domingo, 3 de outubro de 2010

SUPERANDO O PRECONCEITO

Hoje, conheceremos a história da menina Letícia, que, além do câncer, teve que superar o preconceito dos olhares invasivos das pessoas.

Vencendo também o preconceito
Há quem diga que certas coisas não acontecem por acaso, mas foi por acaso que, no revellion de 2000, Letícia, na época com quatro anos, caiu e machucou o braço. Sua mãe, Andréia, é enfermeira e ficou preocupada por perceber que nenhum hematoma tinha sido formado no braço de sua filha. Elas foram ao médico e Letícia fez ressonância magnética, detectando uma imagem sugestiva de tumor; após a biópsia, foi confirmada a doença: Sarcoma Alveolar de Partes Moles. “O incrível foi, justamente, que o braço que a Letícia bateu, foi o que tinha o tumor! Não pode ser apenas coincidência”, acredita Andréia. Provavelmente se Letícia não tivesse batido o braço, elas teriam demorado um pouco mais para identificar o tumor e começar a tratá-lo, já que na época, devido a idade, o braço era meio gordinho, dificultando a visualização do nódulo.
Com a doença confirmada, Letícia foi submetida a uma cirurgia no braço, para a remoção do tumor. Após seis meses de cirurgia, surgiram metástases no pulmão, que levaram Letícia a fazer dois meses de quimioterapia, porém, sem grande sucesso. Como tinha a metástase pulmonar, foi sugerida outra cirurgia.
Durante todo o período de tratamento, mãe e filha optaram por manter todas as atividades do dia-a-dia. “Na medida do possível, quando não estava muito debilitada e o médico permitia, Letícia ia para a escola e passeava, o que ajudou muito”, conta Andréia. Porém, quando saiam para passear, tinham que enfrentar bem mais que a doença: o preconceito das pessoas. “É incrível todos ficavam olhando...”, desabafa. Mas, as duas conseguiram superar e não deixavam de sair por causa disso. “Não podemos alimentar o preconceito. Quanto mais crianças com câncer saírem, aparecerem nas ruas, menor será o preconceito”, acredita.
Após algum tempo, Letícia fez novos exames e teve que passar por outra cirurgia e tratamentos novos, que tinham como objetivo ajudar seu organismo a reconhecer o tumor.
Para mãe, o que ajudou muito Letícia a superar todo este momento, foi o conhecimento sobre a doença e etapas do tratamento. “Apesar de ser criança existem formas lúdicas de passar as coisas. Acredito que quanto mais se sabe, melhor, pois com conhecimento podemos trabalhar juntos para a melhora, e também para superar os momentos difíceis”. Outra coisa foi não se desesperar. “A Letícia não precisava de ninguém chorando ao seu lado, a situação em si já é muito difícil”.
Apesar do difícil tratamento, o que mais incomodava a Letícia eram as cicatrizes. As pessoas ficavam olhando, perguntando o que era. “Quando vi que minha filha inventava o por quê das cicatrizes e não contava sua história, percebi que estava na hora de levá-la ao psicólogo. Agora, ela já aceitou, entende o que passou e consegue até explicar para as pessoas”.
Andréia deixa um recado para todas as mães que estão passando pela mesma luta que ela: “Nossa vida não pode parar por causa de uma doença. Compreendi que basta estarmos vivos para morrermos e não doentes”.
(Encontrado em http://www.oncopediatria.org.br/portal/artigos/pais/historias/leticia.jsp  )

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