terça-feira, 30 de agosto de 2016

TELINHA QUENTE 227

Resultado de imagem para scream season 2
Roberto Rillo Bíscaro

Amigos/conhecidos tiveram chiliques, porque não dei muito tempo de espera pras badaladas Breaking Bad e Stranger Things. Os primeiros capítulos me entediaram! – então abandonei sem dar ouvidos à quase universal cantilena “melhora depois do episódio X”. Com jorro de ofertas tão forte, eu esperaria série pegar no tranco?
Com slasher, tudo se modifica. É meu subgênero xodó de horror, por isso dei chance à segunda temporada de Pânico, a Série, transmitida pela MTV ianque entre maio e agosto. Apesar de não haver apreciado muito a temporada um e os 2,3 episódios iniciais da segunda não me deixarem esperançoso, não desisti. E que bem fiz! Depois dum fim de capítulo homenagem à Carrie, a Estranha (1976), Scream 2 eletriza e bate feio na sonolenta temporada anterior.
3 meses após os eventos da temporada um, Emma volta a Lakewood, depois duma estadia numa casa de repouso. Ato contínuo, telefonemas com voz alterada, aparições do mascarado e assassinatos recomeçam e os teens voltam a mergulhar no caos. Será que Brandon nunca-consigo-decorar-o-sobrenome voltou de verdade ou é copycat? Entupido de referências a filmes de horror de várias épocas, subgêneros e nacionalidades, Pânico – A Série dessa vez trouxe umas cenas e mortes mais gráficas e o sentimentalismo de novelinha adolescente acontece até o capítulo 4 ou 5; depois é mais pauleira. Sempre lembrando que é produção da (M)TV , então não dá pra esperar gore nível filme asiático: seria ideia fora do lugar.
O problema de se identificar com as personagens – discutido na resenha da primeira temporada – agravou-se nessa encarnação, porque uma de minhas prediletas correu sério risco de morte. Nossa, deu dó.
Convenção slasher vital é a ausência da supervisão de adultos, levando à carnificina dos adolescentes deixados sós. Num filme isso é bem mais fácil de engolir do que numa série de 12 episódios. Tem que aceitar que os pais de Noah, por exemplo, devem ser totalmente inaptos ou patetas; só assim pra não se incomodar com sua ausência em qualquer cena de semanas de trama.
Mas, desde que haja suspense e alguma morte, fã slasher não liga, assim como releva a montanha de decisões estúpidas tomadas por adultos e teens indiscriminadamente. Na verdade, numa série slasher alguém deveria se debruçar em como os adultos se infantilizam e os adolescentes amadurecem, porque a resolução está em suas mãos. No fim, todos estão no mesmo patamar de “maturidade”. Numa sociedade onde pais e filhos caçam Pokenóns, vestem-se com camisetas iguais do Mickey e tiram selfies perigosas, isso deve significar algo.

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