segunda-feira, 10 de novembro de 2014

CAIXA DE MÚSICA 146




Roberto Rillo Bíscaro

Desde o ano passado o guitarrista Jimmy Page vem lançando edições de luxo dos álbuns de sua banda, o influente Led Zeppelin, que definiu o som metal dos anos 70 e segue influenciando gerações. Tais relançamentos consistem nos originais remasterizados e CD-extra com versões alternativas de cada canção do álbum, além de livreto ricamente ilustrado.
Evitei todas as reedições, porque o material garimpado é indicado apenas pra fãs doentes. Mas, o lançamento da Deluxe Edition do 4º disco do Led Zeppelin ensejou que eu abrisse exceção, afinal é o que contém Stairway to Heaven, meu! Na parte pesada da canção dá vontade de deixar o cabelo crescer, desabotoar a camisa, pegar um microfone e ficar girando o pedestal e uivar machamente como Robert Plant.
Lançado em 1971, Led Zeppelin IV é clássico inconteste, misturando peso com folclore acústico; blues com folk inglês. Hard rock bluesificado como em Black Dog; rock anos 50 metalizado como em Rock and Roll; bucolismo como em The Battle of Evermore e Going to California. Resumindo o álbum, os brilhantes 8 minutos de Stairway to Heaven, que começa folk pra enfurecer em enxurrada de gritaria guitarrada.
Já no meio do CD de faixas-extras, percebi a futilidade da exceção. As alardeadas mixagens distintas dificilmente serão percebidas por nós que não temos ouvidos treinados. Ao mesmo tempo, o costume com as versões “oficiais” dá a sensação de “algo errado” com elas, muito estranho. De diferente mesmo, só The Battle... e Going... em versões instrumentais. Não falei que era só pra fã roxo?

Em 2012, o Led foi homenageado nos EUA e você pode ver no You Tube um cover chapante de Stairway... cantado pela Ann Wilson, do Heart, acompanhada de coral; um arraso que arrepiou os próprios remanescentes do Zep. Não seria mais legal organizar um CD com releituras de alto nível dessa banda tão importante?     

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