domingo, 29 de novembro de 2009

RÉPLICA FORÇADA

Pra melhor desfrutar desta postagem, sugiro a leitura do post RISADA FORÇADA
A postagem sobre as piadas a respeito dos assassinatos de albinos na Tanzânia, publicadas no site Risada Forçada, provocou polêmica. Leitores albinos e não-albinos deixaram comentários aqui e no referido site, expressando seus pontos de vista acerca do assunto. Òtima prática democrática, afinal, devemos incentivar a liberdade de expressão, não?

O pessoal que gere o Risada Forçada se pronunciou a respeito da polêmica em réplica postada na última segunda-feira. Como este blog acredita no direito de resposta, abaixo publico o trecho mais significativo da justificativa dos humoristas.

(...)
Em resumo, os albinos não gostaram de nosso humor negro [A Praça é Nossa mode/].Em virtude de tamanho infortúnio, não temos outra escolha a não ser declarar publicamente que:
1:: O Risada Forçada não tem absolutamente nada contra gays. Inclusive, Mauri, um de nossos leitores assíduos, é omoçeqiççual. Mas isso não nos impede que, vez ou outra, façamos piadinha com esse tema.
2:: O Risada Forçada não acredita que a cor do cabelo faça alguém mais burro ou inteligente, ou seja, não acreditamos realmente que toda loira é burra. Inclusive, Ylana, uma de nossas leitoras assíduas, é loira. Mas isto não impede que, vez ou outra, façamos piadinha com esse tema.
3:: O Risada Forçada não tem nada contra nordestinos. Não apenas isso, temos vários parceiros nordestinos. Mas isto, também, não nos impede que, vez ou outra, façamos piadinha com esse tema.
4:: O Risada Forçada não tem absolutamente nada contra negros, evangélicos, adeptos do candomblé e umbanda, católicos, espíritas, muçulmanos, gaúchos, idosos, deficientes físicos, deficientes mentais, pobres, indígenas, portadores do HIV, assexuados, skatistas, anões, portadores da síndrome de Down, socialistas, capitalistas, árabes, orientais, judeus, paraguaios, argentinos, cariocas, paulistas, portugueses, hare krishnas, pagodeiros, metaleiros, prostitutas, nem palhacinhos de festa ou vendedores de churros.
Julgar-nos preconceituosos é, por si só, uma atitude preconceituosa, afinal, é essa a essência do preconceito: tendo em vista uma única faceta de alguém, já se julga todo o resto.
5:: Trecho do comentário da leitora Madá, no Blog do Albino Incoerente"Muito fácil e, covarde, fazer piada da desgraça alheia. Há pessoas que não tem senso de ridículo e a isso pretensamente chamam de 'humor'. No fundo, eu entendo. É que fazer humor de qualidade, inteligente, dá trabalho, é difícil, exige talento. Um certo feeling prá coisa, sabe? Então tem gente estúpida, metida a engraçadinha e sem qualquer habilidade para fazer coisa alguma na vida, que pensa: ah! esse é um caminho fácil... É só dizer um monte de besteiras, as pessoas riem e se ganha dinheiro, pronto. Prova disso são a maioria dos novos humoristas brasileiros. O que se vê é um desfile interminável de ataques à sociedade, à diversidade, ao gênero, humor grosseiro, sem elegância, sem inteligência, humor que cheira a peixe podre(...)"
Quando a primeira pessoa contou uma piada de gago ou de bêbado, bem antes que Chico Anysio, Tom Cavalcante, Costinha ou Ary Toledo fizessem exatamente a mesma coisa, nascia então esse humor que 'tira sarro da desgraça alheia'. Veja só, então não é nada tão novo assim. O humor, desde sempre, se alimentou de maximizar esteriótipos das minorias.Fico feliz, Madá, que vosmecê ache que existam pessoas "sem qualquer habilidade para fazer coisa alguma na vida", ou seja, a grande humanitária defendendo a teoria de que algumas pessoas não servem para nada - bastante humanista isso, né pessoal!?
6:: Viemos por meio desta dizer que não acreditamos realmente que houvesse algo ofensivo em nossa postagem sobre o caso dos albinos. Muito pelo contrário, é uma notícia que tem saído em poucos meios de comunicação no Brasil e, através de nossa postagem, no mínimo cinco centenas de leitores devem ter ficado sabendo que algo assim acontece em tão africoso continente afro-africano que fica do outro lado do Atlântico - mesmo que tenha sido através do humor ácido.
Não vangloriamos o 'consumo' de albinos, e reconhecemos que isto é um problema sério.
Porém, como bem sabemos, brasileiro é um povo que ri da própria desgraça. Quantas vezes não presenciamos pobres fazendo piada sobre pobreza, por exemplo? E quantas outras um acidentado não tira sarro de sua própria condição? O fato de os autores do Risada Forçada não serem albinos nos transforma automaticamente em preconceituosos?
Os leitores do Blog do Albino Incoerente estão agindo como se o Risada Forçada deslegitimasse o direito à vida pelo qual lutam os albinos da Tanzânia, e isto não é verdade.É por tudo isso acima exposto que não vemos nesse blog acusador e em seus leitores outra atitude que não seja uma imensa falta de humor.
7:: Pra fechar com chave de latão recicrado, como poderíamos ter preconceito a albinos, se o próprio Risadinha, nosso mascote, é albino?
(...)
(A postagem completa pode ser encotrada em http://www.risadaforcada.net/2009/11/mais-uma-polemica-envonvendo-o-risada.html)

(Falar em réplica me deu vontade de escutar Replicantes. Surfista Calhorda. ELE NÃO SURFA NADA, ELE NÃO SURFA NADA!)

Um comentário:

  1. Meu caro 'forçado', se a grande 'humanitária' não é capaz de reconhecer as habilidades dos outros, vosmecê tbm não demonstra respeito pelos seus assíduos leitores ao expô-los ao ridículo e ainda vir aqui justificar sua 'pretensa democracia', empatamos então, meu querido, o que invalida novamente seus esforços de justificar o injustificável.

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