terça-feira, 1 de maio de 2018

TELINHA QUENTE 307

Roberto Rillo Biscaro

Terei que retornar à Argentina, em julho, especificamente pra maratonar séries da Netflix de lá, inexistentes em nosso catálogo. Não estaria mal curtir o inverno portenho tomando chocolate quente e vendo a fartura de suspenses espanhóis e séries doutras partes do planeta.
Garimpeiro de produções de países menos “centrais”, pirei quando vi The Sniffer (2013 -) no catálogo argentino. Duas temporadas duma série ucraniana, dublada em russo, sei lá se porque é mais viável comercialmente ou por causa de tretas entre Rússia e Ucrânia, que dificultem ou impeçam a exibição de programas em idioma X em país Y. Mas, isso é problema deles, até porque vi as 2 temporadas disponíveis, em espanhol.
O que me levou a dar uma chance a essa espécie de Sherlock Holmes misturado com House foi apenas o fato de ser de nação bem fora de minha zona de conforto e d’eu desconhecê-la por completo. Quase me enfurece o argumento “ah, mas nunca ouvi falar” como desculpa pra não ver/ouvir. Parece ovelha que não vive sem pastor? Eu, heim?! Veja/ouça por si só e forme opinião; tão simples.
A minha foi superfavorável com relação aos 16 episódios. The Sniffer traduz-se como O Farejador e isso se explica porque o protagonista é estiloso e arrogante detetive-consultor dotado de extraordinário olfato, sendo capaz de deduzir à Holmes, detalhes de suspeitos e vítimas apenas aspirando profundamente o ar circundante. Só não bote um gato no ambiente, que a rinite dele grita!
Apesar dalguns ambientes minimalistas demais, a cinematografia é linda, contando até com profissional de Downton Abbey, na segunda temporada, quando os produtores perceberam que tinham sucesso nas mãos. Os episódios são casos independentes, embora como de praxe nas séries atuais, existam tramas perpassando as temporadas, envolvendo a vida pessoal do Farejador. Essas são as partes menos interessantes, porque a ex-mulher dele é uma idiota chata e o filho rebelde não acrescenta nada, ao contrário, desvia o foco de casos que poderiam ganhar um bocadinho mais de tempo.
A qualidade dramática das histórias melhora progressivamente nessa série totalmente falocêntrica. As mulheres são vítimas ou insuportáveis. O centro é o Sniffer e seu amigo superior hierárquico, mas não intelectual, Major Victor Lebedev, espécie de Dr. Watson, com menos função dramática. Glutão e xavecador, é a personagem pra gente se identificar, porque com o Sniffer é difícil. Ele é liso e distanciado demais pra facilitar nossa empatia, o que está correto, afinal é o fodão do show.
The Sniffer já foi vendido pra dezenas de países. Netflix brasileira, cadê você que não disponibiliza isso aqui?

Um comentário:

  1. Bravoooooo vamos ter o genial blogero do Brasil na Argrntina!!!! Gosteiiiiii
    Benvindooooo

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