quinta-feira, 3 de maio de 2012

TELONA QUENTE 48

Em 1966, um gorila albino chegou ao zoológico de Barcelona. Vendido à instituição por caçadores, o primata logo se tornou um símbolo da cidade. Batizado de Copito de Nieve, o animal faleceu em decorrência de câncer de pele, em 24 de novembro de 2003. Desde então, dezenas de cartas têm sido enviadas pedindo a clonagem do gorila – único albino de que se tem notícia dessa espécie - que deixou muitos filhos e netos, nenhum albino.


Dia 23 de dezembro, estreou nos cinemas espanhóis a ficcionalização da história de Copito de Nieve. Misto de filme com animação digitalizada em 3D, a película homenageia o raro animal e inventa uma trama que privilegia a aceitação das diferenças.
Ao chegar ao zoo, o gorilinha é rejeitado pelo ameaçador pai da fêmea pela qual Copito se engraçara. Desejoso de se tornar igual aos demais de sua espécie, o filhote descobre o anúncio de uma feiticeira e parte em busca duma poção que lhe dê pigmentação. É auxiliado por um panda vermelho budista, que acredita ser uma pantera negra e funciona como elemento cômico. 2 crianças também auxiliam Copito: um menino que não gosta de futebol e uma garota que sonha em ser futebolista.
Pra complicar as coisas, um imigrante revoltado quer usar o coração de Copito pra fazer uma poção mágica que lhe traga boa sorte, clara alusão às tristes práticas supersticiosas encontradas em certas partes da África. Achei ótimo o roteiro trazer um imigrante europeu - francês, acho – e não reforçar a imagem negativa dos imigrantes da Europa oriental ou da África, como poderia facilmente ter acontecido nestas épocas meio xenófobas de crise econômica hispânica.
O que não achei tão ótimo assim, foi a escorregadela de usar “normal” em 2 oportunidades ao se referir aos pigmentados.
Mas, isso não compromete Copito de Nieve, simpática pedagogia acerca da aceitação das diferenças. Além disso, a presença duma personagem com albinismo representada de forma positiva é outro mérito da produção.
Será que o filme chegou ao Brasil?

Um comentário:

  1. A equação é simples: se o filme passar pelos EUA e se tornar conhecido, aí as distribuidoras brasileiras o conhece também e compram direitos de distribuição aqui. Assim sendo, nem em sonhos esse filme chegou à essas paragens.
    Deve ser um trabalho interessante e você deve ter gostado muito, já que adora filmes estrelados por símios, não é mesmo? Lembro de como você exaltava o filme Pequeno Joe, que você chegou a ver várias vezes...

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