quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

ADEUS BENGALA?

Alunos inventam o substituto da bengala para deficientes visuais
O equipamento é fixado nos tornozelos e indica ao portador de deficiência visual a rota a seguir sem obstáculos

Alex Pimentel

Quatro alunos da Escola Profissional Maria Cavalcante Costa acabam de criar o "Roboticeyes". Um aparelho eletromecânico que funciona como uma espécie de guia, permitindo a quem não vê andar sem a ajuda de um cão ou de alguém para chegar de um lugar ao outro. Fixado ao tornozelo, emite uma vibração ao sair da rota, uma faixa preta de fácil adaptação nas calçadas das cidades.
Ronaldo Pereira Silva foi o primeiro deficiente visual a utilizar o Roboticeyes. A experiência foi feita no Centro de Referência e Inclusão Social da Criança e do Adolescente (Crisca), em Quixadá. Ele ficou impressionado com a praticidade do invento. "É muito bom, porque auxilia a gente a andar no local certo e avisa quando sai fora do percurso. Mesmo sendo a minha primeira vez usando, achei muito melhor do que a bengala. Eles têm minha aprovação", completou, empolgado.
Na opinião da coordenadora pedagógica do Crisca, Madalena de Sousa, os estudantes são pesquisadores que se preocupam com as questões sociais pertinentes à inclusão das pessoas cegas em ambientes públicos. "Um projeto desse porte faz crescer não só o nosso Município, mas torna-o pioneiro na criação de um equipamento tecnológico que auxilia na conquista, independência e autonomia das pessoas cegas."
Segundo o professor de Informática, Leonardo Rocha Moreira, havia necessidade de estimular os alunos a desenvolverem na prática os ensinamentos teóricos na disciplina. Foi criado então o grupo Stone Botz, formado pelos alunos Kayk Lemos, Emanuel Oliveira, Davi Sousa e Sebastião Oliveira.
Os jovens cientistas utilizam ferramentas e componentes eletrônicos, que os auxiliam na construção de seus protótipos. O desenvolvimento dos projetos ocorre com reuniões do grupo, decidindo e estudando as melhores formas e meios para criação dos inventos.
Roboticeyes
O Roboticeyes se resume em um dispositivo eletrônico que servirá como apoio ao deficiente visual em sua locomoção diária. Foi de Sebastião Oliveira a ideia de criar o sensor robotizado. Dividindo com os amigos os elogios ao invento, ele explicou que o desafio surgiu com uma proposta da esposa de um irmão. Ela trabalha com portadores de necessidades especiais no Crisca. Desafiou o estudante a criar algum mecanismo de auxílio a quem não vê. Apropriando-se dos conhecimentos em mecatrônica, juntamente com os colegas de equipe, ele criou a primeira peça, bem maior do que a atual. Com algumas adaptações e uma fita de velcro usaram os próprios tornozelos para testar o invento.
Sebastião e os colegas reconhecem o invento como futurista. Haverá necessidade de demarcar os quarteirões com as faixas pretas para que o aparelho tenha funcionalidade. Todavia, dependendo do interesse dos governantes pela ampliação das políticas de inclusão e acessibilidade, em breve o Roboticeyes estará sendo utilizado nas ruas. Por esse motivo, já estão patenteando a invenção. Eles e o professor garantem que o preço será acessível a todos. Os governos Estaduais e Federal poderão subsidiar os custos.
(Encontrado em http://saci.org.br/index.php?modulo=akemi&parametro=30727)

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