segunda-feira, 19 de junho de 2017

CAIXA DE MÚSICA 270

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Roberto Rillo Bíscaro

A biografia da jovem Kat Graham parece elaborada dentro dum grupo que estuda multiculturalismo: filha de pai afro-americano e mãe judia, a garota nasceu na Suíça, mas foi criada em Los Angeles e fala diversas línguas, dentre elas a nossa.  Escreve, dança, canta, atua, enfim, é multimídia também. Público teen/jovem deve conhecê-la como a bruxa Bonnie Bennett, da findada The Vampire Diaries. Como tais shows estão bem distantes de meu universo de interesses, desconhecia a existência de Graham até tropeçar bem por acaso em seu segundo álbum, Love Music Funk Magic, lançado dia 2 de junho.
A palavra funk atraiu os olhos e imediatamente busquei info. Descobri que a moça ama O’Jays, James Brown e anos 90 e que nesse segundo LP trabalhara nada menos que com o Príncipe Púrpura, que a aconselhara a fazer som mais Giorgio Moroder/Donna Summer. Além disso, Kat colaborava com BabyFace, que no currículo tem TLC, Sheena Easton (80’s sempre!), Toni Braxton, Midnight Starr e tantos mais que não dá espaço/tempo pra continuar, senão a iniciante Grahan perde a resenha.
E não é que valeu muito ter dado chance a Love Music Funk Magic (LMFM)? O trabalho consegue homenagear e referir-se aos anos 70 sem soar retrô, porque a produção é contemporânea, os elementos dos diversos sub-estilos black prevalentes daquela década são usados ao lado de referenciais modernos de electro pop. Faixas como Magic, Can’t Get Enough e Just Love Me estão perfeitamente de acordo com a geração LadyGaga. Just Love me, aliás, é delícia capaz de unir a geração oitentista acostumada à dançabilidade eletrônica e a meninada de hoje, criada no trap e afins.
Por outro lado, há as canções onde o passado se repagina com viço, como a abertura vibrante All Your Love, cuja pegada disco fará os mais antigos cantarolarem “let’s all chant” durante os momentos de cordas sintetizadas. Time = $ tem guitarrinha à Good Times, do Chic e a locomotiva funkeada desperta nostalgia de Diana Ross início dos 80’s (não em termos vocais, fique claro).
Outra característica de LMFM é popificar com competência, afinal, Kat Grahan não se propõe a ser artista de nicho. Fool For Ya injeta funk ao mesmo tempo em que torna pop dançante matriz originária do blues e If Eye Could Get UR Attention é Prince mais domadinho. Esperar o que de um título como What The Funk? Mas, é tudo bem palatável pra audiências não necessariamente afeitas/interessadas/acostumadas com funkice pesada; é confeito pop bem feito pra rebolar alegremente. E não há nada de errado nisso. Tem até guitarra rock. What The funk! Call Da Police é mutação pós-moderna de reggae, com arremedo de sotaque jamaicano e tudo.
Das 15 faixas, deletem-se umas 3 vinhetas que quebram o ritmo pra dança e Love Music Funk Magic vira pura magia pop pra animar a vida e unir gerações.

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