quinta-feira, 19 de novembro de 2009

SÁTIRA

Em alguns países, passos importantes estão sendo dados no que diz respeito à representação de pessoas com deficiência.

A sitcom norte-americana Ugly Betty apresentou uma personagem albina nesta temporada. O Big Brother inglês também já teve participante albino, já mencionado no blog.

A TV britânica tem uma apresentadora infantil sem parte do braço. Criou polêmica, mas a emissora peitou os do contra e a manteve no ar.

Da Inglaterra, surge outra novidade, o programa Cast Offs. Outro dia, postei pequeno artigo em espanhol sobre o programa, mas agora achei um em português.

Série de TV britânica usa deficientes físicos para satirizar reality shows
O Estado de S. Paulo18/11/2009
Obra de ficção cria 'No Limite' apenas com portadores de deficiência

Estreia na semana que vem, na Grã-Bretanha, uma minissérie que satiriza os populares reality shows de uma maneira inusitada: todos os personagens e os atores que os interpretam têm uma deficiência física.
Cast Offs ("Largados", em tradução livre), do canal de TV aberta Channel 4, conta a história de um grupo de deficientes convidados a ir para uma ilha remota do litoral britânico e fazer parte de um reality show no estilo do brasileiro No Limite.
A série terá inicialmente apenas seis episódios. Cada se concentra em um personagem - um jovem em cadeira de rodas, uma anã, uma grávida com deficiência auditiva, um deficiente visual, uma vítima da talidomida e outra acometida pelo querubismo (doença genética que causa anomalias na face).
Para críticos britânicos, a minissérie representa uma inovação na maneira como a televisão apresenta pessoas com deficiências.
"Não é que a televisão os ignore. Mas em geral eles são confinados a papéis de vítimas ou de "superaleijados", que triunfam pelo heroísmo", escreveu Andrew Billen, do jornal The Times. "Cast Offs poderá ser a primeira obra de ficção da TV que não pede que tenhamos pena do deficiente."
Sátira

Um dos produtores da série, Joel Wilson, disse à revista americana Time que quis criar algo satírico que iria "mexer com a maneira como a deficiência física é vista".
"Queríamos mostrar que os deficientes não são nem mais nem menos problemáticos do que qualquer outra pessoa", afirmou.
Segundo o jornal The Guardian, uma pesquisa recente da Independent Television Commission, 79% dos telespectadores britânicos dizem que não se importariam se um deficiente físico apresentasse um noticiário do horário nobre.
Outros 60% acreditam que os deficientes físicos deveriam aparecer mais, em uma variedade de funções.
Uma minoria, no entanto, ainda resiste à ideia. Em fevereiro, alguns pais reclamaram do fato de uma das apresentadoras de um canal infantil da BBC não ter parte do braço direito, um defeito de nascença.
A BBC, no entanto, defendeu a presença da apresentadora, que continua no canal.

(Encontrado em http://saci.org.br/index.php?modulo=akemi&parametro=27346)

Um comentário:

  1. sabe o que eu queria ver mesmo? personagens que apesar de terem características 'especiais', levassem uma vida normal, incluídas nas histórias dos outros personagens, sem necessariamente terem que se destacar pelo 'excêntrico'e sim por qualquer outra característica além dessa. Já reparou como os gordos são retratados na mídia? Um gordo tem sempre que ser 'muito'.
    muito engraçado, ou muito estúpido, ou muito inteligente, ou muito odiado, ou muito isso ou aquilo. quer dizer: gordos não podem ser normais! se fossem normais, seriam magros! pq magreza e normalidade andam juntas como obesidade e excentricidade...
    a mesma coisa do esteriótipo do cego com super poderes, que enxerga a alma, etc. como se o deficiente fosse supra humano. como se não houvessem cadeirantes de todos os tipos, surdos com toda gama de características...
    penso que lutar pela inclusão, passa também pelo fato de lutar por ser igual, comum, cheio de qualidades e defeitos. ter melanina demais ou de menos, não interfere na essência daquilo que se é. gente é gente, é complexa, diferente, igual, independente de condições físicas, econômicas, sociais, geográficas, culturais, etc... gente é pra brilhar! E não dá pra definir qual cor é mais bonita, todas são necessárias.

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