde investe mais de R$ 7 milhões para ampliar cuidados às pessoas com albinismo

O Ministério da Saúde está liberando mais de R$ 7,1 milhões para ampliar o acesso ao atendimento e cuidado adequados aos brasileiros com albinismo. A iniciativa visa a mapear a população que vive com a condição genética, contribuindo para a construção de políticas públicas e melhorias no atendimento para uma assistência adequada à esta população no Sistema Único de Saúde (SUS).

O incentivo financeiro de custeio foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (18/12).

“Tem sido uma estratégia do Ministério da Saúde incentivar o cadastro da população para se fazer o acompanhamento de perto dos cidadãos. No caso os albinos, isso é fundamental para se fazer o cuidado antes do acometimento de doenças graves, como, por exemplo, o câncer de pele, muito prevalente entre os albinos”, explica o secretário de Atenção Primária à Saúde (SAPS), Raphael Parente.

A medida permite que estados e municípios possam utilizar os recursos para adotar estratégias de identificação e cadastro da população albina que busca os serviços da Atenção Primária para atendimento, como os postos de saúde. E, assim, podendo ampliar e qualificar o atendimento com foco nas questões de saúde decorrentes dessa condição genética.

O incentivo financeiro será transferido aos municípios que registraram atendimento de pessoas albinas em serviços da Atenção Primária nos últimos quatro anos, para que ampliem o cadastro dessa população a partir de agora, fortalecendo as ações de promoção, prevenção e cuidados oferecidos às pessoas com albinismo na Atenção Primária, porta de entrada do SUS. Atualmente, cerca de 95% dos atendimentos entre a população albina ocorre em hospitais e emergências.

No total, 504 municípios estão sendo contemplados. Os valores serão distribuídos conforme a população:
R$ 15.000,00 por município com população menor de 100.000 habitantes;
R$ 13.000,00 por município com população entre 100.000 e 300.000 habitantes;
R$ 10.000,00 por município com população maior de 300.000 habitantes.

SOBRE O ALBINISMO

A condição rara é herdada geneticamente, causando problemas na síntese da melanina, produzindo pouca ou nenhuma quantidade, ou falha em sua distribuição, que causa hipopigmentação da pele, pelos, cabelos e olhos.

A falta de melanina pode provocar baixa visão, problemas e lesões de pele, queimaduras solares e fotoenvelhecimento. O albinismo acomete todas as raças em todo o mundo, independentemente do sexo, etnia ou condição social.

TELINHA QUENTE 428

 



Na minissérie Trapaça, um caso aparentemente de trapaça acadêmica entre a professora universitária Leah e sua aluna Rose sai do controle, terminando em consequências fatais.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

ANTA ESTUDADA



Pesquisadores vão estudar genética de anta albina encontrada em SP



Ofilhote de anta albina resgatado em Piedade (SP) recebe cuidados especiais no Zoológico de Sorocaba (SP) e irá contribuir para uma pesquisa genética, que analisa a condição da espécie e a ausência de produção de melanina - a substância que dá a cor à pele.

A fêmea foi encontrada no bairro Ribeirão Bonito, no dia 23 de novembro, fraca e desnutrida. Encaminhada ao zoo desde então, uma equipe diária composta por três profissionais faz o monitoramento e alimentação.

Segundo a bióloga do zoo Cecília Pessutti, a "antinha", como é chamada pelos cuidadores, é alimentada quatro vezes ao dia com uma mistura de leite de cabra e de vaca e pastagem. Acredita-se que ela tenha cerca de 40 dias de vida.

"Ela é mais sensível à luz solar e pode ter um sistema imunológico mais sensível e isso demanda mais cuidados, como massagem abdominal e o tanque de banho com água morna", explicou.

O animal atingiu 15 quilos e deve alcançar a idade adulta aos dois anos e irá permanecer no zoo.

"Vai contribuir enormemente para a ciência, porque não é uma nova espécie, é uma situação da espécie."

Mais albinos

De acordo com a bióloga Mariana Landis, uma das responsáveis pelo Projeto Anta, do Instituto Manacá, os especialistas vão investigar se existe alguma relação de parentesco entre o filhote resgatado e as duas outras antas albinas registradas anteriormente.

"O albinismo não é uma condição muito comum, portanto, existe uma boa possibilidade de existir algum grau de parentesco. Em seguida, vamos comparar a genética dos indivíduos albinos com os indivíduos não albinos, verificando, por exemplo, se entre os albinos há um maior sinal de endogamia [acasalamento entre indivíduos aparentados]."


Para isso, a equipe tem o desafio de conseguir material biológico das antas e continuar monitorando o aparecimento de novos animais albinos.


