segunda-feira, 26 de agosto de 2013

CAIXA DE MÚSICA 100


Um dos produtos de exportação mais bem sucedidos da Argentina nos últimos anos tem sido o eletrotango. Depois da revolução de Piazzola, veio a da moçada que incorporou beats e blips à tradicional música argêntea. Já resenhei álbum de tango eletrônico no blog, leia aqui.
Em 2008, a canção Pa’ Bailar, do Bajofondo foi apresentada ao público brasileiro, via abertura da novela A Favorita. O grupo lançou álbum novo em maio. Presente conta com orquestra em algumas faixas, além dos sons elétricos e investe em um par de novas ideias, ampliando o escopo musical do grupo.
O álbum inicia com a languidez de Intro (que encerra Presente, rebatizda como Outro), que dá lugar ao fustigar passional de orquestra e bandonión de Código de Barras.  A canção chicoteia nossos ouvidos deliciosa e aceleradamente sem dó, fazendo com que desejemos que Intro não tivesse existido. Vontade de bailar direto pro deslumbre portenho de Código de Barras, de longe minha favorita no CD. Cuidado de se for ouvir caminhando, você o risco de sair tangueando por la calle!

Pide Piso estaciona o bailado evolutivo do Bajofondo. Não que seja de todo mal, porque é deliciosa, mas a faixa soa como uma P’a Bailar 2, a Vingança.
La Trufa y El Sifon carrega pesinho guitarreiro meio heavy no tango com bandonión, mas que também tem electronica. Melhor se tivesse uns segundos a menos; Presente ultrapassa bem mais d’uma hora, com momentos que nada acrescentam, pois soam repetitivos. Defeito que o torna um álbum muito bom e não maravilhoso. Os quase 3 minutos de chatice a capela de Oigo Voces, podiam ter ficado como exercício vocal pro cantor, antes de entrar no palco.
Sorte que a faixa vem antes da enxurrada dance-pop-rock-orquestral de Cuesta Arriba. Lluvia é uma lavada dance de levantar plateias. Mas, entre as 2, a repetitividade de Rendezvous brocha a relação.
Presente nos presenteia com um punhado de bons momentos e a esfuziante Código de Barras. Só ela já valeria o disco.

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