quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

TELONA QUENTE 42


Roberto Rillo Bíscaro

O badalado diretor mexicano Guillermo Del Toro tornou-se boa ferramenta de marketing pra filmes de horror. Basta colocar seu nome como produtor no cartaz ou na caixa do DVD (geralmente em letras maiores do que as usadas no nome doo diretor), que já é garantia de atenção extra.
Los Ojos de Julia (2010) é dirigido pelo espanhol Guillen Morales, mas um dos chamarizes pra mim foi a referência a Del Toro, ao qual serei eternamente grato por Cronos (1993), filme sobre vampiro que jamais usa a palavra e subverte a mitologia da entidade.
Julia e sua irmã padecem da mesma doença degenerativa ocular, que já levara a segunda à cegueira. O filme inicia com a morte da moça, levada ao suicídio por um homem misterioso. Julia começa a investigar a morte da irmã ao mesmo tempo em que sua visão vai se extinguindo. Em meio a uma sucessão de personagens estranhas, uma história previsível, mas um tanto sem pé nem cabeça e algumas situações demasiadamente forçadas, a película segue por mais de 2 horas, quando poderia ser uns 40 minutos mais enxuta, afinal, não há nada de novo neste thriller, que apresenta umas 2 cenas mais exasperantes.
A tara da moça cega perseguida por um maníaco já povoara a perversão de Terror Cego (1971), com Mia Farrow e de Um Clarão nas Trevas (1967), onde a chique Audrey Hepburn utiliza o mesmo artifício que Julia pra igualar-se ao psicopata espanhol.
O destaque da produção fica por conta da cinematografia e do uso das lentes e iluminação nas cenas onde o ponto de vista é a visão desfocada ou em extinção da protagonista.
Assim, Los Ojos de Julia agrada mais tecnicamente do que em termos de enredo. Pra muitos espectadores isso é pouco.

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