Segundo o biólogo Bruno Saranholi, com o surgimento de mais antas com a mesma situação, o gene recessivo está mais presente nessa população. Contudo, o ponto pode ser um indicativo de baixa variabilidade genética na população ou a frequência de acasalamentos entre "parentes".

"Ambos os fatores podem levar a uma redução da viabilidade da população em longo prazo, por isso, é importante estarmos atentos a esses registros e investigar o que está ocorrendo nessa população."

Albinos e mamíferos selvagens de outras espécies, conforme os especialistas, podem se reproduzir normalmente. Em imagens captadas no estudo do instituto, um dos machos albinos estava acompanhado por uma fêmea de cor normal.

O Instituto Manacá iniciou uma nova parceria com o fotógrafo Luciano Candisani, que está fazendo a documentação. O profissional foi a o primeiro a fazer o registro de uma anta albina na natureza no Brasil.

Uma lenda


Ao G1, Candisani contou que trabalha na história há sete anos e o filhote representa um novo capítulo do estudo.

"Era uma lenda. Só virou realidade com as fotografias que fiz. Hoje, está bem fácil de ver os animais, mas naquela época era quase um fantasma", lembra. Os primeiros registros do fotógrafo foram feitos na reserva Legado das Águas.


O acervo foi atualizado com novas imagens da "modelo" que está no zoo de Sorocaba. O material faz parte do projeto de Candisani "Floresta Viva", que pretende mostrar a biodiversidade da Mata Atlântica.

"Uma floresta saudável não é apenas uma grande concentração de árvores, a presença da fauna é fundamental."

Outros registros

Os estudos da equipe coordenada por Mariana Landis apontaram outros locais com animais parecidos. O Zoológico de Poznan, na Polônia, relatou três fêmeas nascidas em 1972, 1974 e 1978.

No Brasil, uma fêmea também foi confiscada de um criadouro ilegal em São Paulo, Brasil, em 2010, e levada para um centro de reabilitação de vida selvagem em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, onde morreu em 2015.


Na Argentina, uma fotografia de uma anta selvagem foi tirada no Parque Nacional El Rey, em Salta. Em 2019, também foi registrado um albino com a mãe próximo a Campo Grande.

CAIXA DE MÚSICA 434

 

Roberto Rillo Bíscaro

Sofisticado e bem fora dos padrões do que estava nas paradas de 1987, o álbum de estreia dos escoceses do Danny Wilson  é considerdo o Sargent Pepper's do Sophistipop, por conceituado site musical. Veja/Ouça se concorda.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

TELONA QUENTE 338

 

Um engenheiro idealista constrói a própria ilha no litoral da Itália e a declara uma nação independente, chamando a atenção do mundo — e do governo.

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

TELINHA QUENTE 427

 

Grace Sachs é uma terapeuta de sucesso, casada com um marido dedicado e mãe de um filho que frequenta uma escola particular de elite em Nova York. Ela vê a vida desmoronar, quando uma série de revelações terríveis vem à tona.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

CAIXA DE MÚSICA 433

Roberto Rillo Bíscaro

O álbum Desassossego, de Alexandre Gois e Joaquim Pessoa, é mais um belo trabalho da nova MPB da fervilhante cena musical de Pernambuco.

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

TELINHA QUENTE 426

 

A vida real encontra a ficção neste drama documental sobre a jornada de uma equipe que embarca em uma missão para colonizar o planeta vermelho no ano de 2033.

segunda-feira, 30 de novembro de 2020

CAIXA DE MÚSICA 432



Roberto Rillo Bíscaro

A cantora pernambucana Isabela Moraes esbanja vida num álbum com vocais poderosos e melodias lindas.

terça-feira, 24 de novembro de 2020

TELINHA QUENTE 425




Roberto Rillo Bíscaro

Nesta temporada e The Crown, os explosivos e recessivos anos 80, com a Princesa Diana e Margaret Thatcher causando muito!

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

CAIXA DE MÚSICA 431

 


Roberto Rillo Bíscaro

Em seu segundo álbum, os meninos do Profissão de Urubu voltam com seu indie-pop calmo, com influências de MPB e folk.

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

PAPIRO VIRTUAL 169



Roberto Rillo Bíscaro

De férias em um luxuoso resort exclusivo para membros do Partido Comunista, o Inspetor Chen se envolve com uma ativista ecológica acusada de assassinar o diretor de uma companhia que polui o belo lago da cidade.

