terça-feira, 31 de agosto de 2010

TELINHA QUENTE 3

Emmy



Desde 1949, a estatueta do Emmy vem premiando os profissionais de TV estadunidenses. Na década de 70, foi instituído o Emmy Internacional, pra reconhecer programas ao redor do globo (a Globo papou um com Caminho das Índias). O nome Emmy origina-se da femininização e humanização da gíria “immy”, usada pra designar os tubos (image orthicon tubes), comuns nas câmeras antigas de TV. O cinema já tinha o Oscar e o teatro, o Tony. Faltava uma moça, por isso Emmy. A estatueta reproduz uma figura feminina alada segurando um átomo. As asas simbolizam a musa da arte, o vôo da imaginação; o átomo representa a tecnologia.
Atriz Nova

O mundo televisivo está ouriçado por informações sobre Terra Nova. http://www.albinoincoerente.com/2010/08/telinha-quente.html Depois de Jason O’Mara foi a vez de Alison Miler assinar contrato com Stevensaurus Rex. Ela interpretará Skye, habitante veterana de Terra Nova, que toma conta do filho de O’Mara.
A Formiga e o Tamanduá
A extinta TV Tupi transmitia o desenho A Formiga e o Tamanduá (The Ant and the Aardvark), que repetia a fórmula dum animal caçando o outro, como em Tom e Jerry. Produzido entre 1969 e 1971, o desenho era parte do show da Pantera Cor de Rosa. Curiosamente, a despeito do sucesso nos EUA, apenas 17 episódios foram produzidos. Quem quiser conhecer ou relembrar, basta digitar o nome em português no You Tube e terá alguns episódios dublados. Se você digitar em inglês, encontrará os 17 desenhos.

Divas
Qem estiver no Rio de Janeiro hoje e se interessa por TV não pode perder Nathália Timberg e Sônia Braga falando sobre a história da telenovela, no ciclo de debates realizado pelo Centro Cultural Banco do Brasil, às 18:30. A entrada é franca e haverá distribuição de senhas uma hora antes do evento. Nos anos 60, Décio de Almeida Prado escreveu que La Timberg era uma das poucas atrizes brasileiras que sabiam usar vestido longo com elegância nos palcos. Além da boazinha Tia Celina, de Vale Tudo, ela fez vilãs deliciosas como a Constância Eugênia, de o Dono do Mundo (eu amava como ela passava as mãos pelos braços) e Sinhá Idalina, em Força de um Desejo. (O fim de Constância Eugênia.)

La Braga foi Gabriela Cravo e Canela, começou pobre e acabou rainha das discotecas, como Júlia Mattos, em Dancin’ Days, e nas horas vagas, foi símbolo sexual duma geração. Poderosas, não? Por isso, não dá pra perder. (A canção do vídeo de Dancin Days não é amesma que tocava na versão brasileira. Esse vídeo foi feito pro público italiano.)

INDIANA JONES E O ÍNDIO ALBINO

Vamos conhecer o mistério que ronda o desaparecimento dum coronel inglês no Brasil, há décadas. Cheia de rumores, tem até índio albino na jogada!

Que Fim Levou Coronel Fawcett?
O que aconteceu ao coronel Fawcett? Essa pergunta vem sendo feita desde 1925, quando o oficial britânico Percy Harrison Fawcett desapareceu na selva brasileira, em companhia do filho, Jack Fawcett, e de um amigo deste, Raleigh Rimmel. A pequena equipe, comandada pelo coronel, embrenhou-se na selva em busca de uma mítica “cidade perdida”, que jamais chegou a ser encontrada. Desde então, as expedições de resgate de Fawcett, e depois de busca de seus restos mortais, se sucederam. A primeira foi organizada em 1928 pelo comandante George M. Dyott. Não deu em nada.
O caso Fawcett repercutiu também no campo literário e deu origem a uma bibliografia de tamanho nada desprezível. Entre as obras disponíveis no Brasil encontram-se A Verdadeira História de Indiana Jones, de Hermes Leal (Geração Editorial, 1996), e Z – a Cidade Perdida, de David Grann (Cia. das Letras, 2009), que será adaptada para o cinema, com Brad Pitt no papel do expedicionário inglês. A elas se junta agora uma pérola dessa estante consagrada a Fawcett – Esqueleto na Lagoa Verde, relato de Antonio Callado sobre sua viagem de 1952 ao Xingu, local onde o inglês teria desaparecido.
Reeditado agora pela Companhia das Letras em sua coleção Jornalismo Literário, o livro foi publicado pela primeira vez em 1953. Mantém interesse até hoje por alguns motivos, alguns óbvios, outros nem tanto. Em primeiro lugar, porque, apesar de as pesquisas sobre Fawcett terem continuado ao longo das quase seis décadas decorridas depois da publicação original, Esqueleto na Lagoa Verde ainda é capaz de expor ao leitor contemporâneo um panorama bastante completo do caso. Isso graças ao estilo objetivo e sintético de Callado, então jornalista do matutino carioca Correio da Manhã. Profissional dedicado, Callado fez direitinho a sua lição de casa para escrever o relato. Esteve in loco, como manda o figurino, e lá conversou com as pessoas envolvidas no caso. Nem por isso deixou de pesquisar e ler tudo o que havia disponível, antes e depois da viagem, com o objetivo de emprestar consistência à narrativa.
Além disso, entre a vasta produção dedicada a Fawcett, Esqueleto na Lagoa Verde destaca-se pela qualidade literária. Callado, já na época autor de ficção (havia escrito a peça O Fígado de Prometeu, em 1951), apurava seu estilo na reportagem, nessa coabitação às vezes tão problemática entre o jornalismo e a literatura (Hemingway dizia que o jornalismo era uma excelente profissão para um jovem escritor, desde que fosse abandonado a tempo).
Como resultado dessa sua experiência no Xingu, Callado tira uma excelente reportagem, na verdade uma das melhores já escritas sobre esse tipo de assunto. Revela-se jornalista de mão cheia. Mas constrói o relato do ponto de vista do escritor. Assim, como assinala o crítico Davi Arrigucci Jr. em um dos posfácios ao livro (o outro é do jornalista Maurício Stycer), Esqueleto na Lagoa Verde é, também, “uma espécie de desconstrução da reportagem tradicional”. De fato, em seu relato, Callado parece menos um detetive investigando em busca da verdade e mais um pesquisador cético, que avança em suas descobertas, mas a cada passo duvida de si mesmo, dos relatos e dos fatos que lhe são oferecidos pelas testemunhas.
Por fim, O Esqueleto da Lagoa Verde mostra o futuro grande romancista Antonio Callado em contato com o ambiente que lhe forneceria material para aquele que, para muitos, é sua maior obra (ou pelo menos a mais conhecida), o romance Quarup, publicado em 1967. No livro, uma reflexão sobre o Brasil da ditadura e da luta armada, reencontra-se a magia do Xingu e também personagens reais que Callado conhecera em sua expedição em busca dos restos de Fawcett. É o caso de Anta, exemplo, para ele, da maneira “estranha” como os índios exprimem suas ideias aos ouvidos “civilizados”. No romance, Anta seduz uma das personagens femininas, Sônia, que com ele foge, para pasmo dos companheiros brancos. Em mais de um aspecto, portanto, a viagem de Callado ao Xingu lhe forneceu elementos não apenas para a estrutura do romance, mas para sua visão de mundo. Lembre-se que, em Quarup, o centro mítico do Brasil, numa passagem de alto simbolismo, é o gigantesco formigueiro situado exatamente no meio do Xingu.
Enfim, a história de Fawcett tinha tudo para interessar ao ficcionista iniciante e jornalista experiente que era Antonio Callado naquele início dos anos 1950. Nascido em Devon em 1867, Fawcett era um aventureiro conhecido pelo destemor e pela resistência física. Operou no Ceilão, como agente do serviço secreto britânico, e foi lá que aprendeu as técnicas de sobrevivência na selva que lhe valeriam em suas andanças brasileiras. Foi amigo de Conan Doyle, o criador de Sherlock Holmes e era um típico expedicionário do Império Britânico, aquele sobre o qual o sol nunca se punha. Fawcett esteve no Brasil pela primeira vez em 1906, numa viagem da Royal Geographical Society organizada com a finalidade de mapear a Amazônia. Depois desta, realizou mais sete expedições pelo Brasil, até desaparecer, em 1925. O que o movia era a obsessão em encontrar a tal cidade perdida, que ele chamava de Z, e segundo os relatos, poderia se encontrar tanto em Mato Grosso como na Bahia.
Nas décadas seguintes ao desaparecimento foram formadas várias expedições de resgate, sem qualquer sucesso. A verdade sobre o fim de Fawcett, Jack e Rimmel perdia-se no cipoal de versões contadas pelos índios. Fawcett tornara-se lenda, objeto de relatos míticos que se complementavam ou se contradiziam entre si. Havia quem sustentasse, muito anos depois de sumir sem deixar traço, que Fawcett estaria ainda vivo, morando com os indígenas depois de ter se desiludido com a civilização ocidental da qual provinha. Outras, que teria sido assassinado por índios depois de algum desentendimento. Em versões diferentes, teria sido devorado por canibais.
Em 1952, Assis Chateaubriand, capo dos Diários Associados, resolveu promover a sua própria expedição. Na verdade, Chatô já acompanhava o caso Fawcett com interesse desde a desaparição do aventureiro. Em 1943, uma missionária relatou ter encontrado um índio de pele clara e olhos azuis que seria filho de Jack Fawcett com uma índia. Chatô destacou seu repórter Edmar Morel, que foi ao Xingu e lá encontrou o índio Dulipé, apresentado aos leitores do Diário da Noite como “o deus branco do Xingu”. Dulipé foi levado à civilização, onde se comprovou não passar de um pobre índio albino. Morreu anos depois em Cuiabá, consumido pelo álcool.
O motivo da expedição de 1952 foi a notícia de que o sertanista Orlando Villas Boas tinha obtido dos índios calapalos a confissão de que haviam de fato assassinado Fawcett e seus companheiros em 1925. Admitiam o crime, depois de se certificarem que “os brancos não estavam mais brabos” com o sumiço de Fawcett. Indicaram também o local onde o corpo fora enterrado e lá uma ossada foi encontrada em cova rasa. Brian, o outro filho de Fawcett, veio da Inglaterra para acompanhar o desenvolver dos fatos. Chatô farejou uma grande história e destacou um time de repórteres da revista O Cruzeiro para a cobertura. Callado, que trabalhava no jornal Correio da Manhã, foi convidado para a missão. Levar um repórter do concorrente a tiracolo em uma cobertura sensacional – eis aí um fato inédito na história da imprensa brasileira, talvez mundial, e que só poderia passar pela cabeça heterodoxa de Chatô.
A história terminou em fiasco. Submetidos a exames antropométricos, os ossos não puderam ser identificados como sendo de Fawcett. A arcada dentária não corresponde e a altura não bate com os registros físicos que se tinham do expedicionário. Mesmo assim, Villas Boas manteve, até o fim da vida, a convicção de que aqueles ossos pertenciam ao aventureiro inglês. O sertanista conservou o esqueleto em sua casa, debaixo da cama, por 18 anos, até que, pressionado por sua mulher, enviou-o ao Instituto Médico Legal da USP, onde espera por um teste de DNA que os remanescentes da família Fawcett se recusam a realizar. Permanece o mistério. E, portanto, continua o estímulo para boas histórias em torno do caso. Tudo é mito.

