segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

CAIXA DE MÚSICA 54

Garotas Gringas Oitentistas - 2
Roberto Rillo Bíscaro

Mais um bocado de canções internacionais dos Anos 80 com nomes de garotas no título.

Dissidência do Sisters of Mercy, o The Mission apostava um pouco em gótico, mas também em pop e Led Zepellin, tudo bem pomposo e bombástico. Severina (1986) é sobre uma garota que parece até albina, porque é filha da lua! O Wayne Hussey nesse vídeo não lembra um Bono drag? Embora o primeiro álbum do islandês Sugarcubes tenha canções ótimas, Bjork acertou em ter optado por trabalhar solo. Aquele cara que insistia em pegar os vocais toda hora era muito chato! A gente sente isso bem em Regina (1989) - do bem menos interessante segundo álbum - sobre uma “rainha” vinda do leste, como o sol. Eimar era o Galvão Bueno do pop do ocaso oitentista! Conheci Icicle Works apenas neste século, graças à internet, porque mesmo na Inglaterra anos 80 eles foram obscuros. Evangeline (1987) é uma delícia que estranha à primeira audição devido ao aparente descompasso entre a falsa brejeirice do arranjo e o vocal meio solene. É sobre um motorista que dá carona a uma fantasma! A versão gringa da loira da estrada! Mesmo o melhor ano da história teve sua (farta) porção de breguice. A alemã Sandra infestou as rádios com Maria Magdalena, na linha synth eurotrash. A letra é sobre uma moça que jamais será Maria Madalena. Tipo, “dou o que é meu e não me arrependo, tá?” De seu derradeiro álbum (1987), os escoceses do Lloyd Cole and the Commotions se saíram com essa violonada cantiga dedicada a uma Jennifer dura na queda. Em 1982, o Dexy”s Midnight Runners alcançou fama global com Come on Eileen, mistura de pop e música celta (violinos deliciosos!), sobre alguém que quer transar com sua amiga. Na maioria do globo, eles só tiveram esse momento de glória (na Inglaterra muitos mais), suficiente pra cravarem uma das canções-símbolo da década. Formado do restolho do criticamente aclamado Jefferson Airplane, o Starship sempre consta na lista das piores canções oitentistas com We Built This City (eu gosto...). Em 85, chegaram ao topo da Billboard com Sarah, power ballad sobre um amor terminado. A finada Laura Branigan teve diversos sucessos high energy e baladeiros. Gloria (1982) – eurodance sucesso nas aulas de aeróbica – é sobre uma garota louca atrás dum bofe. Ítalo disco voando alto nas paradas ianques. Vocês achavam que o Duran Duran ficaria de fora? Rio (1982) é perfeição pop sobre uma garota com sorriso de sorvete de cereja, dançando na areia, ao sul do Rio Grande. Tudo! Sade batizou 3 ou 4 canções com nomes femininos. Maureen (1985) é sobre uma amiga falecida. Mas, apesar do tema, não é tristonha e, claro, é podre de chique. Sade e chique na mesma frase é até pleonasmo, mas enfim... Em 83, o vocalista do Yes e o grego Vangelis se juntaram no álbum Private Collection. A voz angelical de Jon Anderson entoava a delicada e new agey Deborah, carta dum pai a sua filhinha. No Album Negro (1987), o sátiro Prince homenageou a top Cindy Crowford, com uma jam pra lá de apimentadas. FUNK! (E tem sax também.) Em 85, os escoceses do Jesus and Mary Chain mostraram a luz com o álbum Psychocandy, que causou influências ainda não calculadas no rock. Uma idéia simples: doces melodias anos 60 soterradas sob grossos escombros de microfonia e ecos; algo como ouvir uma rádio de oldies fora de sintonia. A Taste Of Cindy é sobre uma garota que está a matar o vocalista de amor. 1984, distopia antistalinista (e não anticomunista) de George Orwell virou filme nos anos 80 e a dupla Eurythmics foi escolhida pra compor a trilha, depois recusada. Annie Lennox e Dave Stewart lançaram o álbum assim mesmo. Julia (1984) é a faixa mais linda, com um protagonista se perguntando se ele e a amante ainda estarão por lá (temos que levar em conta a onipresença do Big Brother pra contextualizar a letra). Engraçado que a crítica orwelliana se materializou no mundo capitalista, mas tem gente que faz questão de omitir esse “detalhe”... Em 84, Steve Perry, vocalista do Journey, lançou album-solo e emplacou a balada-metal Oh Sherry, sobre um casal que vive ás turras. Se vivessem no Brasil, poucos anos mais tarde, podiam usar Entre Tapas e Beijos como musica-tema! DeBarge era um grupo de garotos negros da Motown que teve alguns sucessos no começo da década. Em 85, lançaram a romântica Who’s Holding Donna Now?, onde o menino se pergunta quem abraça agora a ex-namorada. Em 86, os roqueiros de arena do Boston vieram com Amanda, balada-metal derramada, sobre um cara que não pode mais esperar pra confessar seu amor pela garota. O grupo funk Ready For The World estava com overdose de Prince quando compôs a sensual-dançante Oh, Sheila (85). O ritmo da canção e os vocais às vezes ofegantes já dizem o que o cara quer com a moça, né? O Aerosmith trilhou caminho meio pesado na letra de outra power-ballad, Janie’s Got a Gun (1989), sobre um pai abusivo e uma garota com uma arma. Datena, socorra! Valerie (82) é sobre uma garota meio intocável. Steve Winwood atacando de easy liastening sem cara!

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