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

CONTANDO A VIDA 321

 DESTAQUES DO ANO, 


José Carlos Sebe Bom Meihy 



Quem diria, mas é verdade, o ano se aproxima do fim. Uma enxurrada de memes, piadas, reflexões engraçadas ou não, todas espelham o 2020 como o mais complexo e tenso de nossas vidas. Unanimidade. Seremos rememorados de maneira trágica pela pandemia do tal “novo coronavírus”. Sozinhos ou em conjunto torcemos pelo sucesso da vacina que há de nos redimir e assim esperamos, sem muita paciência, que as voltas dos ponteiros sejam céleres para essa virada. Que os deuses, oxalás e encantados se harmonizem para a superação desta página. Precisaremos de séculos para avaliar danos, medir consequências e ajuizar impactos. Resta, por enquanto, ponderar sobre o presente. Fico, então, pensando com meus botões, em nomes que merecem destaque neste pedaço de tempo azedo. Por lógico, mais do que sair elegendo pessoas, em nível de responsabilidade crítica, desenho critérios. O mar de possiblidades tende ao infinito, pois não faltaram tipos lutadores: pessoal da saúde, garis, serviçais de vários setores. Isto obriga a pensar na dupla face da moeda que negocia valores humanos, humanitários e humanísticos. Pronto, está dado o sentido da análise que de um lado ampara questões gerais, do mundo, e de outro do Brasil, ou pelo menos dos brasileiros que buscam se entender além dos limites da própria ideologia. Claro que há riscos e que facilmente pode-se argumentar que tudo é político, mas o teor das mensagens qualificadoras de cada caso pode explicar os fundamentos das escolhas. 



E começo por distinguir a figura do Papa Francisco. É bom iniciar pelo aspecto religioso, colocando a espiritualidade como fator institucional da busca de paz e fraternidade entre os complicados seres humanos. A renovação da Igreja Católica é missão mais do que difícil. Como uma das mais antigas formas de comando histórico, o espaço de negociação da Igreja tem que ser plástico e flexível, capaz de acatar e se exibir dona de erros. Não fora assim não teria sobrevivido. O que na aparência é virtude, porém se veste de desafio quando se leva em conta a atualização dos limites. Há alguns aspectos que merecem luzes ao valorar o Papa: a coragem de acolhimento de fieis antes apartados dos sacramentos. Refiro-me especificamente a duas atitudes: 1- a permissão de acesso à comunhão aos casais em segundas núpcias, e, 2- a abertura ao pertencimento comunitário católico de casais do mesmo sexo. Queiramos ou não, são atos de bravura e solidariedade e abertura. O simples fato de mexer neste vespeiro clama o maior respeito ao diálogo. Por certo há outros itens que podem ser sublinhados: o ataque à pedofilia no âmbito da comunidade eclesial, o saneamento da corrupção do Banco do Vaticano, mas tudo o mais fica suplementar. 



José Mojica, o Dom Pepe do Uruguai. Que figura humana! Agricultor, em sendo jovem fez valer suas utopias e pagou caro por supô-las viáveis. Depois de anos dolorosos de reclusão, purificado, se transforma em político chegado às polêmicas do nosso tempo. Mojica não mediu esforços para por em prática debates que levaram, entre tantas outras, a institucionalização das relações de casais do mesmo sexo e, sobretudo, o combate valente com as forças do mercado de drogas. Ao ordenar o consumo público do uso da maconha, Dom Pepe, enfrentou o ostensivo cartel de drogas do sul continental. E conseguiu. Há algo mais na biografia deste latino-americano destemido. Eleito senador, ciente de seus limites de saúde e de participação na arena política, sem medir temores, pediu sua renúncia. E encerra sua carreira pública pobre e falando de amor. 



Do exemplo de velhos, para novos, do cosmo ampliado para o brasileiro, quero deixar minha homenagem a Carol Solberg, atleta do voleibol de praia, moça que inconformada com o ambiente político soltou um sonoro “fora Bolsonaro”, em pleno ato de desabafo, na vitória de sua equipe. Representando o avesso de outros atletas que se declararam favoráveis ao capitão presidente, ela ousou se expressar. Tudo ficaria neutralizado, não fosse o estapafúrdio destaque dado em favor de sua punição como se ela fosse exceção. Imbuídos de poder, comitês autoritários optaram por adverti-la, agindo de maneira diferente de casos como Ronaldinho Gaucho, Felipe Melo, Diego Souza. Exaltada, alegando liberdade de expressão, a jovem tem sido elevada a condição de símbolo de coragem e posicionamento feminino em falar da democracia. 