(Encontrado em http://blogs.estadao.com.br/luiz-zanin/o-segredo-do-coronel-fawcett/ )

(Ah, não tem jeito, falou em Fawcett eu lembro de 2 coisas: da Farrah e da Kátia Flávia!)

ÁGUA QUE FAZ MAL

Carregar a garrafinha de água dentro do carro pode ser perigoso. De acordo com um estudo da Unesp (Universidade Estadual Paulista), em contato com o calor, o plástico libera uma substância chamada antimônio, que pode causar problemas de saúde.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O REPOUSO DA GUERREIRA

Pioneira da inclusão social de cegos morre aos 91 anos

A professora Dorina de Gouvêa Nowill, uma das maiores ativistas pela inclusão dos deficientes visuais no País, morreu ontem aos 91 anos. Segundo informações de familiares, ela estava internada havia cerca de 15 dias no Hospital Santa Isabel, na zona oeste, para tratar uma infecção, mas acabou sofrendo parada cardíaca.
"Foi uma morte praticamente natural", afirmou seu filho Alexandre Nowill, que também era seu médico. Dorina, que era casada com Edward Hubert, deixa outros quatro filhos - Cristiano, Denise, Dorininha e Márcio Manuel -, além de 12 netos.
A professora ficou cega aos 17 anos por causa de uma doença que os médicos nunca conseguiram entender. Decidiu então dedicar a vida à luta pela inclusão de pessoas na mesma condição.
Com um grupo de amigas, criou em 1946 a Fundação para o Livro do Cego no Brasil, que em 1991 recebeu seu nome. Junto com o Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro, a Fundação Dorina Nowill Para Cegos foi uma das pioneiras na produção de livros em Braille, na distribuição gratuita dessas obras para deficientes visuais e no desenvolvimento de técnicas mais modernas para que o cego consiga ler - como livros falados e vozes sintetizadas no computador.
(Encontrado em http://br.noticias.yahoo.com/s/30082010/25/manchetes-pioneira-da-inclusao-social-cegos.html&printer=1 )

EMMY AWARDS - LISTA DE VENCEDORES

Ontem foi a cerimônia do Emmy, prêmio máximo da TV norte-americana. Confira os ganhadores e veja se seus favoritos foram contemplados

Melhor ator coadjuvante de comédia ou musical
Eric Stonestreet, por 'Modern Family'

Roterista de comédia ou musical
Steven Levitan e Christopher Lloyd, por 'Modern Family'

Melhor atriz coadjuvante de comédia ou musical
Jane Lynch, por 'Glee'

Menção honrosa: atriz convidada em série de comédia
Betty White, por 'Saturday Night Live'

Menção honrosa: ator convidado em série de comédia
Neil Patrick Harris, por 'Glee'

Diretor em série de comédia
Ryan Murphy, por 'Glee'

Melhor ator em série de comédia
Jim Parsons, por 'The Big Bang Theory'

Melhor atriz em série de comédia
Edie Falco, por 'Nurse Jackie'

Melhor reality show com competição
Top Chef

Melhor reality show
Food Revolution

Melhor apresentador de reality
Jeff Probst, por 'Survivor'

Melhor roteirista de série drama
Matthew Weiner e Erin Levy por 'Mad Men'

Melhor ator coadjuvante em série drama
Aaron Paul, por 'Breaking Bad'

Melhor atriz coadjuvante em série de drama
Archie Panjabi, por 'The Good Wife'

Melhor ator em série de drama
Bryan Cranston, por 'Breaking Bad'

Melhor diretor de série de drama
Steve Shill, por 'Dexter'

Melhor atriz em série de drama
Kyra Sedgwick, por 'The Closer'

Programa de comédia, música ou variedades
'The Daily Show with John Stewart'

Melhor atriz coadjuvante de filme ou minissérie para TV
Julia Ormond, por 'Temple Grandin'

Melhor ator coadjuvante de filme ou minissérie para TV
David Strathairn, por 'Temple Grandin'

Melhor roteirista de filme ou minissérie para TV
Adam Mazer, por 'You Don´t Know Jack'

Melhor atriz de filme ou minissérie para TV
Claire Danes, por 'Temple Grandin'

Melhor diretor de filme ou minissérie para TV
Mick Jackson, por 'Temple Grandin'

Melhor ator de filme ou minissérie para TV
Al Pacino, por 'You Don´t Know Jack'

Melhor minissérie
'The Pacific'

Melhor filme para TV
'Temple Grandin'

Melhor série drama
'Mad Men'

Melhor série de comédia
'Modern Family'

(Uma canção do Marquee Moon, álbum fundamental dos anos 70, da banda Television.)

CAIXA DE MÚSICA 3

Segunda-feira  e nossa caixa de música volta a funcionar, hoje ao ritmo de heavy metal campeão de vendas, rap saindo do xilindró, grupo irlandês falando bobagem sobre o Brasil e imigrante brasuca em Londres que lançou álbum novo.

Longe do Fim
Quem pensava que os metaleiros jurássicos do Iron Maiden fossem carta fora do baralho das paradas de sucesso, enganou-se redonda, quadrada e retangularmente. Lançado dia 16 último, The Final Frontier, álbum mais recente dos ingleses, entrou direto no topo de vendas em 21 países e estreou em quarto nos EUA, posição mais alta que a banda obteve na Billboard até hoje. Parece que falta um bocado ainda pra Bruce Dickinson alcançar a fronteira final. Abaixo, o clip da faixa-título, em clima de ficção científica.

