quinta-feira, 27 de junho de 2019

TELONA QUENTE 294


Roberto Rillo Bíscaro

Tenho resenhado diversos slasher films que utilizam técnicas de paródia, subversão de clichês do subgênero ou hibridização com outros tipos fílmicos. Dead Body (2017) apresenta típico slice’n’dice casado com as clássicas narrativas detetivescas de whodunnit, ou, em bom português, quem matou? Bastante utilizado nos romances policiais, tipo Agatha Christie, os britânicos foram/são mestres em reunir um grupo em mansão campestre isolada, onde um ou mais personagem é morto e o restante tem que lidar com a insegurança de não saber quem é o assassino, tão próximo, e ao mesmo tempo tão inacessível pelo mistério. Geralmente, um(a) detetive genial descobre o criminoso. A frequência da culpa do mordomo, no início dessas narrativas, gerou chavões durante um bom tempo, inclusive.

O norte-americano Dead Body coloca suas personagens numa cabana isolada no meio do mato, emprestando à narrativa seu forte referencial Sexta-Feira 13, um dos bastiões dos filmes slasher. Um grupo heterogêneo e bastante estereotipado de recém-formados do ensino médio (só se for de EJA, pela idade dos atores...) reúne-se para sua última festança juntos. Alguém propõe uma brincadeira chamada dead body (cadáver) e é então, que os jovens começam a ser eliminados.

Na falta de um detetive, os próprios jovens expõem suas suspeitas e conjecturas, cambiantes à medida que os corpos se empilham. Defender-se com armas brancas, típicas de slasher, como pistolas de pregos e ganchos, dá a oportunidade pro serial killer usá-las em mortes nada criativas, devido ao baixo orçamento indie, mas que apresentam certo gore.

Dead Body discrepa no tom e as transições entre algumas cenas são bruscas em demasia, mas compre a função de divertir e manter os slasher films ainda surpreendendo. Mas, quem é macaco-velho em qualquer um dos subgêneros envolvidos deve suspeitar logo de quem está por trás da matança.

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