O padre Júlio Lancelotti, chamado “anjo das ruas”, há 35 anos atua em favor dos mais desprovidos da sociedade brasileira. Só em São Paulo temos cerca de 35 mil moradores de rua. O padre Lancelotti estabeleceu um parâmetro fundamental para atuação em favor dos excluídos: lutar pela dignidade, mas não em sentido amplíssimo, e sim a partir de uma causa concreta: os sem teto. E dai o desdobramento da causa em prol dos negros, indígenas, migrantes e das comunidades rebaixadas na consideração social: cadeirantes, lgbt, violentadas e violentados, excluídos políticos. Tudo a partir da pobreza e do abandono dos miseráveis. Dono de uma audácia quase que inexplicável, o “padre dos pobres” não mede limites para exposições públicas. Por certo, isto lhe custa muito, inclusive (imaginem) um processo de Bolsonaro que teve seu pedido acatado por um juiz. Entre tantos exemplos edificantes, sem dúvidas o padre Lancelotti é, para mim, o mais destacado como “personalidade do ano”. 



Lembrei-me para finalizar de uma frase dita por Camus em discurso sobre a humanidade: há nos seres humanos mais coisas a admira do que a diminuir a condição. Os nomes acima, bem provam isso. E que venham novos exemplos. E que vá a pandemia com os maus governantes.

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

TELONA QUENTE 337

 

Em O Que Ficou Pra Traz (Netflix), um jovem casal sudanês foge da guerra para recomeçar a vida na Inglaterra, mas é atormentado por uma força sinistra que vive em sua nova casa.



quarta-feira, 11 de novembro de 2020

CONTANDO A VIDA 320

À ESQUERDA, MAS COM LÍRICA FILOSÓFICA... 

José Carlos Sebe Bom Meihy 

Aconteceu!... Em uma das poucas redes sociais à que me ligo, alguém querendo me saudar, gratuitamente, disse que me respeitava apesar de ser “de esquerda”, posição que segundo o enunciador eu assumiria “erradamente”. Sem bem entender do porquê, a afirmativa que caberia na moldura de pintura legítima me enquadrou com certa fatalidade. Fiquei pensando nos limites da classificação e, inquieto, troquei ideia com um confidente, algo na base do “você viu?”. Insatisfeito ainda, sem conformidade, resolvi divagar. Logo me veio à lembrança uma frase esperta por certeira, do psicólogo James Hillman “nós não nos conhecemos, nós nos descobrimos”. Foi um bom começo. Permiti-me vislumbrar um abismo íntimo e resolvi visitá-lo em mergulho: por que afinal uma afirmativa ingênua, dita em situação trivial, teria me atingido tanto? O que conteria de tão venenoso a palavra “esquerda”? Quais as implicações ofensivas dessa percepção que, afinal, responde sim, a um juízo cabível? É claro que não sou de direita e que maldigo aquela catilinária tosca. Juntei fragmentos e propus contraste: acredito na redondeza da terra, aposto na vacinação obrigatória, me devoto à cultura e à ciência, considero a Constituição e as regras estabelecidas, e prezo demais os protocolos da boa educação, da política avessa às milícias e sou contra ódio ideológico, fake news, gabinete do crime. Mais: vivo inconformado com figuras que se ufanam por ser conservadoras, defensoras de supostos autoritários e ferrenhos detratores de tudo que diz respeito às mudanças e diferenças. Então?... Então por que minha impaciência em ser taxado de esquerda? Por que, se considerando as brutalidades da direita, não me contento em ser esquerda? 

Sou – e espero continuar sendo – contra simplificações. Gosto de causas complexas, de sinuosidades, de detalhes vistos no conjunto, de nuanças, de semitons, de teses elaboradas. Sim, devo admitir: há algo de barroco em minha interpretação pessoal e, pior, aprecio isso. Acatar tais variações, creio, me permitiu achar o fio da meada explicativa deste meu mal estar: sou muitos em sendo eu somente. E assim me redimo em Fernando Pessoa pensando nos meandros de seus heterônimos que, aliás, me ajudam explicar os muitos que há na singularidade de cada qual. Pessoa, “o poeta dos vários”, se manifestava em três vozes distintas, e, ainda que assinasse mais de 70 pseudônimos, três marcaram sua “poesência”, Alberto Caieiro, Ricardo Reis e Álvaro Campos, deste aliás brotou a joia na qual mais me pauto “não sei quem sou, que alma tenho/ quando falo com sinceridade, não sei com que sinceridade”, e, em “Tabacaria” pontificou “não sou nada/ nunca serei nada/ não posso ser nada/ à parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo”. 