Salada de Frutas
Os irlandeses do The Cranberries (nome duma fruta vermelha) vêm ao Brasil pela segunda vez este ano. Sucesso na década de 90, a banda excursionará por diversas capitais em outubro. Dia 12 em São Paulo, 14 no Rio, 19 em Brasília, 22 em Recife e 23 em Fortaleza. Longe dos estúdios há anos, a banda voltou afazer alguns shows desde o ano passado. A vocalista Dolores O’Riordan acaba de lançar outro álbum-solo, inclusive. No auge da fama, um jornal brasileiro entrevistou a moça e perguntou se o grupo planejava tocar no Brasil. Em face à resposta afirmativa, o jornalista indagou o que ela gostaria de fazer por aqui. O’Riordan disparou: “estou louca pra andar de elefante.” Eles só deram o ar da graça este ano. De repente, ela pode dar uma voltinha de jegue, né? O vídeo prá Ridiculous Thoughts é mais do que apropriado pra ilustrar essa nota... Fãs de Elijah Wood, fiquem atentos: ele está no clip dessa canção fantástica.

Marketing Penitenciário
O rapper Lil Wayne atualmente cumpre sentença de 8 meses de prisão em Nova York, por porte ilegal de arma. Ele será solto dia 5 de novembro e planeja lançar o álbum Carter IV coincidindo com a libertação. Boa jogada de marketing. Se LiLo (Lindsay Lohan) pode faturar com a cana, por que não Lil? Depois de se aventurar pelo rock, em Rebirth, lançado no início deste ano, Wayne voltará ao rap em Carter IV.

Música de Imigrante
Ive Mendes, brasileira radicada em Londres, lançou Magnetism há alguns meses. Pouco conhecida por aqui, a cantora de voz quente e aveludada – comparada à Sade – faz um som influenciado por electronica, lounge, samba, jazz, bossa nova, MPB e pop. Magnetism traz covers, como Yellow, do Coldpaly, e faixas inéditas, como a deliciosa Never Felt Love Like This, que agradará fãs de Sade, acid jazz e sophsitipop em geral. Eis o site oficial de Ive
http://www.ivemendes.com/

JACARÉ ALBINO, O VÍDEO

Rafael Gutierrez, biólogo do Aquário de São Paulo, esclarece dúvidas sobre o jacaré albino: quais as dificuldade que esse animal enfrenta em seu habitát natural, porque nasce assim e como se comporta.

domingo, 29 de agosto de 2010

É PROIBIDO FUMAR

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Roberto Rillo Bíscaro

Ana Muylaert foi a vencedora do Festival de Brasília, ano passado com seu segundo longa, É Proibido Fumar. Durval Discos, seu primeiro filme, era sobre o cotidiano sem novidades, dum cara refugiado nos anos 70, que subitamente, sofre uma reviravolta. Um filme muito bom. É Proibido Fumar guarda algumas semelhanças com seu predecessor, entre elas, a boa qualidade.
Baby (Glória Pires, ótima) é uma professora de violão solteirona que vive solitária no apartamento herdado da mãe e apega-se a situações triviais, como brigar com as irmãs por um sofá vermelho deixado por uma tia. Doida pra arrumar um companheiro, entusiasma-se com a mudança de Max pro apartamento vizinho. Interpretado pelo titã Paulo Miklos, Max tem sonhos de fazer carreira musical de sucesso, mas é obrigado a tocar samba num restaurante, além de ainda não ter se desvencilhado de Estelinha, sua ex-mulher. 2 vidas situadas no passado e nos sonhos irrealizados, na banalidade cotidiana da maioria de nós.
Baby e Max iniciam relacionamento e as diferenças, também tão triviais, começam a surgir. Baby é fã de Chico Buarque, Max tenta convencê-la de que Jorge Benjor é mais músico. Ela fuma desesperadamente e o namorado pede que largue o hábito. Ela atende ao pedido não porque queira, mas pra agradar o parceiro. O desenrolar dos fatos deixa implícito que certas decisões devem ser tomadas porque realmente desejamos e não pra satisfazer aos outros.
Enciumada e estressada com a falta da válvula de escape da nicotina, Baby começa a espionar Max e, depois dum encontro entre este e a ex-mulher, acontece uma reviravolta na trama, que aponta pro fato de que a vida mais comum pode tomar outro rumo (mesmo que as mudanças não sejam tão drásticas na aparência) duma hora pra outra. Também salienta a importância dos não-ditos nas relações humanas. Nem tudo precisa ser verbalizado.
A reviravolta e a solução da trama são narrados sem fogos de artifício, mas isso não significa que haja falta de criatividade ou talento. Pelo contrário, a forma narrativa está em consonância com o tema do inesperado que pode ocorrer em qualquer vida e que quase sempre acontece sem os tais fogos.
Utilizando vários elementos extra-dialógicos pra caracterizar as personagens (o apartamento repleto de plantas e as roupas de Baby dizem muito..) e a música pra acrescentar níveis á história (uma cena inicial com uma ária de Carmen ao violão, enquanto Baby dirige, adianta que algo dramático pode acontecer, afinal, óperas são puro drama), É Proibido Fumar prova vez mais que Muylaert sabe como contar uma história e que ninguém ou nenhuma vida é “simples”.
Apenas uma cena destoa desse conjunto harmonioso. Na verdade, uma linha de diálogo. No elevador, Baby comenta com um vizinho sobre como o filho cresceu rápido. Ótimo, isso reforça a cotidianidade do filme, quem não faz esse tipo de comentário? Como um raio, o avô cochicha: “Já tem pentelho”. Longe de ser pudico, creio que isso é pra outro tipo de comédia. Muylaert provou que sabe misturar com competência diversos gêneros num só filme, mas essa frase é desnecessária, porque força muito a barra pra platéia rir.
É Proibido Fumar é uma das razões pelas quais o cinema nacional deve ser visto com olhos sem preconceito e precisa ser prestigiado.

Abaixo o trailer, com a cena do elevador...

ENGRAXATE ALBINO

Miguel Naufel, nosso escriba albino sempre de plantão, conta como um menino deficiente superou suas limitações e bateu todos os outros moleques.

O valor do dinheiro
Dinheiro sempre foi um desafio em minha vida, afinal, ninguém vive sem ele. Descobri isso com mais ou menos oito anos de idade.
Nesta fase de minha vida, tínhamos um jogo com as bolinhas de gude. São bolinhas de vidro colorido, que, para nós, quando garotos, era um verdadeiro tesouro! Fazíamos grandes campeonatos de bola de gude. Quem ganhasse adquiria todas as bolinhas dos meninos e ficava com uma bela coleção. Quando as perdíamos nos jogos, ficávamos frustrados...
Chicão, meu melhor amigo, era bom nos jogos de bolinha de gude. Mãos enormes e muita força nos dedos... Ninguém se arriscava a jogar contra ele.
Ele dizia que éramos sócios nas bolinhas. Na realidade, eu nem jogava... As bolinhas eram arremessadas com muita velocidade, e eu não as enxergava devido a minha baixa visão.
Um belo dia apareceu um garoto magrinho e muito rápido, que tinha apenas um dedo em cada mão. Era um garoto deficiente. No campeonato em que ele participou, meu sócio Chicão e os demais garotos ficaram sem bolinhas. O garoto deficiente faturou todas!
- E agora Chicão, como faremos para comprar bolinhas? O garoto ganhou todas.
- Pedir dinheiro ao meu pai nem pensar e o seu nunca tem dinheiro. E agora, Chicão?!
- Calma, calma, Migué... Vou dar um jeito, respondeu Chicão.
No outro dia pela manhã, nada de Chicão. Fui até a funerária de sua família e lá estava ele todo contente, com duas caixas de engraxates: uma em cada mão.
Ele me disse:
- Vamos engraxar sapato pra ganhar dinheiro. Ôce engraxa os pretos, que dá procê ver e eu os marrons.
À tardezinha, estávamos na porta do Paláce Hotel, no centro da cidade de Mococa. Íamos engraxar sapatos dos hospedes...
Depois de alguns minutos engraxando sapatos, fui surpreendido pela presença de meu pai, que me deu uma surra na frente de todos.
O que mais me doeu, foi o pontapé que ele deu na minha caixa de engraxate que se espedaçou no meio da rua.
No outro dia, Chicão gritou na porta de minha casa:
- Migué, Migué, Migué! Quando saí, vi que ele tinha uma dúzia de bolinhas, lindas e novinhas em folha. Continuamos a ser sócios nas bolinhas...
Nunca mais jogamos contra o menino deficiente, que tinha o apelido de Zé do Bem.
Aquela semana, não fui a atração principal entre os meninos, pois o garoto de um dedo em cada mão ganhou a atenção de todos. Alguns dias depois, tudo voltou ao normal: os garotos se acostumaram com o menino deficiente e voltaram a atenção ao meu albinismo e a minha baixa visão.
Miguel_naufel@hotmail.com
Miguel José Naufel

(Milton Nascimento também guarda lembranças da infância jogando bola de gude.)

