terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

TELINHA QUENTE 106



Roberto Rillo Bíscaro


Desde que vi Kinamand, virei fã do dinamarquês Bjarne Henriksen. Por sua causa descobri a excelente série Forbrydelsen. Novo presente via Bjarne: Irene Huss, dúzia de telefilmes; baseados nos romances policiais de Helene Tursten. Produzidos na Suécia, meia dúzia foi ao ar em 2007-8 e a outra, em 2011.
Irene Huss é detetive da Unidade de Crimes Violentos de Gotemburgo, segunda cidade do Reino da Suécia. Mãe e esposa, tem que dar conta dos hediondos crimes investigados e ainda passear com o cachorro, preocupar-se com o namorado skinhead duma filha, dar conselhos pro maridão chef sobre abrir ou não um novo restaurante. Embora eu tenha achado essas partes meio chatas às vezes, fazem parte do conceito que deixa esse programa destacável na multidão de cop shows, a saber, a cotidianidade. Além disso, em vários episódios, a família de Irene se vê envolvida nos casos.
O caráter dia-a-dia da policial lutadora de jiu-jitsu também se estende pra chefatura de policia. Irene Huss trabalha em equipe; a personagem não é geniazinha que deduz quem é o culpado a partir do quase nada, deixando todos embasbacados. Embora não tão destacados em suas particularidades como a personagem-título, seus colegas de equipe têm características próprias e conseguimos diferenciá-los/gostar deles. Meu favorito é o meio rabugento, ácido, chauvinista e homofóbico Jonny.
Adoro ver produções fora das manjadas norte-americanas pra sacar um pouco sobre países menos cotados, que conhecemos mais por estereótipos. Não uso séries pra “conhecer” aqui ou ali, mas é instrutivo quebrar a noção pré-fabricada de que a homossexualidade é plenamente aceita na Escandinávia ou aprender que a vizinha mais pobre Finlândia, exporta faxineiras pra afluente Suécia.
Claro que isso não faria sentido se o programa fosse ruim, afinal, vemos séries por entretenimento e isso Irene Huss entrega com competência. Os telefilmes duram cerca de 90 minutos e as histórias tomam rumo inesperado, com personagens que pareciam nada ter a ver com o caso tornando-se suspeitos e/ou culpados. Típico de romance policial.
Obrigado Bjarne Henriksen, por ter atuado no primeiro episódio e me ajudado a descobrir essa série que traz crimes violentos, mas tem personagens tão humanos, críveis e próximos de nós, com medos, fraquezas, alegrias e raivas.

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