Ser múltiplo em um é dilema frequente em poetas que não fogem de argúcias. Neruda se situou num plural conveniente aos “muitos homens que sou, e nós somos/ não podemos nos assentar em apenas um/ eles estão perdidos em mim”. E como deixar a recorrência a Mario de Andrade se declarando “sou trezentos, trezentos e cinquenta”. Não será fátuo imaginar que todas essas menções exalam perfume filosófico derivado de Nietzsche que, na “A Gaia Ciência”, declarou-se “eu sou vários! Há multidões em mim. Na mesa de minha alma sentam-se muitos, e eu sou todos eles. Há um velho, uma criança, um sábio, um tolo” e, de maneira matreira, completava “Você nunca saberá com quem está sentado ou quanto tempo permanecerá com cada um de mim. Mas prometo que, se nos sentarmos à mesa, nesse ritual sagrado eu lhe entregarei ao menos um dos tantos que sou”. Como que dialogando com minha busca de exatidão política, o próprio filósofo continuou “entre tantos, um dia me descubro”. Sabe, é isso que perscruto, me descobrir e levo em conta a frase de Clarice que me redime “não sou sempre flor/ às vezes espinho me define tão melhor/ mas só espeto os dedos de quem acha que me tem nas mãos”. Pois é, sou daqueles que duvidam da existência de uma esquerda efetiva no Brasil – basta olhar os lucros bancários – mas, mesmo desajeitado no que seria padrão simples, assumo estar à esquerda de tudo que a direita brasileira impõe. E quero ferir quem me simplifica. Busco então me situar na escalada de reflexões que vão além de polos que são antagônicos por extremos, sem mediações. Ainda bem que a poesia me salva e me ajuda entender a cromática variada em nuanças. Talvez não por opção pessoal, mas pelo exagero populista dado pela própria direita, a cada momento mais, vou me assumindo à esquerda. Esquerda sim, mas em movimento. Em construção. Entendo o mesmo Nietzsche quando dizia “é preciso ter asas, quando se ama o abismo”. E me atiro na busca de um lugar político complexo e carente de explicações que não cabem no simplismo elementar contido em ser de esquerda. 

terça-feira, 10 de novembro de 2020

TELINHA QUENTE 424

 

Depois de se envolver em uma série de acontecimentos inexplicáveis, um médico cético se torna uma autoridade em investigações paranormais, mesmo contra sua vontade.

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

CAIXA DE MÚSICA 430

Roberto Rillo Bíscaro

Em seu quarto álbum, os italianos do LogoS usam um mar de tecladaria sinfônica para contar a história de uma menininha, que sobreviveu à bomba de Hiroshima.
 

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

PAPIRO VIRTUAL 168


Roberto Rillo Bíscaro

Uma velha e inofensiva professora recebe flechada fatal, na idílica cidadezinha canadense de Three Pines. Entra em ação o Inspetor-Chefe Armand Gamache.

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

TELONA QUENTE 336

 

Uma nova família se muda para a casa em Elm Street, e logo os garotos estão tendo pesadelos com Freddy Krueger, o falecido assassino de crianças. Desta vez, ele tenta tomar o corpo de um adolescente para continuar matando no mundo real.

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

CONTANDO A VIDA 319

PRESENTE PARA VIÚVO NO DIA DOS PROFESSORES. 

José Carlos Sebe Bom Meihy 

Em circunstâncias de epidemia coisas estranhas acontecem, às vezes de maneira provocativa. Foi assim com o meu dia dos professores. Não bastasse a abstinência de desejáveis abraços, beijos estudantis e de colegas, o isolamento ainda provocou uma estranheza extra. Antes de contar esta história, devo confirmar o recebimento de muitos abraços e menções carinhosas... Mas foram saudações virtuais... Gostei, é claro, mas achei meio chato, indicativo de sinais dos tempos. Acatei todas efusivas lembranças e até as potencializei na chave do reconhecimento acho que merecido. Ser lembrado é bom, e ser homenageado é melhor ainda. No dia dos professores me permito exageros e deixo que a vaidade me assuma por inteiro. Pois bem, houve uma exceção nessa nova proposta comemorativa. Foi assim: o interfone tocou, o responsável pela portaria disse que havia um pacote me esperando, e que deveria buscá-lo. “Só um pacote”, proclamou o interlocutor. 

