segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

ADEUS A UM ÍCONE ALBINO

Jacaré albino que era símbolo de São Francisco, nos EUA, morre aos 30 anos de câncer

Claude, que nasceu em um pântano da Louisiana, viveu durante quase duas décadas na Academia de Ciências da Califórnia

Por Redação, do Um Só Planeta
05/12/2025 
O jacaré albino Claude, que faleceu esta semana na Califórnia — Foto: Reprodução/Redes sociais

O raro jacaré albino Claude, que era uma das sensações de São Francisco, na Califórnia, Estados Unidos, morreu aos 30 anos de idade nesta semana. O animal viveu durante quase duas décadas na Academia de Ciências da Califórnia.
Em comunicado, a entidade informou que a equipe de cuidados de Claude o monitorava de perto nas últimas semanas devido à diminuição do apetite. Ele, inclusive, chegou a ser transferido para uma área reservada para receber tratamento para uma suspeita de infecção.
Em abril, a academia lançou uma transmissão ao vivo para que os fãs pudessem assistir a Claude dia e noite. — Foto: Academia de Ciências da Califórnia

Posteriormente, uma necropsia realizada na Escola de Medicina Veterinária da UC Davis revelou que a causa da sua morte foi câncer de fígado com evidências de insuficiência hepática associada, além de sinais de infecção sistêmica.
“As opções de tratamento eram limitadas e provavelmente teriam pouco sucesso”, informou a Academia. “Muitas vezes é difícil diagnosticar problemas de saúde em predadores de topo devido à sua propensão a esconder doenças, e o comportamento de Claude estava normal até poucas semanas antes de sua morte. Uma mudança na cor e na textura da pele foi o sinal mais claro de sua saúde debilitada e levou a uma ação imediata por parte de sua equipe de cuidados.
Claude era considerado o mascote não oficial da entidade e da própria cidade de São Francisco, e recebia regularmente cartas, presentes e desenhos de fãs do mundo todo. Em setembro, quando completou 30 anos, milhares de pessoas compareceram a sua festa de aniversário, que contou com discursos de autoridades governamentais e líderes da cidade e teve até um bolo, feito com peixe e gelo, em formato de jacaré.
Segundo reportagem do SFGATE, o animal nasceu em um pântano da Louisiana e passou um tempo no Zoológico St. Augustine Alligator Farm, na Flórida, antes de seguir para a Costa Oeste dos Estados Unidos. Devido à sua coloração incomum, causada por uma condição genética hereditária que resulta na ausência total ou diminuição significativa da produção de melanina, as chances de sobrevivência na natureza eram pequenas.
“Ele trouxe alegria a milhões de pessoas no museu e em todo o mundo, seu carisma discreto cativando os corações de fãs de todas as idades. Claude nos mostrou o poder dos animais embaixadores para conectar as pessoas à natureza e despertar a curiosidade para aprendermos mais sobre o mundo ao nosso redor”, salientou a Academia. “Sabemos que a magnitude dessa perda será sentida na mesma proporção em que Claude era amado por tantas pessoas na região da Baía de São Francisco e além.”
A entidade agora prepara uma homenagem pública para o jacaré - mais detalhes serão divulgados em breve. E, enquanto isso, incentiva as pessoas a compartilharem suas lembranças e mensagens no site oficial da despedidade de Claude.

PREOCUPAÇÃO ALBINA

Aparecimento raro de espécie albina nunca antes vista no Brasil é curioso, mas pode ser mau sinal

O espécime é raro porque essa característica não costuma ser encontrada em primatas de territórios tropicais, como a América Central e a América do Sul; no Brasil, o registro é inédito

Uma espécie rara de sauá (Callicebus nigrifrons), primata endêmico do Brasil na região Sudeste — entre Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, além de alguns territórios no oeste mineiro (na Serra da Mantiqueira e do Espinhaço) — foi capturada por câmeras do Parque Estadual do Rio Doce (Perd), em Minas Gerais, esta semana.
O espécime é um sauá albino, raro porque essa característica não costuma ser encontrada em primatas de territórios tropicais, como a América Central e a América do Sul.
Entre os sauás, aliás, foi o primeiro registro até então.
Primeiro registro de sauá albino capturado por drone no PERD.
Créditos: divulgação

Mas a raridade do avistamento pode não ser um bom sinal. O albinismo é uma condição causada, por vezes, devido ao isolamento genético que vem de populações sem variedade suficiente, o que pode se relacionar à degradação de áreas de habitat natural da espécie no parque, que é ameaçado pela expansão da atividade monocultora.
Outros fatores de possível associação são a presença de poluentes de água e ar, que interferem no material genético dos animais, a exemplo do dióxido de nitrogênio e de enxofre, emitidos pela queima de fósseis em indústrias.
O Parque Estadual do Rio Doce, no Vale do Rio Doce, é lar de boa parte da biodiversidade de Minas Gerais e uma das principais áreas de proteção de território de Mata Atlântica, com a maior faixa contínua preservada desse bioma no estado (cerca de 36 mil hectares).
As espécies de fauna são variadas: capivaras, antas, onça-pintada, diversos primatas (como o macaco-prego-preto e o próprio sauá), papagaios e pacas.
O sauá é um dos primatas mais característicos da região da Mata Atlântica, de pequeno porte e pelagem marrom-escuro, com a cabeça mais escura do que o corpo. Ele tem um comportamento ágil e silencioso e se concentra em pequenos grupos na floresta. O avistamento do primeiro sauá branco já notificado na Mata Atlântica foi parte de um levantamento populacional realizado pelo projeto Primatas Perdidos, que mapeia áreas do parque usando drones a fim de estudar os hábitos das populações que habitam a região.
Das cinco espécies de primatas que ocorrem no parque — bugio-ruivo (Alouatta guariba), muriqui-do-norte (Brachyteles hypoxanthus), macaco-prego (Sapajus nigritus), sauá (Callicebus nigrifrons) e sagui-caveirinha (Callithrix aurita) —, três são ameaçadas de extinção: o sagui-caveirinha já foi incluído na lista dos 25 primatas mais ameaçados do mundo.
O trabalho da iniciativa no PERD está focado, agora, em catalogar a população de muriquis-do-norte (Brachyteles hypoxanthus), considerado o maior primata das Américas, remanescente no parque. A espécie está criticamente em perigo na lista internacional da IUCN e figura entre os 25 primatas mais ameaçados do mundo.