quinta-feira, 10 de novembro de 2016

TELONA QUENTE 175

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Roberto Rillo Bíscaro

Charlie Brooker ensinou que o espelho negro no título da badalada Black Mirror refere-se às onipresentes telas de TVs, smartphones, tablets, PCs, que balizam nossas interações sociais. Matthew Ballen, Philip Koch e Simon Verhoeven extrapolaram esse conceito e o ligaram aos espelhos negros usados na mitologia da bruxaria e saíram-se com a história de Friend Request (2016), produção teuto-americana, dirigida por Verhoeven.
Laura é a garota überpopular da facul, com centenas de amigos no Facebook, requisitada pra festas, antítese de Marina, encapuzada estranha com 0 amigos na rede social. Laura se apieda da desenhista e tenta amizade, mas Marina é carente e reticente demais. Quando Laura a desconvida de sua festa de niver e Marina descobre, esta se mata espetaculosamente online. Mas a coisa não para por aí, porque os amigos de Laura começam a receber vídeos pavorosos e a morte lhes visita pelas telas de seus fones e PCs.
Friend Request aproveita a vibe de filmes de terror no universo das redes sociais e computadores, tipo Amizade Desfeita (2015), e atualiza as manjadas histórias de feiticeiras e encostos, pra usar terminologia da nossa querida umbanda. Não é um Charlie Brooker, mas a influência de Black Mirror é explicitada, quando o nerd de plantão digita “espelho negro” pra se informar sobre bruxaria e o dispositivo de preenchimento automático mostra “black mirror season 3”.
Tirante isso, não há nada de novo no front, dá pra prever o final de Laura pouco antes de acabar (se previr antes, me escreva contando) e de acusá-lo de preconceituoso contra pessoas que fogem dos padrões de fofice social amados na era das curtidas.
Mas, cônscio disso tudo e de que a maioria dos filmes não traz nada de novo a seu subgênero, Friend Request garante boa divertida.

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