Desci correndo, mas não alcancei o presenteador (ou seria presenteadora?). Entre eufórico e frustrado, depois de higienizar o pacote com o álcool em gel disposto no elevador, abri furiosamente o invólucro, adivinhando que seria um livro. Com toda maldade que me permito nesse dia, logo fui reclamando: mas que falta de imaginação, dar um livro para um professor, no seu dia. Não seria mais adequado uma garrafa de vinho, flores, frutas, uma camiseta de time de futebol que fosse... Enquanto me livrava do papel e do barbante insistente em nós bem dados, minha imaginação, num zênite, se interessou pelo tema do regalo. Seria um livro de história, de análise política, um romance, um compêndio de poesia? Pois bem, em fração de segundos aposentei as reclamações e se me abriu um céu de possibilidades. Qual não foi minha surpresa quando, vi fechada a porta do elevador, o título do presente: “Como falar com um viúvo”, capa linda e colorida, com texto de Jonathan Tropper. Pronto, o curto caminho até o meu apartamento se transformou em uma jornada longa e interminável. Venci, porém. Entrei, já sem sapato – sou daqueles que preferem ler descalço. Com o livro aberto, sentei-me em minha cadeira de leitura, fisgado, tendo remetido para minha pré-história todos os questionamentos anteriores. 

O livro começa com a descrição de uma fatalidade: a morte da esposa Hailey em um trágico acidente de avião. Doug Parker, o marido/personagem, seria um desses tipos que não nasceram para casar, mas, por armação da vida, conhecera a mulher de seus sonhos, dez anos mais velha que ele. Mais velha, mas linda, loira, de olhos faiscantes nos seus 10 anos a mais do que ele. A diferença etária, contudo, não se fez empecilho para a felicidade do personagem que, afinal, encontrara na esposa o porto seguro, a parceira ideal, a tal mulher dos sonhos. O fato dela ter um filho adolescente, fruto de relação anterior, em vez de problema mostrou-se solução, pois aprendera a amar o garoto como legítimo pai. E sua vida de insucessos, seria coisa do passado, e no pretérito ficara sua condição de jovem desastrado, aluno medíocre, frustrado, dono de várias tentativas de ingresso em universidades reputadas. 

Adulto, até a chegada de Hailey, Doug fora um eterno buscador de empregos nos quais não se adaptava. Em dois anos era outro homem, o mais feliz do planeta, e tanto que até bonito se tornara. Depois desse convívio mágico, por um desastre, sem mais nem menos, encontramos nosso herói transformado no melhor modelo de triste mortal. Sem seu par perfeito, restou-lhe pouco, no máximo assumir uma coluna do jornal de sua cidade, no interior britânico, onde escrevia conselhos capazes dar vasão à mais chorosa agonia. Detalhar a vida de um enlutado chegado à bebidas e ao pessimismo mais escalafobético, era sua missão. A coluna chamada “como falar com um viúvo”, contudo, seria sua tábua de salvação. Seria... Seria se não houvesse uma soma hilária de circunstâncias complementares. 

Penalizada com a viuvez do pobre Doug, considerando a depressão progressiva, sua irmã gêmea resolvera mudar-se para sua casa. Ela que antes era a sensata e a mais ajustada familiar, agora, em plena gravidez, agia como reformadora do mundo, e, pior que tudo, revelara que conhecera o pai da criança, um amigo fiel do clã, em pelo funeral da esposa. Isso era imperdoável para o viúvo. Inda mais agora, que estava prestes a se separar. A chegada da irmã com futuro rebento, implicava adaptações da casa e assim anunciava-se uma guerra fraticida: ele queria deixar tudo do mesmo jeito e ela impunha mudanças drásticas. Encrencas familiares se multiplicavam: o pai teve um AVC com sequelas graves, inclusive com perda de memória. A mãe alienada optou por representar papeis teatrais do tempo de moça e vivia em performaces dramáticas, paramentada para apresentações hipotéticas. O rapaz, o tal amado filho postiço, se metia em confusões sérias e não era mais o jovem candidato à perfeição. E que dizer dos namoros propostos pela irmã? E das imaginadas alternativas sexuais imaginadas para tirar Doug do vazio? 

“Como falar com um viúvo” é um texto de redenção. O contorno da dor, o sofrimento atroz é abalado por um humor fino, crescente. A leitura dessas deliciosas páginas permite evocar Freud nos ensinamentos derivados de outro livro importante, de 1905, chamado “Os chistes”. A transgressão é uma das dimensões capazes de transformar condições mórbidas em discursos aptos a requalificar a vida. Talvez seja exatamente isto que Caetano Veloso sintetizou na passagem da canção “Vaca Profana”, de 1984 “Respeito muito minhas lágrimas, mas ainda mais minha risada". O dia do professor passou. Passou, deixando uma lição: há jeitos de se comunicar com um viúvo, principalmente se for um viúvo professor. 

