domingo, 14 de junho de 2015

AMORES DE SUPERAÇÃO

Histórias de amor que superam limites

Casais mostram que a deficiência não impede ninguém de se apaixonar
O Dia dos Namorados é uma data especial para a cabeleireira Letícia de Souza Coelho, 22 anos, e para o assistente de vendas, Pablo Coelho, 27, que fazem questão de celebrar o amor que sentem um pelo outro. O dia serve para reafirmar que eles são a prova de que o amor supera tudo. Há seis anos, Letícia saiu de Curitiba para morar em Limeira. Após pouco tempo na cidade, Pablo mudou-se para a casa da frente. "Ele tinha sofrido um acidente, que o deixou paraplégico e precisava de uma casa mais adequada". Letícia conta que namorava outra pessoa e Pablo também, na época que ele se mudou. "A mãe dele queria que eu fizesse amizade com ele porque estava muito sozinho. Comecei a conversar com ele e ajudar na fisioterapia", lembra. Eles viraram grandes amigos e acabaram se apaixonando. Terminaram os namoros, que não iam tão bem, segundo eles, e decidiram ficar juntos. "A deficiência dele é nas pernas. Ele tem caráter de homem. Ele faz tudo sozinho. Hoje sei o que significa o amor", diz Letícia, afirmando que a deficiência de Pablo não a impediu de se apaixonar.
Letícia e Pablo se casaram há três anos e o sonho do casal é, em breve, ter um filho. A cabeleireira afirma que o amor que sente pelo marido é inexplicável. "Deus sempre tem um plano para nós. Ele me mostrou o que é o amor", revela.

Outro caso de amor que supera todo tipo de preconceito é entre o usuário do Centro Educacional "João Fischer", Giovani Albino, 20, que é cego, e a namorada, a auxiliar-geral do centro, que também é deficiente visual, Vanessa Rodrigues, 34. "Eu nem penso em como seria viver sem ela. Acho que as pessoas deveriam amar de verdade", fala Albino.

No Dia dos Namorados, o casal lembra que amar não é se apegar à beleza, nem em bens materiais. "Bens materiais e beleza externa são coisas que acabam. O amor sempre prevalece", fala Vanessa.

O casal se tornou amigo quando se conheceu no "João Fischer". "Estamos no terceiro ano de namoro. Tudo não passava de uma brincadeira (no começo). Fui sincera com ele e disse que queria namorar sério", lembra.
O casal tem uma filha - Lorena, 2. Segundo eles, a sociedade ainda vê o deficiente visual de maneira preconceituosa. "As pessoas acham que não podemos namorar e que não temos uma vida comum. Não há nada que nos impeça de amar", afirma Vanessa.
Para Albino, as pessoas não têm conhecimento de como é a vida de um deficiente visual. "A Vanessa me ajuda bastante. Tudo o que eu preciso, ela está ali para me ajudar. Nós somos um casal normal", diz o rapaz.
Albino cita que nunca pensou que fosse amar alguém da maneira que ama a namorada. Ele também tem o sonho de se casar com Vanessa. "Achei que nunca fosse ter um filho, por exemplo. Quando era mais novo, falava que não ia ter filho. Hoje, minha filha é tudo para mim".
O casal fala que quando passeia escuta frases preconceituosas. "Acham que todo cego também é surdo. A gente escuta as pessoas dizendo: 'olha, são dois cegos e eles namoram', lamenta. (Luana Schimidt/Estagiária do Jornal de Limeira)

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