sexta-feira, 8 de junho de 2012

A POODLE DE BIANCA

Miguel Naufel, nosso cronista albino, contribui com outra saborosa história familiar para nosso blog. 



Cadê Minha Dentadura?

Em 1988, minha casa estava uma loucura. Há dois anos, nascera uma sobrinha: Bianca. Uma menina alegre, feliz com a vida. Para nós era uma festa todo final de semana.
Paulo, meu irmão, havia dado uma poodle de presente de Natal a nossa pequenina Bianca. A cadelinha era preta com uma faixa de pelos brancos na barriga. Era muito rápida e eu sofria quando tinha que pegá-la por algum motivo. Minha baixa visão e a velocidade da cadela não combinavam... Meu pai nunca gostou muito dela. Vivia gritando:
- Tirem este cachorro daqui!
Sobrava pra mim. Eu tinha que correr, tirar a poodle de perto dele e levá-la para o quintal.
Um dia, depois do almoço, meu pai deitou-se em sua cama e ligou a TV do quarto. De repente, ouvi seus gritos:
- Tirem este cachorro de baixo de minha cama!
La fui eu, entrar em baixo da cama e chamar:
- Vem, Tuti, vem Tuti! - era ests o nome que Bianca dera à poodle.
Mas, ela foi tão rápida que nem vi. Ela pulou, derrubou um copo d’água que estava em um armário, do outro lado da cama e saiu do quarto como uma bala.
Ao mesmo tempo, meu pai - um homem de cento e cinquenta quilos - vestido só de cuecas, saiu correndo do quarto, gritando:
- Cachorro, dá minha dentadura, dá minha dentadura!
Quando olhei para o copo no tapete do quarto, conclui que Tuti tinha pulado e pegara a dentadura de meu pai, a qual estava no copo.
Foi uma cena inesquecível
Acho que Tuti não gostava muito do jeito que meu pai a tratava...

miguel_naufel@hotmail.com

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