sexta-feira, 27 de agosto de 2010

RECONTANDO A VIDA

Flávio André Silva esclarece um trecho da crônica do professor José Carlos Sebe sobre adoção, escrita a partir do caso de Flávio e sua esposa também albina.

RECONTANDO A VIDA – corrigindo um pequeno deslize.


"O bater de asas de uma borboleta em Tóquio pode provocar um furacão em Nova Iorque."
- Teoria do Caos


No último dia 18 de agosto, em uma quarta-feira, foi postado no blog um texto falando sobre adoção:
ADOÇÃO DE FILHOS: compromisso e alienação.
José Carlos Sebe Bom Meihy
(http://www.albinoincoerente.com/2010/08/contando-vida.html)

Texto este que eu mesmo pedi ao Roberto para postar pra que quando eu viesse a falar sobre meu filho já teria algo para linkar o tema. O texto, na verdade uma crônica, foi muito bem escrito pelo professor acima citado e inclusive fiz um agradecimento via comentário, entretanto, relendo a crônica posteriormente esbarrei com um trecho que havia me escapado a interpretação por conta da emoção em ver minha história novamente retratada na internet para os leitores assíduos do BLOG DO ALBINO INCOERENTE. O trecho está na verdade deveras equivocado e pinta parte de nossa postura que não existe. Eis o trecho a que me refiro:


“Pois bem, este casal, ciente das possíveis conseqüências de prole sem pigmentação, optou pela adoção. (...)“

Acontece que do modo que está parece que queremos fugir da chance de ter filhos albinos por conta dos problemas que tal criação carrega, TODAVIA nós QUEREMOS sim tê-los! Se a genética fizer suas “mágicas” e por ventura nossos filhos gerados não vierem albinos, que assim seja, mas isso em absoluto é algo do qual queremos fugir. Somos o que somos e uma vez instituído o relacionamento estava mais do que claro que isso iria ocorrer.

Poderia deixar isso como está, mas é importante falar para não reforçar a impressão e a ideia já enraizada na mente das pessoas que a adoção é um ato de reparação de um problema anterior, seja este a incapacidade de gerar os próprios filhos, a vontade de fugir a um problema genético ou o que quer que seja. ISSO NÃO É VERDADE! A adoção não precisa ser a última alternativa, ou o meio desesperado de não deixar pegadas na areia do tempo. A adoção é sobretudo um ato de amor gratuito e não um “tapa buracos.” É verdade que também é a última alternativa para quem não consegue gerar seus próprios filhos e tudo mais que citei acima, entretanto, esses motivos não precisam ser prioritários.

Novamente falando de meu caso em especial, desde que começamos a namorar, decidimos que queríamos ter 3 filhos, pois tanto ela quanto eu temos dois irmãos. Destes, os dois primeiros seriam gerados e o terceiro seria adotado. Sempre foi assim. A única diferença é que o adotado veio primeiro, mas para equilibrar as coisas já estamos esperando nosso segundo filho, o primeiro gerado. E isto é ótimo.

Notem que não estou criticando o professor por sua escrita, inclusive reforço os agradecimentos. Apenas esclareço o que precisa ficar nítido.

Adoção não é consolo, não é fuga e não é caridade. É amor. Puro. Simples. Gratuito.

(Agora que tudo foi trocado em miúdos, vamos curtir Nara Leão?)

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