quinta-feira, 6 de abril de 2017

ADEUS TELMA

Sepultada a albina mais antiga da Ilha dos Lençóis no Norte do MA

Telma ficou conhecida por ter ajudado a contar a história da pequena ilha

Foi sepultada nesta terça-feira (4), em Apicum-Açu, a nativa mais antiga da Ilha dos Lençóis, no Norte do Maranhão. Telma Maria Silva, 47 anos, ficou conhecida por ter ajudado a contar a história da pequena ilha localizada a 200 km da costa do estado, onde albinos vivem precariamente da pesca, bebem água da chuva e acreditam que lá mora, em um castelo encantado, o rei de Portugal Dom Sebastião, desaparecido em 1578, aos 24 anos, na batalha de Alcácer Quibir, no Marrocos.
Telma sempre ajudou a contar a lenda dos Filhos da Lua, no Norte do Maranhão. Era uma das principais seguidoras do Sebastianismo, crença que surgiu em Portugal no Século XVI após a morte do rei Dom Sebastião. Acabaram descobrindo a localização da ilha e para lá rumaram, a partir da cidade de Cururupu, em um barco de pesca, viagem que dura quase 12 horas.
Dona Telma sobrevivia vendendo água da chuva recolhida em buracos feitos na areia e era portadora do albinismo, condição causada pela deficiência na produção de melanina. Pessoas com esse problema são muito brancas e, dependendo do grau, apresentam alterações até mesmo na cor dos olhos e dos cabelos.
A Ilha dos Lençóis já registrou uma das maiores taxas de albinismo do mundo. Como passam a maior parte do tempo expostos ao sol, a maioria dos albinos da ilha se tornam portadores do câncer de pele e morre antes de completar 30 anos de vida. Telma tinha 47 anos e descobriu que tinha a doença tarde demais.

Nota do Dr. Albee: acesse o link da reportagem para ver a matéria em vídeo.

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