Não sei quem deixou o livro na minha portaria. Um dia aparecerá, mas tenho que dizer que há sim modos de falar com viúvos. Em certos casos como o meu, deixar dúvidas é boa alternativa. Se houver interessados é só pedir o endereço. 

terça-feira, 3 de novembro de 2020

TELINHA QUENTE 423

 

Roberto Rillo Bíscaro
Um plebeu que vive na Grécia antiga descobre que é filho de Zeus e que seu propósito é salvar o mundo de um exército demoníaco.

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

ESPÍRITO SANTO DISCUTE ALBINISMO

 

Direito das pessoas com albinismo em debate no ES

Os direitos e as necessidades das pessoas acometidas pela acromatose, desordem genética mais conhecida como albinismo, são tema central da reunião ordinária da Comissão de Saúde da próxima terça-feira (3). O assunto é um dos pontos na agenda de trabalhos da Assembleia Legislativa (Ales) durante a semana que, por conta do feriado de Finados na segunda-feira (2), será um pouco mais curta.

O encontro vai tratar de questões como a situação dos albinos no Espírito Santo e o acesso dessas pessoas a tratamentos específicos para a condição genética caracterizada por deficiência de pigmentação na pele, cabelos e olhos. Por isso, o colegiado presidido pelo deputado Doutor Hércules (MDB) convidou pessoas que nasceram com tal condição para conhecer as demandas do segmento. Entre elas estão a criação de uma associação voltada exclusivamente para pessoas com acromatose e atendimento mais direcionado no sistema de saúde.

Também deve participar da reunião a geneticista Lilian Kimura, que deve explicar as condições necessárias para que pessoas albinas vivam com conforto.

CAIXA DE MÚSICA 430

 


Roberto Rillo Bíscaro

John Frusciante, guitarrista do Red Hot Chili Pepper, sai de sua roqueira zona de conforto e se aventura na selva jungle britânica dos 90's, em um álbum dedicado a uma gata.

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

PAPIRO VIRTUAL 167

 

Roberto Rillo Bíscaro

Korede está acostumada a limpar os traços deixados por sua irmã-serial-killer, Ayoola. Mas, o que pode acontecer quando ambas se interessam pelo mesmo homem? Sarcástica estreia da autora nigeriana.

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

TELONA QUENTE 335

 

Roberto Rillo Bíscaro

Em, The 27th Day (1957) cinco cidadãos “comuns” de distintas nacionalidades são abduzidos por nave espacial duma civilização agônica, mas que não quer recorrer à violência invasiva pra evacuar seu planeta e se salvar. Eticamente impedidos de colonizar nosso planeta, os ETs transferem a batata-quente pra nossas mãos. Cada terráqueo é presenteado com arma letal, que pode obliterar a espécie humana, sem danificar a infraestrutura ou outras formas de vida. Os pacíficos alienígenas não são violentos, mas contam com o potencial autodestrutivo humano pra fazer o serviço sujo por eles. Algo como dar facas pra crianças brincarem na creche, mas não assumir a culpa pelo massacre resultante.

Um alemão, um norte-americano, uma inglesa, uma chinesa e um soviético são os portadores da provável extinção da espécie humana. Sendo produto tipicamente Guerra-Fria, da família de Red Planet Mars, assim que Moscou constata que pode dominar o mundo, não poupa chantagens, torturas e ultimatos não apenas para remover os EUA da Europa e Ásia, mas também os estadunidenses do mundo.

A mensagem de “paz” final de The 27h Day é assustadora, porque não prevê alternativa de convivência harmônica entre os povos, a não ser que aqueles que pensem distinto sejam literalmente exterminados. Mas, tudo vem (mal-)disfarçado em mambo-jambo cristão.

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

CONTANDO A VIDA 318

AVISO AO PAPAI NOEL EM TEMPOS DE COVID 19 

José Carlos Sebe Bom Meihy 

Meu caro Papai Noel 

Pois é, nem sei se este ano, em plena cultura de cancelamento, você virá segundo reza a tradição dezembrina. Mas precisamos tanto de Natais; como nunca “bom velhinho”. Nossa! Mesmo com todo aparato fake que nos envolve, com neve de brincadeirinha, roupa de veludo, capuz com pompom branco, botas, com todo aquele visual impróprio, queremos cantar jingle bell. Até a Simone repetindo então é Natal a gente engole com alegria. Juramos respeitar a carestia, e nem importa se o saco de presentes vier magro. Se decidir pela visita, faça boa viagem, mas não se iluda com a propaganda enganosa: a Terra continua redonda, apesar da insistência de débeis terraplanistas. E, por favor, cuidado com a fumaça das queimadas de nossas florestas e do Pantanal. São tantos focos meu querido Papai Noel, só até setembro deste 2020 foram quase 50 mil. Mesmo assim gostaria que viesse porque precisamos de alguma alienação, a realidade está dura demais. Venha de máscara, porém, para se proteger, pois é preciso cuidar de si, até porque o pessoal de Brasília é negacionista, não acredita na covid, que já levou mais de 153 mil brasileiros para a cova real. 

