quinta-feira, 2 de outubro de 2014

TELONA QUENTE 99

Quando garoto, via os desenhos desanimados – porque quase sem movimentos – do Capitão América. Se não me engano a sequência semanal era: segunda, Capitão América; terça, Thor; quarta, Namor; quinta, Homem de Ferro e sexta, Hulk. A canção-tema do desenho sessentista jamais me saiu da cabeça e olha que fazia uns 35 anos que não a ouvia, voltando a fazê-lo, quando selecionei esta compilação em inglês sem legendas:


Leitores assíduos sabem de meu desinteresse por filmes contemporâneos de super-herói, mas quando achei os 15 capítulos do serial produzido pela Republic, em 1944, assisti. As animações nunca me inspiraram saudades, mas minha relação com serials é diferente. Amo esses avôs das séries televisivas, então exibidos nos cinemas, antes do filme principal. Pra informações sobre características formais desse gênero de narrativa cinematográfica, acesse aqui e aqui.  
Capitão América é filhote ideológico da Segunda Guerra Mundial. Na patriotada ianque, o marombado Steve Rogers lutava contra os nazistas, munido de escudo e asinhas no uniforme. No serial, encontramos um herói genérico, que pouco ou nada tem de super. Capitão América luta bem – como a Republic era afamada pelos filmes de cowboy não faltava competência e dublês pra cenas de lutas – mas é só. Sem escudo ou asinhas, o revólver é sua única arma. O contexto militar alterou-se pro mundo do crime metropolitano. Até a profissão e o nome do Capitão América são distintos.   
Cara pros padrões dos serials, Captain America traz um protagonista cuja barriga está meio saliente pra usar malha colante e uma coadjuvante que passa todos os capítulos com o mesmo modelito. Se isso condiz com a imutabilidade indumentária das HQs, também convém demais a produtores muquiranas em guarda-roupa.
Mas, como não curtir ideias/estratagemas como um gás mumificador e uma máquina ressuscitadora, que traz um vilão de volta duzinfernu? O que interessa nos serials é o corre-corre e os cliffhangers, então, pra entender a trama basta saber que o promotor público Grant Gardner, aka Captain America, quer capturar o arquivilão Escaravelho (serials amavam vilões com alcunhas de insetos/aracnídeos). E dá-lhe explosões, aviões despencando/explodindo, acidentes automobilísticos e certo grau de sacanagem com o público.
Contraindicado pra fãs inveterados do Capitão América, a série tem a participação de John Hamilton, o Perry White de The Adventures of Superman, nos 2 derradeiros capítulos.

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