domingo, 25 de novembro de 2018

SUPERANDO PRECONCEITOS ÉTNICOS


Roberto Rillo Bíscaro

Na semana da consciência negra, que tal casar uma história de amor e de superação do racismo? Quem não curte romance, ainda por cima, edificante? Na Netflix, há uma bela opção: Um Reino Unido (2017), dirigido pela anglo-ganesa Amma Asante. E pra deixar o espírito mais animado, trata-se duma história real.
Antes de ser Botsuana, o insular vizinho da África do Sul era protetorado britânico e se chamava Bechuanalândia. Mesmo paupérrimo, o país enviava seus futuros reis pra se educarem na metropolitana Londres. Lá, o Seretse Khama apaixona-se pela plebeia inglesa Ruth Williams. Ciente do bafafá que uma rainha tribal branquela causaria, mas confiante de poder convencer seu povo a aceitá-la, Seretse desposa Ruth. Mas, no fim dos anos 1940, a África do Sul começava a institucionalizar o pavoroso Apartheid, que vigoraria durante décadas. Os sul-africanos não viam com bons olhos um casamento inter-racial tão no seu quintal e os britânicos não queriam desagradar seus fornecedores de diamantes e urânio baratos. Então, as bodas Reais tornam-se assunto de geopolítica internacional tensa.
Um Reino Unido é o típico filme “britânico”, que só tem de modernete certo vai-e-vem temporal. A fotografia contrapõe uma Londres cinza, chuvosa e sem graça a uma África pobre, mas de cores quentes e céus azuis. Essa escolha cumpre função metafórica, porque é o governo inglês que age mais horrivelmente na trama, então a Inglaterra é representada de forma sinistra. Na verdade, a capital inglesa é vibrante, linda e multicor no verão!
Um Reino Unido acaba por mostrar uma dupla superação de preconceito étnico e é ótimo combustível pra começar a aquecer os corações pra propalada harmonia das festas de fim de ano, especialmente, este, tão dividido para os brasileiros.

Nenhum comentário:

Postar um comentário