quinta-feira, 7 de novembro de 2013

BEBEDOURO INCLUSIVO

Alunos da Unopar criam bebedouro adaptado para deficientes visuais

Josiel Machado Bomfim, Paulo Henrique Ranutti, André Sergio da Silva e Éder Goularte Ferreira tinham uma proposta de trabalho para calcular o volume de um objeto ou o centro de gravidade de alguma peça através de integrais, uma disciplina do segundo semestre do curso.
Josiel conta que foi dormir uma noite pensando nisso e acordou com sede. Sozinho na cozinha, no escuro, em vez de acender a luz, ele começou a pensar como uma pessoa cega faria para beber água. Mesmo que ela achasse o bebedouro pelo tato, como saberia quando o copo estivesse cheio? A curiosidade foi o início de uma pesquisa que durou dois meses.
"Nosso maior desafio foi encontrar um sensor capaz de identificar o copo e também transcrever o programa para a baixa linguagem usada no computador", conta Josiel.
Além de um bebedouro perfeitamente adaptado, que emite um sinal sonoro assim que o copo fica cheio, os alunos também criaram e desenvolveram um símbolo específico para "bebedouro" em piso tátil, que pode ser facilmente percebido por um deficiente visual.
Na prática, eles tiveram a ajuda de Luiz Carlos de Oliveira, tio de um dos alunos. "Ele não enxerga e nos ajudou fazendo teste para garantir a eficiência do bebedouro e também do piso tátil", explica Josiel. Finalmente, os resultados foram aprovados. "Todos os nossos professores foram muito positivos, especialmente a professora Jenais Cazzera, que além de nos incentivar, doou uma calculadora HP 50G para que fizéssemos uma rifa a fim de conseguir dinheiro para patentear o nosso trabalho", agradece Josiel.
Funciona assim: seguindo o piso tátil, o deficiente visual chega ao bebedouro. Pelo tato ele localiza o copo, coloca embaixo da torneira e aperta o botão para encher. Depois é só aguardar um sinal sonoro que indica que o copo está cheio. "Caso a pessoa de distraia e esqueça o copo ali, o bebedouro emite uma série de apitos para lembrar que o copo já está cheio", acrescentam.
O que eles querem agora é divulgar a ideia e ver o bebedouro instalado em locais públicos: bancos, rodoviária, teatros, estabelecimentos de ensino. De acordo com os alunos, o custo de casa bebedouro adaptado é de R0 reais, incluindo o preço de um purificador novo de água. Eles também acreditam que o símbolo criado por eles para o piso tátil será incorporado às calçadas: "Sem essa sinalização é pouco provável que o deficiente encontre o bebedouro", indicam.
Mais do que vencer o desafio dado pelo professor, os alunos ficaram empolgados com a percepção de criar uma coisa que pode tornar mais fácil a vida de outras pessoas: "Foi extremamente gratificante e empolgante perceber que podemos fazer grande diferença na vida de gente como o senhor Luiz Carlos, que ficou feliz de participar do projeto conosco", concluem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário