domingo, 9 de agosto de 2009

SEMANA 50'S



A década de 1950 na terra do Tio Sam foi marcada pelo medo do comunismo dominar o "mundo livre", pela volta das mulheres ao lar após certa independência durante o esforço de Guerra (os homens estavam nos campos de batalha, portanto as mulheres tiveram que ir pras fábricas, escritórios e linhas de produção), pelo medo do holocausto nuclear e mutações advindas dessa nova forma de energia e também pelo fascínio da tecnologia que possibilitou o início da corrida espacial (e das armas atômicas). No fundo, tudo isso são faces distintas do salto quanti e qualitativo que o capitalismo experimentou devido à Segunda Guerra.

Tudo isso também rendeu uma porção de filmes legais de horror e ficção-científica, que amo de paixão. Muito alienígena invandindo o planeta, muito monstro gigante, muito (d)efeito especial barato, muita canastrice de elencos e produções B, C, D... Já vi tantos filmes B de ficção e horror dos 50's que fica cada vez mais raro achar coisa inédita pra ver. Mas, estou cavucando bem na raspa do tacho agora e tenho achado algumas coisas que haviam passado batido. Essa semana mesmo dediquei-me a isso nas horas de descanso à noite. Consegui ver 4 películas 50's "novas". Todas em branco e preto, todas Z, todas com (d)efeitos especiais hilariantes e todas com canastrões adoráveis. Mas, como tô raspando o tacho, nem todas as 4 são legais...

Primeiro vi The Flying Saucer (1950), que carrega a honra de ser o primeiro filme a usar a expressão flying saucer (disco voador). Entrentanto, não se trata duma nave espacial alienígena, e sim dum artefato produzido aqui mesmo na Terra e que pode cair nas mãos do inimigo soviético (brrrrr, o pânico comunista!!). Menos do que filme de ficção-científica, o filme é um filme de espionagem chato. Quase sem ação e com um bocado de cenas tiradas de documentários sobre o Alasca, a pelíocula vai se arrrastando até chegar ao climax sem graça onde o disco voador explode e uma moça que colaborava com os soviéticos cai na corredeira (numa montagem tipicametne mal feita). As partes de que mais gostei sao as que mostram as pessoas gritando ao verem os discos voadores. As mulheres colocam as maos em locais apropriados, esperam a ordem do diretor e berram. Demais! Mas, recomendo apenas pra super entusiastas de filmes 50's.

Noutro dia vi Five (1951), que também ostenta a honra de ser um primeiro: o primeiro filme a retratar o que aconteceria após um ataque atômico. 5 são os sobrevientes que tem que caminhar por um mundo desolado e um roteiro pretensioso e tão cheio de buracos que seria preciso uma tonelada de concreto pra tampá-los! Por que alguns pássaros sobreviveram à radiação ao passo que outros animais nao? O que aconteceu com os corpos das vítimas? Será que apenas 5 pessoas em todo o planeta foram sortudas e escaparam? E como se encontraram todas, afinal? Afinal, eram só 5 num planeta habitado por bilhões! Enfim, esas são algumas das primeiras perguntas que os furos do roteiro chamam a responder. Há tantas outras que o filme se torna divertido especialmente pra gente caçar discrepâncias, mesmo considerando-se que em 51 pouco , mas muito pouco mesmo se sabia sobre as consequências dum ataque nuclear. 4 homens e 1 mulher sobram: 1 dos homens é norte-americano jovem, branco, dos outros 3 sobreviventes homens, um é idoso, outro estangeiro e outro, negro. A mulher também é branca e jovem. Ela e o jovem branco são os únicos que sobram ao final, garantindo ao planeta uma vigorosa raça branca e norte -americana!

Mais tarde, vi The Monster of Green Hell (1957). Diversos animais são enviados ao espaço pra qoe os efeitos da radiação pudessem ser estudados. Uma colônia de vespas fica mais tempo do que o aconselhável e o foguete onde estão, acaba caindo no continente africano (pra cá vem lixo inglês, pra lá, norte-americano!), gerando uma raça mutante de vespas gigantes. Desculpa prum cientista ir pra África investigar e matar, desculpa também pra que muita cena de arquivo do continente africano seja usada pra comer tempo do filme. Típico desses filmes de monstros gigantes, as vespas (deliciosamente artificais e filmadas sobre outra imagem) aparecem por uns 7 minutos no total do filme. O resto é blá blá blá. Esse é bem legal, cheio de frases de efeito - totalmente clichês - defendendo a ciência, dizendo que a natureza é capaz de consertar seus erros por conta própria e ainda por cima, oportunidade pra retratar os africanos como supersticiosos, medrosos e bastante estúpidos. Pra mim o filme teve especial significado porque é estrelado pelo Jim Davis, que 20 anos mais tarde, viveria o papel de Jock Ewing, o patriarca de minha família ficcional mais amada, no meu programa de TV mais adorado: pra quem ainda não sabe, DALLAS!!!

E antes de começar a escrever este post terminei de ver Project Moonbase (1953), o mais divertido dos 4 filmes. Um espião inimigo tenta sabotar a estação orbital que servirá como ponto de partida pruma futura base lunar, que garantirá a continuidade do "mundo livre". Devido à sabotagem, uma nave - pilotada por uma mulher, mais um moço que se sente ressentido por ser inferior a ela e mais o espião - acaba pousando na lua e se convertendo na primeira base lunar. Alguém poderia me explicar o que astronauatas estariam fazendo de shorts numa estação espacial???? Exato, o uniforme deles é uma espécie de touca de natação (usei uma parecida quando fiz hidroterapia há um par de anos), com camisa polo e shorts. Uma delícia! E no final tem casamento intergalactico e tudo, pros 2 poderem ficar na nova base lunar sem darem motivos pra opinião pública falar. Ah, e a superioridade hierárquica do bofe é restituída quando ele recebe da presidente dos EUA (sim, uma mulher, moderno pra 1953, né?) o título de comandante supremo da base. Enfim, nos EUA uma mulher pode mandar, mas no âmbito familiar quem manda é o bofe! Impressionante a semelhança entre o ator que faz o general e o que fazia o Dr. Bellows em Jeannie é um Gênio (a qual, como todos sabem, tem o Larry Hagman, que é o JR de DALLAS).

Há um outro filme que comecei a ver chamado Mesa of Lost Women, também de 53, Mas esse nem eu consegui passar da meia hora! Há filmes que são tão ruíns/tolos que ficam divertidos. Esse não possui qualidade redentora, é ruím e chato mesmo. Afe! Desisiti de ver e fui à farmácia comprar protetor solar porque o meu tá acabando...


Nenhum comentário:

Postar um comentário