MULHERADA SANGUE BOM!

Sangue menstrual pode gerar novos órgãos no futuro, aponta estudo


Material é estudado por cientista da UFRJ por conter células-tronco. Até 2011, regeneração de tecidos em animais será testada.
Mário Barra

O sangue da menstruação pode servir, no futuro, para a regeneração de tecidos e órgãos. Descartável e de fácil coleta, o material contém células-tronco mesenquimais, estruturas que podem dar origem a uma série limitada de outros tecidos.
A pesquisadora Regina Coeli Goldenberg, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), afirma que pretende, até o final de 2010 ou o começo de 2011, realizar testes com o material para recuperar tecidos como o fígado em animais de laboratório.
"A vantagem da célula mesenquimal e, particularmente, a de origem menstrual é que ela pode ser induzida a virar embrionária", diz a especialista. "É uma alternativa ao uso do embrião, sem passar por muitas das questões éticas."
Regina compreende a ambição do seu projeto. "É quase como produzir órgãos em prateleira, o objetivo é pegar uma matriz, repopulá-la com células-tronco e conceber um órgão funcional ou transplantar o tecido para recuperação", afirma a especialista.


Reprogramação
Durante a sua pesquisa, Regina usou o potencial das células-tronco no endométrio, capazes de manter e fazer crescer um óvulo fecundado no corpo de uma mulher. Com o auxílio de uma camada alimentadora com fibroblastos de camundongos, foi possível realizar em laboratório o cultivo de células-tronco embrionárias a partir do sangue menstrual.
"É uma camada para sustentar a embrionária humana", diz Regina. "Traz a vantagem de dispensar, no final do processo, o tecido com origem animal usado para suporte e, possivelmente, preencher novamente órgãos descelularizados."


Eficiência e preconceito
Ao apresentar os resultados da pesquisa de sua equipe na 25ª Reunião da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE), em Águas de Lindóia, Goldenberg afirmou que a reprogramação de células de sangue menstrual em embrionárias apresentou resultados melhores, com maior rapidez e eficiência do que outros estudos.
"As pessoas pouco falam do endométrio, preferem focar as pesquisas em células-tronco em polpa de dente, gorduras", afirma a cientista. Há também o problema cultural. "Materiais como cordão umbilical e placenta carregam o peso de estarem ligados a questões culturais, assim com a menstruação tem todo esse aspecto de ser impura para algumas culturas."


Fase experimental
Apesar dos avanços, Goldenberg afirma que ainda é cedo para falar no emprego da técnica em humanos. "Não tenho dúvida de que a terapia celular vai ocupar um lugar de destaque no futuro das alternativas terapêuticas, mas por enquanto ainda estamos engatinhando", afirma a especialista.
"Há pessoas que se aproveitam das pesquisas sérias para ganhar dinheiro, vendendo produtos milagrosos, frascos de células-tronco para curar tudo podem ser encontrados em sites", diz a especialista. "A comunidade internacional já está trabalhando para montar comitês que combatam este tipo de prática."


Rejeição
Células mesenquimais como as do sangue da menstruação parecem apresentar um privilégio imunológico, segundo a professora Goldenberg, com menores possibilidades de rejeição.
O emprego de células-tronco mesenquimais de sangue de cordão umbilical já foi feito com segurança em paciente com esclerose múltipla em 2009. No caso, apesar de não ser possível afirmar que a doença foi interrompida, o estudo mostrou que o transporte das células foi seguro ao corpo do receptor, não gerando rejeição.


Facilidade de manipulação
A coleta do material é simples, similar a exames de urina. A doadora deve fazer uma higiene íntima comum e depositar o material em um frasco próprio para a coleta. A partir do sangue, as células-tronco mesenquimais são separadas e cultivadas.
"Não é preciso muito material porque este tipo de célula possui uma boa capacidade de proliferação", explica Regina. "Na hora de fornecer o material, a mulher deve desprezar o primeiro jato, por motivos de contaminação, e depois colher, no máximo, uns 5 ml."
O procedimento também carrega a vantagem de não ser invasivo, como na extração de tecido endometrial de dentro do útero, com emprego de biópsias.


Bioluminescência
Para saber como a célula-tronco interage com o meio na qual é inserida, a combinação de duas substâncias, a enzima luciferase com a luciferina, geram a emissão de fótons, detectados por um aparelho.
O procedimento permite monitorar a célula dentro do organismo do animal, sem a necessidade de sacrificá-lo. "Exames de imagens trazem essa vantagem, o processo é parecido com o de inserção de partículas de ferro nas células, que são registradas por ressonância magnética", diz a cientista, integrante do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, no Rio de Janeiro.
(Encontrado em http://saci.org.br/index.php?modulo=akemi¶metro=29889 )

(Thaide e DJ Hum, hip hop na veia, desde os anos 80.)

SUPERAÇÃO AO CUBO

Nossa seção Superação deste domingo chega em dose tripla. Conheceremos Aline, que supera a síndrome de Down na ponta dos pés. Em seguida, Valéria, que venceu o câncer de mama e fundou uma instituição para ajudar outras mulheres e homens a lidarem com a doença. Finalmente, Edivaldo, atleta cearense que foi parar no livro dos recordes, mesmo depois de acometido pela paralisia infantil. Assista e inspire-se!

sábado, 28 de agosto de 2010

O SONHO DA CASA PRÓPRIA

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Roberto Rillo Bíscaro

Em 1977, o diretor húngaro Bella Tar dirigiu seu primeiro longa, antes de freqüentar a escola de cinema. Longe de apresentar o requinte formal de seus filmes futuros, Családi Tüzfészek não é menos poderoso ao apresentar uma espécie de docudrama sobre os efeitos devastadores da falta de moradia na Hungria comunista, forçada a orbitar no jugo soviético.

Uma tradução pro titulo seria Ninho Familiar. Se ninho conota aconchego e proteção, o realismo social de Tarr constrói um apartamento pra 2 onde vivem 3 famílias aparentadas. Iren e sua filha vivem no apartamento do sogro do marido, enquanto o o último serve o exército. O operário de meia-idade e sua amarga esposa não escondem de Iren o estorvo que representa à família. Quando o marido retorna, Iren tenta conseguir um apartamento, mas descobre que isso apenas seria possível dentro de no mínimo 2 anos. A tensão aumenta, porque o sogro a acusa de infiel. Diante da intolerável situação em casa, a jovem decide partir com a filha pra viver em um dilapidado edifício invadido por outros sem-teto.

A montagem de Családi Tüzfészek justapõe as cenas como se foram quadros separados, que acrescentam novas dimensões aos tristes problemas pessoais causados pela falta de condições dignas de existência e pelo autoritarismo pseudo-coletivista da Hungria, que em 1956, tentara sem sucesso rebelar-se contra a URSS. A pediatra recomenda ar puro e ambiente saudável à garotinha de Iren, para logo em seguida, assistirmos à cena onde o burocrata que trabalha no setor de distribuição de moradias diz à mãe que seu sonho de um canto próprio está longe de ser realizado e acrescentar que é pago para lhe dar aquela informação e não pra condoer-se dos problemas dos requerentes. Em outra cena, descobrimos o real motivo da implicância do lascivo sogro com relação a Iren.

O tom documental de Családi Tüzfészek se faz sentir de diversos modos. Algumas cenas parecem mais depoimentos, uma vez que as impotentes personagens não estão efetivamente realizando trocas dialógicas com outrem. A câmera quase penetra nas personagens de tão próxima, causando intimidade, mas também certo desconforto. É como se o diretor enfiasse na nossa goela abaixo o desespero, os dedos besuntados de gordura e as lágrimas pingando do nariz das personagens. Esses closes tão próximos são especialmente poderosos no início do filme para que o espectador sinta o abarrotamento do minúsculo apartamento. Claustrofóbico!

Em alguns momentos, pode-se mesmo ouvir o barulho da câmera, reforçando a noção documental da obra. O austero branco e preto da filmografia realça o cinzento daquelas vidas despedaçadas.

Apesar de se notar que a não conexão entre as cenas reflete a falta de maestria do estreante diretor e também de certa propensão a criar personagens masculinos porcos e femininas algo mártires, Családi Tüzfészek é instigante. Duro de ver em seu rigor inexorável, não é boa pedida pra quem quer uma família de filme da Disney!
Uma cena do filme, legendada em inglês. Na refeição, o close up agigantado causa ainda mais gastura...

