quarta-feira, 7 de março de 2012

ESPERANÇA

Antônio Santo, do blog Divagando & Divulgando, escreveu esta espécie de conto ou crônica sobre o encontro com 2 seres albinos numa noite. Provavelmente, a barata estava em processo de troca de exoesqueleto, mas valeu a ligação do albinismo com coisas boas, não acham?


O HOMEM ALBINO E A BARATA ALBINA

Ambos foram vistos essa noite na orla carioca.
Ela, a barata, foi vista primeiro, cambaleava sobre um píer de madeira, não sabia exatamente para onde queria ir, ou de que maneira chegar, parecia meio bêbada. Grogue talvez, não tive condições de averiguar a origem de seu desnorteio, apenas apreciei, por um curto tempo sua tentativa de não estar ali,  visível aos homens e bem ao alcance de seus pés. Em uma fresta do píer ela se foi, espero que saiba nadar!
Ele, o homem, foi visto depois, não muito tempo, mas eu já havia esquecido da barata, quando o  vi. Intrigado com a situação, dois seres totalmente diferentes, porém albinos, em uma noite só!  Parei de pedalar e apreciei seu caminho. Não estava nada bêbado! Caminhava sobre as pedras portuguesas do calçadão de Copacabana, com firmeza e, diferente da barata sabia exatamente para onde queria ir. Não havia fresta para ele, mas havia uma faixa de pedestre, onde pisando nos retângulos brancos, que combinavam com sua tonalidade de pele e sua camisa também branca, foi-se pela Rua Santa Clara.
Voltei a pedalar, pensando nos “encontros” e torcendo para que eles, como a coceira na mão esquerda ou a visão de uma estrela cadente, sejam o prenuncio de algo bom.

Nenhum comentário:

Postar um comentário