segunda-feira, 24 de abril de 2017

CAIXA DE MÚSICA 262

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Roberto Rillo Bíscaro
Regina Belle começou a destacar-se em 1987, com singles-solo e duetos. Foi nessa modalidade que teve seu reconhecimento maior: a canção A Whole New World (1992) - interpretada com Peebo Bryson e tema do desenho da Disney, Aladdin – faturou um Grammy. Seu décimo álbum, The Day Life Began saiu há mais de um ano e devido a seu tom mais passadista (urban soul fortemente enraizado nos 80’s e 90’s), sequer arranhou paradas oficiais ao redor do mundo. Isso não significa que devamos ignorar a dezena de delícias na voz forte da norte-americana.
A faixa-título abre com voz e piano meio lamentosos, mas quando a letra chega no momento em que a vida começou, porque o eu-lírico encontrou o amor, tudo muda prum clima midtempo com palmas e dedos estalando, que dão vontade de cantar junto sorrindo. The Day Life Began, o álbum, é desbragadamente “comercial” (algum artista lança trabalho pra não vender?) no sentido retro-90’s, e em baladas quiet storm, soul e urban jazzy como Imperfect Love, You, You Saw The Good In Me ou A Night Of Love fica quase impossível não pensar no passado Disney de Belle. Sem problema, tudo é executado com extremo gosto, sensibilidade e perícia.
Regina Belle não fica querendo experimentar, seu negócio é cantar muito bem, sobre bases R’n’B bem-comportadas, como em Live 4 You. He’s Alright parece que vai ficar invocada com seu começo agressivinho-fake e uh hu, mas que nada, é gospel profano potente. You Know How To Love Me e Open Your Eyes nos jogam na pista de dança em climas meio 90’s, mas a primeira tem umas flautinhas disco (sabe aquela coisa Elisângela, Pertinho de Você?) e a segunda, apito de futebol, também coisa acústica mais disco do que sintetização noventista.
Be Careful Out There fecha com violão e percussão mais acústica, numa letra sobre a preocupação materna de soltar os filhos do ninho. Será que dava pros pais pararem de desejar que seus rebentos mantenham a inocência pro resto da vida? Querem o quê, que a moçada seja enganada e tenha o coração partido até a morte? Eu, heim!

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