quinta-feira, 7 de outubro de 2010

TEATRO ÀS ESCURAS

Geraldo Magela mostra o dia a dia dos cegos no show "Terça no Escuro"
Humorista quer, através do riso, mostrar aos videntes todo o potencial que um deficiente visual pode ter

Pedro Henrique Feitosa

Quem já não passou por alguma situação constrangedora na hora de tentar ajudar um deficiente visual? Como na hora de atravessar a rua ou passar alguma informação? São essas situações que inspiram o humorista cego Geraldo Magela em seu espetáculo "Terça no Escuro - O Melhor do Ceguinho", em cartaz em São Paulo até novembro.
Em conversa com o R7 antes de uma entrevista ao programa Cartão de Visitas, apresentado pela jornalista Débora Santille na Rádio Record, ele falou sobre esse espetáculo que mistura temas de seus shows "Ceguinho É a Mãe" e "Ceguinho Chutando o Balde". Para ele, o público tem descoberto uma nova face de seu trabalho.
"Está sendo muito bacana, todo mundo que me conhece, ou passa a conhecer no teatro, está gostando muito, pois o show é muito engraçado sem ser apelativo", afirma.
Magela conta que o espetáculo tem ajudado as pessoas a entender melhor o dia a dia dos cegos, mas que ainda falta muito para que todos conheçam o potencial dos deficientes. Ele critica as campanhas que são feitas atualmente e dá uma sugestão.
"As grandes empresas poderiam fazer campanhas bem humoradas. Parar de fazer campanhas piegas, tristes, pois assim as pessoas desconhecem o potencial que a gente tem e vão ficar sempre naquela coisa de dó. E o espetáculo é didático. De uma maneira engraçada, vai conscientizando as pessoas de como lidar com o cego".
Magela cria as piadas do espetáculo Terça no Escuro das situações que são comuns em seu cotidiano. Entre todas as já vividas, ele já tem a sua escolhida como uma das mais engraçadas.
"A cada dia vai aparecendo uma. Uma mulher queria saber quando eu tinha ficado cego e perguntou: Magela, quando você resolveu ficar cego? Ai eu respondi: Ah! Eu estava em casa, em uma tarde de domingo, sem nada pra fazer, e pensei: acho que vou ficar cego".
Segundo o humorista, as pessoas aprendem com o espetáculo como agir com um cego rindo de si mesmas, e isso torna o espetáculo mais engraçado e informativo.
"Então vou brincando com essas coisas e as pessoas, na plateia, vão rindo delas mesmas. Porque sempre tem alguém que já gritou no ouvido do cego, - atravessou - ele de uma maneira errada. Então está sendo bom de todas as maneiras".
(Encontrado em http://saci.org.br/index.php?modulo=akemi¶metro=30233 )

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