sábado, 29 de outubro de 2016

SACRA DENÚNCIA

Freira brasileira denuncia tráfico de albinos em Moçambique
Cidade do Vaticano (RV) – Reforçar a cooperação internacional no combate ao tráfico de pessoas foi o pedido do Papa Francisco ao receber em audiência, no Vaticano, os membros do chamado “Grupo Santa Marta”.
O pedido do Pontífice está em sintonia com o trabalho que a brasileira Ir. Marinês Biasibetti realiza em Moçambique, em parceria com a Conferência Episcopal. Em entrevista ao Programa Brasileiro, a scalabriniana afirma que o tráfico em Moçambique está relacionado com a migração e fala de uma realidade típica da região: o tráfico de pessoas com albinismo:
Ir. Marinês:- Em Moçambique, trabalho na Comissão Episcopal para Migrantes, Refugiados  e Deslocados e consideramos este tema importante, porque com a migração o tráfico está muito relacionado, já que as pessoas vítimas de tráfico normalmente são mulheres, crianças e jovens que estão em situação de movimento e são as principais vítimas. É uma realidade muito triste. Além da questão do tráfico de seres humanos, em Moçambique temos também a questão do tráfico, a comercialização de órgãos ou partes do corpo e a perseguição, o rapto de pessoas portadoras de albinismo. Como Comissão, estamos trabalhando no sentido de resgatar a dignidade do ser humano, das pessoas e trabalhamos na área da formação, da sensibilização não só no combate, mas queremos fazer a prevenção.
RV:- De como modo as pessoas portadores de albinismo são vítimas do tráfico?
Ir. Marinês:- Especialmente no norte do país, essas pessoas são raptadas, são levadas para a Tanzânia, para o Malauí, para países que fazem fronteira, porque existem crenças na África, e em Moçambique em particular, de que essas pessoas são portadoras de benefícios, possuem poderes mágicos e não morrem (mas desaparecem). Então seus cabelos, sua pele, são usados justamente para essas crenças mágicas como amuleto, para medicamentos dentro da medicina tradicional. Essas pessoas não podem estudar, os adultos não podem trabalhar, justamente por medo – não somente em vida, mas depois que morrem seus túmulos são profanados.
Ouça a entrevista completa:

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