terça-feira, 20 de outubro de 2009

NA ALESP

Conforme prometido, chegou a hora de prestar contas aos leitores a respeito da audiência pública na Assembléia Legislativa de São Paulo na última sexta-feira à noite.

Almocei com o professor José Carlos Sebe Bom Meihy e seguimos juntos ao prédio da ALESP, uma vez que ele também comporia a mesa, juntamente com o deputado Carlos Giannazi, a Andreza Cavalli e eu. Foi ótimo ter almoçado com o Sebe, fazia anos que não passávamos tanto tempo juntos sem tanta pressão de hora pra ir embora. Morando longe e com agendas sempre cheias (a dele cheia de modo diferente da minha) e conflitantes, pouco nos vemos.

Chegando à sala do deputado fomos recebidos pelo simpático Edson Gabriel e depois pelo Luiz Ferreirinha e pelo próprio Giannazi que se encontravam em outro compromisso quando chegamos.

Pouco antes das 19:00, descemos para o auditório José Bonifácio e no caminho encontramos Andreza. Ao adentrar o auditório, a primeira pessoa que vi foi o Miguel Naufel bebendo café. Quem lê o blog sempre, já se divertiu com algumas de suas histórias pessoais. Tomara que ele continue mandando mais, pois elas fazem sucesso!

Fomos devidamente entrevistados por um dos jornalistas do Diário Oficial e, em seguida, a audiência teve início. O deputado Giannazi abriu a sessão e chamou cada um dos componentes da mesa.

Andreza e eu falamos principalmente de nossas experiências pessoais como albinos no que tange a discriminação e demos sugestões de ações que poderiam ser tomadas nas esferas da educação e saúde. Particularmente, expliquei sobre o blog e a utilidade e necessidade de lei que forneça bloqueador solar a albinos, além de ter tido oportunidade de poder responder publicamente à ironia maldosa contida na coluna da... jornalista Sônia Racy de 30 de setembro. A sessão foi televisionada, então, tomara que esse pessoal veja a alfinetada! O professor Sebe insistiu basicamente na necessidade de darmos passos seqüentes ao projeto, especialmente no que tange à auto-estima das pessoas com albinismo e também no que diz respeito à discussão de cotas, procedimento, aliás, ao qual sou totalmente favorável.

Prometeram-me DVD da sessão, por isso, assim que recebê-lo, os leitores poderão conferir tudo no meu canal no You Tube.

Ainda que a audiência não tenha contado com número muito expressivo de espectadores, creio que foi um primeiro passo significativo na jornada para o desenvolvimento de políticas públicas de saúde para albinos. Acredito que as experiências pessoais relatadas pela Andreza, seus pais, o Miguel e por mim servirão para que os telespectadores tenham uma noção das dificuldades pelas quais as pessoas com albinismo e seus familiares podem passar. Esperemos que isso evite novos ataques de ironia rasteira e desinformada de que fomos alvo no jornal O Estado de São Paulo e que as pessoas realmente se conscientizem da seriedade do projeto, que precisa ser aprovado.

Por outro lado, a pouca platéia deve servir de motivação aos próprios albinos para que nos mobilizemos mais e percebamos que se nos unirmos e lutarmos conseguiremos algo. Aliados, temos; porém, temos que recrutar mais e tornar mais abrangentes nossos espaços de atuação ativista.

Excetuando os albinos baianos, não somos minoria organizada no restante do território nacional. Temos que pensar seriamente em nos organizarmos. Esse é um dos próximos passos que devemos dar e que foi apontado pelo professor Sebe.

Avalio como positiva a audiência por ter sido a pioneira nesse sentido. Os albinos paulistas jamais tiveram destaque na TV Assembléia ou no Diário Oficial. Certamente, ganharemos aliados novos. E isso certamente repercutirá em outros estados, gerando mais ativismo e mais aliados.

Agradeço imensamente ao deputado Giannazi pelo Projeto de Lei e a toda sua equipe pela presteza e interesse em agendar a audiência e em efetivamente participar dela. Coloco-me à disposição de vocês em tudo que puder colaborar para viabilizar a aprovação deste Projeto.

Agradeço ao professor Sebe, que generosamente empenhou seu tempo e entusiasmo pelo projeto.

Agradeço a todos os presentes na platéia, especialmente aos albinos Miguel e ao Everton e sua irmã, que não obstante problemas visuais compareceram à ALESP.

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