sexta-feira, 24 de abril de 2009

PAPAI DO CÉU

11/08/2007
Brancura total

Preto no branco pergunta: Deusinho meu, porque você criou os albinos?

Deus responde:

Os albinos não são uma maioria no mundo como é o caso das pessoas feias que comentei num post anterior. O albinismo foi uma experiência com proteínas que andei fazendo para atender um pedido pessoal, ops, espiritual de São Benedito, defensor ferrenho das causas dos negros. Ele já andava puto com as expressões humanas que associavam a cor preta a tudo de ruim como o “dia foi negro”, “A coisa tá preta”, entre outras e, como grande ativista da comunidade negra, me desafiou a criar o preconceito contra brancos.

Foi aí que inventei os albinos. Muitos sofrem preconceitos e são vistos com grande curiosidade pelas pessoas, como se fossem uns objetos legais que alguém trouxe do Paraguai. Veja você que curioso funcionamento tem a mente humana. O medo que costuma ser o responsável pela preservação da vida, de tão eficiente, vira o chefe da bagaça toda. E, tadinho, ele é burrinho. Tudo que vê de diferente faz com que soe um alarme. “ops, veja só a cor dele, é diferente, é melhor deixa-lo sob vigilância”. Mas essa diferença é massa. Gostei tanto do resultado, que estendi o albinismo aos animais e ao mundo da música. Como por exemplo esse meu filhão da foto e seu irmão Hermeto Pascoal.

(Encontrado em http://deusresponde.zip.net/arch2007-08-01_2007-08-31.html)


Um comentário:

  1. Albinos, negros, soropositivos, homossexuais, transexuais, enfim... todos vivem sob o sistema da vigilância panóptica, como se fossem algo "estranho" aos ditos padrões da sociedade e, por isso, dignos de observância totalitariamente vigiada e, sempre, com vistas à punição. É engraçado, porque antes havia o princípio da masmorra: encarcerava-se o "anormal". Algo como faziam com os leprosos, sobretudo na Idade Média, sempre expulsos da cidade e decretados mortos, como se tal medida permitisse retirar do corpo social sadio os corpos infectados.
    Hoje não. Há democracia. Há luzes. Há plena visibilidade. E, com ela, o panoptismo: milhares de olhos escondidos, vigiando a todos, passo a passo, para punir eventuais dissidências com base na argumentação apriorística: "só podia mesmo ser coisa de preto". Ou de aguado, de bicha, etc.

    Entre a escuridão da Masmorra e as luzes do Panóptico, com o que ficaremos? Haverá terceira via?

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