quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

A RUIVA

Roberto Rillo Bíscaro


De vez em quando, aparece alguma coisa nas paradas de sucesso que acaba me interessando. Geralmente, só descubro que alcançou o Top Ten depois que ouvi o grupo. Nunca ouço PORQUE alcançou as paradas.
Há algumas semanas, descobri uma dupla inglesa chamada La Roux. A canção chamava-se In For the Kill e simpatizei na hora. Um clima super synth pop anos 80. Tava na cara que a influência era Eurythmics. A vocalista é andrógina como a Anne Lennox. Mas não é cópia; La Roux soa um tom abaixo do Eurythmics, se é que vocês me entendem. Os sintetizadores são menos dramáticos e a androginia menos “agressiva”, digamos. A influência do David Bowie era muito mais forte na década de 80, então a androginia gritava alto! Mesmo assim, é muito refrescante numa época de ultra-fêmeas como a Bioncê, Férgui, Riana e a Chati, digo, Shakira.
Basta ver o cabelo da Elly Jackson, que berra: ANOS 80! Outro dia, um amigo 60tão me escreveu sobre a rebeldia da geração 80s.... Tive que decepcioná-lo e dizer-lhe que naquela década o que realmente importava era o cabelo!
Depois, cliquei pra ouvir Bulletproof. A introdução sintetizada entrega totalmente o jogo. Technopop revisitado. Também adorei o vocal da Elly, que, quando, alcança notas mais altas, parece um sintetizador.
Decidi escutar o álbum homônimo, lançado este ano, e adorei. La Roux realmente bebe na fonte 80s. Até o fato de ser um duo remete ao synth pop. Eurythmics, Tears For Fears, Erasure, Yazoo; todos eram duos! 
Como não é cópia, obviamente o álbum tem elementos de electro, como em Reflections Are Protections. Estamos em 2009, oras... Os mais velhos reconhecerão a “homenagem” - consciente ou não – ao venerável e seminal Kraftwerk, em Colourless Colour. Em Tigerlily, uma parte discursada, quase igual à clássica Thriller, de Michael Jackson, um dos álbuns definidores dos anos 80. Cover My Eyes poderia facilmente estar no fabuloso Marry Me (2007), álbum de outra moça eletrônica, Anne Clark, que grava sob a alcunha St. Vincent.
As coisas que mais amei em La Roux são as partes em que atualiza a sonoridade do synth pop de minha década favorita. Leidi Gagá ainda não me conquistou, mas La Roux tem um súdito albino!

Um comentário:

  1. aqui no Brasil a rebeldia era "Ilariê"....pra nossa salvação tivemos "Barão Vermelho", "Kid Abelha", a poesia de Renato Russo e tb Blitz. melhor q a garota X.

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