sábado, 28 de fevereiro de 2015

MUSEO MARÍTIMO DE USHUAIA 2

O complexo cultural que se tornou o presídio de Ushuaia (Argentina) tem diversas figuras que retratam presos em situações cotidianas. É meio estranho no começo, porque as representações são bem realistas. Uma parte do prédio foi mantida como no original, sem calefação ou melhorias; é bem a parte onde tomavam banho; imagine no inverno rigoroso da região!














ALBINO GOURMET 169

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

MUSEO MARÍTIMO DE USHUAIA

Até meados do século passado, a fama de Ushuaia - na Patagônia argentina - não era muito boa porque havia um grande presídio, que passava uma imagem sombria ao local. Com a desativação da cadeia, as instalações tornaram-se um acessível e bem organizado complexo cultural, com museus e galerias de arte.
Fica na zona urbana, então, dá pra caminhar e passar um bom tempo percorrendo os vários edifícios.














quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

PROTEÇÃO ALBINA

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Temendo Ataques, Famílias Tanzanianas Buscam Refúgios para Crianças com Albinismo

(Tradução: Roberto Rillo Bíscaro)

Pais tanzanianos de crianças com albinismo estão lutando para encontrar refúgios para seus filhos após o sequestro e suposto assassinato de 2 crianças ter aumentado o medo de mais ataques a albinos neste ano eleitoral.
Nos últimos 2 meses, 2 crianças albinas desapareceram apesar de o governo ter proibido curandeiros, acusados de encorajarem os ataques contra albinos a fim de retirar-lhes partes do corpo para preparar feitiços e poções, que, segundo eles, trazem boa sorte e riqueza.
Na semana passada, a polícia achou o corpo de Yohana Bahati, de um ano de idade, dias depois de uma gangue armado tê-lo raptado de casa no noroeste da Tanzânia. Seus braços e pernas haviam sido decepados.
Ele foi a segunda criança com albinismo a ser sequestrada em 2 meses na área dos lagos. Estima-se que 75 albinos tenham sido mortos na Tanzânia desde 2000,de acordo com a ONU. Uma menina de 4 anos raptada em dezembro segue desaparecida.
O Alto Comissário para Direitos Humanos das Nações Unidas, Zeid Ra'ad Al Hussein, pediu mais proteção para as pessoas com albinismo, que correm risco neste ano eleitoral: teme-se que políticos recorram à bruxaria para aumentarem suas chances.
Peter Ajali, coordenador de um abrigo para crianças com necessidades específicas, disse que o número de crianças com albinismo buscando refúgio quase dobrou este mês, pulando de 115 para 218.
Outros centros residenciais geridos pelo governo relatam aumento similar. Segundo Ajali:
" Temos recebido um número enorme de crianças com albinismo em muito pouco tempo; a maioria trazida pelos pais, que creem que seus filhos estariam mais seguros aqui. Aqi temos uma equipe de segurança privada e a polícia sempre protege as crianças.
Kulwa Ng'welo, da escola primária Mitindo, que abriga crianças com necessidades específicas, contou que na semana anterior o número de crianças albinas passara de 45 para 67.  
Uma pesquisa de opinião em 2010 constatou que a despeito de a maioria dos tanzanianos ser cristão ou muçulmano, 60% acreditava que certas pessoas tinham poder para rogar pragas ou fazer feitiços.
Curandeiros chegam a pagar 75 mil dólares pelos membros de uma pessoa com albinismo, segundo relatório da Cruz Vermelha.
Beatrice Lema, 16, trazida pelos pais ao abrigo na semana anterior, disse que se sente muito mais segura lá do que em casa.
“Não quero morrer, quero estar em segurança. Tenho muito s amigos para brincar e acho que ninguém virá aqui para me fazer mal.”
Em meio à crescente revolta contra a falta de proteção aos albinos – até agora apenas 5 condenações pelos crimes – a polícia da capital Dar Es Salaam autorizou os planos da Sociedade Tanzaniana de Albinismo de protestar em frente a prédios governamentais em 3 de março.
“É dever de todos lutar por justiça e proteger as vidas das pessoas com albinismo”, afirmou Mohamed Chanzi, secretário-geral da associação.
O albinismo é uma desordem congênita que afeta uma a cada 20 mil pessoas no mundo. É mais comum na África sub-saariana e aparece em um de cada 1.4000 tanzanianos. 