Insisto que venha, precisamos compensar a falta de entusiasmo das pessoas. E nem estranhe a modéstia das cerimônias: o real tão desvalorizado, o dólar tão alto. Isso, aliás, é convite para a compreensão de improvisos criativos. E por falar em dinheiro, caso queira dar algum para alguém, faça segundo a prática da família presidencial, em cash, e só último caso deposite, mas melhor em parcelas como ensinou o Queiroz que já doou 89 mim para a primeira dama. Papai Noel, tudo está tão caro, olha só o preço do arroz, do feijão, que dirá do peru! Pelo visto nem mesmo chester com farofa disfarçará a carestia. Como não se deve deixar de brindar, quem sabe valorizaremos a caipirinha, a batida de maracujá, coco. Prosecco, espumante, champanhe, vinhos, nem pensar, né!? Talvez dê para uma sidra, dessas bem baratinhas, daquelas que “cabem no orçamento”... 

E por falar em festa, penso nos docinhos finos, aqueles de nozes, tâmaras, avelãs, esses, por certo, cederão espaço para as cocadas, suspiros, doce de leite, paçoca. Acho, teremos panetone, pois se não sobrar dinheirinho para isto, os amigos cobrirão a lacuna - até imagino o amigo secreto trazendo um em embrulhado com enfeite. Com certeza, suponho que em termos de recrudescimento de nativismo nacionalista, em vez de roupas de marca, qualquer coisinha seja compensação possível. Nem ouso pedir um par de cuecas resistentes às batidas da Polícia Federal, mas, em havendo exceção para as crianças, não se esqueça de discernir entre o rosa e o azul; rosa para elas e azul para eles, pois há recomendação de autoridade vigilante. Devo, aliás, sugerir que não traga “arminhas” para as crianças, pois do jeito que andam as coisas em vez de brincar de carrinhos, bonecas, piões ou joguinhos lúdicos, os rebentos podem pensar em obedecer o mandatário mor. 

Papai Noel, nem acredita: a escola da violência tem propalado lições que começam nos Palácios da capital federal e o que chamávamos de velha política rejuvenesceu e está ainda muito mais presente. Aliás, o exemplo familiar também vem de cima: uma fraternidade abençoada por um papai nada ficcional. Se houver alguma sobrinha, meu bom velhinho, deixe um livro de Paulo Freire, pois anda tão mal tratado por ignorantes que, imagine, querem cancelá-lo do imaginário pedagógico. 

Venha prevenido para surpresas, por favor, e não estranhe a ausência da árvore de Natal. Com as queimadas ficamos temerosos que supusessem alguma que representasse afronta à vigilância. Também vamos prender os cachorros e esconder os gatos, pois na eventualidade de sua chegada, a memória dos animais queimados pode causar suspeita. Aviso: não venha de trenó puxado por renas, não venha, pois o ministro do meio ambiente pode não gostar, e, imagine o que faria... Ao sobrevoar os campos queimados, finja não ver os bois agora alçados à condição de bombeiros. Sim, a ministra da agricultura tem ensinado que eles comem as gramas excessivas, protegendo assim contra incêndios. Sábia, não? 

Papai Noel, você, como eu e tantos outros queridos coetâneos, estamos no grupo de risco. Oscile com cuidado entre sua valentia e medo, mas se romper os circuitos da pós-modernidade e insistir em vir, traga uma senha. Será necessário ter certeza de que é quem é, pois em tempo de eleição antecipada – sim, já estamos em campanha para 2022 – é possível que o confundam com candidatos de esquerda, imagine chegando de vermelho... Além do mais, não estranhe se o chamarem de comunista, pois qualquer ser diferente do modelito é punido. Não sei se a vacina – qualquer uma delas, chinesa, britânica, brasileira – estará disponível, caso não, sugiro não trazer cloroquina ou hidroxicloroquina, porque o risco de ser assaltado é enorme. Mas venha, meu bom velhinho. Venha, para compensar as desgraças que vivemos. Venha sim, precisamos acreditar em você. 

terça-feira, 27 de outubro de 2020

TELINHA QUENTE 422


Na segunda temporada da série The Alienist/O Alienista, o foco passa para Sara Howard, agora detetive particular investigando a abdução e morte de crianças.