DECADENCE AVEC ELEGANCE


Salto alto provoca varizes e até trombose
Estudo da USP mostrou que o salto plataforma causa mais danos que o agulha

O uso contínuo do salto alto não causa apenas dores nas mulheres. Pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP (Universidade de São Paulo) comprovaram que o salto alto, principalmente quando utilizado por longos períodos, pode dar origem a varizes e outras doenças venosas como vasinhos, flebites (inflamação de uma veia) e até tromboses.
A maioria das doenças venosas é causada pela sobrecarga ou por problemas de circulação sanguínea. De acordo com o médico Wagner Tedeschi Filho, autor do estudo, o salto alto impede que o tornozelo trabalhe em seu ângulo ideal, o que limita a articulação e leva a um encurtamento da panturrilha. Como esse músculo não contrai de forma ideal, ele acaba bombeando mal o sangue. O resultado é que sobra mais sangue na perna.
- Esse resíduo pode provocar hipertensão venosa nos membros inferiores, dando origem a varizes e outras doenças venosas.
A primeira avaliou a influência da altura e do formato dos saltos em trinta mulheres, com idade entre 20 e 35 anos e que não apresentavam problemas de excesso de peso ou de doença venosa. Cada uma das voluntárias foi avaliada em quatro situações: com salto de 3,5 cm; salto agulha de 7 cm; salto anabela de 7 cm; e descalça.
Um aparelho colocado na perna das mulheres (semelhante ao de medir pressão) media a função do sistema venoso da perna e enviava as informações para um computador, que, em tempo real, emitia um gráfico da saúde da perna.
- Esses gráficos nos deram os índices de variação do volume da perna durante um movimento e com isso soubemos se estava ou não havendo problemas no fluxo venoso.
Os resultados mostraram que os saltos de 7 cm, tanto agulha quanto plataforma, foram os que mais deixaram sangue acumulado nas pernas, sendo que o mais prejudicial deles é o plataforma. Enquanto o volume residual venoso considerado normal é de 35%, nos saltos plataforma chegaram a 59%, contra 56% no agulha. Já o salto comum, de 3,5 cm, deixou 49% de resíduos, enquanto descalço gerou aproximadamente 35%.
- Não foi apenas uma maior retenção venosa que o salto alto provocou, também ficou prejudicada a capacidade de contração da panturrilha.

(Encontrado em http://noticias.r7.com/saude/noticias/salto-alto-provoca-varizes-e-ate-trombose-20100816.html )

(Lá nos idos dos anos 80, Lobão discorria sobre a arte de saber andar de salto alto na escada rolante.)

ZOOFILIA COM PEIXE

Será que peixe albino também é bom de vitamina D?

Espécie de peixe sem olhos é achada em MG
Esse estranho peixe da foto foi reencontrado em águas brasileiras por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da Universidade de São Paulo (USP). O curioso animal, com o corpo quase transparente e sem olhos, já havia sido capturado em 1962, num poço em Jaíba, no norte de Minas Gerais. Desta vez, o peixe que foi considerado extinto reapareceu em outro poço mineiro.
A fim de saber mais sobre esse animal albino, o pesquisador Cristiano Moreira, da Unifesp, e sua equipe resolveram conversar com moradores que vivem perto do local onde o peixe foi visto pela primeira vez. E descobriram que ele já havia sido observado nadando muitas vezes em poços comuns que têm contato com o aquífero da região.
“Este foi um dos problemas que tivemos para encontrar o peixe, pois a maioria dos poços abertos que poderíamos acessar para coletar ou colocar armadilhas estavam secos”, disse.
Para fisgar os peixes, eles colocaram armadilhas em áreas mais abertas e conseguriam capturar 34 peixes da espécie, classificada como Stygichthys typhlops .
A descoberta vai permitir aos pesquisadores uma melhor compreensão desse estranho animal, que ainda é desconhecido e está em extinção.
“Morfologicamente, o Stygichthys é muito diferente de qualquer outra do grupo”, disse Moreira, que considera esses peixes como uma “relíquia“.
Keila Cândido
(Encontrado em http://colunas.globorural.globo.com/planetabicho/2010/05/14/especie-de-peixe-sem-olhos-e-achada-em-mg/)

(Se ele caísse na frigideira da Clara Nunes, seria comido com coco!)

ALBINO GOURMET

Estréia de mais uma seção no blog, o único dia que não tínhamos espaço fixo pra algum assunto. Sábado será dia de tratarmos de culinária, dicas de alimentação, curiosidades sobre alimentos, dicas de nutrição e tudo o mais que for pertinente ao mundo comível e bebível!

Aproveitando que na postagem anterior, recomendamos o consumo de peixe e crustáceos a albinos, a fim de compensar nossa baixa exposição ao sol, e possível falta de vitamina D, iniciamos a seção Albino Gourmet com uma receita de camarão e outra de peixe.

Camarão Gratinado com Palmito
Ingredientes:
1 kg Camarão Tailon G limpo
1 xícara (chá) de água
2 colheres (sopa) de azeite
1 cebola média picada
1 colher (sopa) de farinha de trigo
½ xícara (chá) de vinho branco
2 colheres (sopa) de salsa picada
Sal e pimenta branca a gosto
1 vidro de palmito em conserva, escorrido e cortado em pedaços (500g)
2 ovos
Preparo:
Numa panela ponha o Camarão com a água e cozinhe em fogo alto por um minuto. Retire, escorra e reserve.
Ponha o azeite, a cebola e a farinha de trigo numa panela e leve ao fogo médio, mexendo por três minutos. Acrescente, aos poucos o vinho, sem parar de mexer, e cozinhe até obter um creme.
Junte o camarão, a salsa, o sal, a pimenta e o palmito. Misture e deixe ferver por um minuto.
Retire do fogo e transfira para o refratário.
Aqueça o forno em temperatura média.
Bata os ovos até espumarem. Tempere com sal e despeje-os sobre o camarão. Leve ao forno e deixe por dez minutos ou até dourar. Sirva imediatamente.

Posta de Tambaqui no Azeite
Ingredientes
1 kg de posta de Tambaqui
½ xícara (chá) de azeite extra virgem
5 dentes de alho
2 cebolas médias
4 tomates
Cheiro verde a gosto
Sal a gosto
Preparo
Em uma panela grande coloque o azeite, frite a cebola cortada em rodelas finas e o alho picado.
Coloque as postas de Tambaqui e deixe cozinhar até que comece a secar a água do peixe.
Acrescente os tomates e deixe fritar até que a carne esteja macia.
Acrescente o cheiro verde, desligue a panela e aguarde uns 5 minutos para que o cheiro verde dê uma murchada. Enquanto isso faça uma farofa agridoce de sua preferência.
Sirva com arroz branco.

(O Trapalhão Mussum tinha um grupo chamado Originais do Samba, que teve diversos sucessos. Um dos mais estrondosos foi Tragédia no Mar, em algum momento dos anos 70. Assassinaram o camarão... Nossa, como tocava no rádio!)

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A VITAL VITAMINA D

Nós albinos, que não podemos tomar muito sol, deveróamos caprichar no consumo de peixes, ovos e leite, a julgar pelo artigo abaixo.

Vitamina D pode proteger contra câncer, diabetes e artrite, indica pesquisa

A vitamina D pode proteger o corpo humano contra uma série de doenças ligadas a condições genéticas, incluindo câncer, diabetes, artrite e esclerose múltipla, segundo uma pesquisa britânica recém-publicada.
Os cientistas mapearam os pontos de interação entre a vitamina D e o DNA e identificaram mais de 200 genes influenciados pela substância.
A vitamina D é produzida naturalmente pelo corpo pela exposição ao sol, mas a substância está presente também em peixes e crustáceos e, em menor quantidade, em ovos e leite.
Mas acredita-se que até um bilhão de pessoas em todo o mundo sofram de deficiência de vitamina D pela pouca exposição ao sol.
Já se sabia que a falta de vitamina D podia levar ao raquitismo e havia várias sugestões de ligações com doenças, mas a nova pesquisa, publicada pela revista especializada Genome Research, é a primeira que traz evidências diretas de que a substância controla uma rede de genes ligados com doenças.