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

CONTANDO A VIDA 99

Pobres madrastas, sempre com fama de más na nossa cultura. Mas, sabia que o Rei Roberto Carlos interpretou uma das poucas manifestações favoráveis a elas? Aprenda isso e mais lendo a interessante crônica musical do professor José Carlos Sebe Bom Meihy.  

MADRASTA: o olhar de Renato Teixeira.

José Carlos Sebe Bom Meihy

Ando fazendo pesquisas que podem parecer esquisitas. Creio que pouco tem sido escrito na nossa história sobre as figuras familiares. Ainda que mãe e pai repontem com maior frequência, pouco se fala de outros personagens que compõem tramas e dão sentido identitário aos participantes das comunidades parentais. Onde estão, por exemplo, os irmãos, primos, cunhados? Sobre as sogras – é válido reconhecer – Dicló exagerou em interpretações como Minha sogra parece sapatão”, “A vaca da minha sogra” ou o impagável “Bingo da minha sogra”, isso sem contar a irreverência do “Vendendo barato: muamba, sogra no Paraguai”. Preocupado com os outros familiares, busquei em nossa música popular (MPB) algumas indicações extraídas do que se chama tecnicamente “reserva de memória”. Vasculhando letras de música, dia desses me detive na figura sempre intrigante da madrasta. Como se sabe, poucos tipos sociais são tão estigmatizados como a mulher que se casa com o pai e supostamente se coloca no lugar da mãe falecida. E nem faltam contos e lendas infantis para garantir rejeições. Cinderelas e Brancas de Neve estão aí para provar o que também se repete em novelas, filmes, piadas. Esse procedimento, aliás, é um traço de nossa cultura que sabe caprichar na exclusão. Pois bem, falar de madrasta na MPB logo traz à mente a canção “Madrasta”, feita por Renato Teixeira e Beto Ruschell. Quem não se lembra de Roberto Carlos interpretando-a magistralmente no Festival de 1968? Mas muito mais do que isso, os dizeres oferecem uma virada na abordagem das relações madrasta/enteado. Pode-se afirmar que há uma verdadeira revolução na letra que se abre como oração “Minha madrasta bem-vinda na varanda/ onde me escondo dos medos/ na paz que ofereço a você”. Existe algo de singular nessa construção narrativa: com sutileza os autores não se referem à mãe ausente, e de tal maneira isso emociona que o final resume a grandiosidade afetiva dos narradores, abrigando afetivamente: “aqui é seu lugar”. Sem exagero, entre as mais sensíveis passagens do nosso cancioneiro está a frase “andaremos os três/ nós já podemos dizer ‘nossa casa’.
Sobremaneira valorizo esta “Madrasta” em contraste com outras que reafirmam os estereótipos correntes, como é o caso de “História de um órfão” de Ary Lobo onde o autor decreta “Ai minha mãe/ Meu primeiro santo amor/ Eu comparo minha mãe/ Com o anjo do senhor” e em continuidade, a trama narrativa dessa canção progride dizendo que num passeio pelo nordeste o autor  ouviu outro órfão se lamuriando “de sua mesquinha sorte”, pois morta a esposa, “papai precisou casar/ Porém a minha madrasta/ Vivia a me maltratar/ Quando eu falava em mamãe/ Ela pegava a brigar”, e, sem piedade decretava “Minha madrasta era má/ Tinha cruel coração/ Puxava minhas orelhas/ Me dava um beliscão/ Depois mandava papai/ Me bater de cinturão”. De certa forma, a relação conflituosa entre enteado e madrasta é algo instalado na cultura popular e isso pode ser depreendido por um dos contos mais difundidos de nossa tradição, como o registado por Câmara Cascudo. Dizia a lenda que havia um rico senhor que tendo perdido a esposa se casara em segunda núpcia. Má, a madrasta fingia-se boa em público, mas maltratava a filha do marido em surdina. De tanto sofrimento a menina, na ausência do pai, foi enterrada viva e em cima de sua tumba cresceu um denso capinzal. Intrigado, o pai mandou um colono carpir e assim que começou ouviu uma voz cantando “Capineiro de meu pai!/ Não me cortes os cabelos/  Minha mãe me penteou/ Minha madrasta me enterrou/ Pelo figo da figueira/ Que o passarinho picou/ Chô! passarinho!”. Apavorado, o capineiro chamou o pai que também ouviu a voz entoando a cantiga lúgubre. Assombrado, imediatamente começaram a cavar a terra até encontrar a menina ainda viva. Em prantos o pai abraçou-a, levando-a para casa. A madrasta ao ver a enteada correu mundo afora e dela nunca mais se soube. Com base nesta lenda, poetas como Jorge de Lima retomaram o mote que se repete, por exemplo, em “Nega Fulô” onde se lê “Ó Fulô! Ó Fulô!/ Vai botar para dormir/ esses meninos, Fulô!/ ‘minha mãe me penteou/ minha madrasta me enterrou/ pelos figos da figueira que o Sabiá beliscou’”. Não bastante Belchior e Raimundo Fagner escreveram uma canção que pode ser considerada antológica onde, depois de repetir o dizer da menina morta, perpetua o mito da madrasta má. Saúdo nosso letrista, Renato Teixeira que soube ser diverso e acolhedor. Certamente faço coro às madrastas que entoam versos de novos tempos familiares.    

