quarta-feira, 29 de abril de 2009

PLIM PLIM INCLUSIVO

Meus parabéns pra quarentona Rede Globo. As pessoas com albinismo aguardam na fila, tá?????

Deficiente visual, Danieli Haloten vive seu primeiro papel na TV em 'Caras e bocas'
O Globo29/04/2009
"Minha família sempre me deu as ferramentas necessárias para a minha independência. Mas sei que para muitas pessoas com deficiência não é tão fácil assim e isso me comove", diz a atriz
Na vida de Danieli Haloten, "Caras & bocas" pode ser descrita como uma coleção de primeiras vezes. Para começar, trata-se da estreia nas novelas da atriz curitibana, de 29 anos. Sua personagem, Anita, também é a primeira de destaque interpretada por uma deficiente visual nos folhetins. E, desde o começo das gravações, ela tem se acostumado a circular por uma nova cidade e em espaços nunca antes visitados.
Não que nos estúdios da Globo isso seja exatamente um problema. A atriz, que nasceu com glaucoma e perdeu inteiramente a visão aos 17 anos, conta com o tratamento carinhoso de toda a equipe da novela das 19h, do técnico que avisa dos cabos pelo seu caminho à preparadora Rosana Garcia, responsável por orientar seus primeiros passos na interpretação para a TV.
- Por incrível que pareça, desde que comecei a interpretar, esse é meu primeiro papel de cega - conta Danieli. - É claro que corro o risco de me estigmatizar com ele, mas é uma personagem de grande impacto - completa.
No folhetim de Walcyr Carrasco, Danieli vive Anita, uma menina cega cujo irmão, Gabriel (Malvino Salvador), cobre de cuidados. Vendedora de flores num restaurante, ela se sente culpada por ser um fardo na vida do irmão e sonha com o dia em que poderá abandonar a bengala e ganhar independência com um cão-guia. A situação não podia ser mais distante da que a atriz encontrou em sua vida.
- Minha família sempre me deu as ferramentas necessárias para a minha independência. Mas sei que para muitas pessoas com deficiência não é tão fácil assim e isso me comove. Outro dia estava fazendo uma cena da Anita e acabei chorando, apesar de ninguém ter pedido - revela.
Um dos exemplos dessa emancipação atende pelo nome de Higgans, cão-guia da raça labrador que acompanha Danieli onde quer que ela vá. Treinado por uma ONG dos Estados Unidos para reconhecer todos os cantinhos dos ambientes por onde ela mais circula, ele tem tido trabalho redobrado desde o começo da novela. Na imensidão do Projac, onde ainda aprende novos caminhos, o bicho quietinho - para não se distrair, os cães do gênero são ensinados a não dar trela a estranhos - faz sucesso entre os funcionários.
Embora Higgans e a irmã de Danieli, Ilana, que se mudou com ela para o Rio, estejam sempre ao seu lado, foi sozinha que a Anita de "Caras & bocas" se acostumou a conseguir tudo na vida. Formada em Jornalismo e Artes Cênicas, ela começou a carreira em um programa na TV Comunitária de Curitiba, passou pela Band com o programa de entrevistas local "Danieli Multishow", e conseguiu uma vaga no "Profissão repórter" de Caco Barcellos. Depois de deixar o programa, disparou emails para autores da Globo em busca de um papel. Walcyr Carrasco, que já havia criado a personagem cega para sua próxima novela, empolgou-se com a coincidência e pediu um vídeo do seu trabalho. Foi aprovada na hora.
- Sempre botei na minha cabeça que, se um dia desistisse dos meus sonhos ,morreria. Quando estava pedindo a Deus que não me deixasse desistir de tudo, o programa de entrevistas caiu no meu colo - relembra ela, que até a estreia da novela morava com os pais em uma chácara rodeada por verde e trabalhava em um banco público.
Antes de Anita, sua atuação como atriz se resumia a algumas peças universitárias. Sua adaptação à linguagem da televisão exige atenção especial da coach da Globo Rosana Garcia.
- Como estava mais acostumada ao teatro, ela tem a tendência a fazer gestos mais largos do que a TV pede - explica a preparadora, que quando entrou com a atriz no cenário da casa de Anita e Gabriel pela primeira vez percorreu cada canto batendo nos objetos e enumerando cada um para que Danieli tivesse noção do espaço. - Para mim, que nunca tive convivência com um deficiente visual antes, também é um aprendizado enorme do que se deve ou não fazer - diz.
Para decorar os textos da novela, a atriz usa um software que reconhece caracteres e transforma o texto em arquivos de áudio, que podem ser ouvidos até em um MP3 player. Muito mais difícil que memorizar as falas tem sido lidar com a distância da família, que ficou no Paraná. Hospedada em um hotel na Barra, Danieli leva uma vida bem caseira.
- Lá tinha cheiro de mato e canto dos passarinhos. Aqui, acordo ouvindo a sirene dos bombeiros - brinca.

(Encontrado em http://www.saci.org.br/index.php?modulo=akemi&parametro=25363)

Bom, e já que o link é da Rede Saci, deixe-me agradecê-los pela divuglação do blog e do canal no you Tube. Valeu!

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