Receptores
Os pesquisadores, da Universidade de Oxford, usaram uma nova tecnologia para o sequenciamento do DNA para criar um mapa de receptores de vitamina D ao longo do genoma humano.
O receptor de vitamina D é uma proteína ativada pela substância, que se liga ao DNA e assim determina quais proteínas são produzidas pelo corpo a partir do código genético.
Os pesquisadores identificaram 2.776 pontos de ligação com receptores de vitamina D ao longo do genoma, concentrados principalmente perto de alguns genes ligados a condições como esclerose múltipla, doença de Crohn, lupus, artrite reumatoide e alguns tipos de câncer como leucemia linfática crônica e câncer colo-retal.
Eles também mostraram que a vitamina D tinha um efeito significativo sobre a atividade de 229 genes incluindo o IRF8, associado com a esclerose múltipla, e o PTPN2, ligado à doença de Crohn e ao diabetes do tipo 1.
“Nossa pesquisa mostra de forma dramática a ampla influência que a vitamina D exerce sobre nossa saúde”, afirma um dos coordenadores da pesquisa, Andreas Heger.

Seleção
Os autores afirmam que o consumo de suplementos de vitamina D durante a gravidez e nos primeiros anos de vida podem ter um efeito benéfico sobre a saúde da criança em sua vida no futuro.
Outras pesquisas anteriores já haviam indicado que a pele e os cabelos mais claros entre as populações de partes da Terra com menos incidência de raios solares teriam sido uma consequência da evolução para melhorar a produção de vitamina D.
Segundo os pesquisadores da Universidade de Oxford, isso poderia explicar a razão de seu estudo ter identificado um número significativo de receptores de vitamina D em regiões do genoma com mutações genéticas mais comumente encontradas em pessoas de ascendência europeia ou asiática.
A deficiência de vitamina D em mulheres grávidas pode provocar contrações pélvicas, aumentando o risco de morte da mãe e do feto. Segundo os pesquisadores, essa situação pode ter levado ao fim de linhagens maternais de pessoas incapazes de aumentar sua disponibilidade de vitamina D.
“A situação em relação à vitamina D é potencialmente uma das pressões seletivas mais poderosas no genoma em tempos recentes”, afirma outro coordenador da pesquisa, George Ebers. “Nosso estudo parece apoiar essa interpretação e pode ser que não tivemos tempo suficiente para fazer todas as adaptações de que precisávamos para suportar nossas circunstâncias”, disse.
(Encontrado em http://www.bbc.co.uk/portuguese/lg/ciencia/2010/08/100824_vitaminad_doencas_dna_rw.shtml )

RECONTANDO A VIDA

Flávio André Silva esclarece um trecho da crônica do professor José Carlos Sebe sobre adoção, escrita a partir do caso de Flávio e sua esposa também albina.

RECONTANDO A VIDA – corrigindo um pequeno deslize.


"O bater de asas de uma borboleta em Tóquio pode provocar um furacão em Nova Iorque."
- Teoria do Caos


No último dia 18 de agosto, em uma quarta-feira, foi postado no blog um texto falando sobre adoção:
ADOÇÃO DE FILHOS: compromisso e alienação.
José Carlos Sebe Bom Meihy
(http://www.albinoincoerente.com/2010/08/contando-vida.html)

Texto este que eu mesmo pedi ao Roberto para postar pra que quando eu viesse a falar sobre meu filho já teria algo para linkar o tema. O texto, na verdade uma crônica, foi muito bem escrito pelo professor acima citado e inclusive fiz um agradecimento via comentário, entretanto, relendo a crônica posteriormente esbarrei com um trecho que havia me escapado a interpretação por conta da emoção em ver minha história novamente retratada na internet para os leitores assíduos do BLOG DO ALBINO INCOERENTE. O trecho está na verdade deveras equivocado e pinta parte de nossa postura que não existe. Eis o trecho a que me refiro:


“Pois bem, este casal, ciente das possíveis conseqüências de prole sem pigmentação, optou pela adoção. (...)“

Acontece que do modo que está parece que queremos fugir da chance de ter filhos albinos por conta dos problemas que tal criação carrega, TODAVIA nós QUEREMOS sim tê-los! Se a genética fizer suas “mágicas” e por ventura nossos filhos gerados não vierem albinos, que assim seja, mas isso em absoluto é algo do qual queremos fugir. Somos o que somos e uma vez instituído o relacionamento estava mais do que claro que isso iria ocorrer.

Poderia deixar isso como está, mas é importante falar para não reforçar a impressão e a ideia já enraizada na mente das pessoas que a adoção é um ato de reparação de um problema anterior, seja este a incapacidade de gerar os próprios filhos, a vontade de fugir a um problema genético ou o que quer que seja. ISSO NÃO É VERDADE! A adoção não precisa ser a última alternativa, ou o meio desesperado de não deixar pegadas na areia do tempo. A adoção é sobretudo um ato de amor gratuito e não um “tapa buracos.” É verdade que também é a última alternativa para quem não consegue gerar seus próprios filhos e tudo mais que citei acima, entretanto, esses motivos não precisam ser prioritários.

Novamente falando de meu caso em especial, desde que começamos a namorar, decidimos que queríamos ter 3 filhos, pois tanto ela quanto eu temos dois irmãos. Destes, os dois primeiros seriam gerados e o terceiro seria adotado. Sempre foi assim. A única diferença é que o adotado veio primeiro, mas para equilibrar as coisas já estamos esperando nosso segundo filho, o primeiro gerado. E isto é ótimo.

Notem que não estou criticando o professor por sua escrita, inclusive reforço os agradecimentos. Apenas esclareço o que precisa ficar nítido.

Adoção não é consolo, não é fuga e não é caridade. É amor. Puro. Simples. Gratuito.

(Agora que tudo foi trocado em miúdos, vamos curtir Nara Leão?)

PAPIRO VIRTUAL 2



Roberto Rillo Bíscaro

A seção de literatura de hoje traz texto que escrevi depois da leitura dum romance inglês do século XIX, que prenuncia algumas coisas que vivemos hoje.

Lembrando que o Albino Incoerente está de braços abertos pra receber contos, poemas, crônicas e resenhas dos leitores. Basta enviar pro endereço do blog.


MUDAR PRA FICAR (QUASE) IGUAL
Diversos teóricos têm escrito sobre o paulatino declínio do papel da religião ou da Igreja como elemento definidor da nação inglesa, em detrimento de outros valores como a cultura, por exemplo. Na área literária, os escritos mais iluminadores sobre o tema vem de Raymond Williams, e Terry Eagleton.

The Warden (1855), romance do inglês Anthony Trollope traz o assunto em nível simbólico. Um médico, John Bold, ataca o clérigo responsável pela gestão dum fundo de caridade que vinha desde a Idade Média, acusando-o de usufruir do dinheiro em favor próprio.

Bold é um reformista, que, a despeito de sequer trabalhar, porque vive da renda deixada pelo pai, deu-se a tarefa de consertar as injustiças do mundo. Também se coloca em questão o fato de se a tal justiça for realmente feita, remediará alguma coisa, ou beneficiará alguém.

Para deixar o conflito mais apropriado à forma romanesca, Trollope fez com que o problema social se entrelaçasse com uma questão pessoal. Bold está apaixonado pela filha mais nova do guardião do dinheiro do hospital.

Mr. Harding, que gere o dinheiro do testamento, jamais se dera conta de estar fazendo algo errado. Quando o problema se impõe, a personagem tem uma crise de consciência a respeito de estar ou não usurpando dinheiro indevido. Entretanto, há diversos complicadores na situação: é velho, tem uma filha pra garantir o dote, pertence a uma longa tradição religiosa que administrava o hospital há séculos e vive dominado pelo genro, também pertencente ao alto escalão da igreja inglesa, que afirma que se o sogro sucumbir à batalha judicial e abdicar de seu posto, colocará mais uma pá de terra no sepultamento do poder da igreja.

Difícil não se enternecer com Mr. Harding, tão gentil e delicado, quando viciosamente atacado por um jornal de circulação nacional, que o descreve como premeditadamente usando o dinheiro da igreja pra fins particulares. Trollope já vivia numa época onde a imprensa tinha o poder de fazer ou desfazer reputações.

Há pouco, assisti ao capítulo inicial da terceira temporada de Lark Rise to Candleford, série água com açúcar, da BBC, que idealiza a vida nas pequenas cidades inglesas no ocaso do século XIX. No episódio, um jovem e ambicioso jornalista trai a narradora Laura, usando trechos descontextualizados de seu diário pra escrever uma matéria sensacionalista. The Warden prova que, longe de ser anacronismo, a situação já era perfeitamente possível no reinado de Vitória.

Em nível pessoal, The Warden narra a tomada de consciência da personagem central e sua inexorável mudança, finalmente, tomando as rédeas de sua vida e fazendo o que acha correto.