ALBINO GOURMET (LITERALMENTE)

Caviar albino é considerado o alimento mais caro do mundo

Quarenta mil dólares é quanto custa a colher de chá do “White Gold”, um tipo de caviar feito à partir de ovas de peixe albino raro misturado com ouro 22 quilates.
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Vendido por 300 mil dólares o quilo, a novidade será servida para a realeza e multimilionários nos melhores restaurantes deMônaco e Dubai.
caviar em pó, também chamado de Strottarga Bianco, é uma criação do piscicultor austríaco Walter Gruell, 51, e de seu filho Patrick, 25. De acordo ccom Patrick, o Strottarga Bianco provém das ovas do esturjão albino – espécie de peixe extremamente rara.
Para fazer apenas um quilo do White Gold, pai e filho usam 5 quilos de caviar que são desidratados até chegarem ao produto final. A dupla utiliza as ovas do esturjão que são mais elegantes, suaves, aromáticos e, por isso, um sabor melhor.
beluga albina, que produz o caviar original, vive, originalmente no Mar Cáspio, mas, infelizmente, a espécie está quase extinta de seu ambiente nativo. Por isso, Walter e Patrick decidiram reinventar a iguaria à partir do peixe albino esturjão.
Outra razão do alto valor do caviar produzido por eles, é que, enquanto alguns esturjões vivem mais de 100 anos, algumas belugas não chegam a esta idade por uma falha genética que encurta sua vida. Patrick explica, também, que o caviar que produzem na Áustria está entre os melhores do mundo porque a água, que vem das montanhas, é livre de poluentes.
“Esta é uma das razões que explicam o porquê de, provavelmente, o caviar ter um gosto tão bom. Além de ter sido temperado antes de ser desidratado – processo em que a iguaria perde 80 por cento do seu peso. Em seguida, é ralado muito fininho e misturado com ouro 22 quilates, que, em quantidades muito pequenas, tem um efeito bastante positivo sobre o sistema imunológico humano”.
“O pó amarelo dourado que criamos, pode, rapidamente, ser adicionado a um risoto, uma pasta ou, simplesmente, colocar no pãozinho com manteiga. O sabor é bem intenso e tem um gosto distinto de peixe fresco. Para o Golden White, é necessário quantidades muito pequenas para que seu sabor seja transmitido para uma refeição”.
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terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

