terça-feira, 16 de abril de 2013

TELINHA QUENTE 74


Quem Matou JR Ewing?

Roberto Rillo Bíscaro

Dia 23/12/12, surpreendemo-nos com o falecimento de Larry Hagman, ator-símbolo de DALLAS. Octogenário e com um histórico de sérios problemas de saúde, deveríamos ver o que nos aguardava, mas quem acreditava que JR Ewing pudesse morrer de câncer?
O sucesso da primeira temporada determinou o início da segunda já no despertar de 2013. Quando Larry se foi, gravara 6 episódios. Apesar de sua participação não se igualar à da encarnação oitentista, JR é ícone e seu passamento teria que desencadear maciça avalanche de revelações que reverberassem pelo resto da temporada, culminando em cliffhanger. Era o que esperávamos e a garantia de audiência continuada. Desse modo, a segunda temporada da nova DALLAS, terminada ontem nos EUA, pode ser seccionada em antes e depois da morte de JR Ewing. Temporada duríssima pra nós fãs xiitas. E não é que Cynthia Cidre e a TNT fizeram um bom trabalho?
A primeira temporada delineou os perfis de John Ross, malvado filho da víbora JR e de Christopher, filhão bonzão do legalzão Bobby. Também revitalizou o clássico feudo das famílias Ewing e Barnes, com a reviravolta fantástica vivida por Pamela Rebecca, que se tornou deliciosamente sombria no final da temporada. Mas, não se enganem: sou Ewing de coração e quero ver os Barnes esmagados!
A segunda temporada começou mais furiosa, veloz e melhor do que a inaugural. Parecia a velha DALLAS em seu apogeu. Chantagens, falcatruas, tentativas de assassinato, disputa por custódia, complexo de Édipo muito mal resolvido, menina viciada em antidepressivos e outras químicas, menino retornando pra família e trazendo confusão, John Ross e Christopher brigando. Felizmente, minha adorada Sue Ellen começou a aparecer mais e brilhou a temporada toda e a enfadonha Elena não muito (mas, pode ressuscitar na terceira). Pamela Rebecca não voou tão alto quanto prometia, afinal, DALLAS continua falocêntrica.
E então, chegou o episódio da despedida de JR Ewing, morto a tiros num hotel. Chorei com Sue Ellen – bêbada, delícia! – no funeral em Southfork e depois embarquei(camos) pra descobrir quem assassinara nosso anti-herói. JR estava no México pra armar contra Cliff Barnes e Harris Ryland, saboroso vilão semipsicopata. Chamado de Obra Prima de JR, o plano envolvia localizar Pamela Barnes Ewing, última vez vista com cara nova após cirurgia plástica necessária pra reconstruir o corpo destruído numa colisão de automóvel, no final de 1987, quando a atriz Victoria Principal saiu de DALLAS. Ressuscitar o nome de Pamela atiçou fãs renitentes da personagem, que passaram a discutir freneticamente em redes sociais sobre seu retorno. De minha parte, se é pra trazer alguma personagem da antiga, preferiria Katherine Wentworth, irmã maluca e malvada da sem sal Pam.
Alguns erros de lógica com relação ao DALLAS original não passaram despercebidos. Como Rebecca Wentworth poderia ter deixado um terço da Barnes Global pra cada um de seus filhos, se a empresa não existia quando ela morreu no acidente de avião?
Josh Henderson totalmente convence como herdeiro do diabolismo e da promiscuidade de papai JR. John Ross tem estilo e solta frases antológicas tipo “meu pai derrubou 3 senadores, 2 governadores e um vice-presidente. Ele me ensinou tudo que sei. Sua cabeça ficará ótima sobre minha lareira, governador”, ameaça júnior o governador do Texas, mancomunado com Ryland e Cliff pra destruir os Ewings.
Sinto falta das refeições em família em Southfork, mas o ritmo televisivo de 30 anos atrás era distinto do de nossa era da simultaneidade. A ação hoje tem de ser a jato, se não o público não tem saco.
Patrick Duffy disse que a TNT renovou DALLAS pruma terceira temporada. Esperando confirmação oficial da emissora. A despeito duma excitante segunda temporada, a série perdeu quase metade dos telespectadores da primeira. E pensar que o episódio oitentista revelando quem atirou em JR foi visto por 360 milhões de telespectadores. Outra era.
E agora, quem terminou o trabalho tentado por Kristin há 30 anos? Não revelarei quem matou JR, mas garanto: os roteiristas escolheram a única pessoa capaz de fazê-lo nesse mundão sem porteira de meu Deus.

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