Em nível social, o romance é bastante revelador. O final feliz pra denunciantes e denunciados, paralelamente à deterioração das condições de vida dos anciãos sustentados pelo estipêndio medieval, alude a uma realidade não rara em alguns movimentos reformistas/revolucionários de fachada: enquanto os detentores de algum poder acabam se unindo em alianças - a despeito de originalmente estarem em campos opostos -, aqueles em cujo nome as batalhas foram supostamente travadas, permanecem em situação igual ou pior do que a que se encontravam a princípio.

(O vídeo pra essa postagem tá bem pouco século XIX...)

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

PRÊMIO BLOG BOOKS

Inscrevi o blog no 2º Prêmio Blog Books. Promovido pela editora Singular Digital e o Universo do Autor, o concurso transforma em livro os melhores blogs do Brasil. O Albino Incoerente concorre na categoria Educação.


Na primeira fase do concurso, todos os inscritos participam e o público vota clicando no selo localizado no campo superior da tela, à direita. A votação vai até o dia 12 DE SETEMBRO. Você poderá votar quantas vezes quiser!

Os 10 mais votados em cada categoria passam para a segunda fase, quando serão avaliados por uma comissão formada pelos vencedores de 2009 e editores das empresas Ediouro. Um blog de cada categoria será escolhido para virar livro.

Peço aos leitores que votem no Albino Incoerente e divulguem nossa participação entre todos seus contatos, pedindo votos!

A transformação de nosso conteúdo em livro significaria passo fundamental na propagação da causa albina (não há nada publicado no país sobre este tema!) e da inclusão, de forma geral.

TELONA QUENTE 2

Rehab Pra Woody Allen?
Amanhã estréia o mais recente de Woody Allen, You Will Meet a Tall Dark Stranger, que traz no elenco Anthony Hopkins, Antonio Banderas e Naomi Watts. A historia se passa em Londres e gira em torno de um coroa que se divorcia para curtir a vida e de uma mulher de meia idade cujo maior divertimento é fantasiar relações com seu chefe. Esperemos que Allen recupere a forma perdida no decepcionante Whatever Works http://www.albinoincoerente.com/2010/03/um-woody-allen-que-nao-funciona.html



Último Nada!
Em 1973, o mundo foi tomado de assalto pelo então controverso O Exorcista, dirigido por William Friedkin. Uma garota possuída pelo demônio pulava alto da cama, girava a cabeça, distorcia a voz e vomitava verde. A atriz Linda Blair virou símbolo sexual fugaz pelo papel (e tem gente que acha que nós albinos é que somos estranhos!) O filme foi baseado num best-seller baseado no último exorcismo sancionado pela igreja católica nos EUA. Seguiu-se uma enxurrada de filmes de possessão diabólica. Chega amanhã às telas norte-americanas, The Last Exorcism, onde um pastor protestante permite que uma equipe de documentário filme um exorcismo. Pode até ser o exorcismo derradeiro do protagonista, mas duvido que seja o último do cinema. Assista ao trailer:


Vamos Gritar!
Slasher films são filmes de horror em que um maníaco mascarado sai matando meio mundo, até ser detido, geralmente pela menina virgem e não-maconheira. Detido numas, porque os mascarados sempre ressuscitam, caso o filme dê alguma grana. Os anos 80 foram prenhes de slashers, como os diversos Sexta-Feira 13 e Halloweens. Na década de 90, o gênero capengava quando Wes Craven lançou o influente e divertido Scream, em 96. Conhecido no Brasil como Pânico, a franquia vai ganhar sua quarta prestação e o elenco é o mais estelar ate hoje reunido num slice’n’dice (fatie e corte em cubinhos... outra forma meiga de chamar os slashers!): Anna Paquin, Kristen Bell, Courteney Cox , David Arquette, Emma Roberts, Hayden Panettiere, Rory Culkin, Anthony Anderson, Adam Brody, Marley Shelton, Alison Brie e Mary McDonnell. Claro que não tem Brangelina, mas vocês esperavam o quê? Pra slasher essa lista tá celeb demais até!

Inícios Sangrentos
A idéia de astros hollywoodianos em produções de horror baratas pode soar absurda, mas nem sempre foi assim. Alguns poderosos de hoje e de ontem começaram nos anos 80 fazendo slashers.

O segundo filme de Brad Pitt no cinema foi no slasher Cutting Class (1989), divertido, mas já na decadência do gênero na década. O futuro astro aparece em terceiro na lista do elenco. Parece que puseram Cutting Class inteiro no You Tube.

George Clooney estreou na telona ainda mais humildemente. Ele é o primeiro a morrer em Return to Horror High (1987), paródia de slasher que de tão ruim, alcançou status de cult. Neste vídeo, Clooney aparece rapidamente aos 30 segundos, quando uma personagem lhe pergunta se ele vai se tornar um astro. Ninguém pode dizer que não!

Kevin Bacon foi um dos jovens maconheiros a ser morto pela mãe de Jason Vorhees, no primeiro Sexta-Feira 13 (1980).

Holly Hunter, oscarizada pela atuação impecável em O Piano (1993), começou em um ótimo slasher de 1981, chamado The Burning. A atriz tem apenas uma linha de diálogo e é uma das meninas acampando. Outra curiosidade é que o filme teve a trilha sonora escrita por Rick Wakeman, ex-Yes. Quem quiser tentar localizar Holly, que veja o filme no You Tube. Eis a primeira das 12 partes.

John Travolta estreou num dos diversos filmes de satanismo inspirados pelo Exorcista. Filmado em 1975, The Devil’s Rain teve a sorte de ser lançado dois anos depois, no exato momento que o ator estourava com Nos Tempos da Brilhantina. Alguma dúvida de que os produtores capitalizaram em cima, embora o papel seja muito pequeno? O nome de Travlta aparece bem depois que os créditos se iniciam. Se você quiser localizá-lo, basta ver o filme, também inteiro no You Tube. A morte dele é bem legal!

ALBINO GABRIELA II

Lembram que há um par de semanas, fui à cidade vizinha de Araçatuba, renovar meu passaporte? http://www.albinoincoerente.com/2010/08/albino-gabriela.html

Disseram que eu deveria voltar à Polícia Federal na sexta da semana seguinte pra buscar o documento, mas não pude. Ando tão ocupado, que adiei a viagem até quinta da semana passada.

Na verdade, pensei em deixar a viagem pra sexta, mas lembrei-me de que tenho 2 alunas particulares ás 14:00 e ainda não começara o semestre com elas. Não poderia protelar mais o início das aulas. Desse modo, acordei às 5:30 na quinta pra poder ir à pé à rodô e pegar o ônibus das 7:45 pra Araçatuba.

Nesse horário, há o que a empresa chama de “coletivo”, metade do preço do busão convencional. A razão é que o coletivo não tem ar condicionado, é quase mesmo um desses ônibus de transporte urbano; sem poltrona marcada e pára em tudo quanto é lugar. Se o motorista vê alguém dando tchau prum amigo, pensa que é sinal e já parra o carro.

Ao subir, perguntei ao chofer se ele podia para em frente ao prédio da Polícia Federal pra eu descer. Afirmativo. Inclusive, há um ponto exatamente ali, ele contou.

Cerca de uma hora mais tarde, na fresca e seca manhã ensolarada da noroeste paulista, desci do outro lado da avenida dupla onde fica o enorme prédio da PF. Facílimo.

Não demorei nem 20 minutos pra pegar o passaporte. Como levara o cartão com o telefone do moto-táxi, bastou ligar, no momento em que pus o pé fora da sala de entrega.

Como de praxe, disse ao atendente que era bem branquinho e seria fácil pra me localizar. De camisa de manga comprida e óculos de sol, esperei pela motocicleta, sob a frondosa árvore que sombreia boa parte da calçada frontal ao prédio.

Demorou mais do que supunha, e cheguei a pensar que acharam ter sido trote. Por não conhecer nada da cidade, sequer fazia idéia de que a central ficava do outro lado de Araçatuba. Estava prestes a ligar novamente, quando vi uma moto parar na esquina. Era meu transporte pra rodoviária!

Chegara à PF por volta das 9:35 e só não peguei o coletivo das 10:15 de volta à Penápolis, devido a esse peueno lapso temporal. Tudo bem, peguei o das 11:00 e, antes das 13:00 estava em casa almoçando e com o passaporte azul descansando na sua nova casa: minha caixa de documentos.

Agora, preciso inventar um modo de gabrielar usando o passaporte. Vamos ver se me corre algo, né?

(Uma das canções que ouvi durante a viagem foi essa delícia de 2007, com sabor de pós-punk anos 80. Achei essa guitarra tão retrô! Me lembrou Pylon, lá do início de minha década favorita.)