TELINHA QUENTE 152

Roberto Rillo Bíscaro

O estrondo de ET – O Extraterrestre consolidou o império de Steven Spielberg, que nos anos vindouros faria o que bem quisesse. Em 1985, voltou a produzir pra TV, onde praticara técnicas e ganhara trocados nos anos 60 e 70 (escrevi sobre aqui).
Amazing Stories teve 2 temporadas (1985-7) pela NBC. Histórias com metragem abaixo de 25 minutos, enfatizando a fantasia, mas também suspense, pitadas bem leves de horror, ficção científica de quadrinhos datados já nos 80’s e doses de humor. O fracasso de audiência determinou a não renovação do contrato. Spielberg fazia o que bem quisesse enquanto deixavam.
Convidados famosos assumem a direção: Burt Reynolds, Clint Eastwood, Martin Scorcese, Tobe Hooper e o próprio Spielberg, claro. The Mission, dirigido pelo criador do ET, tem um dos defeitos que estragam essas pretendidas Histórias Maravilhosas: Kevin Costner e Kiefer Sutherland participam do episódio sobre soldado entalado na parte inferior dum avião militar prestes a pousar sem trem de aterrissagem. Criativo e tem suspense, mas Spielberg exagera – como de costume – na música incidental, mais indicada pra salas de cine e não pra sala de estar/quarto onde ficam nossas TVs. Grandiloquente demais.
Densamente povoada por crianças e adolescentes, o resultado diversas vezes são espetáculos de apelação, sacarina diabetizante em dose letal e QI de jardim de infância. Fine Tuning me lembrou um filme de River Phoenix do mesmo ano 85. Um garoto sintoniza um canal de TV de outro planeta, onde os programas humorísticos terráqueos dos EUA cinquentistas são obsessivamente refilmados e os ETs até vem a Hollywoood, onde são ciceroneados pelos meninos. Imagine uma civilização avançada a ponto de viajar anos-luz ser tão imbecil quanto descrita no episódio. Spielberg no que tem de mais infantilizador. Isso sem contar que quase todo episódio que tinha extraterrestre, eles fazem aqueles ruídos irritantes e nojentos do ET.
Obsessões spielbergianas como a Segunda Guerra e um mundo já perdido nos 80’s – The Alamo e cine e TV 40’s e 50’s - são temas recorrentes, rendendo bons episódios, mas em quase todos algum elemento impede a plena satisfação. Diluição da trama por falta de tempo ou pra agradar a “família” pra qual Amazing Stories foi apontada. Então, por exemplo, pra garantir alguma risada fácil em Boo, o casal de fantasmas atravessa paredes, mas foge do cão familiar. Por que, se eles seriam atravessados pelo au au??
Não que Amazing Stories seja desprovida de bons momentos, como o emocionante Dorothy and Ben, no qual ele acorda dum coma de 40 anos e consegue se comunicar com uma menininha no mesmo estado.
De costume, a cada introdução – longa demais pros padrões de hoje – esperava nomes caros no elenco. Não faltaram.
James Cromwell num episódio chatinho, onde beberrões tentam matar seu companheiro de cachaça pra ficar com o seguro de vida. Mas o velhote irlandês é duro matar. Legal ver Cromwell ainda 40tão  - lembro dele em DALLAS, na mesma época, como o piloto contratado por JR pra levar Pamela ao redor do mundo atrás de pistas falsas sobre Mark Grayson, que morrera num acidente aéreo. Ou não.
Por falar na esposa de Bob Ewing, Priscila Pointer, a Rebecca Wentworth, mãe de Pam, em um episódio interessante em que pega carona numa noite chuvosa com uma jovem que quer se divorciar, assim que chegar a seu destino. Nada de infantil nesse da segunda temporada, em geral, superior à primeira.
John Lithgow aparece numa história sensível sobre 40tão solitário que compra uma boneca e começa a se comunicar com ela. A surpresa ocorre quando ele visita a mulher que serviu de inspiração – sem saber – pra cara do brinquedo.
Christina Applegate, a piranha loira burra de Married WithChildren, faz ponta num episódio onde um garoto é jogado no filme Psicose pra aprender que a vida é mais rica e importante do que a ficção.
June Lockhart não é querida, mas por estar na resenhada (aqui) Perdidos no Espaço prestei mais atenção. Historiazinha estereotipada envolvendo competição rural de quem produz a maior abóbora. Ela é a boazinha de roupa clara que sempre ganha da megera materialista de vestimenta negra. Profundo, não?
Adam Ant, com carreira de estrela pop já vencida na Europa, começa sua caminhada nas telas num episódio sobre uma família do futuro que foge ao passado porque procriou biologicamente e sua sociedade é asséptica, tudo é in vitro. Tecnofobia com pitadas de Exterminador do Futuro: uma robô policial vem capturá-los e é tão facilmente derrotada que só sobra rir. Ideia até legal, mas o formato de 25 minutos era curto demais e a produção “família” demais também.
Se editada pruma temporada Amazing Stories ficaria uma coleção decente. Pelo jeito, todos, ou quase, os programas estão nessa playlist no You Tube, em inglês sem legendas.  

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

USHUAIA 2

Ushaia é uma cidade onde a memória da derrota nas Malvinas está muito presente.
Turistas cadeirantes podem ter problemas com as subidas e descidas e, consequentemente, como o número de degraus e calçadas não tão amigáveis. A rua central é bem acessível, especialmente onde se transforma em calçadão.
Pra deficientes visuais, o negócio é tomar cuidado com as escadarias, que as vezes levam dum nível a outro da cidade. Pelo menos uma dessas escadas - de madeira - tinha até degraus faltando, um perigo!










