segunda-feira, 28 de novembro de 2011

CAIXA DE MÚSICA 52

Roberto Rillo Bíscaro

A postagem sobre a invasão saxofônica dos anos 80 foi um sucesso!
Choveram emails comentando e também alguns acréscimos e puxões de orelha foram feitos. Por ora, vamos ver como foi a invasão oitentista do instrumento belga aqui no patropi.

O Kid Abelha e os Abóboras Selvagens tinham um saxofonista em sua formação (George Israel). Em 1985, cometeram o álbum Educação Sentimental, uma das coisas mais finas do pop brasuca. Lágrimas e Chuva é sublime! 1985 deve ter sido o melhor ano da história da humanidade a julgar pela quantidade de pérolas pop. Em seu LP Despertar, Guilherme Arantes trouxe minha canção pop brasileira favorita: Cheia de Charme. Em 86, Gui fez uma espécie de continuação de Cheia de Charme e me deu minha segunda canção pop brasuca predileta. Em Loucas Horas, o sax demora um bocadinho pra aparecer, mas quando o faz, arrasa! Com suas influências anos 50, Leo Jaime emplacou diversos sucessos nos 80s. Seu álbum Sessão da Tarde (1985) teve diversos sucessos, dentre eles, a deliciosa parceria com o Kid Abelha em A Fórmula do Amor. Em 1984, o Absyntho emplacou a delícia Ursinho Blau Blau, onde um marmanjo chora suas mágoas pro amiguinho de pelúcia! Essa é daquelas pra atual geração usar contra os pais, quando esses disserem que “não se fazem mais músicas como antigamente”. Pop é isso mesmo, bobeira, desde sempre até sempre. Minha favorita de Lulu Santos, Adivinha o Que (1983) é seeeeeeexy! Pura pimenta no sax, gutarra e voz. Em 1988, Angélica se saiu com essa versão de Joe Le Taxi e reduziu Vanessa Paradis a escombros. Meio ao estilo anos 50, o Roupa Nova era onipresente com a baladaça Anjo (1983).O sax inicial derretia qualquer um! A MPB também se rendeu ao saxofone. Meu álbum favorito de Djavan (Luz – 1982) traz o achado poético-saxofônico Pétala. O album de estreia dos Titãs (1984) trazia o reggae Marvin, com discreto sax tocado por um músico convidado. Alguém consegue ficar parado ao som de Ska, do álbum O Passo do Lui (1984)? Em 83, um imigrante inglês desbancou Roberto Carlos do trono de maior vendedor de discos do país. Voo de Coração continha diversos hits, o maior deles, Menina Veneno, provavelmente o maior hit brasuca da década, com 1 milhão e duzentas mil cópias vendidas. Amo demais! Em 1984, o topetudo Lobão tocava com Os Ronaldos e estourou com diversos sucessos do álbum, incluindo Corações Psicodélicos. Marina Lima foi nosso símbolo sexual cantante dos amados 80s. Além disso, funcionava como “ponte” entre a MPB e o pop/rock. O sax sedoso contribui pro clima sensual de Veneno (1984). Embora não tocasse maciçamente nas rádios, nosso saxofonista Leo Gandelman foi trilha de novela e tinha seus álbuns lançados no exterior. Infelizmente, não achei nenhuma de suas canções dos álbuns oitentistas (87 e 89), mas tem essa de 1990, ano ainda encharcado de 80’s, né? Em 85, o RPêmico galâ Paulo Ricardo duetou com Guilherme Isnard – do Zero - e sua voz chorosa. Agora Eu Sei estourou nas rádios e legou um clipe que não nega sua matriz oitentista. Vejam essas roupas e esses cabelos! O multi-instrumentista e compositor Nico Rezende tocou com/compôs para muita gente, até que, em 1987, lançou seu primeiro álbum como cantor e emplacou com Esquece e Vem, com seu sax romântico. E quem ainda se lembra de Ruban e sua fugaz passagem pelas rádios oitentistas? Ejm 86, ele teve 2 semi-scuessos. Cinderela tem sax de linha de produção... Surpreendo-me positivamente por alunos tão jovens curtirem Capital Inicial, banda que vi lançar o álbum de estréia. Acho mesmo que Independência (1987) é a canção mais recente deles que conheço! A pulsante Sílvia (1984), que Vinícius Cantuária fez em homenagem á filha de Chico Buarque, tem sax misturado com os demais instrumentos. Dissidência do Kid Abelha, os Heróis da Resistência vieram ao mundo em 86 com o neo-machismo das letras de Leoni e casacões compatíveis com nosso clima frio! Esse Outro Mundo é deliciosa. Em 85, Kid Vinil e seu Magazine deram uma britanicizada na canção Comeu, de Caê Velô, que até virou tema de abertura de novela. Em 1988, em plena fase breganeja, Fafá de Belém disparou a melodramática Meu Disfarce. Quem viveu no Brasil em 1982 e conseguiu ficar sem escutar o solo saxofônico de Muito Estranho, do Dalto? Tocava, tocava, tocava... Kiko Zambianchi teve diversos sucessos na voz de outros cantors e dele mesmo. De 1985 é Choque, com seu sax ardido, clipe primitivo e Kiko de mullet e casacão. Mega-80s!
 Devo ter omitido coisa, por isso, corrijam-me!

Um comentário:

  1. Nossa, viajei agora! Algumas eu não lembro, mas conheci depois porque passei minha infância toda ouvindo rádio (na falta da internet!) e convivendo com pessoas mais velhas que sempre me apresentavam músicas! Adoro várias dessa lista! Bons tempos!
    Muito bom! =)

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