MOUSE PRO PÉ

Crean un mouse para manejar con los pies

Toe Mouse, como su nombre lo indica, es un mouse desarrollado para ser utilizado con los pies. Se maneja con los dedos de los pies y fue creado para personas que sufren de alguna clase de discapacidad en las extremidades superiores.
Toe Mouse no va destinado a quienes buscan una forma original de usar el mouse, sino a aquellas personas que sufren algún tipo de discapacidad que les impida utilizar sus manos para manejarlo.
El artefacto fue diseñado por Liu Yi y utiliza un diseño de estudiada ergonomía que permitirá la adopción de la posición correcta de los dedos de los pies evitando prácticas inadecuadas, colaborando con las personas discapacitadas en su adaptación y posterior soltura con dicho dispositivo. El mencionado mouse de computadora se agarra entre el dedo gordo (pulgar) y el dedo índice. Abajo del dedo pulgar del pie está el botón izquierdo que hace de sensor óptico, el cual guía al cursor por la pantalla como cualquier mouse de ordenador, y debajo del dedo índice se halla el segundo o botón derecho del artefacto.
(Encontrado em http://www.elcisne.org/ampliada.php?id=1636 )
(Silvia Machete de volta ao blog, com seu pé.)

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

CARTAZ DO TEDx SANTOS E REGIÃO

Este é o cartaz do TEDx Santos & Região, evento onde darei palestra dia 28 de setembro. http://www.albinoincoerente.com/2010/08/inscricoes-abertas-para-o-tedx-santos-e.html

CARTA AO GOVERNADOR SINVAL BARBOSA

O governador do Mato Grosso, Sinval Barbosa, vetou a lei, aprovada pela assembleia legislativa do estado, que garantiria a distribuição gratuita de bloqueador solar aos albinos que não o podem comprar. http://www.albinoincoerente.com/2010/08/texto-do-veto-ao-projeto-de-lei-em-mato.html

Nosso colaborador Miguel Naufel redigiu carta protestando contra tal descaso:


Meu querido Sinval Barbosa, GOVERNADOR DO MATO GROSSO.
Já se imaginou sofrendo de ALBINISMO? Eu digo SOFRENDO mesmo!
Você não pode se expor ao sol, não pode nem mesmo se expor à luz fria.
Você tem cabelos e pele branca, mas branca mesmo! Todos riem de você, inclusive familiares.
Você tem baixa visão. Baixa mesmo! Você não reconhece pessoas na rua, não enxerga placa de trânsito, não enxerga cor de semáforos, não consegue ler números de casas, não enxerga cores corretamente.
A claridade te incomoda muito, mas muito mesmo.
As mulheres fogem de você, porque te acham feio, esquisito.
Devido a tudo isto, você não acompanhou os seus amigos da mesma idade na escola. Então, você ficou sem uma turma de amigos, afinal você é diferente de todos.
Quando você chegar aos 50 anos, descobrirá que ninguém te deu um emprego, que você não tem amigos e que sua família tem vergonha de você. Mas, você depende deles para sobreviver, pois o governo não te aposenta. Acham que albinismo não é nada...
Pior ainda: você descobre que tem uma ferida na perna que não cicatriza. Você nem sabe como se feriu.
No outro dia após descobrir a ferida, você levanta às 5h da manhã e vai ao SUDS. Depois de 5 horas de espera, o clinico geral te atende, dá uma olhada superficial e te encaminha para o demartologista.
O dermatologista só te atende 40 dias depois. Pede uma biopsia da ferida e receita bloqueador solar.
Fala que a ferida já tem algum tempo, mas você não a enxerga e não percebeu nada, pois ela não dói.
Mais 10 dias para a retirada do material da ferida para enviá-la ao laboratório que fará a biopsia.
Mais 30 dias para chegar o resultado:

(Centro de Patologia & Citologia)
Paciente: Sinval Barbosa
Idade 51anos
Recebido em 11/01/2010
Convênio SUS-interno.
Natureza do material: pele da perna esquerda
Conclusão: Carcinoma basocelular superficial e multifocal.
Margens cirúrgicas laterais comprometidas.

Agora, senhor Governador Sinval Barbosa, mais 30 dias pro médico do SUS dizer o que o senhor tem...
Talvez o senhor, como Governador, possa me dizer se bloqueador solar onera os cofres públicos. Se achar que sim, procure saber qual é sua doença, meu querido.
Talvez o senhor mude de idéia.

Miguel José Naufel RG: 9.993.638-0
Mococa SP
Rua: Capitão Francisco Muniz Barreto 61 centro
Telefone 19 36560885
Miguel_naufel@hotmail.com

CONTANDO A VIDA 2

Na crônica de hoje, o professor José Carlos Sebe fala sobre três canções de resistência à ditadura militar, dentre elas, um samba- enredo, de 1969. Muito educativo para os (poucos, espero) que batem na surrada e preconceituosa tecla de que carnaval é alienação.


HINOS DE LIBERDADE: a música da resistência à ditadura militar.
José Carlos Sebe Bom Meihy

Entre tantas, pelo menos três canções se prestam a representar a resistência aos terríveis anos de chumbo vividos por nós entre 1964 e 1983. A mais conhecida dessas músicas, de autoria de Geraldo Vandré, foi também a mais explícita de todas. Os empolgados versos, que encantaram a juventude de então, faziam multidões marcharem com palavras de ordem do tipo: “vem/ Vamos embora/ Que esperar não é saber/ Quem sabe faz a hora/ Não espera acontecer” e progredia com “somos todos soldados/ armados ou não”. Certamente, não cabem reparos nessa letra prá lá de inspirada e prenhe de significados militantes.

Aldir Blanc e João Bosco compuseram mais tarde outra canção de enorme sucesso, em particular na gravação antológica de Elis Regina. Trata-se de “O bêbado e o equilibrista”, onde era reclamada a sorte de “tanta gente que partiu” e que finalizava dizendo, depois da “volta do irmão do Henfil”, que o “show tem que continuar”. A sutileza dos versos empata com a delicadeza da mensagem otimista. Já se disse que a presença de Elis é tão perfeita que ofuscou o significado da letra. Tenho dúvidas, porém.

Ainda que essas duas primeiras sejam mais conhecidas, há outra que expressa sobremaneira os anseios de liberdade do conjunto de brasileiros que suportaram a ditadura por longas décadas de obscurantismo. Mais uma vez, vale recordar que foram tempos onde a censura grassava, o endividamento externo crescia, a corrupção era escondida, e as contas mentirosas propalavam um Brasil que apenas existiu na cabeça de conservadores sisudos e avessos ao viver democrata, livre e aberto. Pensar nessas coisas, aliás, convoca a tristeza de quantos não conseguem ver virtudes na liberdade e mitificam um tempo que não existiu além da repressão e que, sem imaginação, sentem saudade do que não foi mais do que ato demolidor da vocação libertária.

Sábia, porém, a inteligência de quantos vislumbram as delícias de poder viver sem os tormentos de limites de expressão, se fazia presente de maneira sutil. Tecnicamente, poder-se-ia dizer que se trata de metalinguagem, mas isso demandaria arrastar a discussão para uma esfera diversa. Interessa registrar que houve um samba- enredo especialíssimo que, em 1969, foi tema da Império Serrano. O autor, Mano Décio da Viola, tecendo homenagem prá lá de cabível aos mestres dos mestres dos sambas-enredos, Silas de Oliveira e Manoel Ferreira, projetou a seguinte obra de arte feita em letras: “Já raiou a liberdade/ A liberdade já raiou/ Essa brisa que a justiça afaga/ Essa chama/ Que o ódio não apaga pelo universo/ É a evolução”. Logicamente, naquele então, a palavra “evolução” foi negociada, com muito empenho, com os “donos da tesoura” que cortaram o termo proposto “revolução”. Essa história ficou esquecida por anos. O fato de ser um samba de carnaval, por sua vez, ocultou na rotina cíclica das músicas sazonais o significado dessa beleza que se posta como um dos mais belos samba de todos os tempos. É preciso dizer que aos poucos, também nos vacilos da censura, outros intérpretes renderam homenagem ao autor e ao significado de suas palavras. Entre tantos, sem dúvida, a mais expressiva gravação é de João Bosco que, em outros tempos, recupera a palavra “revolução” e propõe a letra como foi concebida.


É importante articular reflexões sobre temas musicais. Tantas vezes, sem pensar, cantamos ao léu, sem perceber que podemos transitar tradições fundamentais para a cidadania.