CAIXA DE MÚSICA 158

Roberto Rillo Bíscaro

Dá pra contar numa das  mãos as bandas de rock progressivo que cravaram álbuns em posições top nas paradas de sucesso. Genesis, Yes, Jethro Tull, Pink Floyd, Emerson, Lake and Palmer; alguma mais? Vários grupos do sub-gênero são lembrados até hoje, mas seu sucesso comercial não passou do circuito cult.
O britânico Renaissance encaixa-se nessa categoria. Tiveram seus álbuns lançados no Brasil nos anos 70, eram conhecidos por fãs de prog ou música mais sofisticada, mas, sucesso comercial nunca tiveram. Nos EUA ainda atraiam multidões na superpovoada região industrializada do nordeste, mas na nativa Inglaterra passaram quase batido a não ser por um modesto número 10 na parada de singles, com Northern Lights, em 1978.
A luxuriante mistura de folk, música erudita, rock e jazz, os vocais agudos de Annie Haslam produziram grandes discos como Prologue (1972), Ashes Are Burning (1973) e Scheherazade and Other Stories (1975). A guinada New Wave e brigas internas desmancharam o frágil Renaissance, que passou anos na geladeira ou fraturado em 2 bandas (se os egos batalham num grupo de segunda divisão como eles, imagine quando o Yes estava podendo!)
Em 2009, Haslam e o guitarrista/violonista Michael Dunford retomaram a parceria e o grupo, que em 2013 lançou Grandine Il Vento, meses após a súbita morte de Dunford. Em abril do ano passado, o álbum foi relançado sob o título Symphony of Light e com a adição de canções dum EP e de Renaissance Man, tocante homenagem a Dunford, onde Annie se derrama num vocal comovente ao som de piano, cantando que o músico aceitou o convite dum anjo pra deixar a Terra.
O álbum abre com seu ponto alto, a faixa-título com seus mais de 12 minutos que quase levam o Renaissance de volta a 77,78, quando deixou de ser interessante. Pena que agora eles não tinham grana pra pagar uma orquestra e conseguir som mais encorpado, mas o sinfônico de Symphony of Light recompensa. Cheia de mudanças de tempo, no oitavo minuto um dueto entre violão e sintetizador nervoso deixa a faixa perigosamente similar a Dancing with the Moonlit Night, do Genesis. Lembrando: Annie Haslam cantou Ripples num álbum-homenagem ao grupo de Gabriel/Collins...
A segunda mais longa, The Mystic and The Muse soa como se fosse reconquistar o ápice da primeira metade dos 70’s, mas me pareceu mais um monte de boas ideias insatisfatoriamente desenvolvidas.
A esperançosa Cry to the World traz a flauta de IanAnderson e a pianosa e dramática Blood Silver Like Moonlight o vocal de John Wetton, importante músico setentista que já esteve no Asia, King Crimson e Uriah Heep. Em Air of Drama, o Renaissance flerta de leve com o tango num dueto entre Haslam e um dos membros norte-americanos da nova formação, que canta melhor do que Wetton.
 Um dos problemas está nas faixas curtas, tentativas de canção pop ou adult oriented, que podem até ser agradáveis como pano de fundo, mas não acrescentam. Waterfall e sua homenagem às florestas brasileiras (obrigado, Annie) ou Porcelain e sua tentativa de africanização (até o Toto fez melhor na oitentista Africa) não passam de fillers.
Como a maior parte das canções não é longa como no auge setentista, o agudo de Haslam está muito mais presente, o que pode irritar alguns: experimente o esganiçar dramático de Grandine Il Vento.
Haslam prometeu que o Renaissance prossegue mesmo com a ausência de Dunford. A banda continua se apresentando ao vivo. Se novo trabalho virá, o tempo e o crowdfunding com fãs dirão, mas se Symphony of Light marcar o canto do cisne do agora mais ianque que britânico Renaissance eles terão acabado com dignidade. 

domingo, 22 de fevereiro de 2015

USHUAIA 1

Passei 2 semanas de janeiro na vizinha Argentina. Não fiquei muito na Capital Federal, conhecida de diversas visitas e fervente em janeiro. Desci pra Patagônia e visitei 2 cidades. Primeiro, Ushuaia, cujo símbolo é o pinguim. 
Cheia de subidas e descidas, Ushuaia é bastante chuvosa e eólica nessa época, ótimo prum turista albino que andaria de guarda-sol de qualquer modo. Não fazia tanto frio, mas dava-me a desculpa de usar gorro, luva e manga cumprida mais pra proteção contra os malditos raios UV.
Vários passeios legais de natureza ecológica podem ser feitos aqui, como escalar, fazer trilha pelo Parque nacional, navegar pelo Canal de Beagle e ver pinguins de pertinho.