domingo, 5 de agosto de 2012

ALBINO INCOERENTE NO DIÁRIO DE PENÁPOLIS

ALBINISMO: Penapolense acompanhará a aprovação de projetos na Alesp
Rafael Machi
O professor Roberto Bíscaro é albino, e defende a criação de políticas públicas para todos os albinos do país

DA REPORTAGEM
O professor penapolense Roberto Bíscaro, criador do blog Albino Incoerente – que ganhou grande projeção nacional pela defesa de políticas públicas para albinos – participará  hoje, à noite, de audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo – Alesp - na defesa da aprovação de dois projetos de leis consideradas muito importantes para as pessoas portadoras de albinismo em todo o Estado, ou seja, a distribuição gratuita de óculos, bloqueador solar e a criação de cotas em universidades estaduais. Bíscaro atua na elaboração da Lei desde 2009, a convite do deputado estadual Carlos Gianazzi, do PSOL. “Na oportunidade, o deputado havia visto os meus trabalhos na mídia e me convidou para ajudar a montar estes projetos, que acredito ser de grande significância para as pessoas que possuem o albinismo”, comentou. Ele esclarece que a maioria das pessoas que possue o albinismo têm dificuldades para enxergar, e por isso o acessório seria muito importante. Em relação ao bloqueador solar, se trata de algo fundamental para o albino, uma vez que o indivíduo não tem pigmentação na pele, a exposição ao sol por muito tempo, pode causar-lhe câncer de pele. “Infelizmente, os albinos, de forma geral, são tratados de forma preconceituosa por empresários que não oferecem um oportunidade de emprego para elas,  e assim ficam sem condições de comprar os produtos para sua proteção”, disse. Se a lei for aprovada, o governo terá um custo menor com a distribuição do bloqueador solar, do  que o tratamento contra o câncer de pele, explicou.
Cotas
Em relação à instituição de cotas para pessoas com albinismo, Bíscaro diz que o albinismo não é considerado uma deficiência, mas muitos devido à visão fraca, têm o direito garantido no sistema de cotas. “Alguns albinos não possuem esta deficiência visual, o que lhe impede de conseguir a cota na universidade e ingressar numa faculdade com qualidade”, comentou.  “ Pretendemos que seja aprovada a criação de cotas específicas, para que os albinos de forma geral tenham seus direitos garantidos”, ressaltou. Para o professor, é muito gratificante trabalhar numa Lei como esta, pois há a oportunidade de levar aos demais, a chance que ele mesmo teve na universidade. “Estudei em universidades públicas e hoje leciono numa faculdade, agora quero que mais pessoas com albinismo tenham acesso à universidade, uma vez que o mercado de trabalho infelizmente tem restrições com estas pessoas, mas elas têm outras qualidades para ser bons profissionais”. O professor Roberto Bíscaro é graduado em Letras pela Funepe - Fundação Educacional de Penápolis, e também lecionou nesta instituição por mais de 10 anos. Atualmente é professor na universidade federal de Birigui. (Rafael Machi e Tânia Pinheiro)


O que é albinismo?
É uma anomalia genética, na qual ocorre um defeito na produção de melanina (pigmento), esta anomalia é a causa da ausência total ou parcial de pigmentação da pele, dos olhos e dos cabelos. O albinismo é hereditário e aparece com a combinação dos dois pais portadores do gene recessivo. O albinismo, também conhecido como hipopigmentação, recebe seu nome da palavra latina “albus” e significa branco. Esta anomalia afeta todas as raças. Existem três tipos principais de albinismo: o tipo 1 é caracterizado pelos defeitos que afetam a produção da melanina (cabelo branco, pele rosada, olhos cor violeta ou azuis, ausência de sardas). O tipo 2 ocorre em função de um defeito do gene “P”. As pessoas com este tipo de albinismo têm uma pigmentação clara ao nascer (cabelo branco, amarelo, ou mais escuro em pessoas da raça negra, pele rosada, presença de sardas, olhos azuis ou castanhos em pessoas da raça negra). A forma mais grave deste distúrbio é denominada albinismo oculocutâneo e as pessoas afetadas têm cabelos, pele, cor da Íris brancos e problemas de visão.

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