quinta-feira, 30 de abril de 2009

ALBINOÉ

NOÉ
Consolo da Terra

O Livro de Enoc (um dos diversos livros apócrifos da Bíblia) narra o nascimento de Noé em termos mais ou menos místicos e toca de leve em algumas questões humanas e sociais de então. Segundo o próprio Enoc, "depois de algum tempo meu filho Matusalém escolheu uma esposa para seu filho Lamec. Ela engravidou e deu à luz uma criança, cuja pele era branca como a neve e vermelha como uma rosa; cujo cabelo era comprido e alvo como a lã e cujos olhos eram lindos. Quando os abriu, iluminou toda a casa, como o sol"...
Lamec, pai do rebento, ficou intrigado com a aparência do recém-nascido e deve ter duvidado da fidelidade de sua esposa, porque foi procurar seu pai, Matusalém, a quem descreveu o menino: "...parece o fruto dos anjos do céu; é de natureza diferente da nossa, sendo no todo diferente de nós"... ..."ele parece não ser meu, mas dos anjos"...
Com as características básicas de um albino, o bebê devia realmente ser muito diferente dos pais, primos, tios, avós e demais parentes, todos muito morenos, de cabelos negros e de olhos escuros. Essa diferença foi considerada suficientemente problemática para levar o avô, Matusalém, já com seus 369 anos de idade, a empreender uma viagem longa e cansativa "às extremidades da terra", onde vivia o patriarca Enoc, bisavô do recém-nascido.
Matusalém recebeu os conselhos de Enoc e voltou dessa viagem convicto de que o novo rebento era filho de seu filho e que deveria ser chamado de Noé (Consolo da Terra). Ele seria muito importante para o seu povo - como de fato foi.
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Ao discutir a eventual origem do albinismo de Noé, num artigo publicado pelo sizudo "The British Medical Journal", o Dr. A. Sorsby comenta que Lamec e sua esposa eram primos em primeiro grau, sendo o tipo mais comum de consangüinidade em albinismo.
Claro que o autor chega a uma conclusão levemente irônica ao afirmar: "A possibilidade de Noé ter herdado o albinismo de um anjo caído não necessita ser considerada com seriedade. Essa hipótese levanta ponderáveis dificuldades genéticas. Uma delas teria que postular que a esposa de Lamec (BT'NWS) e o anjo eram portadores não-relacionados do gens, numa época em que
não deveria estar amplamente espalhado; ou também, alternativa e ainda menos plausivelmente, que o albinismo é mais dominante nos anjos do que nos homens" (ver Sorsby. A. - "Noah, an Albino" - in The British Medical Journal - dezembro de 1958, citado em "A Epopéia Ignorada", de O. M. da Silva - Editora CEDAS - São Paulo, 1987).
Nota: Noé, na língua inglesa, é NOAH. Verdadeira ou alegórica essa história de Noé e seu albinismo, o fato é que hoje existe uma forte organização norte-americana que se chama:
NOAH - National Organization for Albinism and Hypopigmentation

(Encontrado em http://www.crfaster.com.br/NO%C9%20PDF.pdf )


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