terça-feira, 17 de maio de 2016

TELINHA QUENTE 212

Roberto Rillo Bíscaro

Semanas atrás a pequerrucha Bélgica ganhou manchetes devido ao atentado em Bruxelas. Sede da União Europeia e de outros imãs pra terroristas, como a OTAN, o que o reino tem de importante, tem de complicado. Os governos sempre são de coalizão, porque num espaço de 30 mil km2 convivem 2 etnias (flamengos e valões) com línguas (flamengo e francês) e culturas distintas, nem sempre simpáticas uma à outra. E olha que há falantes de alemão também.
Num ambiente que parece sempre prestes a se esfacelar, narrativas de organizações para-governamentais que querem usurpar a monarquia parlamentar e assumir o poder não devem ser tão irrealistas. Essa é a premissa de Salamander (2012-13), minissérie em dúzia de capítulos,  falada em francês e flamengo, produzida pelo canal belga Eén.
Tudo começa com minuciosa cena mostrando o roubo de 66 cofres particulares num pequeno banco na mimosa Bruxelas. A instituição não é grande, mas seus clientes sim e o material roubado pertence à parte da elite belga e constitui-se de muitos segredos e informações que seus donos prefeririam não verem divulgadas (não seria mais fácil destruir fotos com prostitutas do que guardá-las num cofre?). A polícia recebe instruções pra abafar o caso, mas o inspetor Paul Girardi é honesto demais pra isso e começa a investigar uma rede que lhe custará caro e levará o espectador a uma história de vingança que remontará à II Guerra Mundial.
A premissa de Salamander é mais de thriller de espionagem do que policial. Será que a emissora exigiu ao roteirista que fossem 12 capítulos? Ficou demais pruma história que não teve fôlego nem grana de produção pra tanto. Sente-se o cheiro de linguiça preenchida em diversos momentos e cenas longas demais.
Além disso, há umas 3 coincidências coincidentes demais. Uma forçada de barra aqui e ali vá lá, mas é demais a filha ir prum internato onde fará amizade com a neta do iniciador da confusão; o único amigo que sabe da conspiração passar por uma estrada bem na hora que a equipe de resgate está colocando um morto na maca e o pano levantar pra ele poder ser identificado de longe e outra que agora esqueço.
E o jovem monge hacker que vive num monastério com apenas um terminal de computador? Salamander – espécie de maçonaria illuminati - é uma organização tão poderosa, mas passa o tempo todo quase só na defensiva.
Como se vê, a mini é cheia de defeitos. Destarte, só indico pros dispostos a relevar tudo, não tiverem outra coisa urgente na fila e/ou, como eu, queiram checar produções de países menos manjados.

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